Poltrona Cabine: Velozes e Furiosos-Hobbs & Shaw/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Velozes e Furiosos-Hobbs & Shaw/ Cesar Augusto Mota

Após dezoito anos, a franquia ‘Velozes e Furiosos’ chega ao seu nono filme, com um spin-off que carrega um grande desafio: conquistar o público com entretenimento e cenas memoráveis. Quem já acompanha a saga lembra de muitas perseguições, explosões e personagens bem cativantes e que levaram o filme nas costas. ‘Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw’ (Fast & Furious Presents: Hobbs & Shaw), de David Leitch (Deadpool 2) conseguirá passar no teste e entregar o que o espectador espera?

Luke Hobbs (Dwayne Johnson), agente do ISS, e Deckard Shaw (Jason Statham), da MI6, acabam por se reencontrar após se estranharem em Velozes e Furiosos 7’, mas terão que deixar as diferenças de lado e juntar forças contra Brixton (Idris Elba), um homem geneticamente modificado e considerado uma ameaça à humanidade. Os dois contarão com a ajuda da irmã de Shaw, Hattie (Vanessa Kirbie), também agente da MI6, que foge após ter abatido sua equipe e levado consigo uma cápsula com o vírus C-17, denominado Floco de Neve, bastante perigoso e corrosivo. De olho na cápsula, Brixton arma um enorme plano diabólico, que colocará todos em perigo. O destino de todos está nas mãos de Hobbs e os irmãos Shaw, que precisarão de muita inteligência, força e de muitos reforços caso queiram salvar a Terra e suas peles.

Logo nas primeiras cenas, antes do reencontro entre Luke Hobbs e Deckard Shaw, notamos que ambos possuem questões familiares não resolvidas e que os atormentam até os dias atuais. E essa é uma das características presentes nos filmes anteriores, a força familiar, receita de sucesso que foi mantida nesse spin-off. Outros elementos como o foco da diversidade étnica dos personagens e do uso de personagens femininos fortes também se fazem presentes, com Vanessa Kirby mostrando uma agente com enorme força física e psicológica e determinante na resolução da trama.

Os efeitos especiais prendem o público e são um deleite para quem assiste. As cenas com os vetores nos olhos de Brixton, que prevê golpes iminentes de seus oponentes, as explosões e o uso da câmera lenta em pancadas e ganchos mais fortes causam arrepios e provocam perturbações, tamanha a força utilizada e sentida graças a esse recurso, do slow motion. As perseguições na estrada, o uso de correntes e nitro nos caminhões e a presença de helicóptero nos fazem lembrar de filmes como ‘Mad Max’ e ‘Missão Impossível’, mas com toque de David Leitch, com trabalho bem-sucedido em ‘Atômica’, realizado de forma exagerada.

A aposta do diretor fica por conta das cenas de pancadaria e adrenalina, com a história ficando um pouco de lado, mas a execução é tão precisa que essa falha é compensada. O desempenho do elenco é outro elemento que contribui com o sucesso do filme, com uma dupla que funciona, Hobbs (Johnson) e Shaw (Statham), e um vilão que beira à paranoia, bastante impulsivo e de presença imponente. Idris Elba (A Torre Negra) mostra que possui tino para interpretar vilões e mostra porque é um ator em ascensão e está presente em grandes franquias do cinema. E também menção honrosa para Vanessa Kirby (Missão Impossível-Efeito Fallout), que já vem tendo trabalhos de destaque em filmes de ação e mantém seu alto desempenho nesse spin-off.

Se você esperava muito de ‘Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw’, pode ver esse filme tranquilamente, mesmo com doses de exagero, há muita adrenalina, pancadaria e resistência. Um filme bem construído com cenas de ação de alta tensão e história de fundo de alta carga dramática, um entretenimento de qualidade. E fique mais um pouco depois do fim, pois há uma cena pós-crédito bem divertida com o astro Ryan Reynolds (Dupla Explosiva), para aliviar o clima tenso que tomou conta de todos ao longo dos 136 minutos de projeção.

Cotação: 4,5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota