Onde assistir ao Oscar no próximo domingo (25)

Onde assistir ao Oscar no próximo domingo (25)

A 93ª Edição do Oscar se aproxima e será realizada no próximo domingo, dia 25, no Union Station, famosa estação de trem de Los Angeles, que receberá convidados com distanciamento. A cerimônia foi adiada por conta da pandemia do Covid-19, e celebrará os melhores filmes lançados entre 1 de janeiro de 2020 e 28 de fevereiro de 2021. Pela primeira vez, boa parte das obras indicadas foram lançadas diretamente no streaming.

Pelo terceiro ano seguido, a Academia optou por não eleger um anfitrião. Diversos atores, atrizes e cineastas apresentarão o evento. Nomes como Angela Bassett, Halle Berry, Bong Joon Ho, Don Cheadle, Bryan Cranston, Laura Dern, Harrison Ford, Regina King, Marlee Matlin, Rita Moreno, Joaquin Phoenix, Brad Pitt, Reese Witherspoon, Renée Zellweger e Zendaya confirmaram presença.

O Oscar 2021 será transmitido no Brasil pelo canal pago TNT a partir das 20h, horário em que os convidados começam a chegar ao evento e a passar pelo tapete vermelho. A entrega de troféus deve ocorrer por volta das 22h. Os assinantes do canal também podem acompanhar o evento no serviço de streaming TNT Go. Além do site, está disponível um aplicativo para Android e iOS para quem possui o canal pelas operadoras Vivo, Claro, TVN, Cabo Telecom, Multiplay, Sky, Algar Telecom, Oi e Net.

Na TV aberta, a Globo começa a exibir a festa, por volta das 0h30, após o Big Brother Brasil 21. Seguindo o modelo do último ano, a íntegra do evento deve ser transmitida no Globoplay (com acesso liberado para não-assinantes) e pelo portal G1. Ambas devem começar às 20h. Além disso, o canal E! costuma transmitir a festa bem mais cedo, a partir das 19h, com comentários de críticos especializados. As redes sociais e o canal do YouTube oficiais da Academia também compartilham os vencedores e alguns vídeos curtos da premiação, com discursos de aceitação e curiosidades.

Relembre quem foram os indicados ao Oscar 2021 aqui.

Fonte: gq.globo.com( com adaptações)

Por: Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Soul/Bruna Zordan

Maratona Oscar: Soul/Bruna Zordan

Como em todos os filmes da Pixar, Soul é mais uma produção cheia de mensagens profundas e que fazem o público sair fora da caixa. Para começar, o filme conta a história de Joel, um músico frustrado que dá aula de música para o ensino médio e é apaixonado pelo jazz. Porém, essa não é a vida que ele sempre sonhou. Um belo dia, Joel acaba morrendo (não é spoiler, ok?) e tem a missão de ajudar a personagem 22, a achar a sua paixão durante sua vida. Um trabalho que acaba virando um desafio tanto para Joel quanto para a 22. 

A mensagem é repassada de diferentes formas e entendimentos. Perguntas como: “Qual é o meu propósito?”, “qual é a minha paixão?”, “será que estou tão focado em algo e não consigo enxergar as coisas ao meu redor?”. Soul te faz repensar na sua vida e aonde você quer chegar. Como o próprio personagem principal que estava tão frustrado que, de certa forma, não atingiu uma meta que queria, e acabou esquecendo de outros detalhes dentro da sua paixão, no mundo do jazz e tudo que gira em volta. E por outro lado, a 22, uma personagem que não possui propósito na vida por achar que precisava descobrir sua paixão e seguir sua carreira. São dois personagens com objetivos diferentes, mas que acabam compartilhando o mesmo sentimento. Porém, não é um filme sério. Soul consegue te arrancar boas risadas, mostrando a beleza e os detalhes dos personagens. Além de apresentar outras figuras importantes na vida de Joel e da 22.

Um filme para assistir com a família ou sozinho. Para repensar no seu propósito ou até para afirmar o que tanto deseja na sua vida. Mas mais que isso, para não esquecer os pequenos detalhes que podem mudar totalmente a sua visão no que almeja alcançar. Sem dúvidas, o filme Soul é favorito na categoria “Melhor Animação”, no Oscar. 

Por Bruna Zordan

@brubszordan

Maratona Oscar: Meu Pai/Tom Leão

Maratona Oscar: Meu Pai/Tom Leão

‘MEU PAI’: ATUAÇÃO DE ARRANCAR LÁGRIMAS

   A noite de premiação dos Oscars está chegando (será no dia 25 de abril). E, uma das torcidas deste ano, é que o prêmio de melhor ator vá para o veterano Anthony Hopkins, por ‘Meu Pai’ – que estreou em cinemas selecionados, nas cidades do Rio de Janeiro, Brasília e Florianópolis; e desde o dia 9 de abril, está nas plataformas digitais, Now, Itunes (Apple TV) e Google Play, disponível para compra. A partir do dia 28 de abril, o filme ficará disponível também para aluguel, nas plataformas citadas e também na Sky Play e na Vivo Play.

   Em ‘Meu pai’, acompanhamos a rotina de Anthony (Hopkins), que tem 81 anos. É um homem com Alzheimer, em estado de demência. Ele mora sozinho em seu apartamento em Londres, e recusa todos os cuidadores que sua filha, Anne (Olivia Colman, ganhadora do Oscar por ‘A Favorita’, e concorrendo novamente por este, na categoria coadjuvante), tenta impor a ele. Mas isso se torna uma necessidade maior quando ela resolve se mudar para Paris com um homem (Rufus Sewell) que conheceu há pouco, e não poderá estar com o pai todo dia.

   A partir daí, fatos confusos começam a acontecer: uma cuidadora, que também pode ser sua filha (Olivia Williams) aparece na casa. Um homem (Mark Gatiss) diz que o apartamento é seu. E nada mais faz sentido na cabeça de Anthony, que passa a ter lembranças de uma filha ausente (Imogen Poots), que também pode ser uma pretendente a ser sua cuidadora. Estaria ele enlouquecendo? A única coisa que liga Anthony à realidade, é o seu relógio, que vive perdendo e encontrando pela casa.

   O filme, que é adaptação de uma peça de mesmo nome, ‘The Father’ (no original, em inglês), é dirigida pelo mesmo autor da peça, Florian Zeller. A atuação de Hopkins é de arrancar aplausos e lágrimas. Simplesmente sensacional, com todo o respeito aos demais competidores na categoria: o falecido Chadwick Boseman, por ‘A voz suprema do blues’ (Netflix); Riz Ahmed, por ‘O som do silêncio’ (Amazon Prime Video); Gary Oldman, por ‘Mank’ (Netflix) e Steven Yeun, por ‘Minari’ (inédito aqui).

  O fato é que a atuação de Hopkins é arrebatadora. E a situação mostrada, é muito triste. Ninguém merece morrer sem saber quem é, como o personagem chega a se perguntar.

Maratona Oscar: Bela Vingança/Tom Leão

Maratona Oscar: Bela Vingança/Tom Leão

Um dos filmes que está concorrendo, na fraca lista dos Oscars 2021, nas categorias melhor filme, atriz e direção, é “Bela Vingança” (“Promising Young Woman”), de Emerald Fennell.  Tanto o trabalho de atuação e entrega de Carey Mulligan (como a perturbada Cassie), como a direção firme de Fennell (atriz de séries como ‘The Crown’ e ‘Killing Eve’, estreando na direção de longa), bem como toda a parte técnica (além do bom roteiro, fotografia e som impecáveis) é irretocável. O resultado final é um dos mais formidáveis filmes de vingança já vistos.

   Acompanhamos a tímida e frágil Cassie, que apesar de já estar na casa dos 30 anos, ainda mora com os pais e não tem namorado (não que isso seja obrigatório, parece nos dizer a personagem). E, mesmo tendo sido uma universitária com altas notas na cadeira que escolheu (medicina), preferiu trabalhar como atendente de cafeteria.  Por quê? É o que o filme vai nos revelando, em camadas: houve um evento trágico e marcante em seu passado, do qual ela só vai se livrar do trauma, após concluir um bem urdido plano de vingança. Que, vai aplicando lentamente.

   E o modo como este plano é desenrolado (que lembra até os intrincados e violentos filmes de vingança do diretor coreano Chan-Wook Park, de “Oldboy”) nos deixa presos à trama e sem desvios óbvios. 

   A diretora (e também autora do roteiro) tece um excelente filme feminista, sem entrar no discurso fácil da ‘lacração’ que rege o cinema atualmente, onde é preciso jogar na cara do espectador uma ‘mensagem’. Sim, várias questões que – no dia a dia -, sempre põem a mulher em posição inferior ou de perigo, são mostradas. Contudo, sem panfletarismo barato.

   A entrega de Mulligan no papel de Cassie é tamanha, que nos deixa sem fôlego. A moça com um futuro promissor, como diz o título original (baseado no de uma matéria sobre estudante envolvido em caso de estupro, nos Estados Unidos, que a maioria da imprensa se referia a ele como um ‘jovem promissor’, de modo complacente, porque homem branco e rico), abre mão de tudo, para alcançar o seu objetivo.

 E só nos resta aplaudir, ao final, as duas mulheres (Mulligan e Fennell) que fizeram o filme acontecer, apesar dos percalços (foi financiado até por meio de vaquinhas, em sites de crowdfunding, porque nenhum estúdio grande o quis bancar). As duas provaram que, dá para passar uma mensagem sem precisar esfregar na cara do espectador, como obrigação. Bravo!

TOM LEÃO 

Maratona Oscar: Nomadland/Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Nomadland/Cesar Augusto Mota

A vida é feita de ciclos e é necessário seguir em frente. A depender da situação, o desapego pode ser algo difícil de se alcançar, mas quando há o apoio de outras pessoas, o desafio é menos tortuoso. Isso é o que vemos em ‘Nomadland’, escrito e dirigido por Chloé Zhao, que busca mostrar ao espectador que ajudar outras pessoas, além de alentador, eleva a alma e faz a vida ser mais emocionante, intensa e prazerosa. O destino é algo secundário, o mais importante é viver, de acordo com a obra de Zhao ao longo de seus 107 minutos.

A história se passa alguns anos após a grave crise econômica que assolou os Estados Unidos em 2008, e acompanhamos Fern, vivida por Frances McDormand, que passa a viajar pelas estradas em sua van após a morte do marido e o fechamento da fábrica de gesso que sustentava sua cidade, Empire. Ao longo do caminho, ela conhece outros nômades e vai vivendo normalmente em meio aos trabalhos que consegue, dentre eles o de empacotadora da Amazon. Muitas histórias de saudade e dor são contadas, e lições são tiradas das dificuldades que a nova vida impôs a todos esses andarilhos, principalmente, Fern, que se denomina “sem casa” e não “sem-teto”.

O roteiro de Zhao, inspirado em uma obra de Jessica Bruder, procura mostrar situações difíceis enfrentadas pelos personagens de uma forma simples e direta, e envolver o espectador nelas, em vez de este ser um mero observador. A lente capta o que é mais verdadeiro e ilustra o que a vida foi capaz de fazer com esses trabalhadores. A interação de Frances McDormand com não-atores, principalmente Swankie e Linda May, se deu de forma fluida e autêntica, e fez um excelente contraponto com o momento político e econômico do momento, que é semelhante aos dias atuais.

Não só o desapego, mas temas como desigualdade social, injustiça e luto são retratados, bem como as dificuldades que a vida nos impõe. O longa mostra uma protagonista forte, de personalidade e com uma incrível disposição para enfrentar as barreiras que lhes foram impostas. Pelas suas expressões faciais, percebe-se um alto grau de sensibilidade da personagem-central para com as pessoas que vivem sua situação ou até pior, como Swankie, doente terminal. Seu tato para superar adversidades, além de busca pela sensação de liberdade despertam sentimento de leveza e admiração pela atuação de Frances McDormand, que se mostra bastante segura no que se propôs a fazer e a mostrar ao espectador.

Além de atuações de destaque e diálogos reflexivos, Nomadland também chama a atenção pela fotografia, que apresenta grandes contrastes. Imagens do deserto com pouca luz e outras de pôr do sol representam um misto de dramaticidade, mas também de sonho e esperança. Há momentos de alento ao longo dessa jornada frenética, e importantes mensagens, como “o que é lembrado, vive” e “vejo vocês pelo caminho”, em vez de “adeus”. O filme, que possui alta carga dramática, ganha um ar poético com as paisagens ilustradas ao longo das viagens de Fern em sua van e das palavras tecidas em diálogos sinceros e leves.

Forte, comovente e inspirador, ‘Nomadland’ é um longa com uma jornada emocionante e recheada de aprendizado, com o público como personagem da trama. É o retrato da vida real, com uma linguagem para todos os públicos e imagens que falam por si só. Não é à toa ser favorito à temporada de premiações recém-iniciada.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota