
Os apaixonados por carros vêm tendo ótimas experiências também em se tratando de sétima arte. Recentemente, foram brindados com o excelente ‘Ford vs Ferrari’, com um show de interpretações, grandes embates e ótimas réplicas dos dois modelos. Agora chegou a vez de ‘Lamborghini: O Homem por Trás da Lenda’, que irá retratar tudo sobre o criador de um veículo extravagante, poderoso e elegante, na tentativa de rivalizar com Enzo Ferrari na Itália pós-guerra.
Dirigido por Oscar Moresco, essa cinebiografia acompanha a trajetória de Ferrucio Lamborghini (Frank Grillo), que retorna à Itália após a Segunda Guerra disposto a dar uma grande guinada em sua vida e lançar uma nova tendência em seu país. A Lamborghini começa como uma grande fábrica de tratores, posteriormente passa a produzir ares condicionados e, mais adiante, se dedica à produção de automóveis, com o surgimento do GT 350. Há todo um contexto cultural que ajuda a mostrar os costumes e novas tendências dos italianos e também a explicar a ótica visionária do dono de um grande império e que chegou a disputar com a Ferrari a preferência pela marca de carro mais luxuosa.
Era esperado que fosse retratada uma grande rivalidade e competição entre Ferrucio Lamborghini e Enzo Ferrari, mas se dá de forma muito tímida, e sequer é possível ver uma grande variedade de carros durante a trama. Os cenários da época foram bem montados e ilustrados, com cores quentes e bem vivas, o verdadeiro frisson que eram os anos 60, com novas tendências da moda na linha de roupas e automóveis.
A linha do tempo do filme se mostrou caótica e bem embaralhada, com acontecimentos acelerados e pouco aprofundamento acerca de Ferrucio, tido como um visionário para sua época, com noções de empreendedorismo que ninguém havia tido até então. E o elenco de apoio ao seu redor, apesar de contar com nomes como Gabriel Byrne e Mira Sorvino, não passaram veracidade e seriedade como a obra pedia, os diálogos em italiano eram apenas pontuais e não houve um grande contraponto, que proporcionasse uma grande transformação no personagem-central.
Apesar dos grandes esforços em retratar um período histórico, o pós-Segunda Guerra, bem como o que estava por trás do homem que trouxe novidades para a indústria automobilística, faltou consistência e intensidade na história, com grandes confrontos, paixões do protagonista e grandes corridas. É um filem assistível, mas com gosto de quero mais.
Cotação: 3/5 poltronas.
Por: Cesar Augusto Mota