‘Em uma guerra, o mais importante não são as lutas, mas como vencê-la’. Com essa frase, uma vibe ainda mais vibrante e a primeira personagem feminina do Universo Cinematográfico Marvel (MCU) a ter um filme solo, a Marvel lança ‘Capitã Marvel (Captain Marvel)’, uma produção que sem dúvida vai agradar aos fãs das HQs e os ávidos por filmes de super-heróis.
Piloto da Força Aérea dos Estados Unidos, Carol Danvers (Brie Larson) cai com seu avião durante uma missão e tem seu DNA modificado após uma explosão de um maquinário kree pelo primeiro Capitão Marvel (Jude Law). A radiação atinge seu corpo em um nível celular e Carol se transforma em uma híbrida genética kree/humana, com superforça, poder de voo e um “sétimo sentido” (similar ao sexto sentido que tanto falamos). Sem ter a mínima noção da dimensão de seus poderes, Carol topa com Nick Fury (Samuel L. Jackson) e Phil Coulson (Clark Gregg), agentes da S.H.I.E.L.D que tentam impedir que os Skrull, alien ígenas verdes que podem se transformar facilmente em seres humanos ou quaisquer formas de vida, invadam a Terra e roubem uma espécie de motor de velocidade da luz desenvolvida pela doutora Lawson (Annette Bening), uma poderosa cientista para dominar a galáxia.
A história da Capitã Marvel traz não só sua origem, mas ilustra uma frenética batalha espacial entre Krees e Skrulls e faz conexões de pontos com o futuro, mais precisamente com o universo dos Vingadores. Carol Danvers é ilustrada como uma piloto da Força Aérea, uma guerreira e, principalmente, uma heroína, sempre disposta a lutar contra tudo e estraçalhar com seu poderoso raio de fótons. E com uma inovação, ambientado nos anos 90, nunca antes retratado, período em que a empresa Blockbuster, de aluguel de filmes, bombava, época em que os computadores carregavam arquivos gravados em CD e a internet era discada, sem esquecer dos famo sos pagers, aparelhinhos de mensagens instantâneas. Tudo isso é muito bem inserido, em uma história cheia de ação e muito bem-humorada, precisamente no ano de 1995, ano em que as grandes tecnologias começavam a explodir globalmente.
A protagonista, apesar da força colossal, também é dotada de vulnerabilidades, como a fraqueza mental. Danvers não sabe como lidar com seus poderes, mas ela usa isso em seu favor e o faz graças ao seu mentor, Mar-Vell (Law), o Primeiro Capitão Marvel, que faz com ela um intenso treino militar e sempre usa frases de efeito para extrair o melhor dela, como ‘tudo o que pode ser dado pode também ser tirado’. Se isso é um defeito, ela tem qualidades que vão além de sua força, como sua agilidade e seu bom humor. Nas cenas cômicas, Carol se diverte com seus poderes e tem uma ótima interação com os personagens secundários. O ele nco de apoio traz ao público grandes surpresas ao longo da aventura, principalmente Mar-Vell, com importantes revelações sobre seu personagem e confrontos decisivos na reta final. Já a vilã, vivida por Annette Bening (Beleza Americana), consegue fazer frente aos vilões da concorrente DC. Lawson, ou Inteligência Suprema, como posteriormente se apresenta, proporciona confrontos épicos e ainda proporciona uma importante prova de fogo para nossa heroína. Do lado do bem, Samuel L. Jackson (Vidro) é sério no momento que deve ser, mas protagoniza uma série de momentos cômicos no que concerne à busca de um objeto valioso. Quem acompanha se interessa pela história e desfruta de grandes momentos de diversão.
E não poderia esquecer de falar do plano estético do filme, ele é representado com excelentes efeitos visuais, com a Capitã Marvel como uma híbrida dotada de inteligência artificial, além dos poderes supersônicos adquiridos com a mistura de seu DNA com o material da explosão do maquinário kree. A montagem é precisa, a ligação das memórias de Carol Danvers, enterradas no passado e trazidas para o momento presente ajudam não só ao público a entender quem ela é de verdade como faz compreender melhor sua importância no Universo Marvel e o quão ela ode ser importante para o grupo dos Vingadores. E menção honrosa para as importantes referências aos anos 90 feitas durante a narrativa, com artefatos que fizeram história e que provocam grande nostalgia aos que viveram durante esse período.
O trabalho dos diretores Anna Boden e Ryan Fleck é acima da média, pois oferece uma protagonista diferente, com uma grande força interior e que passa por grandes transformações. A ante s confusa Carol Danvers se torna uma mulher empoderada e capaz de combater o mal com coragem e muita maestria. A Capitã Marvel não é apenas modificada geneticamente e extremamente forte, vai muito além disso, quem acompanha compra os ideais da personagem e torce para ela conseguir impedir os Skrulls de controlar toda a galáxia e derrotar a poderosa Inteligência Suprema.
Uma aventura vibrante, alucinante e vivida por uma personagem poderosa e com muito a oferecer. ‘Capitã Marvel’ não é só para os fãs da heroína dos HQs, mas para quem aprecia um bom filme de ação regado com muitos momentos cômicos e uma trama coesa e cheia de desdobramentos complexos. Sem dúvida vale a pena, e o público vai se empolgar muito com a cena de abertura que traz uma singela homenagem ao mestre Stan Lee e com as duas cenas pós-créditos, aperitivos do que vem por aí no próximo filme dos Vingadores. Está imperdível!
Cotação: 5/5 poltronas.
Por: Cesar Augusto Mota





