Campanha convoca fiéis a apoiar documentário sobre Carlo Acutis, que será canonizado em setembro

Campanha convoca fiéis a apoiar documentário sobre Carlo Acutis, que será canonizado em setembro

Produção da Lumine quer repetir, por meio do cinema, o impacto silencioso e profundo que o futuro santo teve nas pessoas ao seu redor
 

Registro da Primeira Comunhão de Carlo Acutis, aos sete anos de idade

Carlo Acutis tocava vidas com sua simplicidade e fé. Sem discursos, sem palco, apenas com sua maneira de viver. Agora, a Lumine quer que esse impacto se multiplique por meio da arte — e que cada pessoa que acredita nessa missão possa fazer parte dela. A produtora de cinema e plataforma brasileira de streaming lança sua primeira campanha de financiamento coletivo com um convite claro: aumentar o alcance do testemunho transformador do futuro santo da Igreja Católica, que será canonizado no dia 7 de setembro.
 
A meta é reunir mil apoiadores para ampliar a divulgação do documentário inédito sobre Carlo Acutis, previsto para ser lançado em outubro de 2025. As contribuições podem ser feitas por meio de cotas, que dão direito a benefícios como acesso à pré-estreia online, acesso anual da plataforma e itens exclusivos — como um ícone e uma medalha personalizados.
 
“Esse filme é uma forma de continuar o impacto que Carlo teve na vida de tantas pessoas. Quem apoiar esse projeto, participará de uma obra verdadeira, feita com profundidade e beleza, que pode tocar milhares de corações”, afirma Matheus Bazzo, fundador da Lumine.
 
A ação está sendo divulgada nas redes da Lumine e em @carloacutisfilme, com o cantor católico Joaquim — influenciador com mais de 500 mil seguidores — como principal embaixador. Assim como Carlo, ele também usa a internet como ferramenta de evangelização. Recentemente o filme ganhou um teaser, já disponível no YouTube.
 
O documentário é conduzido pelo Rajesh Mohur, mordomo da família Acutis, que se converteu ao catolicismo pelo exemplo de Carlo
 
Um filme com alma e uma história contada em comunidade
 
Gravado em março nas cidades de Milão e Assis, na Itália, o documentário não segue a linha de uma biografia literal. A proposta é poética, com uma narrativa que busca refletir o impacto silencioso do beato na vida das pessoas. O fio condutor é Rajesh Mohur, mordomo da família Acutis, que se converteu ao catolicismo pelo exemplo de Carlo. “Ele nunca falou de Jesus comigo, mas a vida dele falava por si”, revela Rajesh, em uma das entrevistas.
 
A produção teve acesso a materiais e lugares nunca antes documentados: o quarto onde o jovem viveu, seus cadernos, desenhos e objetos pessoais. Foram entrevistadas figuras-chave como ex-professores, freiras que o acompanharam em sua Primeira Comunhão e o bispo de Assis, Dom Domenico Sorrentino. A narrativa pretende contar quem foi o beato, percorrer seus caminhos, ver o mundo como ele via — e deixar que o espectador se aproxime dele com o coração aberto.
 
A produção teve acesso a materiais e lugares nunca antes documentados, como o quarto onde o jovem viveu
 
“Carlo vivia com um objetivo claro. Nosso desejo é que o público também encontre sentido ao se unir a essa missão, contribuindo para que a história dele continue alcançando e transformando vidas”, completa Bazzo.
 
Mais informações e formas de apoiar o projeto estão disponíveis no perfil @carloacutisfilme e na página oficial da campanha.
 
Crédito: Divulgação Lumine
 
https://www.youtube.com/watch?v=doc1KpL-pgc
 

 
Poltrona Cabine: Zerobaseone/Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Zerobaseone/Cesar Augusto Mota

A cultura coreana vem exercendo forte influência no Ocidente, principalmente na América Latina. O gênero musical K-pop se tornou popular entre jovens, não só pelas letras das músicas, mas também pelas coreografias e comportamento de seus integrantes. Após o sucesso do grupo BTS, em 2023 surge o Zerobaseone, que vem ganhando espaço entre diversos públicos a cada dia.

O documentário “Zerobaseone The First Tour/Timeless World” apresentará ao espectador a turnê 2024 da banda ao redor do mundo, com as principais performances, os bastidores das apresentações e depoimentos exclusivos de todos os integrantes. Quem curte o K-pop certamente ficará curioso para saber tudo o que os artistas pensam, seja sobre o mundo do entretenimento, como também sobre o estilo de vida do coreano. E quem nã0 conhece a banda e o gênero musical vai querer ficar por dentro e aprender sobre a cultura oriental.

No decorrer da obra, um outro lado do Zerobaseone é visto, o de jovens coreanos em ascensão e em aprendizado sobre as circunstâncias da vida. Muitas perguntas podem surgir: Como eles lidam com os problemas do cotidiano? Já experimentaram o stress ou sentiram a pressão para fazer e ficar no auge do sucesso? Como recebem o carinho dos fãs ou já se sentiram ameaçados? Muita curiosidade surge em torno do que é novo, e esse grupo de K-pop não fugiria à regra.

Zerobaseonse se mostrou um grupo homogêneo, com coreografias bem sincronizadas e com vozes hipnotizantes. O talento, a concentração e o perfeito equilíbrio entre os movimentos e o devido encaixe das vozes são os segredos para o sucesso recente desse grupo da quinta geração do k-pop, e com potencial para conquistar públicos de mais partes do mundo, não só na Ásia e América. O documentário não só apresenta a banda, como também explica o fenômeno K-pop e o porquê de causar tanto fascínio, principalmente entre os jovens.

“Zerobaseone The First Tour/Timeless World” é uma ótima opção para quem quer ficar por dentro das novidades do mundo do entretenimento e conhecer mais sobre um gênero musical que não só transmite mensagens como também tem moldado o comportamento das pessoas em um mundo cada vez dominado por tecnologias, que muitas vezes pode provocar afastamento, stress e ansiedade.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Quatro Paredes/Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Quatro Paredes/Cesar Augusto Mota

A expressão “nadar contra a maré” nunca fez tanto sentido, principalmente nas sociedades em que mulheres oprimidas lutam contra sistemas patriarcais e opressores que a desacreditam e até mesmo a ridicularizam. No documentário escrito e dirigido por Shiori Ito, “Quatro Paredes” irá registrar a luta incessante de uma mulher contra uma sociedade japonesa patriarcal e de regras seculares.

A jornalista Shiori Ito busca justiça por ter sofrido agressão sexual por um jornalista político, um aliado do Primeiro-Ministro do Japão na época do ocorrido. Diante de tantos acolhimentos após muitas dores e traumas, Ito não desistiu de seu propósito de redesignar um sistema jurídico regido por regras de mais de cem anos e bastante passivo. Além do abuso, sofreu intensas torturas psicológicas durante o processo de investigação, o que deixou a jornada mais dolorosa.

O fato por si só já chama a tenção e instiga o espectador a acompanhar um caso de alguém que bate de frente contra uma sociedade machista e opressora, além de tentar derrubar leis consideradas obsoletas para os dias atuais. E outro ponto chamativo está no jogo de imagens, inicialmente a vítima reluta em mostrar o rosto, com de ser estigmatizada e desacreditada, mas a coragem falou mais alto, se tornando um incentivo para novas vítimas fazem denúncias. Segundo dados coletados por Ito, apenas 4% dos casos de estupro no Japão tiveram desfecho.

A obra é didática, um verdadeiro grito contra a passividade, omissão e intolerância, além da busca pelo fortalecimento dos direitos das mulheres, de serem ouvidas, respeitadas e protegidas. Sem medir as consequências e sem receio de seu caso ter o mesmo destino de outros no Japão, Ito, juntamente com o apoio de outras vítimas, da sociedade japonesa e da mídia, foi forte em seu propósito, e serve de inspiração para novos casos.

Indicado na categoria de Oscar de melhor documentário, “Quatro Paredes” é um forte representante asiático na atual temporada de premiações. Merece a conferência e a audiência.

Cotação: 5/5 poltronas.

Poltrona Cabine: Corpo Presente/Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Corpo Presente/Cesar Augusto Mota

A música e o cinema são elementos perfeitos para ilustrar nossos valores, costumes e tudo o que compõe nossa cultura. Além delas, a dança também é sinônimo de expressão, e carrega outras conotações. E justamente para mostrar esses novos significados que acompanhamos o documentário “Corpo Presente”, de Leonardo Barcelos, com o intuito de deleite e, principalmente, reflexão.

Simbolista seria um sinônimo  para essa obra, que apresenta diversos artistas e pensadores com contribuições importantes no campo filosófico, político e social. Performances dotadas de coreografias sincronizadas, o tema “corpo” como pano de fundo, assim como depoimentos sobre o tema propõem um importante debate sobre as várias conotações de corpo, muito além de uma matéria ocupando um determinado espaço.

Temas como luta de classes, identidade e gênero foram não só debatidas como apresentadas por meio da dança, com os corpos sinalizando novas ideologias e signos, e transformações constantes para sinalizar que existem novas formas de ser e de estar no mundo. Novos universos são traçados no imaginário das pessoas, bem como os sentidos que podem desempenhar, com várias sensações e reflexões.

Uma espécie de diário em formato visual se apresenta diante dos espectadores, que não só contemplam, como também se imaginam no ambiente e no contexto dos movimentos articulados, numa sensação de verdadeira imersão. Além de ser didático, o documentário proporciona profundas emoções, além de relações bem conexas, entre imagem, som e movimentos, que juntos, formam uma linguagem múltipla.

Uma obra diferente das apresentadas à exaustão, “Corpo Presente” pensa fora da caixa e convida o espectador a fazer o mesmo. Vale a experiência.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Razões Africanas/Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Razões Africanas/Cesar Augusto Mota

A música é capaz de ilustrar não só os sentimentos, mas refletir o comportamento e a origem de um povo. No mês de Consciência Negra, “Razões Africanas”, documentário dirigido por Jefferson Mello, conta a história do Blues, do Jongo e da Rumba, três gêneros musicais oriundos dos Estados Unidos, Angola e Cuba, que representam o culto aos antepassados africanos, a reafirmação da negritude e a influência em outros estilos musicais, como jazz e country. Um verdadeiro tour, com a música sendo um dos grandes legados para manter vivas as tradições africanas.

Seis países foram percorridos para abordar essa herança do continente africano, com três personagens relatando acerca dos respectivos ritmos, o que eles representam para si e toda uma comunidade, além de relatos mais sérios, como toda a escravização e opressão sofrida pelos negros, a presença do Ku Klux Klan e relatos de que a música afro-americana seria anti-cristã.

Um verdadeiro deleite com as músicas, as paisagens retratadas, além do didatismo com os depoimentos de adeptos dos ritmos mencionados e relatos de historiadores acerca da diáspora africana na formação desses gêneros. As músicas ao fundo dos depoimentos é um dos recursos utilizados, assim como as danças nos respectivos palcos que acabam também por se tornarem personagens da obra, sem esquecer de uma abordagem mais séria, com temas que são necessários, como intolerância religiosa, racismo e preconceito.

Quem não conhece ou sabe pouco sobre o Jongo, a Rumba e o Blues, não só se encanta pelas melodias e as letras, como também pelas danças e coreografias, bem articuladas e com vários significados por trás. Além de um deleite, o documentário exerce um papel informativo e de denúncia, desde os porões dos navios, as viagens por terra, os maus-tratos em senzalas até a onda de racismo que impacta nossa sociedade nos dias de hoje. Apesar dos tempos difíceis, as tradições africanas, presentes no Brasil e em várias partes do mundo, resistem e se mostram que ainda estão vivas e que há quem se disponha a mantê-las acesas.

Lúdico, didático e sensível, assim se pode definir “Razões Africanas”, que proporciona um interessante e necessário debate sobre música, preconceito e cultura, tão presentes no nosso cotidiano e que não podem se perder pela ignorância, ojeriza e intolerância. Não deixe de acompanhar, essa produção vem para informar, entreter, impactar e, sem dúvida, ficar na memória. Não deixe de acompanhar.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota