Poltrona Resenha: Lady Di: Suas últimas palavras/Anna Barros

Poltrona Resenha: Lady Di: Suas últimas palavras/Anna Barros

Fez 23 anos a morte da princesa Diana, num acidente de carro em Paris em 31 de agosto. Era aniversário de meu sobrinho e afilhado Guto e fiquei completamente devastada. Diana simbolizava não sóa a realeza mas a caridade com doentes de AIDS e no combate às minas terrestres. Nunca entendi porque a Rainha Elizabeth implicava com ela mas vale a pena ver esse documentário da Netflix: Lady Di suas últimas palavras.

Fala de sua infância infeliz, como conheceu Charles, o noivado, o casamento real visto por 750 milhões de pessoas pela televisão, seus filhos William e Harry, a bulimia e seus transtornos, a incompreensão do marido e da família real. No meio do caminho havia uma Camilla. Havia uma Camilla no meio do caminho. Camilla Parker Bowles, a antiga amante de Charles, que mesmo casada foi a terceira personagem desse casamento. Tudo é muito delicado com a voz de Diana e a perceptível e implacável perseguição dos papparazzi que iriam contribuir também para a sua morte, em 1997.

Para aqueles que aguardam ansiosamente a quarta temporada de The Crown onde Diana aparece, ó documentário é um prato cheio. Realmente interessante. Os maiores tesouros da princesa de Gales eram seus filhos e suas obras de caridade. Ela olhava nos olhos das pessoas, as tocava e se sentia tocada por eles.

Em 1 de julho de 2021 haverá uma estátua em frente ao Palácio de Kensington para marcar seu 60º aniversário. Ideia de seus filhos William e Harry.

Esse documentário é imperdível.

Maratona Oscar/Poltrona Resenha: Judy/Anna Barros

Maratona Oscar/Poltrona Resenha: Judy/Anna Barros

O filme foi feito para Renee Zelwegger brilhar e ela consegue. Um roteiro correto que fala da decadência da carreira de Judy Garland e de flashbacks de sua infância quando explodiu e quando sua dependência de anfetaminas começou. O roteiro é bem amarrado e Renee arrasa. Sua atuação ao explorar a dependência de drogas e álcool e sua briga pela guarda de seus filhos menores até o altos e baixo numa carreira descendente e um novo casamento com um rapaz oportunista. Tudo isso é bem explorado por ela na película. A anorexia e sua perda de peso, a caracterização que a faz ficar muito parecida com Judy, o tom de voz( inclusive ela canta as músicas). É tudo milimetricamente calculado e bem desenvolvido.

Sua performance é arrebatadora e difícil não cravar que será uma das barbadas da noite do Oscar. A sua atuação é visceral e emocionante mesmo que o filme seja feito para que ela se sobressaia. O filme realmente toca e instiga como uma menina de tanto talento e deixa explorar por aproveitadores e se entrega totalmente aos vícios por causa do business, do meio artístico, de como sobreviver.

Retrata também sua incipiente depressão, inclusive sendo diagnosticada por um médico que a examina e lhe passa vitaminas após um dos vexames que acaba protagonizando com seus contratantes.

O musical final é um deleite muito aguardado. Sem spoilers.

Depois de 15 anos fora dos holofotes hollywoodianos, e de um Ocar de Melhor Atriz Coadjuvante por Cold Mountain, Renee Zelweeger vem para ficar e arrebanhar mais uma estatueta dourada. Estávamos com saudades. Esperamos que ela não fique tanto tempo em nos presentear com um maravilhoso papel.

O filme vale por Judy e pela brilhante atuação de Renee Zelwegger.

 

3/5 poltronas

 

Maratona Oscar: Era uma Vez em Hollywood/Cesar Augusto Motta

Maratona Oscar: Era uma Vez em Hollywood/Cesar Augusto Motta

Conhecido por abordar a história do cinema e retratar a violência em suas obras, o consagrado cineasta Quentin Tarantino (Os Oito Odiados) chega a sua nona produção com mais uma narrativa recheada de referências e situada em um período histórico. Quem não conseguia pescar os detalhes nos filmes anteriores, não tinha sua experiência prejudicada. Mas, desta vez, conhecer a época na qual se passa, bem como seus ícones, se faz fundamental para o resultado final de quem for acompanhar ‘Era Uma Vez em Hollywood’ (Once Upon a Time…in Hollywood).

Acompanhamos a trama que envolve Rick Dalton (Leonardo DiCaprio), um ator protagonista de uma série de faroeste que depois tenta uma carreira no cinema, mas precisa se contentar com participações em pontas em outras atrações, sempre como vilão, enquanto tenta alcançar oportunidades em outros papéis. Ao lado dele, está Cliff Booth (Brad Pitt), seu dublê, amigo e braço direito, ao mesmo tempo que tenta ganhar uns trocados nas produções em que Dalton garante um papel. Em paralelo, apreciamos o dia a dia de Sharon Tate (Margot Robbie), uma atriz em alta no fim dos anos 60, casada com  o diretor Roman Polanski, que se muda com o marido para uma casa ao lado de Dalton.

O período no qual essas histórias são construídas e esses personagens são desenvolvidos, sendo a última real, se dá no verão de 1969, época em que as grandes produções do cinema e da TV perdem espaço para obras mais autorais. Nessa mesma época, o movimento hippie ‘paz e amor’ está bombando, mas tem um triste e macabro desfecho, com uma série de assassinatos praticados pela seita comandada pelo serial killer Charles Manson, e que teve Sharon Tate entre as vítimas. A narrativa é linear, com estilo clássico, de início, meio e fim, além dos dotes tarantinescos conhecidos do público, com trilha sonora vibrante, inserções de imagens de arquivo, imagens de flashback como apoio às histórias e a liberdade criativa de seu diretor, que faz algumas alterações na história e encaixa sequências insanas de violência, como já o fez em Bastardos Inglórios, alterando inclusive a morte de Adolf Hitler.

O segredo do sucesso do filme não está só na montagem ou no roteiro bem estruturado, como Tarantino sabe fazer, o elenco é bem afiado e há suporte entre protagonista e coadjuvantes. Leonardo DiCaprio (O Regresso) encarna muito bem um ator inseguro e que busca ser aceito na indústria cinematográfica, já Brad Pitt (12 Anos de Escravidão) é o coadjuvante hilário que serve de alívio e que serve de alívio para o protagonista, mostrando que a amizade entre os dois é forte e sobrevive a todo tipo de adversidade. Margot Robbie (O Lobo de Wall Street), apesar das poucas cenas, ilustra que possui carisma, talento e é uma estrela em ascensão na cada vez mais exigente Hollywood. E sem esquecer de outros grandes nomes que fazem parte do elenco, como Al Pacino, Timothy Olyphant, Damian Lewis e o saudoso Luke Perry, que vêm para enriquecer ainda mais a trama.

E, como dito anteriormente, quem não souber das referências e do período da história pode se sentir um pouco deslocado, mas não deixará de apreciar uma obra bem feita, que dá tempo de todos os personagens se apresentarem, se desenvolverem e mostrarem ao público diálogos bem afiados, hilários e cenas altamente frenéticas e brutais, receita de sucesso do cinema de Tarantino. E sem esquecer que sua visão de enxergar os contextos sociais e a forma como ele busca abordar e corrigir alguns acontecimentos são marcas registradas que fazem dele um cineasta diferenciado e com lugar já garantido no coração dos fãs de cinema. Todos esses ingredientes são compensadores para aqueles que não se lembrarem ou até mesmo não conhecerem esse período tão marcante que foi a transição dos anos 60 para o 70, com o surgimento de novos talentos no cinema e na televisão, além de um acontecimento brutal e até hoje lembrado pelas gerações posteriores.

Mais uma obra magistral de Quentin Tarantino, que lamentavelmente fará falta quando resolver se aposentar após seu décimo filme. ‘Era uma Vez em …Hollywood’ sem dúvida é mais uma das célebres produções que fará você se interessar pela história da sétima arte e embarcar em uma narrativa emocionante e recheada de grandes momentos, divertidos e também macabros. Uma ótima opção de entretenimento.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Resenha: Stars Wars Ascensão Skywalker/Anna Barros

Poltrona Resenha: Stars Wars Ascensão Skywalker/Anna Barros

Uma saga de 42 anos não poderia acabar de qualquer jeito e não acabou. Estavam todos os personagens da saga Star Wars para fã nenhum botar defeito. A trama é ágil, cheia de aventura. Quando você se dá conta do tempo já se passaram duas horas. A aspirante a Jedi Rey rouba todas as cenas e seu contraponto Kylo Ren é um ótimo coadjuvante marcando a grande fase na carreira de Adam Driver.  Ainda não entendi os papéis de Finn e Poe mas eles seguem ao lado de Rey provando que a amizade verdadeira é o grande mote da saga e não só a luta do bem contra o mal.

Vamos dar poucos spoilers porque não tem como fazer a resenha sem entregar. A volta de Palpatine é um dos elementos mais surpreendentes. Só perde para a verdadeira origem de Rey que, confesso, me deu raiva na hora. Foi só nesse momento porque o filme é muito bom, de emocionar. Só acho que Luke Skywaiker deveria ter mais presença nessa última trilogia mas vê-lo em cena é notálgico e dá uma sensação muito boa. A querida princesa Leia nos faz sentir muitas saudades de Carrie Fischer que faleceu em 2018. Suas cenas foram recuperadas de O Despertar da Força.

O amor é um mote desse filme que encerra a saga e ele nos faz crer que ainda é possível vencer as forças malignas e sobreviver num mundo de desigualdades e batalhas. Eu adoro o Chewbacca e ele arrasa, como sempre. Assim como os Droides que ganham mais companhia. Até os Ewoks que tanto me irritaram em O Império Contra-ataca estão presentes. Ver de novo Han Solo também é um bálsamo, um frescor para a alma.

O título tem um dúbia interpretação.

Tentaram destruir a saga com esses três últimos filmes principalmente Os Últimos Jedi mas a fidelidade e o amor de seus seguidores não permitiram. A impressão que se dá é que haverá mais filmes, mas contando a saga de Rey. Daisy Ridley é uma excelente atriz e soube incorporar a filosofia Jedi. Rever Tattoine também foi muito bom. Esperança de novos tempos. Faltou o mestre Yoda para ser perfeito.

JJ Abrams tentou agradar a gregos e troianos e consegue. Em seus filmes sempre têm Keri Russel que é a stormstrooper vermelha que é apaixonada por Poe e um rapaz amigo de Ben, de Felicity, que é um aviador amigo de Poe. Chorei bastante porque o filme é emocionante e uma parte da nossa adolescência se vai com ele.

Minha irmã me perguntou que nota eu daria à Ascensão Skywalker. Eu daria 8. Passaria de ano. A conclusão que cheguei é que estou cada vez mais apaixonada por Adam Driver, que nesse filme faz Kylo Ren e em História de Casamento faz Charlie. Ele é a sensação do momento.

No mais, é ir ao cinema e se deliciar e saber que o grande responsável por tudo isso é a mente brilhante de George Lucas que criou a saga com poucos recursos tecnológicos e encantou a todos!

Que a Força esteja com todos vocês!

 

Sinopse: Lucasfilm e o diretor J.J. Abrams juntam forças mais uma vez para levar os espectadores a uma jornada épica em uma galáxia muito, muito distante em Star Wars: A Ascensão Skywalker, a fascinante conclusão da saga Skywalker, na qual novas lendas nascerão e a batalha final pela liberdade ainda está por vir.

 

Cotação: 3,5/5 poltronas

 

Maratona Oscar/Poltrona Resenha: O Irlandês/Anna Barros

Maratona Oscar/Poltrona Resenha: O Irlandês/Anna Barros

Se um filme de Martin Scorsese, você para para assistir, mesmo sabendo que a película terá 3h30, o que pe muito longo, mesmo para streaming, onde você parar quando quiser. Mas não pare.Veja direto e terá uma experiência muito melhor.

O que esperar de um filme com Robert De Niro, Al Pacino, Joe Pesci e Harvey Keitel? Sempre o melhor, se é  que isso seja possível. Mas a narrativa é lenta e custa a pegar. Pega no tranco e melhora sensivelmente quando  Al Pacino entra em cena. A história é uma da máfia envolvendo Jimmy Hoffa que já teve seu filme sozinho outrora. Só que deixa a desejar e comparado a O Poderoso Chefão, Bons Companheiros e outros filmes com o mesmo tempo.

Ali se vê a marca de Scorsese: bom roteiro e ação fluida.  E outro adendo: a narração em primeira pessoa.  E mostra três momentos da vida do protagonista, Frank Sherran, vivido por Robert De Niro.  A montagem também é muito boa para poder encaixar três histórias em uma só. O  filme fala de guerra, crescimento na máfia e amizades entre os mafiosos. Além de uma boa contextualização hsitórica com o assassinato do presidente John Kennedy.

De Niro podia dar mais de si, às vezes seu personagem fica ofuscado pelo brilho de Al Pacino e Joe Pesci.

As sequências de silêncio entre Frank e suas filhas, principalmente Peggy que faz vista grossa com a profissão do pai até que uma das mortes a atinge diretamente. Sua filha, Peggy, vivida por Anna Paquin é a única que realmente percebe o que o pai e seus amigos realmente fazem e acaba  ignorando-no com uma determinada observação. O final é simplesmente surpreendente.

Frank vai contando toda a sua vida quando se encontra num asilo, solitário com suas lembranças e pensamentos. A parte psicológica do filme é a melhor, mais que as cenas de violência crua e ação.

Vale a pena assistir! E aguardar as premiações porque O Irlandês deve concorrer ao Globo de Ouro e ao Oscar.

Sinopse: Conhecido como “O Irlandês”, Frank Sheeran (Robert De Niro) é um veterano de guerra cheio de condecorações que concilia a vida de caminhoneiro com a de assassino de aluguel número um da máfia. Promovido a líder sindical, ele torna-se o principal suspeito quando o mais famoso ex-presidente da associação desaparece misteriosamente.

 

Cotação: 3,5/5 poltronas