Poltrona Séries: Mentiras-A Série/Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Mentiras-A Série/Cesar Augusto Mota

Adaptações estão ganhando cada vez mais espaço na sétima arte, seja de filme para série ou o inverso. Mas adaptar um musical para a televisão e transformá-lo em série é um desafio ainda maior, tornando-se uma novidade e mais um atrativo para o público. A bola da vez é “Mentiras-A Série”, uma produção mexicana veiculada pela Prime Video, que gira em torno de cinco pessoas. Deu resultado?

A obra conta a história de quatro mulheres que acabam se conhecendo durante o funeral de Emmanuel Mijares, um homem com o qual mantiveram relacionamentos secretos. A partir do instante que é revelado que ele fora assassinado, as quatro passam a ser suspeitas e precisam solucionar o mistério, tendo que enfrentar segredos e rivalidades durante a investigação policial.

A trilha sonora é o primeiro atrativo, com diversos clássicos dos anos 80, aliada a uma mescla de comédia com suspense, que a trama pede. Apesar de haver um assassinato a ser desvendado, os momentos que Emmanuel passou com cada mulher investigada são tratados com muito bom humor, mas quando é necessário seriedade, uma música adequada para a ocasião é inserida.

Questões como machismo, a estereotipia feminina, identidade feminina e sororidade são temas bastante importantes, não só para a compreensão do passado dos personagens, mas uma reflexão sobre as situações e as diversas barreiras que a mulher tem enfrentado em uma sociedade mexicana ainda preconceituosa. Os erros dos homens não são colocados como compreensíveis, mas são abordados de uma forma cômica e irônica e lembrando que a mulher possui uma espécie de sexto sentido, ninguém pode duvidar da capacidade da mulher superar situações adversas.

A essência da peça foi respeitada, o elenco entrega atuações espetaculares e honestas e a história contada de uma forma direta e sem rodeios, afinal o público não quer enrolação, mas emoção e muitas risadas. “Mentiras-A Série” é uma grata surpresa, com um humor acima da média, que todo bom mexicano sabe fazer.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: On Call/Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: On Call/Cesar Augusto Mota

Toda função social envolve dilemas, desafios, complexidades de um contexto social e o combate a todo tipo de corrupção. E o que dizer se o cotidiano de uma determinada profissão colocar o espectador no centro da ação? ‘On Call’, série da Prime Video, vem com o intuito de ilustrar tudo o que envolve as forças policiais de Long Beach,Califórnia, com um alto grau de imersão do espectador, mas será que funciona?

Dos mesmos criadores de ‘Law & Order: SVU’ e ‘FBI’, acompanhamos o cotidiano de dois policiais, com Traci Harmon (Troian Belisario), uma veterana disposta a transmitir toda a sua experiência, bem como Alex Diaz (Brandon Larracuente), um jovem recruta formado na Academia de Polícia da Califórnia. Ambos passam os plantões juntos solucionando os mais diversos casos, desde furtos até batidas policiais de grande risco.

Durante os oito episódios da série, notam-se as mais diversas perspectivas e experiências dos oficiais, que acabam por se complementarem, além das complexidades, que vão além das suas atribuições e do dever de cumprir a lei. A série procura fazer a abordagem do trabalho da polícia da Califórnia de maneira realista e inovadora, e para isso se utiliza de recursos visuais, além das questões humanas complexas e do dilema em ter de tomar decisões difíceis em face da gravidade da situação e da preservação da ordem.

O uso da câmera na mão e a corporal imprimem urgência e realismo na jornada dos dois oficiais, e as filmagens em grande plano proporcionam uma total imersão do espectador, que não só vê como sente o ambiente, como se realmente estivesse nele. Além da relação da polícia com a sociedade, as políticas internas de uma corporação também ganham espaço e ilustram enormes desafios, não só de proteger a população, como o do oficial em estar altamente preparado e apto para servir a toda uma comunidade.

‘On Call’ é uma série que procura pensar fora da caixa e oferecer uma obra diferente das que já foram feitas sobre séries policiais, não se limitando à abordagem do combate ao crime. Merece toda a atenção e audiência.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Segundas Intenções/Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Segundas Intenções/Cesar Augusto Mota

Adaptar um filme de sucesso para uma série na maior parte das vezes não é uma tarefa fácil, mas tem sido a aposta de diversos serviços de streaming. Ícone dos anos 90, o filme “Segundas Intenções (Cruel Intentions)”, lançado em 1999 e cultuado pelo público adolescente da época, agora ganha uma nova estrutura, com personagens parecidos e ambientado 25 anos após os acontecimentos em Manhattan.

A narrativa se passa em Manchester College, uma conceituada universidade em Washington, na qual a boa imagem e reputação predominam. Os meios-irmãos Caroline Merteuil (Sarah Catherine Hook) e Lucien Belmont (Zac Burgess) tentarão de tudo para manter o poder que possuem sobre as fraternidades e irmandades da comunidade acadêmica e manter sob sigilo, a todo custo, segredos obscuros.

Por mais que a produção, roteirizada por Phoebe Fisher e Sara Goodman, tenha trazido referências do longa-metragem e tentado se conectar com um público moderno, acabou por apresentar inconsistências na história e falta de química entre os personagens. Os protagonistas não deixam transparecer a frieza, a sedução e o calculismo de Kathryn e Sebastian, do filme, além de tramas secundárias que pouco acrescentam e nada influenciam na trama principal, da imagem ilibada de Caroline e Lucien ameaçadas.

A centralização da história no sistema universitário foi outro erro, temas importantes como os privilégios a alunos ricos e a toxicidade existente no ambiente acadêmico não ganharam a atenção que deveriam, pecando a produção na superficialidade. A intenção de conexão com novos públicos careceu de uma abordagem com originalidade, com novos elementos e encaixe com o contexto social atual. Apresentar situações dos anos 90, que hoje seriam caracterizadas como assédio e ilustrá-las como naturais, não fazem sentido, e a nova produção não proporciona senso crítico e reflexão aos espectadores.

“Segundas Intenções” agrada pela nostalgia, mas falha na execução, não consegue criar algo impactante para um público novo e não apresenta personagens carismáticos, sedutores e cruéis da obra original. Um projeto desperdiçado.

Cotação: 3/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Citadel-Diana/Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Citadel-Diana/Cesar Augusto Mota

Séries com muito tiroteio, perseguições, brigas e explosões costumam agradar os sedentos por espionagem, e a Prime Video, sabendo disso, trouxe a série ‘Citadel: Diana’ em uma maratona de seis episódios.  Trama com a máfia italiana em ambiente futurista pode dar certo? O espectador terá vontade de ver até o fim e ficará ansioso por uma segunda temporada?

A trama se passa em 2030, oito anos após Citadel ser destruída por Mantícora, organização criminosa concorrente, que passou a controlar as ruas e a população da cidade de Milão. Nesse contexto de controle e opressão, a jovem Diana (Matilda De Angelis), que perdera os pais em um acidente de avião e disposta a descobrir se a morte deles foi ou não premeditada, resolve se aliar à Citadel e passa a trabalhar como uma agente infiltrada na Mantícora.

Além do drama pessoal vivido por Diana temos a disputa por poder na Mantícora, e todos os episódios chegam com surpresas, sejam pelas cenas frenéticas de luta e o desenrolar da trama, como também pela suposta aliança entre Alemanha, Itália e França, três grandes potências, com uma prometendo acabar com a outra. Um tripé que promete mexer com as emoções dos espectadores, com alguns momentos encerrados de maneira abrupta e grandes reviravoltas em seguida.

Além do enredo e das cenas bem coreografadas, temos uma fotografia com tons escuros, ilustrando uma Itália sombria e dominada por mafiosos, e há também a questão política que envolve a narrativa. Uma discussão sobre proteção, controle e opressão se dá na série, e isso evita que a trama fique centrada apenas no drama pessoal de Diana. O enredo é de fácil compreensão e com elementos chamativos, como a ideologia política que passou a predominar em Milão, o comportamento da divisão criminosa controladora, além da transformação da personagem-central. A série é para ser maratonada e com possibilidade de uma segunda temporada.

Original, vibrante e cheia de emoções, ‘Citadel: Diana’ promete amarrar o público até o fim, fazendo-o torcer pela protagonista, a libertação de Milão, bem coo o romance entre ela e o herdeiro da Mantícora. Vale a maratona.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Top 5: Filmes para você ver no Dia dos Pais

Top 5: Filmes para você ver no Dia dos Pais

1-O Poderoso Chefão (1972)

Sinopse: Uma família mafiosa luta para estabelecer sua supremacia nos Estados Unidos depois da Segunda Guerra Mundial. Uma tentativa de assassinato deixa o chefão Vito Corleone incapacitado e força os filhos Michael e Sonny a assumir os negócios.

Onde assistir: Netflix.

2-À Procura da Felicidade (2006)

Sinopse: Chris enfrenta sérios problemas financeiros e sua esposa, Linda, decide partir. Agora solteiro, ele precisa cuidar de Christopher, seu filho de cinco anos. Chris tenta usar sua habilidade como vendedor para conseguir um emprego melhor, mas só consegue um estágio não-remunerado. Seus problemas financeiros não podem esperar uma promoção e eles acabam despejados. Chris e Christopher passam a dormir em abrigos ou onde quer que consigam um refúgio, mantendo a esperança de que dias melhores virão.

Onde assistir: Netflix.

3- Uma Família de Dois (2016)

Sinopse: Em Uma Família de Dois, Samuel (Omar Sy) nunca foi de ter muitas responsabilidades. Levando uma vida tranquila ao lado das pessoas que ama no litoral sul da França, ele vê tudo mudar com a chegada inesperada de uma bebê de poucos meses chamada Glória, sua filha. Incapaz de cuidar da criança, ele corre para Londres a fim de encontrar a mãe biológica, mas, sem sucesso, decide criá-la sozinho. Oito anos depois, quando Samuel e Glória se tornam inseparáveis, a mãe retorna para recuperar a menina.

Onde assistir: YouTube.

4-Capitão Fantástico (2016)

Sinopse: Ben (Viggo Mortensen) tem seis filhos com quem vive longe da civilização, no meio da floresta, numa rígida rotina de aventuras. As crianças lutam, escalam, leem obras clássicas, debatem, caçam e praticam duros exercícios, tendo a autossuficiência sempre como palavra de ordem. Certo dia um triste acontecimento leva a família a deixar o isolamento e o reencontro com parentes distantes traz à tona velhos conflitos.

Onde assistir: Disney+, Telecine,Prime Video, Google Play e Apple TV.

5-O Melhor do Mundo (2023)

Sinopse: Segue Raj Patel, que é um especialista em matemática, mas também é secretamente obcecado pelo sonho de seu falecido pai de se tornar um músico de rap, e ele quase perde tudo em sua tentativa de alcançar múltiplos objetivos na vida.

Onde assistir: Disney+.

Bônus: Homem-Aranha: Através do Aranhaverso (2023)

Sinopse: Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, é a continuação do vencedor do Oscar Homem-Aranha: No Aranhaverso, de 2018, que acompanha Miles Morales (Shameik Moore), o simpático Homem-Aranha do Brooklyn. Neste novo capítulo, Miles está de volta para uma nova missão em sua agitada vida como super herói. No novo filme, Morales é transportado para uma aventura épica através do multiverso, e deve unir forças com a mulher-aranha Gwen Stacy (Hailee Steinfeld) e um novo time de Pessoas-Aranha, formado por heróis de diversas dimensões. No entanto, tudo muda quando os heróis entram em conflito sobre como lidar com uma nova ameaça, e Miles se vê em um impasse. E para piorar ainda mais a situação, eles precisam enfrentar um vilão muito mais poderoso do que qualquer coisa que já tenham encontrado antes. Agora, para salvar as pessoas que ele mais ama no mundo, Miles deve redefinir o que significa ser um super herói.

Onde assistir: Max, Prime Video, Google Play e Apple TV.

Por: Cesar Augusto Mota