‘Três Anúncios para um Crime’ surpreende e leva prêmio de melhor filme no BAFTA 2018

‘Três Anúncios para um Crime’ surpreende e leva prêmio de melhor filme no BAFTA 2018

A corrida pelo Oscar esquenta ainda mais. A menos de quinze dias da maior premiação da sétima arte, o filme ‘Três Anúncios para um Crime’, do diretor Martin McDonagh, foi a sensação do BAFTA (British Academy of Film and Television Arts), o Oscar inglês, e levou o prêmio de melhor filme, desbancando o favorito ‘A Forma da Água’, do cineasta mexicano Guillermo del Toro.

Além de filme, ‘Três Anúncios’ faturou os prêmios de melhor atriz (Frances McDormand), melhor ator coadjuvante (Sam Rockell), melhor roteiro original e melhor filme britânico. Apesar de ter perdido a estatueta de melhor filme, ‘A Forma da Água’ levou os prêmios de melhor diretor (Guillermo del Toro), melhor trilha sonora original e melhor direção de arte.

‘O Destino de uma Nação’, do diretor Joe Wright, conquistou os prêmios de melhor maquiagem e melhor ator (Gary Oldman). Já na categoria animação, o filme da Disney/Pixar ‘Viva-A Vida é uma Festa’, confirmou seu favoritismo e levou a estatueta.

Confira abaixo a relação completa dos premiados no BAFTA 2018:

Melhor filme: “Três Anúncios para um Crime”, de Martin McDonagh
Melhor direção: Guillermo del Toro, por “A Forma da Água”
Melhor atriz: Frances McDormand, por “Três Anúncios para um Crime”
Melhor ator: Gary Oldman, por “O Destino de uma Nação”
Melhor atriz coadjuvante: Allison Janney, por “Eu, Tonya”
Melhor ator coadjuvante: Sam Rockwell, por “Três Anúncios para um Crime”
Melhor Filme Britânico: “Três Anúncios para um Crime”
Melhor roteiro original: “Três Anúncios para um Crime”
Melhor roteiro adaptado: “Me Chame Pelo Seu Nome”
Melhor curta britânico: “Cowboy Dave”
Melhor curta-metragem de animação britânico: “Poles Apart”
Melhor filme de diretor, roteirista ou produtor britânico estreante: “I Am Not a Witch”, de Rungano Nyoni
Melhor filme estrangeiro: “A Criada”, de Park Chan-wook
Melhor documentário: “I Am Not Your Negro”, de Raoul Peck
Melhor Animação: “Viva – A Vida É Uma Festa”, de Lee Unkrich
Melhor Trilha Sonora Original: “A Forma da Água”
Melhor fotografia: “Blade Runner 2049”
Melhor edição: “Em ritmo de fuga”

Por: Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: O Destino de uma Nação/ Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: O Destino de uma Nação/ Cesar Augusto Mota

Fazer adaptações de histórias reais requer não só cuidado como também alguns fatores importantes, como um bom roteiro, a escolha de um elenco capaz de transmitir os principais ideais que a história quer passar para seus espectadores, além de uma direção competente. ‘O Destino de uma Nação’, de Joe Wright reúne tudo isso e é um filme de primeira, ou melhor, um filme de Gary Oldman.

Oldman encarna Winston Churchill, primeiro-ministro da Grã-Bretanha durante a Segunda Guerra Mundial, e terá que encarar um grande dilema: se deve aceitar as condições de um acordo de paz proposto por Adolf Hitler ou se entra em rota de colisão com o ditador, colocando em risco toda a segurança de uma nação e as vidas de milhares de soldados ingleses na batalha de Dunquerque (etapa muito bem retratada pelo diretor Christopher Nolan). Diante de um cenário de muitas incertezas e de medo, Churchill terá que ser incisivo e tomar decisões e encontrar soluções rápidas para o conflito.

O que dizer do filme? Um show de interpretação de Oldman e também de caracterização, a maquiagem aplicada torna não só o ator irreconhecível como se aproxima da verdadeira aparência do estadista inglês, assim como seus trejeitos. Quando dá vida à Churchill, Oldman o faz com cuidado, sem exageros, ora ele é imperativo, ora é sensível, mas está adequado a cada situação e consegue transmitir verdade e sinceridade ao público em um papel que não é fácil de fazer e requer um estudo profundo acerca do controverso primeiro-ministro e do contexto histórico turbulento que a Inglaterra e toda a Europa vivenciaram durante a década de 1940.

O longa de Joe Wright (Desejo e Reparação) prima por apresentar planos abertos em ambientes fechados e alguns com pouca iluminação para dar mais impacto e envolver o espectador de maneira intensa. A fotografia apresenta um ambiente sóbrio e elegante da Inglaterra, permitindo ao espectador uma verdadeira inserção no cenário e no contexto histórico retratado, outro atrativo da produção.

Se a parte técnica e a atuação de Gary Oldman se destacam, as interações dos outros atores do elenco também são de qualidade, mas não ganham muita profundidade e tampouco se alongam, muito por conta do foco em Winston Churchill. Perde-se um desenvolvimento maior de Elisabeth Layton (Lily James), a secretaria do primeiro-ministro, além de Clemmie (Kristin Scott Thomas), a esposa. Mas, apesar dessa baixa, é um filme que prende a atenção e que conquista o público por sua montagem, técnica e seu protagonista.

Um filme que tinha tudo para ser mais amplo e trazer maiores expectativas é amenizado pela brilhante atuação de Gary Oldman, a alma da produção e que mostrou que está mais vivo do que nunca para a temporada de premiações. Quem gostava dele sem dúvida vai apoiar ainda mais, e quem não o curtia sem dúvida irá prestar mais atenção.

Avaliação: 3,5/5 poltronas.

 

 

Por: Cesar Augusto Mota