Maratona do Oscar: The Post/Anna Barros

Maratona do Oscar: The Post/Anna Barros

Quem é jornalista ou estuda Jornalismo, tem que assistir The Post. O filme talvez não tenha o mesmo impacto que Spotlight, vencedor em 2016, mas é simplesmente fantástico e com a grife Spielberg.

O filme fala da descoberta de arquivos secretos do governo americano em que vários presidentes de Kennedy a Nixon sabiam que a Guerra do Vietnã estava perdida, era uma furada. E narra esses fatos a partir de um furo do New York Times que é barrado na justiça e provoca, ao serem adquiridas as prova da mesma fonte do Times, a necessidade ou não de provocação.

A dona do jornal e  editora-chefe é Katherine que vive o dilema de quebrar acordo com amigos que a apoiaram num momento difícil e ~soa ligados ao Governo e seu dever de jornalista. Meryl Streep está soberba e Tom Hanks como Ben também está fantástico. Faltou à Academia a sensibilidade de indicá-lo e também ao diretor, Steven Spielberg.

O filme tem como mote a liberdade de imprensa e dá um frisson ao serem retratados termos jornalísticos como lide e o ambiente da redação, tanto do NY Times como do Washington Post. Dá orgulho em ser jornalista ao ver esse filme.

Nixon no fim acaba proibindo qualquer informação ao Post mas mostra como cena final o início do escândalo do Watergate que provocaria o seu impeachment. Interessante é a maneira ácida e crítica como Spielberg relata um episódio tão significativo da imprensa, já que a Guerra do Vietnã é um calcanhar de Aquiles dos americanos.

Meryl é sensível, dura, apegada à família, frágil e forte ao levar adiante o projeto de jornal do pai que o passara ao seu marido. Com a morte dele, ela se vê obrigada a tocar adiante. Ao mesmo tempo, mostra sua livre circulação entre os meios do poder.E debate a questão de que jornalista deve dizer quem é a fonte e se deve ter amigos nos meios em que haja denúncia e jornalismo investigativo.

Hanks é contido, determinado, de personalidade forte, e antes de tudo: jornalista. Ele leva ao pé da letra esse ofício tão incompreendido às vezes. Não deve levar Melhor Filme mas coloca uma pulga atrás da orelha da Academia no quesito Melhor Atriz. Meryl tem uma concorrente de peso que é Frances McDormand em Três Anúncios para um Crime. Vamos jogar as fichas. Três Oscars são de pouca monta para Streep.

A cotação é de 4,5/5 poltronas.

Super indico! Esse filme deveria ser passado em todas as faculdades de Jornalismo.

 

 

Maratona Oscar: Viva-A Vida é uma Festa

Maratona Oscar: Viva-A Vida é uma Festa

A qualidade das animações Disney/Pixar é inquestionável, com produções incríveis, histórias envolventes e direcionadas a toda a família. E sem dúvida você irá se encantar com ‘Viva-A Vida é uma Festa’ (Coco), com um enredo que fala de sonhos, fé e, principalmente, o valor da família em nossas vidas, algo considerado inestimável.

A história nos apresenta o jovem Miguel, apaixonado por música e disposto a seguir carreira artística, mas impedido por sua família de realizar seu sonho, que prefere vê-lo seguir a tradição familiar de décadas, de fabricação e manutenção dos Calçados Rivera. Um feriado costuma chamar a atenção da pequena cidade situada no México, ‘El Dia de los Muertos’, que costuma ter um festival de música com diversos estilos e para homenagear entes queridos de diversos núcleos familiares. Miguel vê a chance de mostrar seu talento para uma grande, mas terá que fazer isso escondido de seus pais, avó e da sua bisavó Coco. Esse é apenas o ponto de partida para que Mig uel se envolva em uma grande aventura, que terá muita luta, fé e principalmente, descobertas, uma delas sobre Ernesto de La Cruz, um grande cantor e compositor, ídolo de milhares de mexicanos que morreu em um terrível acidente.

Falei anteriormente sobre sonhos e fé, mas outro trunfo da animação foi a de saber mostrar para as pessoas uma outra forma de se lidar com a morte, afinal, nem todos estão preparados para um momento que envolve dor e saudade. Uma espécie de ponte é utilizada para que os mortos possam visitar os vivos e esse mesmo artifício será utilizado para que Miguel cumpra uma importante missão e possa vir a ter a aprovação de sua família para seguir a carreira de músico.

A qualidade gráfica é impressionante, os efeitos CGI utilizados encantam o público e fazem as pessoas enxergarem a morte de um modo menos doloroso e com uma pontinha de saudosismo. A sensação de imersão em um novo ambiente e as cores vibrantes ditam o filme, além de um roteiro bem estruturado e com grandes reviravoltas. Na medida em que a trama se desenvolve, grandes segredos da família de Miguel e de Ernesto de la Cruz são revelados e tudo começa a fazer mais sentido, mas isso não faz o espectador perder o interesse pela sequência, ao contrário, mais ele se empolga e mais curioso fica pelo próximo cenário e a próxima música a ser executada.

Embarque nessa incrível experiência e aprecie bastante ‘Viva-A Vida é uma Festa’, você verá que a vida é capaz de nos proporcionar momentos dramáticos, envolventes, épicos e também intensos, além de constatar que tudo vale a pena. Não deixe de assistir!

Avaliação: 5/5 poltronas.

 

 

Por: Cesar Augusto Mota