Poltrona Séries: Onde Está Amy Bradley?/Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Onde Está Amy Bradley?/Cesar Augusto Mota

Séries que envolvem casos policiais estão cada vez mais em evidência, principalmente no que tange a desaparecimentos. A Netflix traz um caso recente e que há algum tempo vem intrigando muita gente. “Onde Está Amy Bradley” é dividida em três episódios e aborda o caso de uma jovem que some em um cruzeiro e nunca mais é vista.

O caso ocorreu na noite de 24 de março de 1998, em um cruzeiro no Caribe com destino à Curaçao. A jovem Amy Lynn Bradley, 23 anos, estava com a família e some por volta das 5h30 quando resolve relaxar no convés do navio após dançar e beber a noite toda. O pai de Amy a procura pela embarcação por mais de uma hora, mas sem sucesso, sequer encontrou pistas que pudessem leva-lo ao paradeiro da filha. A tese levantada pelos investigadores é de que ela tenha caído no mar.

O documentário se preocupa em ilustrar cada detalhe, como o clima de felicidade da família em uma viagem idílica e os últimos momentos de Amy até seu repentino sumiço. Pessoas que estavam a bordo e que sequer haviam prestado depoimento se manifestam pela primeira vez nesta produção. Um perfil mais íntimo de Amy também é trazido pela produção ao longo dos três episódios, além dos depoimentos de familiares e amigos.

Além da teoria de queda no mar, outra hipótese levantada na série seria de que Amy poderia ter sido vítima de tráfico humano, mas esta foi uma tese que surgiu inicialmente na internet e que carece de provas concretas. O mistério aliado ao suspense, os depoimentos colhidos e as pistas encontradas pela polícia movimentam o documentário, mas ainda mexe com a mente de quem acompanha o caso.

Perguntas começam a surgir diante de um cenário tão confuso e perturbador: como é possível uma pessoa desaparecer de um navio em maio a tantas pessoas que circulam em meio a festas e todo tipo de farra? Depois de tanto tempo, como n       ao surgiu ainda nada concreto que ajude a solucionar o caso? Essas lacunas não preenchidas deixam o público ressabiado e a abordagem em apenas três episódios proporciona uma experiência mais dinâmica e breve, tendo em vista a rapidez de o conteúdo poder ter consumido.

“Onde Está Amy Bradley” não representa apenas a reconstituição de um caso sem solução e que martiriza uma família americana, como também investigação e emoção n tela, com um fio de esperança por um final feliz.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Mentiras-A Série/Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Mentiras-A Série/Cesar Augusto Mota

Adaptações estão ganhando cada vez mais espaço na sétima arte, seja de filme para série ou o inverso. Mas adaptar um musical para a televisão e transformá-lo em série é um desafio ainda maior, tornando-se uma novidade e mais um atrativo para o público. A bola da vez é “Mentiras-A Série”, uma produção mexicana veiculada pela Prime Video, que gira em torno de cinco pessoas. Deu resultado?

A obra conta a história de quatro mulheres que acabam se conhecendo durante o funeral de Emmanuel Mijares, um homem com o qual mantiveram relacionamentos secretos. A partir do instante que é revelado que ele fora assassinado, as quatro passam a ser suspeitas e precisam solucionar o mistério, tendo que enfrentar segredos e rivalidades durante a investigação policial.

A trilha sonora é o primeiro atrativo, com diversos clássicos dos anos 80, aliada a uma mescla de comédia com suspense, que a trama pede. Apesar de haver um assassinato a ser desvendado, os momentos que Emmanuel passou com cada mulher investigada são tratados com muito bom humor, mas quando é necessário seriedade, uma música adequada para a ocasião é inserida.

Questões como machismo, a estereotipia feminina, identidade feminina e sororidade são temas bastante importantes, não só para a compreensão do passado dos personagens, mas uma reflexão sobre as situações e as diversas barreiras que a mulher tem enfrentado em uma sociedade mexicana ainda preconceituosa. Os erros dos homens não são colocados como compreensíveis, mas são abordados de uma forma cômica e irônica e lembrando que a mulher possui uma espécie de sexto sentido, ninguém pode duvidar da capacidade da mulher superar situações adversas.

A essência da peça foi respeitada, o elenco entrega atuações espetaculares e honestas e a história contada de uma forma direta e sem rodeios, afinal o público não quer enrolação, mas emoção e muitas risadas. “Mentiras-A Série” é uma grata surpresa, com um humor acima da média, que todo bom mexicano sabe fazer.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries-Wandinha-2ª Temporada-Parte 2/Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries-Wandinha-2ª Temporada-Parte 2/Cesar Augusto Mota

Com uma primeira parte bem aceita pelo público, “Wandinha” chegou com seus episódios finais da segunda temporada após grandes acontecimentos ao fim da primeira parte. Novos vilões irão surgir em Nevermore e mais segredos da Família Addams serão revelados, sem esquecer das participações especiais nessa sequência. Vai a segunda temporada ter um grand finale ou será uma decepção?

O passado de Morticia e Gomez é explorado, com muitas revelações, além das nuances da personalidade macabra de Wandinha, com muito humor ácido. Há um misto de drama adolescente, investigação e arcos complexos bem conectados. Os novos personagens também se destacam, tendo um deles trocado de lugar com Wandinha, que acaba por se tornar uma grande surpresa da temporada.

Uma série que não fique centrada apenas na personagem principal, mas que saiba explorar o que está ao redor do universo de Wandinha, tudo é bem feito e acaba por agradar ao público, que não esperava uma obra que mostrasse formas ainda não ilustradas da protagonista e da família Addams. Tio Chico, um dos mais engraçados, poderia ter sido mais explorado na série, bem como a nova geração de alunos da escola de Nevermore.

Não se poderia esquecer de Tim Burton, com a presença de elementos característicos de seus icônicos trabalhos no cinema, com cenários dotados de elementos sombrios, personagens com personalidades excêntricas e o espaço para situações bizarras. Tudo isso se encaixou na série de Wandinha, que conta com uma atriz acostumada com enredos que exploram a tensão, o medo, o inusitado e o inesperado. Jenna Ortega já se envolveu com projetos que exploravam o humor e o horror, “Wandinha” aborda ambos os gêneros, aliados à identidade visual de Tim Burton.

Com altos e baixos, a segunda parte da temporada dois de “Wandinha” agrada com o drama adolescente da protagonista e surpreende com as revelações sobre os Addams, mas faltou profundidade aos personagens secundários e aos alunos de Nevermore. Uma produção com potencial para corrigir sua rota e garantir mais uma temporada.

Cotação: 3,5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Wandinha-2ª Temporada-Parte 1/Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Wandinha-2ª Temporada-Parte 1/Cesar Augusto Mota

Com uma grande audiência em seu lançamento, em novembro de 2022, a série “Wandinha”, da Netflix, já indicava que seria renovada e que teria uma segunda temporada. Jenna Ortega, a atriz que vive a protagonista homônima, agora passa a ser também produtora executiva da obra. Ela se sai bem nas duas funções?

A segunda temporada terá oito episódios e será dividida em duas partes. Nos episódios de um a quatro, acompanhados por agora, é possível constatar marcas registradas de Tim Burton, que também é produtor executivo da série. Cores frias, cenários góticos, melancolia e personagens caricatos e personalidades fortes. É possível ver tudo nessa atual temporada e uma relação mais próxima entre Wandinha e Mortícia, que vai ser essencial para compreender alguns desdobramentos.

Os desafetos de Wandinha estão de volta e a ambientação na “Escola Nunca Mais” também, mas a novidade está no surgimento de assassinatos na cidade de Jericho e experimentos sinistros no Hospital de Willow Hill. O carisma da protagonista e a sagacidade para resolver enigmas impressionam e há espaços para abordagem de relações de afeto e amizade.

Os personagens secundários ganham mais espaço e importantes revelações são feitas, dentre elas um stalker de Wandinha. Há uma abertura para um grande desfecho, que deve se dar na segunda parte da temporada, além de participações especiais. Quem já curtiu a primeira temporada certamente vai apreciar essa sequência, com muita comédia, drama e mistério.

Não só os fãs da Família Addams, mas os apreciadores das obras de Tim Burton e quem curte histórias com pistas e resoluções de mistérios. Uma série para públicos variados.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Heróis de Plantão/Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Heróis de Plantão/Cesar Augusto Mota

O serviço hospitalar sempre foi alvo de debates, assim como a importância que se deve dar a um profissional a serviço da saúde e compromissado com a ética e a vida. Já vimos produções americanas e brasileiras, como “Grey’s Anatomy”, “Plantão Médico” e “Sob Pressão”, cada uma com seu devido destaque. “Heróis de Plantão”, produção coreana com direção de Lee Do-yune veiculada pela Netflix, é mais um dorama disposto a oferecer muitas emoções e conquistar públicos variados.

A série acompanha a trajetória de Baek Kang-hyuk, um veterano de guerra que volta para Seul com o intuito de transformar o sistema de atendimento de emergência em um centro de traumas no Hospital Universitário de Hankuk. Porém, algumas barreiras surgem, como procedimentos administrativos complexos, cortes orçamentários e a desconfiança dos demais profissionais do hospital.

Agilidade nos atendimentos, principalmente em casos de emergência, investimentos em infraestrutura e o máximo de entrega do profissional no auxílio para com seu paciente são tópicos muito bem explorados durante os oito episódios. Apesar do ritmo acelerado e do pouco desenvolvimento dos personagens secundários, a obra consegue prender a atenção e proporcionar emoções aos espectadores, tamanho é o desafio dos médicos em um centro de traumas.

O protagonista, um pouco frio e arrogante no início, se transforma no decorrer da trama, e sua dedicação e entrega ao trabalho e aos pacientes acaba por não só conquistar a confiança dos colegas de trabalho como a admiração do público. Há doses de humor em momentos oportunos e o drama que é esperado funciona. Uma produção que entrega tudo e que dá gancho para uma possível sequência.

Muitos pacientes costumam ser tratados apenas como números ou ganha-pão de cada profissional da saúde, mas a série mostrou que a vida é o bem mais precioso e mais importante que qualquer coisa, e tudo isso é bem transmitido pela série. Não só os desgastes físico e mental são sentidos pelo espectador, mas também a angústia e ansiedade em tratar cada paciente com excelência e zelar o máximo possível pela vida de cada um.

Cômica, emocionante e necessária, assim pode-se definir “Heróis de Plantão”, uma produção que serve para mostrar que não existem heróis apenas nos campos de futebol ou nas histórias em quadrinhos.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota