Maratona Oscar: Melhor Documentário: Navalny/Anna Barros

Maratona Oscar: Melhor Documentário: Navalny/Anna Barros


Navalny segue a história de Alexei Navalny, um dos opositores de Putin que foi preso e o episódio foi marcado por revolta popular contra o governo de Putin, na Rússia. Em 2020, ao estar em um voo doméstico da Sibéria para Moscou, Alexei bebeu uma garrafinha de água. Ao chegar na Alemanha, para onde foi levado após adoecer no voo, foi constatado por um exame toxicológico que ele ingeriu Novichok, uma combinação de substâncias neurotóxicas. Esse é o seu documentário. 

Com a ajuda de uma equipe da CNN e um repórter investigativo, Christo Grosev, Navalny consegue provar que foi envenenado quando se dirigia para a Sibéria para um protesto contra o presidente Vladimir Putin. Através de rastreios de emails e telefones, ele chega até um químico que fez parte da equipe contratada para silencia sua voz e assassiná-lo.

Mostra TB a luta de sua esposa para remove-lo de um hospital da Sibéria e ser transferido para um hospital da Alemanha antes que os vestígios de envenenamento saíssem de seu organismo.

Indicado ao Oscar de Melhor Documentário, tem um candidato de peso que é Love in The Fire que fala da tragédia e Kate e Maurice Kraftt. Veja os dois e compare. E fique na torcida na noite do dia 12 de março, dará da entrega dos Oscars.

Vale muito a pena assistir.

Na HBO Max.

4/5 poltronas.

Maratona Oscar: Elvis/Anna Barros

Maratona Oscar: Elvis/Anna Barros

Elvis é um dos melhores filmes do ano e isso se deve muito à estupenda atuação de Austin Butler no papel-título. Ele se entrega de corpo e alma ao seu Elvis com trejeitos, olhar sedutor, modo de falar e a maneira como dança de forma desinibida.

Tom Hanks como Coronel Tom Parker, seu empresário, também merecia uma indicação de Melhor Ator Coadjuvante pois seu desempenho é fantástico. Em muitos momentos temos raiva genuína de seu personagem porque Elvis não consegue se desvencilhar do domínio dele. Ele fica sendo empresário do Elvis por 20 anos. E pelo fato do mesmo não poder viajar, não deixa seu pupilo deslanchar numa carreira internacional, grande sonho de Elvis Presley, por isso.

Austin tem minha torcida incondicional apesar de que ele tem um competidor à altura, Brendan Fraser, em A Baleia.

O filme é sensível, mescla realidade e sonho e mostra a ascensão de Elvis e sua ligaçao com a família, depois com Priscila, e o início e fim de sua decadência como músico e sua entrega às drogas lícitas ao se tornar dependente de barbitúricos, que o levam à morte por infarto. Seus altos e baixos são conduzidos com maestria por Austin Butler que parece ter incorporado o Rei do Rock.

Baz Luhman traz suas cores e vivacidade para Elvis impedindo que momentos tristes da biografia dele se tornem soturnos.

O filme é longo mas não vemos o tempo passar. Para ver e rever. Se concorresse em qualquer outro ano, Austin levaria com o pé nas costas mas esse ano tem fortes concorrentes.

A trilha sonora é ótima, o figurino tbem.

Dedico esse POST à minha querida prima Maria José, fã incondicional de Elvis, que faleceu em 23 de novembro de 2022.

Disponível na HBO Max.

5/5 poltronas

Maratona Oscar: A Baleia/ Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: A Baleia/ Cesar Augusto Mota

Existem terrores ou dramas psicológicos que mexem tanto com nossos sentimentos que são capazes de nos levantar ou até mesmo nos derrubar, seja por medo, aflição ou admiração. Esse ingrediente é bastante presente nos filmes de Darren Aronofsky, aclamado pela crítica e público nos últimos anos. A bola da vez é o filme “A Baleia” (The Whale), sucesso no Festival de Veneza, com aplausos de seis minutos para o ator Brendan Fraser (A Múmia), que volta aos holofotes após um breve tempo sumido. Nessa nova temporada de premiações, a nova produção de Aronofsky vem forte?

Acompanhamos a vida de Charlie (Fraser), um carismático e eficiente professor de inglês, mas com semblante triste e fadigado por sofrer de obesidade mórbida. Ele luta constantemente contra a compulsão alimentar e o sentimento de culpa por ter abandonado a filha Ellie (Sadie Sink), ainda criança e hoje com 17 anos. Ao longo dessa jornada, constatamos três visitas ao personagem central, como a própria Ellie, a enfermeira e melhor amiga Liz (Hong Chau) e Thomas (Ty Simpkins), fanático religioso que tenta converter Charlie a todo custo.

Como dito anteriormente, Fraser volta após ter ficado apagado e não engrenado bons trabalhos nos últimos anos, e o Charlie de ‘A Baleia’ foi um grande desafio para ele, de mostrar ao público que ele é ainda um profissional comprometido com o que faz e convencer com sua atuação. Charlie, apesar de sofrer preconceito por ser obeso e saber que as pessoas o olham com um certo pavor, é puro, de bom coração e acredita na bondade e generosidade do ser humano. Fraser consegue carregar o filme até o fim e sua expressão corporal é impressionante, passa verdade e sinceridade na pele de um homem de 270 quilos e prestes a sofrer enfarte, além de tomado pela culpa de ter deixado a filha para trás. Seu olhar e semblante derrubados causam aflição e ansiedade no espectador, que passa a se importar com o protagonista e acompanhar todos os seus desdobramentos.

Já a personagem de Hong Chau, Liz, funciona como dinâmica, é ela que procura ser o alívio do protagonista, e busca tirar o melhor dele, com incentivos psicológicos e muita injeção de ânimo, apesar de fazer algumas vontades dele. Liz é um misto de descontração e frieza, a enfermeira e melhor amiga de Charlie sabe ser engraçada em alguns momentos e fria quando é necessário, afinal está lidando com alguém de alta fragilidade psicológica. Hong Chau consegue entregar tudo o que sua personagem pede, e sua atuação é segura e transmite veracidade e muita empatia, sendo merecida sua indicação ao Oscar como atriz coadjuvante.

O cenário utilizado e a pouca luz no ambiente formam uma bela fotografia, de melancolia, de ambiente sombrio e de trevas, que ilustram o sentimento de devastação de Charlie, vítima de preconceito e com sérias dificuldades para se levantar e caminhar. E o professor apenas encontra conforto ao ler o trabalho de um aluno, intitulado ‘A Baleia’, mesmo título do filme, sobre a vingança de um homem contra uma baleia branca. O nível de obesidade do protagonista é bem capturado pelo diretor, que consegue fazer o espectador sentir a dor de Charlie, até mesmo antes de descobrir toda a verdade por trás do abandono de Ellie e o motivo que o faz comer compulsivamente. Um trabalho de direção também digna de elogios, assim como de maquiagem.

‘A Baleia’ não só merece atenção pelas indicações de melhor ator (Fraser), maquiagem e penteado e atriz coadjuvante (Hong Chau) para o Oscar 2023, mas também por ser um filme didático e carregado de forte carga dramática, que ilustra que a intolerância e o preconceito não só podem causar danos psicológicos, como também podem ser letais. Uma obra com chances reais de estatueta nas três categorias, e também de ficar na mente do público por muito tempo.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Red-Crescer é uma Fera/Melhor Animação/Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Red-Crescer é uma Fera/Melhor Animação/Cesar Augusto Mota

Que a Disney, em parceria com a Pixar, faz animações de qualidade, é indiscutível. E com uma fórmula que parece ser infalível: divertir crianças e emocionar adultos. E os temas que já foram explorados foram dos mais diversos, e um deles vem sendo predominante das últimas produções, o amadurecimento. E o enredo de ‘Red: Crescer é uma Fera’ (Turning Red) vem sendo muito comentado e é um dos favoritos na categoria de animação do Oscar 2023.

A produção mostra o cotidiano de Meilin Lee, uma garota de 13 anos muito popular na escola e que procura sempre honrar as tradições familiares, de origem chinesa. Mei Mei, como é carinhosamente conhecida, vive uma fase importante de sua vida, a de transformações físicas e o aumento de responsabilidades. Seu dia a dia agitado e as pressões internas e externas pelas quais passa viram pelo avesso quando um dia ela acorda na forma de um panda-vermelho. Esse animal é uma representação de seus ancestrais, que é melhor detalhado no segundo ato, e essa transformação ocorre sempre que Mei Mei está eufórica ou nervosa. E as coisas ficam mais tensas quando ela tenta esconder sua forma de panda o máximo de tempo possível ao mesmo tempo em que um show se aproxima, da boy band 4 Town. A garota terá dois desafios, o de controlar sua transformação e o de conseguir dinheiro em tempo recorde para ir à apresentação da banda junto de suas três amigas.

A conversão da forma humana de Mei Mei em panda-vermelho é uma metáfora para ilustrar as mudanças corporais que ocorrem durante a adolescência, além das modificações que a jovem tem acerca do mundo em que vive, de que precisa se soltar das amarras e ter suas próprias decisões. Os conflitos com a mãe serão iminentes, mas necessários, além de uma grande reviravolta sobre a decisão de Mei Mei querer ir ao show do 4 Town e a relação com as melhores amigas.

O trunfo da animação é fugir do óbvio, o desdobramento de determinadas situações, que em um primeiro instante parecem ser óbvias, desembocam em surpresas e o humor dá lugar ao drama em momentos-chave. Há problemas do segundo para o terceiro ato, mas o ritmo é recuperado e proporciona grandes surpresas e reviravoltas. A animação não se preocupa somente em oferecer entretenimento, mas em ser didática, há importantes mensagens não só sobre amadurecer, mas a importância da família ao nosso lado e a valorização das verdadeiras amizades.

O jogo de cores é belíssimo, com belos tons de neon e cores frias nos momentos derradeiros da história. Efeitos especiais primordiais e usos da quebra da quarta parede bem empregados, além do carisma da protagonista, que faz o público se importar ainda mais com seus dramas e torcer por um final feliz.

‘Red: Crescer é uma Fera’ nos mostra que as animações da Disney/Pixar seguem a todo vapor e que não podem ser desprezadas. Mas não se pode afirmar que vai levar a estatueta de melhor animação com sobras, a competição esse ano é acirrada. Mas o público só tem a ganhar com isso, vale a pena conferir e torcer.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Avatar-O Caminho da Água/Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Avatar-O Caminho da Água/Cesar Augusto Mota

Há produções cinematográficas que se tornam marcantes, seja por uma cena, sequência, design de som ou enredo. E o que dizer de uma obra que se destacou por tudo isso junto? ‘Avatar’, icônica produção dirigida por James Cameron, em 2009, deixou uma bela impressão nos espectadores e gerou expectativas para uma sequência. Pois bem, essa espera acabou, e 13 anos depois o público é surpreendido com o lançamento de ‘Avatar: O Caminho da Água’, com novas surpresas e aventuras no universo de Pandora.

Anteriormente, vimos a dupla protagonista Jake Sully e Neytiri liderarem sua tribo contra a exploração humana a Pandora e formarem uma família com três filhos. Agora, nessa nova sequência, eles foram morar em um território mais afastado de Pandora, com avatares semelhantes a eles e outros novos, com pele mais verde e corpos adaptados para conseguirem ficar mais tempo sem respirar. De quebra, uma nova ameaça humana, e, consequentemente, mais tensão, adrenalina e ação.

Constata-se que houve cuidado na construção de um roteiro que fosse capaz de impressionar a plateia com seu enredo, de uma boa construção visual, além de personagens coesos e conexos. Tudo isso é devidamente constatado, as criaturas do filme se conectam muito bem à vida marinha e conseguem até mesmo esboçar sentimentos por eles e pelos humanos. Além disso, há temas importantes em discussão, como desmatamento, bullying, família e xenofobia. Mas o que se sobressaiu mesmo foi a experiência sensorial e imersiva ao longo de pouco mais de três horas de duração.

Quem adentra uma sala de cinema e não tira os olhos da tela passa a vivenciar uma experiência 100% imersiva, com construções de personagens e ambientes em 3D, belas texturas e riqueza em detalhes, seja da natureza ou da água onde passam boa parte das ações. O realismo é tamanho que parece que você realmente está no ambiente no qual a história se desenrola e que as criaturas são reais, tudo cuidadosamente construído com grandes aparatos tecnológicos e recursos modernos, ótima direção de arte e design de som. Se há pontas soltas durante a narrativa, elas são compensadas com belas sequências de ação e fantásticas imagens.

Se estamos acostumados a consumir produções com conteúdos mais enxutos e de curta duração, James Cameron se preocupou em entregar um produto que proporcionasse uma experiência única ao público e uma boa história por trás dela, sem a qual seria em vão. O audiovisual se encarrega de oferecer tramas conexas, aliadas a uma fantástica representação visual, com cores vibrantes, personagens quase reais e cenas para serem lembradas por muito tempo, como ocorrem em grandes produções de Hollywood. E não é à toa que ‘Avatar: O Caminho da Água’ vem forte para a temporada de premiações. Recebeu quatro indicações ao Oscar, nas categorias de melhor filme, design de produção, som e melhores efeitos visuais. Levando-se em conta o produto final, os custos de produção e o que a obra é capaz de proporcionar ao espectador, as chances são enormes de conquistar estatuetas no Oscar, pelo menos nos prêmios técnicos.

‘Avatar: O Caminho da Água’, se não tem o roteiro como seu ponto forte, oferece outros ingredientes para o público se impressionar e levar para si momentos épicos. James Cameron e sua equipe mostram que existem várias formas de um filme encantar, e o plano visual faz esse trabalho muito bem.

Cotação: 4/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota