Poltrona Séries: Control Z-2ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Control Z-2ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Fenômeno de audiência e vista em 64 países, a série ‘Control Z’, da Netflix, veio com uma narrativa impactante e envolvente, sobre os segredos mais obscuros que as pessoas podem guardar e as consequências quando caem em mãos erradas e levadas à tona. A produção mexicana nos revelou quem era o grande hacker por trás das mensagens ameaçadoras e responsável por surpreendentes revelações. Agora, a continuação desta história toma proporções ainda mais perigosas.

A sequência começa com a recuperação de Javi no hospital após uma séria briga durante uma festa ocorrida no fim da primeira temporada, com Sofia lhe dando apoio. A procura por Gerry, um dos alunos do Colégio Nacional, responsável por um grave incidente que envolveu o garoto Luis, se torna implacável. Raul, que se revela o hacker da primeira temporada, é seriamente ameaçado e precisa de grandes estratégias para não ser pego por seus colegas, e resolve desaparecer da escola por uns dias. E para completar, surge um novo hacker, que promete vingança após o que aconteceu com o jovem Luis. O pânico começa a tomar conta de todos os estudantes, pois todos são suspeitos e uma tentativa de conter os avanços do hacker poderia ser fatal.

Se o foco inicial estava na descoberta dos segredos dos estudantes do Colégio Nacional, agora a atenção está voltada para a vingança do hacker, com situações insanas e os perigos que vivem os envolvidos. As situações com as quais o espectador se depara são similares aos desenhos feitos por Luis, tudo para mexer com a cabeça dos personagens e do público, que já ficavam tensos com os problemas pessoais já retratados na primeira sequência, como sexualidade, drogas e aborto. Manter a atenção do público é um desafio, mas é um objetivo bem cumprido, levando-se em consideração a criatividade dos roteiristas, a atuação do elenco e a imprevisibilidade, com a atenção aguçada para se saber quem poderia ser a próxima vítima.

Além de novos contornos, a história ilustra exploração de personagens secundários e pouco falados antes, como Maria, Natália e Dario. Suas histórias revelam situações altamente de risco e os planos do vingador, como é denominado o hacker nesta segunda temporada, são ainda mais perigosos em relação a esses personagens. Sofia, a protagonista, está entre muitas idas e vindas com problemas que possui com Javi, além de acontecimentos que abalam sua família, mas consegue aparar as arestas e voltar para um desfecho com estilo nessa sequência.

A segunda temporada, apesar de ter resoluções muito simples de conflitos, termina com um bom gancho para uma possível leva de novos episódios e novas experiências insanas para os espectadores. Vale a pena aguardar.

Cotação: 4/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Control Z- 1ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Control Z- 1ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

 

O mundo a cada dia está mais informatizado e globalizado, com transmissões instantâneas de informações e redes sociais bombando. O uso de tablets e celulares agora fazem parte do dia a dia de milhões de pessoas, que ao mesmo tempo ficam expostas e com risco de terem seus dados roubados e divulgados. E o eu aconteceria se jovens em uma escola particular tivesse seus segredos revelados? Em mais uma produção mexicana da Netflix, ‘Control Z’ aborda temas contemporâneos e as consequências do bom e também do mau uso das tecnologias, em oito episódios.

Um grupo de adolescentes da Escola Nacional conceituada instituição da Cidade do México, é vítima de chantagens de um hacker, que ameaça espalhar nas redes sociais tudo o que sabe sobre cada um deles, e para evitar que isso ocorra terão eu executar tarefas. A jovem Sofia Herrera (Ana Valeria Becerril), uma garota bastante perceptiva, sai em busca da identidade dele, e ela contará com a ajuda de Javier Willians (Michael Ronda), filho de um astro do futebol, que chega à escola de maneira misteriosa.

A série procura ser inclusiva, com abordagem de assuntos como bullying, linchamento virtual, transfobia e transtornos mentais, com personagens secundários que não são explorados como deveriam ser, além da protagonista, que muda drasticamente na medida em que a história se desenrola. Há uma tentativa de humanização dos atos do hacker, que tenta se aproximar de Sofia, seu alvo escolhido, e só entendemos o motivo de sua escola no sétimo episódio, muito bem construído.

A condução do mistério acerca da identidade de quem está espalhando os segredos e quais as próximas revelações são bem conduzidas na história, com um roteiro que prima por não apresentar o óbvio, mas algumas pistas e misturá-las, e o público, bem como os protagonistas, vão ter eu juntá-las para desvendar o mistério. Algumas pistas falsas também surgem, além de citações literárias de ‘Guerra e Paz’, de Tolstói, são apresentadas na condução da trama. Graças ao sentido apurado de percepção de Sofia, as peças começam a se encaixar e temos um sétimo episódio que vai agradar, com um flashback de tudo o eu á aconteceu na narrativa, e a identidade do agressor.

Se os personagens não impressionam, a narrativa, bem como a  montagem dos episódios, com a sensação de se estar em um jogo de xadrez são os grandes atrativos. O clima de tensão começa desde os delírios de Sofia até a revelação dos últimos segredos no último episódio durante uma festa tradicional da Escola Nacional. A trilha sonora também contribui com essa atmosfera perturbadora, e a trama não envolve só adolescentes, os professores da Escola Nacional também temem verem seus segredos virem a público.

Apesar de dois pontos não terem sido concluídos na primeira temporada, ‘Control Z’, com sua trama moderna, tem condições de engatar continuações e engajar mais público. Apesar de algumas inconstâncias, é uma obra que prende e dá gosto de ver.

Cotação: 3,5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota