Poltrona Séries: Cobra Kai-6ª Temporada-parte 1/Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Cobra Kai-6ª Temporada-parte 1/Cesar Augusto Mota

A divisão de temporadas de séries com uma leva de episódios em um primeiro momento e o restante em outro tem sido recorrente nos principais serviços de streaming. Desta vez, serão três partes para “Cobra Kai”. A quinta temporada já nos deixou grandes pontas e muitas expectativas, será que esses primeiros cinco episódios vão conseguir manter o engajamento e motivação do espectador?

Antes, os conflitos internos dos personagens, com traumas e questões sensíveis não resolvidas ditavam o ritmo, desta vez o início é diferente, com mensagens poderosas e os ingredientes que podem ser utilizados para que o dia a dia e a preparação dos jovens caratecas para um campeonato internacional seja descontraída e não tão desgastante.

Apesar do bom início nos episódios um e dois, essa primeira parte apresenta problemas de enredo e montagem. Os arcos dramáticos de alguns personagens ficam incompletos, com a impressão de pressa para a chegada ao clímax, outros eventos pela metade e o desenvolvimento de linhas do tempo falhas, com passagem de dia para a noite abruptas, algumas até mesmo em uma única cena, o que quebra o ritmo e a consistência da história.

Apesar das falhas, o espectador é brindado com o carisma de Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka), que juntos prometem virar a mesa com a junção de seus dois dojos e formar uma equipe difícil de ser batida. O ponto de virada dessa primeira parte está no encontro de um ponto em comum dos dois, como isso pode ajudar os competidores e de que forma eles podem ajudar os alunos fora dos treinos, nas questões pessoais.

Mesmo com a sensação de ducha de água fria, “Cobra Kai” ainda tem potencial para deixar o público motivado e ansioso para as duas sequências derradeiras, seja com sequências para divertir e quebrar o clima tenso dos treinos duros para as competições, bem como para o amadurecimento e as descobertas dos jovens caratecas durante a adolescência. Há entretenimento e didatismo, não só pancadaria.

Cotação: 3/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Cobra Kai-4ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Cobra Kai-4ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Que o esporte é capaz de transformar as pessoas física e mentalmente, ninguém tem dúvidas. E quando a disputa de um torneio de caratê transcende as quatro linhas e vira disputa por honra e orgulho? ‘Cobra Kai’, série com início no Youtube e agora no serviço de streaming Netflix, chega à sua quarta temporada e com muito mais ação e emoção. Está chegando a hora de mais um torneio regional de caratê, cujo vencedor vai mexer com a vida de todos.

A nova sequência com dez episódios se concentra inicialmente em mostrar o treinamento dos dojos, Myiagi-Do, Presas de Águia e Cobra Kai, para o campeonato sub-18 de caratê, e um acordo firmado entre Daniel LaRusso e John Kreese é mais uma vez ressaltado: caso o Cobra Kai vença, o dojo Myiagi-Do terá que ser fechado e Daniel deverá deixar de ser sensei. Caso contrário, o Cobra Kia deverá deixar a cidade.

O roteiro se preocupa não só em mostrar a preparação dos lutadores, mas foca também nos dramas e nos arcos dos personagens. Espera-se o fim da rivalidade entre Daniel e Johnny, mas há ainda muitas questões do passado a serem resolvidas. E um velho conhecido do passado de Kreese volta, Terry Sylver, que no passado levou Daniel para o Cobra Kai e foi parceiro de Kreese na Guerra do Vietnã. É mais uma força que o Cobra Kai ganha para vencer o torneio, mas os outros dois dojos se movimentam para impedir o crescimento dos rivais.

Um novo personagem da trama, o garoto Kenny, vai mexer com as emoções de Robby, do Cobra Kai. O filho de Johnny Lawrence tenta usar o dojo de Kreese para combater o ódio de dentro de si e vê no menino a chance de mostrar tudo o que aprendeu e de tentar enterrar o passado. Destaque também para Tory, com seus dramas pessoais sobre cuidar da casa sozinha e administrar os problemas de saúde da mãe, além de mostrar para si mesma que é boa em algo na vida. Samantha, filha de Daniel, também vai passar por importantes transformações, pois estará envolvida com o Myiagi-Do e Presas de Águia ao mesmo tempo, pois quer aprender os dois estilos de luta.

A série continua a oferecer muita ação e nostalgia aos fãs, além de focar nas principais diferenças entre os personagens-centrais e buscar eficientes soluções para os conflitos. Cada dojo tem seu método de treinamento, mas cada lutador vai usar todas as suas armas para vencer, seja pela defesa, ataque ou astúcia. E boas reviravoltas vão acontecer um pouco antes do campeonato regional sub-18 de caratê começar, ou seja, muitas emoções estarão por vir.

Quem gosta de uma boa história, várias cenas de ação e golpes bem coreografados, ‘Cobra Kai’ vem para mostrar uma, senão, a melhor temporada até agora. Vale a pena conferir.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Cobra Kai-3ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Cobra Kai-3ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Aliar o saudosismo com inovação é um grande desafio dos diversos remakes que são lançados ultimamente. Mas uma produção que antes era do Youtube Red e agora é da Netflix vem cumprindo muito bem esse papel: ‘Cobra Kai’. Produção que segue os acontecimentos de ‘Karatê Kid’, grande clássico dos anos 80, os atores dessa franquia foram trazidos de volta para reprisar seus papéis trinta anos depois, juntamente com uma nova geração, para trazer assuntos atuais como vida marginalizada e bullying. Uma fórmula de sucesso?

Se nas temporadas anteriores tínhamos como foco a rivalidade entre os senseis Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka) e os alunos dos dojôs Miyagi-Do e Cobra Kai, agora vemos o insano John Kreese (Martin Kove), ex-capitão do Exército, que esteve na Guerra do Vietnã. Agora é ele quem está àfrente de Cobra Kai, deixado por Lawrence após uma briga entre alunos dos dois dojôs, que levou o jovem Miguel Diaz a um coma e quase à morte. Kresse ensina karatê a seus alunos do seu jeito, com os ideais de bater ou morrer e de falta de compaixão para com seu oponente. Sem dúvida, isso provocará um grande rebuliço e grandes encrencas nos dez episódios dessa nova sequência.

O roteiro tem uma grande sacada e sabe aliar a nostalgia com o presente, além do timing certo para abordar assuntos sérios e trazer algumas piadas. Além disso, vemos a importância das artes marciais no cotidiano e a defesa pessoal, sem haver um veredicto final. Cada personagem tem seu espaço para brilhar, como os adolescentes dos respectivos dojôs, além dos adultos. Destaque maior para Lawrence, ainda preso ao passado e que busca amadurecer com suas falhas e crescer junto aos seus alunos, bem como tentar acertar as contas com o filho Rob e participar da recuperação de Miguel.

As coreografias são bem ritmadas e os golpes apresentados pelos praticantes de karatê são convincentes, quem acompanha se sente nos antigos filmes de Karatê Kid, sem muito tempo para respirar, com alta adrenalina e com desfechos imprevisíveis, com combates nos quais o mais fraco pode vencer o mais forte e vice-versa. Os arcos dramáticos são bem interessantes e a trama fica mais dinâmica, apesar de alguns elementos clichês de dramas e romances adolescentes. Cada personagem possui um desenvolvimento e ninguém fica de fora, não há pontas soltas e tudo é bem amarrado, até o grand finale da temporada, que abre possibilidades para uma nova sequência.

E não poderíamos deixar de destacar Daniel LaRusso, ou Daniel-Sam, carinhosamente conhecido. O pupilo do senhor Miyagi se mostra fora de rumo e busca o caminho certo para sua vida pessoal e profissional e justamente na Ilha de Okinawa ele consegue se reencontrar. Em sua passagem pelo Japão, ele também revê pessoas que foram importantes e marcantes em seu passado para achar possíveis respostas e sem esquecer de suas antigas glórias. Ele faz uma autoanálise para ver como está no presente e buscar um futuro melhor para si. Somos brindados com cenas de encher os olhos de Karatê Kid, além de relembrarmos importantes valores ensinados pelo senhor Miyagi, não só para a luta, mas também para a vida de Daniel.

Além do saudosismo e de um belo jogo entre cenas do passado e do presente, ‘Cobra Kai’ é uma aula para quem busca não só bem-estar, mas ser um cidadão de bem. A prática de esportes é importante para a saúde física e mental, e os efeitos físicos e psicológicos que trazem para os praticantes são benéficos. O esporte não é só um lazer, mas um importante fator social para uma comunidade. Vale acompanhar essa terceira temporada, a mais vibrante até o presente momento.

Cotação: 4/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries Especial: Cobra Kai 1ª temporada/Anna Barros

Poltrona Séries Especial: Cobra Kai 1ª temporada/Anna Barros

 

Cobra Kai acontece 34 anos depois do filme original e segue um Johnny Lawrence fracassado, que busca redenção, ao reabrir o infame dojo Cobra Kai, reacendendo a sua rivalidade com o agora bem-sucedido Daniel LaRusso, que tem lutado para manter o equilíbrio em sua vida sem a orientação de seu mentor, sr. Miyagi. Dois homens que direcionam os traumas do passado e as frustrações do presente na única maneira que eles sabem como resolver: através do karatê.

Paralelamente ao conflito dos dois, estão as histórias dos alunos de Lawrence e LaRusso. Por exemplo, há os alunos do Cobra Kai: um grupo de adolescentes marginalizados que encontram uma camaradagem e autoconfiança sob a tutela de Johnny, mas levando longe demais a filosofia agressiva de seu mentor, à medida que eles começam a se degenerar na notória brutalidade da época do antigo sensei Kreese, ao que Johnny tenta combater as tendências do passado enquanto ajuda seu vizinho Miguel, um garoto pobre e tímido que sofre bullying pelo vilão Kyler e seu grupo de valentões e aprende a se defender através das aulas de Johnny, que sabe como funciona o bullying e quer ajudar Miguel e outros a combater seus agressores, enquanto Miguel vê em Johnny a figura paterna que nunca teve. Em contraste, o filho distante de Johnny, Robby Keene, está sob o domínio de Daniel, que demonstra uma influência positiva para o menino quando ele começa a buscar a redenção enquanto aprende as filosofias do Sr. Miyagi. Enquanto isso, a filha de Daniel, Samantha, pertence a um grupo de patricinhas interesseiras e é namorada de Kyler, sendo uma das mais populares do colégio, mas se mostra uma garota simples e bondosa e é pega no meio desses conflitos enquanto aprende quem são seus verdadeiros amigos e um caminho melhor para seguir.

 

Para quem assistiu todos os Karatê Kid originais dá uma saudade danada porque esses filmes de caratê marcaram os anos 80, minha época favorita. E eu acabo ficando com pena do Johnny Lawrence que foi vilão nos filmes ao ser o antagonista de Daniel Larusso mas na série vemos que ele se torna um perdedor e quer dar a volta por cima reeditando a academia Cobra Kai e inscrevendo seus alunos. Sua aposta é em Miguel, filho de equatorianos que nos lembra a própria trajetória de Daniel Larusso. Mora em Reseda, vive com a mãe e a avó e acaba decidindo fazer karatê para se defender de garotos na escola que o perseguem. De quebra, ainda tem um pouco de Espanhol na trama, que é sempre muito bom.

Johnny tem um péssimo relacionamento com seu filho Robby que acaba aprendendo caratê com Daniel LaRusso e se torna seu pupilo sem que seu pai saiba, obviamente. O menino é desajustado mas com a convivência com Daniel San acaba se regenerando e querendo algo melhor para sua vida.

Em um dos episódios há uma homenagem ao Sr Miyagi, o que é fofinho. Os episódios são curtos e interessantes. Fala de exclusão, gordofobia e preconceito com a comunidade hispanoamericana. Faltou só a Ali aparecer.

Para ver e rever.

5/5 poltronas