Poltrona Cabine: Abre Alas/Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Abre Alas/Cesar Augusto Mota

Em uma sociedade predominantemente machista e opressora, a mulher enfrenta desafios diários não só para se reconhecer em meio a dificuldades, como também se firmar e fazer a diferença no meio social. Com direção de Ursula Rosele, o documentário “Abre Alas” compartilha histórias de sete mulheres em uma roda, com histórias de desafios e superações.

Ao longo da produção, Walkíria, Dora, Silvana, Sheila, Regina, Lorena e Heloisa refletem sobre suas escolhas e compartilham suas experiências, repletas de momentos felizes e tristes. Elas atestam que ser mulher requer força e muita resiliência. Não só palavras, mas também é possível ouvir o silêncio, tamanhos foram os traumas e angústias vividos pelas protagonistas.

Histórias envolvendo depressão, abandono, maus-tratos, violência doméstica são partilhadas e nos fazem refletir sobre questões como acolhimento, respeito, empatia e prazer, que foram anteriormente negados e mais tarde conquistados pelas personagens. É possível perceber que a mulher possui uma grande força interior e ela é capaz de transformar amor em força, conseguindo seguir em frente.

O espaço ilustrado no documentário, uma mesa com sete pessoas em volta, não só dignifica um ambiente de amizade e cumplicidade, como também de cura, com os infortúnios e tristezas relatados e todos os meios utilizados para se driblar tudo isso. Mulheres guerreiras e resilientes revelam suas experiências, mas também tornam suas lutas como exemplo para quem possa estar na mesma situação. Uma obra sensível e bastante inspiradora.

“Abre Alas” é sinônimo de renascimento da mulher, e das mais diversas formas. Quem acompanha não vai só simpatizar, como se identificar com as protagonistas. Uma obra honesta, sensível e vibrante.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

EMBAÚBA FILMES REVELA TRAILER DE ‘LUIZ MELODIA – NO CORAÇÃO DO BRASIL’

EMBAÚBA FILMES REVELA TRAILER DE ‘LUIZ MELODIA – NO CORAÇÃO DO BRASIL’

Repleto de arquivos raros e inéditos, documentário da diretora Alessandra Dorgan chega aos cinemas em 16 de janeiro

A Embaúba Filmes revelou nesta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra, o trailer oficial de LUIZ MELODIA – NO CORAÇÃO DO BRASIL, documentário que celebra a vida e a obra do cantor carioca. O projeto da diretora Alessandra Dorgan propõe uma viagem sonora e visual pela carreira de um dos grandes artistas da música brasileira, oferecendo ao público arquivos inéditos e raros da intimidade do artista. Reconhecido em diversos festivais no Brasil, o longa chega aos cinemas brasileiros em 16 de janeiro. Confira aqui a prévia.
LUIZ MELODIA – NO CORAÇÃO DO BRASIL
Produzido pela bigBonsai, em coprodução com a MUK, LUIZ MELODIA – NO CORAÇÃO DO BRASIL apresenta ao público a história do artista que desafiou normas da indústria e da própria cultura brasileira ao abraçar, sem medo, sua liberdade musical e originalidade. 

“A abordagem audaciosa de Luiz Melodia fundiu samba, bossa nova, Jovem Guarda, blues e jazz”, analisa Dorgan, que assina o roteiro ao lado de Patricia Palumbo e Joaquim Castro. “Esse documentário busca preencher a lacuna de reconhecimento e enfatizar a importância cultural do seu legado.”
Narrado todo em primeira pessoa, o documentário já coleciona prêmios. Em 2024, o longa foi reconhecido no In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical como Melhor Filme. Já no Festival Internacional de Cinema de Paraty deste ano, o longa foi eleito o Melhor Filme de Documentário. Por fim, no Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito, LUIZ MELODIA – NO CORAÇÃO DO BRASIL venceu o prêmio do Júri Popular e saiu como Melhor Filme Sul-Americano. 

“Levar o filme agora para o circuito, depois dessa trajetória feliz dos festivais, é levar o Luiz Melodia de volta para os braços e para o coração do Brasil que ele tanto merece. Vai ser emocionante!”, afirmou a cineasta.

Com distribuição da Embaúba Filmes, LUIZ MELODIA – NO CORAÇÃO DO BRASIL chega aos cinemas em 16 de janeiro.
Sinopse
O documentário musical “Luiz Melodia – No Coração do Brasil” narrado todo em primeira pessoa, busca dar voz ao artista, que ao abraçar sua liberdade musical e originalidade, desafiou muitas normas no mercado fonográfico e cultural brasileiro. Esculpido com materiais raros e inéditos de arquivo, reflete a importância cultural de seu legado e da cena musical ao qual contribuiu ativamente a partir dos anos 70.

Ficha Técnica
Direção:
ALESSANDRA DORGAN
Direção Musical:
PATRICIA PALUMBO
Empresa Produtora:
BIGBONSAI
Empresa Coprodutora:
MUK PRODUÇÕES, PLATE FILMES
Roteiro
ALESSANDRA DORGAN, PATRICIA PALUMBO, JOAQUIM CASTRO
Pesquisa:
CAMILA CAMARGO
Produção:
CAMILA NUNES, DANIEL GAGGINI, DEBORAH OSBORN, FELIPE BRISO
Produção Executiva:
CAMILA NUNES, DANIEL GAGGINI
Montagem e Desenho de Som:
JOAQUIM CASTRO
Produtores Associados:
Jane Reis e Temporal Filmes
O DIA DA POSSE, NOVO LANÇAMENTO DA EMBAÚBA FILMES, ESTREIA EM 31 DE OUTUBRO

O DIA DA POSSE, NOVO LANÇAMENTO DA EMBAÚBA FILMES, ESTREIA EM 31 DE OUTUBRO

Através do cativante Brendo Washington, diretor Allan Ribeiro brinca com a linha tênue entre o particular e o universal e injeta otimismo a retrato da pandemia
Novo lançamento da Embaúba Filmes, O DIA DA POSSE já tem data de estreia no circuito comercial. O projeto do diretor Allan Ribeiro chega aos cinemas brasileiros em 31 de outubro, dias depois de encerradas as eleições em todo o país. A escolha da data é bastante proposital. Afinal de contas, o grande sonho do protagonista do documentário, o estudante de Direito Brendo Washington, é um dia ser eleito o presidente do Brasil. Confira o pôster do filme aqui.
O DIA DA POSSE
Brendo é apresentado ao espectador como mais um dos milhões de brasileiros que, durante a pandemia do COVID-19, aderiu ao isolamento social. Dividindo um apartamento no Rio de Janeiro com Allan, ele observa os hábitos dos vizinhos pela janela, organiza reuniões de estudo virtuais com os colegas de faculdade e se dedica aos afazeres da casa. É neste contexto de atividades rotineiras, aparentemente banais, que as ambições dele transbordam na tela. Porque, embora o cenário no mundo seja turbulento, não faltam sonhos a Brendo.
Mesclando otimismo a reflexões sobre o Brasil de hoje, o diretor deixa que a personalidade de Brendo tome conta em O DIA DA POSSE, com seu senso de humor cativante e sua visão de mundo particular. Curiosamente, é justo na especificidade deste retrato que Allan encontra a universalidade do que borbulha na cabeça do seu personagem, seja falando sobre o futuro do país, seja rindo sobre cenários hipotéticos no Big Brother, lembranças e o próprio fazer cinematográfico.

Filme feito a poucas mãos, O DIA DA POSSE ganha o público com seu olhar sensível e otimista para um dos períodos mais desafiadores do século XXI. Mas, para além disso, enfatiza a importância de olhar para o futuro com intenção e vontade, algo que se torna ainda mais latente no momento em que os municípios brasileiros escolhem seus representantes.

Uma produção da Acalante Filmes, O DIA DA POSSE chega aos cinemas em 31 de outubro. A distribuição da obra tem o apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, do Ministério da Cultura e do Governo Federal, através da Lei Paulo Gustavo.
Sinopse:
Brendo quer ser presidente do Brasil. Enquanto esse dia não chega, ele estuda direito, faz vídeos para as redes, sonha com novas conquistas e se imagina em um reality show, durante a pandemia.

Ficha técnica
Produção: Acalante Filmes
Roteiro:Brendo Washington e Allan Ribeiro
Consultoria de roteiro: Douglas Soares
Assistente de direção: Ricardo Santos
Câmera e som: Allan Ribeiro
Trilha sonora: Paulo Ho e Allan Ribeiro
Mixagem: Rodrigo Maia Sacic
Ator: Brendo Washington
Sobre Allan Ribeiro
Allan Ribeiro se formou em Cinema na UFF (2006). Realizou quatro longas: Esse Amor que nos Consome (2012), Mais do que eu Possa me Reconhecer (2015) e O Dia da Posse (2021) e Mais Um Dia, Zona Norte (2023), que receberam prêmios em festivais como Brasília, Olhar de Cinema e Tiradentes. Se destacam ainda os curtas O Brilho dos Meus Olhos (2006), Ensaio de Cinema (2009), O Clube (2014); Eu Fui Assistente do Eduardo Coutinho (2023) e a série Noturnas (2016) com 46 episódios mini-documentais. Seu próximo longa, sobre a expectativa do show da Madonna no Rio, está previsto para estrear em 2025.
Sobre Acalante Filmes
Acalante Filmes é uma produtora de cinema independente criada em 2013. Produziu os longas metragens: Mais do que eu Possa me Reconhecer (2015), Xale (2016), O Dia Da Posse (2021) e Mais Um Dia, Zona Norte (2023), além de vários curtas onde se destacam: Eu Fui Assistente do Eduardo Coutinho (2023), A Alma das Coisas (2023), Inocentes (2017) e O Quebra Cabeça de Sara (2017). Produziu também a série Noturnas (2016), com 46 episódios mini-documentais, que foi exibida no Canal Brasil, Globosat Play e SpCinePlay.
Sobre a Embaúba Filmes
A Embaúba é uma distribuidora especializada em cinema brasileiro, criada em 2018 e sediada em Belo Horizonte. Seu objetivo é contribuir para a maior circulação de filmes autorais brasileiros. Ela busca se diferenciar pela qualidade de seu catálogo, que já conta com mais de 50 títulos, investindo em obras de grande relevância cultural e política. A empresa atua também com a exibição de filmes pela internet, por meio da plataforma Embaúba Play, que exibe não apenas seus próprios lançamentos, como também obras de outras distribuidoras e contratadas diretamente com produtores, contando hoje com 600 títulos em seu acervo, dentre curtas, médias e longas-metragens do cinema brasileiro contemporâneo.
O ESTRANHO, DESTAQUE NO FESTIVAL DE BERLIM, GANHA POSTER E TRAILER OFICIAIS

O ESTRANHO, DESTAQUE NO FESTIVAL DE BERLIM, GANHA POSTER E TRAILER OFICIAIS

Novo filme de Flora Dias e Juruna Mallon, que estreia em 20 de junho, coprodução entre Brasil e França, foi realizado no Aeroporto de Guarulhos e arredores e retrata o cotidiano de trabalhadores e as camadas históricas desse território
O filme fez uma bela trajetória em festivais, tendo ganhado os prêmios de Melhor Filme no Queer Lisboa (Portugal) e no Festival Internacional de Direitos Humanos de Nuremberg (Alemanha), além de Melhor Som no Festival de Havana (Cuba) e de Melhor Fotografia e Melhor Som em sua estreia nacional no Olhar de Cinema, em Curitiba.
Confira o trailer
O filme fez uma bela trajetória em festivais, tendo ganhado os prêmios de Melhor Filme no Queer Lisboa (Portugal) e no Festival Internacional de Direitos Humanos de Nuremberg (Alemanha), além de Melhor Som no Festival de Havana (Cuba) e de Melhor Fotografia e Melhor Som em sua estreia nacional no Olhar de Cinema, em Curitiba.

O principal cenário de O ESTRANHO é o Aeroporto de Guarulhos (SP), um símbolo de progresso e um monumento do mundo globalizado, mas também um marco do agressivo processo de colonização e ocupação do território. Embora seja um lugar onde as pessoas transitam o tempo todo, o filme joga seu olhar para aqueles que ficam, cujas vidas se cruzam naquele solo onde trabalham.

Filmando no próprio aeroporto e seus arredores, Dias e Mallon definem o processo do filme como uma total imersão no território de Guarulhos. “Pesquisa, preparação e filmagem nos levaram a perceber sua realidade como algo essencialmente heterogêneo e múltiplo. Quanto mais orientamos nosso olhar (e câmera) para os espaços e para as rotinas diárias dos trabalhadores do aeroporto, mais essa realidade se tornou rica e surpreendente. Ao lado do aeroporto encontramos bairros urbanos populosos, mas também comunidades rurais, sítios arqueológicos escondidos, e povos indígenas em processo de retomada”.

Diretores de “O Sol nos meus olhos”, de 2012, Dias e Mallon encontram na nova parceria a oportunidade de conjugar interesses em comum, que definem como “uma pesquisa cinematográfica sobre como o processo de autoconhecimento individual e de ativação da memória ancestral se conjuga com a busca por território e a construção de paisagem. Concebemos a paisagem não como um lugar de simples contemplação, mas como um espaço de luta de forças sociais, de confronto de diversas temporalidades e cheio de camadas de significação. Assim como o universo interior de uma pessoa, a paisagem é um processo pulsante e em constante construção”.
Segundo Flora Dias, “O Estranho é um trabalho de muitos anos e de muitas pessoas. Uma estreia é uma janela importante para todas essas energias colocadas no filme que teve e continua tendo uma guiança espiritual muito forte, e eu sinto que os caminhos dele estão sendo abertos pelos ancestrais que o filme reverencia”.

Juruna Mallon complementa: “Eu vejo O Estranho como um filme de encontros. Foram esses múltiplos encontros que, ao mesmo tempo, se tornaram a própria matéria prima do filme e que definiram a trajetória que o filme iria percorrer. Eles foram os pés e a terra dessa longa caminhada que o filme se propôs a fazer. Num primeiro momento, o encontro se deu com o território de Guarulhos, os trabalhadores do aeroporto, os estudantes e habitantes dos seus bairros. Em seguida, ele se traduziu nas parcerias com equipe e personagens que foram brotando e nos ajudando a lidar cinematograficamente com aquela rica e complexa realidade. A estreia em Berlim foi especial para uma série de encontros no caminho do projeto, entre o próprio filme e o público. E, agora, finalmente vamos estrear nos cinemas

O ESTRANHO estreia em 20 de junho nos cinemas pela Embaúba Filmes. O longa foi realizado com recursos do FSA e da Lei Aldir Blanc, em coprodução com a Spcine e Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, teve o apoio financeiro do fundo holandês Hubert Bals Fund e do fundo suíço Visions Sud Est, além do apoio do Projeto Paradiso. Participou também dos laboratórios LoboLab, Novas Histórias e BrLab, do encontro Proyecta do Ventana Sur e dos eventos de work in progress do Brasil CineMundi e do Festival de Rotterdam.
Sinopse
O Aeroporto Internacional de Guarulhos foi construído sob um antigo território indígena. Nesse espaço onde 35 mil trabalhadores garantem o funcionamento diário, Alê (Larissa Siqueira) tem sua vida atravessada pelas origens do aeroporto e por rastros de um passado em constante transformação. Seguindo personagens cujas vidas se cruzam no dia a dia, o olhar se fixa não sobre aqueles que passam, mas sobre o que permanece num local impregnado pelas feridas originárias de um país.
Ficha Técnica
Uma produção Lira Cinematográfica e Enquadramento Produções
Em coprodução com Pomme Hurlante Films, Filmes de Abril e Ipê Branco Filmes
Distribuição Embaúba Filmes
Roteiro e Direção – Flora Dias e Juruna Mallon
Produção – Lara Lima e Leonardo Mecchi
Coprodução – Eva Chillón e Paula Pripas
Direção de fotografia – Camila Freitas
Direção de arte e Figurino – Dayse Barreto
Som direto – Gustavo Zysman Nascimento
Direção de produção – Luiz Fernando Orofino
Assistência de câmera e luz – Ana Galizia
Preparação de elenco – Helena Albergaria
Montagem – João Marcos de Almeida
Supervisão e desenho de som – Léo Bortolin
Mixagem – Vitor Moraes
Elenco
Larissa Siqueira como Alê
Antonia Franco como Antônia
Rômulo Braga como Jorge
Patricia Saravy como Silvia
Thiago Calixto como Hélder
Laysa Costa como Laysa
Ficha Técnica
Uma produção Lira Cinematográfica e Enquadramento Produções
Em coprodução com Pomme Hurlante Films, Filmes de Abril e Ipê Branco Filmes
Distribuição Embaúba Filmes
Roteiro e Direção – Flora Dias e Juruna Mallon
Produção – Lara Lima e Leonardo Mecchi
Coprodução – Eva Chillón e Paula Pripas
Direção de fotografia – Camila Freitas
Direção de arte e Figurino – Dayse Barreto
Som direto – Gustavo Zysman Nascimento
Direção de produção – Luiz Fernando Orofino
Assistência de câmera e luz – Ana Galizia
Preparação de elenco – Helena Albergaria
Montagem – João Marcos de Almeida
Supervisão e desenho de som – Léo Bortolin
Mixagem – Vitor Moraes
Elenco
Larissa Siqueira como Alê
Antonia Franco como Antônia
Rômulo Braga como Jorge
Patricia Saravy como Silvia
Thiago Calixto como Hélder
Laysa Costa como Laysa
 
Sobre os diretores
Flora Dias é diretora e diretora de fotografia, radicada em São Paulo e formada em Cinema pela UFF (Brasil) e pela École Nationale Louis Lumière (França).
Como diretora, realizou o longa-metragem O sol nos meus olhos, desenvolvido no Bafici Talent Campus em 2012 e lançado no Festival Internacional de Cinema de Mar Del Plata em 2013. Seu curta-metragem Ocidente foi exibido no Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo em 2016, e Miragem na Mostra de Cinema de Tiradentes em 2019. Em 2020, em contexto de pandemia, Flora lança em plataformas virtuais o curta Pytang

Com O Estranho, seu segundo longa-metragem, participou do 2º Encontro de Coprodução Internacional do LoboLab durante o 31º Festival Internacional de Cinema de Mar Del Plata; do 8º Laboratório Sesc Novas Histórias; do 9º BrLab – Laboratório de Desenvolvimento de Projetos e do 2º Proyect Lab do Ventana Sur. O projeto teve financiamento do Hubert Bals Fund, do Visions Sud Est e da Spcine, e fará sua estreia mundial na Berlinale Forum em 2023.

Em junho de 2022, Flora participou do workshop Filming in the Amazon, conduzido por Apichatpong Weerasethakul, do qual retornou com um novo curta-metragem, Wind Roads, ainda inédito.
Como diretora de fotografia, tem desenvolvido seu trabalho em curtas e longas-metragens desde 2009. Entre eles, estão Sinfonia da Necrópole (2014, Festival Internacional de Cinema de Mar Del Plata) e O Duplo (2012, Semana da Crítica de Cannes), ambos dirigidos por Juliana Rojas; Califórnia (2015, IFFRotterdam), de Marina Person; Seus ossos e seus olhos, de Caetano Gotardo (2019, IFFRotterdam); A noite amarela, de Ramon Porto Mota (2019, IFFRotterdam); e Primeiro Ato, de Matheus Parizi (2019, IFFRotterdam). 

Juruna Mallon nasceu no estado do Rio de Janeiro em 1979. Estudou História da Arte em Gothenburg, na Suécia, e formou-se em Cinema no Rio de Janeiro. Há mais de dez anos mora na França, onde fez mestrado em Estudos Cinematográficos (Universidade de Lille) e Antropologia Visual (Universidade de Nanterre).

Dirigiu os documentários Satan Satie (2015) e Les Îles résonnantes (2017); o longa-metragem de ficção O Sol nos Meus Olhos (2013); e o curta de ficção Ararat (2014). Seus filmes foram exibidos em diversos festivais e centros de arte e cultura, como o Cinéma du Réel, Visions du Réel, Forum des Images, La Gaîté Lyrique, ForumDoc, Tiradentes e Semana dos Realizadores. Por Les Îles résonnantes, recebeu o Prêmio Aquisição da biblioteca pública do Centre Pompidou em 2017 e o Prêmio de Qualidade da agência francesa de cinema CNC em 2019. Seu segundo longa-metragem de ficção, O Estranho, estreou na Berlinale Forum em 2023. 

Juruna é também sound designer e compositor, tendo assim trabalhado em projetos como Ontem havia coisas estranhas no céu, de Bruno Risas, e Perles, de Alex Hellot. Em 2021, integrou o júri do festival internacional de cinema documental Cinéma du Réel, em Paris.
Sobre a Lira Cinematográfica

Fundada em 2008 e capitaneada pela produtora Lara Lima, a Lira Cinematográfica se dedica ao desenvolvimento e realização de projetos de cinema, com foco em produções autorais. Desde sua fundação, lançou dezesseis curtas-metragens e os longas Seus ossos e seus olhos (2019), de Caetano Gotardo, exibido em festivais como Rotterdam, IndieLisboa, Viennale e Tiradentes; e A Felicidade das Coisas (2021), de Thais Fujinaga, que estreou em Rotterdam em 2021 e recebeu prêmios como o de Melhor Longa-Metragem de Estréia na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O terceiro longa-metragem da produtora, O Estranho, de Flora Dias e Juruna Mallon, fará sua estreia mundial na Berlinale Forum 2023. Sobre a Enquadramento ProduçõesEnquadramento Produções é uma produtora independente, sediada em São Paulo e fundada pelo produtor Leonardo Mecchi, focada no desenvolvimento e produção de projetos cinematográficos, em especial primeiros e segundos longas de jovens e promissores realizadores. Entre suas produções encontram-se filmes como A FebreLos SilenciosO Estranho, A Morte Habita à NoiteMormaço, A Transformação de Canuto e Rejeito, selecionados para alguns dos mais importantes festivais nacionais e internacionais, como Cannes, Berlim, Locarno, Rotterdam, Toronto, IDFA, San Sebastian, Brasília e Gramado, entre outros.Sobre a Embaúba FilmesA Embaúba Filmes é uma distribuidora especializada em cinema brasileiro, criada em 2018 e sediada em Belo Horizonte. Seu objetivo é contribuir para a maior circulação de obras autorais brasileiras. Ela busca se diferenciar pela qualidade de seu catálogo, que já conta com mais de 40 títulos, em menos de 5 anos de atuação, apostando em filmes de grande relevância cultural e política. A empresa atua também com a exibição de filmes pela internet, por meio da plataforma Embaúba Play, que exibe não apenas seus próprios lançamentos, como também obras de outras distribuidoras e contratadas diretamente com produtores, contando hoje com mais de 500 títulos em seu acervo, dentre curtas, médias e longas-metragens do cinema brasileiro contemporâneo. A plataforma conta hoje com aproximadamente 550 títulos, sendo 70% deles disponibilizado gratuitamente.
PREMIADO EM CANNES, A FLOR DO BURITI ESTREIA NOS CINEMAS EM 04 DE JULHO

PREMIADO EM CANNES, A FLOR DO BURITI ESTREIA NOS CINEMAS EM 04 DE JULHO

Novo filme de João Salaviza e Renée Nader Messora registra a resistência do povo Krahô

Exibido em mais de 100 festivais ao redor do mundo e vencedor de catorze prêmios, entre eles o prêmio coletivo para melhor elenco na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes, A FLOR DO BURITI, de João Salaviza e Renée Nader Messora chega aos cinemas brasileiros em 04 de julho, com distribuição da Embaúba Filmes.

Novamente com os Krahô, no norte do Tocantins, o filme traz um dos temas mais urgentes da atualidade: a luta dos Krahô pela terra e as diferentes formas de resistência implementadas pela comunidades indígenas no Brasil.

O filme nasce do desejo em pensar a relação dos Krahô com a terra, pensar em como essa relação vai sendo elaborada pela comunidade através dos tempos. As diferentes violências sofridas pelos Krahô nos últimos 100 anos também alavancaram um movimento de cuidado e reivindicação da terra como bem maior, condição primeira para que a comunidade possa viver dignamente e no exercício pleno de sua cultura”, explica a diretora.

A Flor do Buriti atravessa os últimos 80 anos dos Krahô, trazendo para a tela um massacre ocorrido em 1940, onde morreram dezenas de pessoas. Perpetrado por dois fazendeiros da região, as violências praticadas naquele momento continuam a ecoar na memória das novas gerações.

Filmar o massacre era um grande dilema. Se por um lado é uma história que deve ser contada, por outro não nos interessava produzir imagens que perpetuassem novamente uma violência. Percebemos que a única forma de filmar essa sequência era a partir da memória compartilhada, a partir de relatos, do que ainda perdura no imaginário coletivo desse pessoal que insiste em sobreviver”.

A FLOR DO BURITI foi filmado durante quinze meses em quatro aldeias diferentes, dentro da Terra Indígena Kraholândia, e assim como no filme anterior da dupla,  Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, a equipe era muito pequena e se dividia entre indígenas e não indígenas. Relatos históricos baseados em conversas e a realidade atual da comunidade serviram de base para a construção da narrativa do filme.

A gente não trabalha com o roteiro fechado. A questão da terra é a espinha dorsal do filme. Propusemos aos nossos amigos na aldeia trabalharmos a partir desse eixo, imaginar um filme que pudesse viajar pelos tempos, pela  memória, pelos mitos, mas, que, ao mesmo tempo fosse uma construção em aberto que faríamos enquanto fossemos filmando. A narrativa foi sendo construída com a Patpro, o Hyjnõ e o Ihjãc, que assinam o roteiro”, explica João.

O reconhecimento do filme em diversos festivais internacionais, mostra que o mundo está realmente de olho nas questões dos povos originários no Brasil. “A importância dos povos originários não reside apenas no conhecimento ancestral, mas também na elaboração de tecnologias totalmente sofisticadas de defesa da terra. Eles ocupam radicalmente a contemporaneidade” ressalta João Salaviza.

Além do Festival de Cannes, o filme foi premiado em importantes festivais como Munique (Cinevision Award), Lima (Prêmio Signis), Mar del Plata (Prêmio Apima Melhor filme Latino-Americano), Festival dei Popoli (Melhor Filme), Huelva (Prêmio Especial do Júri e Prêmio Melhor Filme Casa Iberoamérica), RIDM Montreal (Prêmio Especial do Júri), Biarritz, Viennale, e forumdoc.BH. 

A FLOR DO BURITI é distribuído no Brasil pela Embaúba Filmes.
Sinopse
Em 1940, duas crianças do povo indígena Krahô encontram na escuridão da floresta um boi perigosamente perto da sua aldeia. Era o prenúncio de um violento massacre, perpetrado pelos fazendeiros da região. Em 1969, durante a Ditadura Militar, o Estado Brasileiro incita muitos dos sobreviventes a integrarem uma unidade militar. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô seguem caminhando sobre sua terra sangrada, reinventando diariamente as infinitas formas de resistência.
Ficha Técnica
Direção: João Salaviza, Renée Nader Messora 
Roteiro: João Salaviza, Renée Nader Messora, Ilda Patpro Krahô, Francisco Hyjnõ Krahô, Henrique Ihjãc  Krahô 
Produção: Ricardo Alves Jr., Julia Alves 
Elenco: Ilda Patpro Krahô, Francisco Hyjnõ Krahô
Direção de Fotografia: Renée Nader Messora 
Direção de Arte: Ángeles Frinchaboy, Ilda Patpro Krahô 
Direção de Produção: Isabella Nader Messora 
Som Direto: Diogo Goltara 
Desenho de Som: Pablo Lamar 
Montagem: Edgar Feldman 
Gênero: drama
País: Brasil, Portugal 
Ano: 2023 
Duração: 124 min

Sobre JOÃO SALAVIZA
João Salaviza (1984) estudou Cinema na Lisbon Theatre and Film School e na Universidad del Cine em Buenos Aires. O seu primeiro curta-metragem ARENA foi premiada com a Palma de Ouro em Cannes (2009), seguindo-se o Urso de Ouro de Curtas-Metragens na Berlinale para RAFA (2012). Lançou também na Competição Oficial da Berlinale as curtas ALTAS CIDADES DE OSSADA (2017) e RUSSA (2018). O seu primeiro longa-metragem, MONTANHA, teve a sua estreia mundial no Festival de Veneza (Semana da Crítica) em 2015. Desde então, vive entre Portugal e o Brasil, junto do povo indígena Krahô.
Em 2018 estreou CHUVA É CANTORIA NA ALDEIA DOS MORTOS, correalizado com Renée Nader Messora, no Festival de Cannes, recebendo o Prémio Especial do Júri – Un Certain Regard. O filme foi lançado comercialmente em vários países, destacando-se França onde foi visto por 45.000 espectadores.
Em 2023 regressa ao Festival de Cannes – Un Certain Regard para estrear A FLOR DO BURITI (correalizado com Renée Nader Messora), filmado durante um período de quinze meses na Terra Indígena Krahô.


Sobre RENÉE NADER MESSORA
Graduada em Cinematografia pela Universidad del Cine, em Buenos Aires. Por 15 anos, trabalhou como assistente de direção em diversos projetos no Brasil, Argentina e Portugal, entre eles MONTANHA, primeiro longa-metragem de João Salaviza. Fotografou o curta-metragem POHÍ, através do qual conhece o povo Krahô. Desde então, trabalha com a comunidade, contribuindo na organização de um coletivo de jovens cinegrafistas que utilizam o cinema como ferramenta para o fortalecimento da identidade cultural e a autodeterminação da comunidade.
Em 2017 fotografou o curta-metragem RUSSA, dirigido por Ricardo Alves Junior e João Salaviza e que estreou na Competição Oficial da Berlinale 2018.
Também em 2018 estreou sua primeira longa-metragem, CHUVA É CANTORIA NA ALDEIA DOS MORTOS, correalizado com João Salaviza, no Festival de Cannes, recebendo o Prêmio Especial do Júri – Un Certain Regard. O filme foi lançado comercialmente em vários países,
destacando-se França onde foi visto por 45.000 espectadores. A FLOR DO BURITI é o seu segundo longa-metragem, correalizado com João Salaviza e filmado durante um período de quinze meses na Terra Indígena Krahô.

Sobre a Embaúba Filmes
A Embaúba é uma distribuidora especializada em cinema brasileiro, criada em 2018 e sediada em Belo Horizonte. Seu objetivo é contribuir para a maior circulação de filmes autorais brasileiros. Ela busca se diferenciar pela qualidade de seu catálogo, que já conta com mais de 50 títulos, investindo em obras de grande relevância cultural e política. A empresa atua também com a exibição de filmes pela internet, por meio da plataforma Embaúba Play, que exibe não apenas seus próprios lançamentos, como também obras de outras distribuidoras e contratadas diretamente com produtores, contando hoje com mais de 500 títulos em seu acervo, dentre curtas, médias e longas-metragens do cinema brasileiro contemporâneo.