Poltrona Séries: Bridgerton-2ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Bridgerton-2ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Uma das séries mais glamourosas e belas visualmente está de volta. ‘Bridgerton’, produção da Netflix inspirada nos livros de Julia Quinn, irá focar em um novo romance da Londres antiga. Antes focada em Daphne e Simon, um casal que não conseguia esconder seus desejos e lutou incessantemente contra eles, agora veremos um casal bem diferente e desdobramentos diversos dos vistos na primeira temporada.

Desta vez as atenções estão com Kate Sharma e Jonathan, um casal que procura resistir a todas as tentações que os rodeiam. A relação de amor e ódio entre eles permeia boa parte dos episódios, mas o amor prevalece, embora tenha sido construído de uma forma mais lenta nesta nova sequência de oito episódios. Se o casal da temporada anterior era mais carismático, este vai exigir um pouco mais de paciência do espectador, que se sentirá como se estivesse vendo um filme de comédia romântica, mas com boas cenas e satisfatórias conclusões.

A temporada também tem outros atrativos, com tragédias acontecendo e alguns segredos sendo revelados, para instigar ainda mais o público. Quem não se lembra das publicações de Lady Whistledown, revelando várias fofocas da alta sociedade de Londres? Embora sua identidade já tenha sido revelada ao fim da primeira temporada, o medo dela em ser desmascarada e ficar conhecida por toda a sociedade também é outro atrativo para essa sequência que é um pouco diferente da primeira, mas com uma boa história e sequências interessantes.

Apesar do ritmo cadenciado, há movimentos bem coreografados entre o novo casal e muitos ganchos deixados para uma terceira temporada, o que motiva o espectador a acompanhar essa obra, bastante fantasiosa e com menos apelação. Uma diversão garantida por horas.

Cotação: 4,5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Bridgerton-1ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Bridgerton-1ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Romances sempre mexem com o imaginário e os corações dos espectadores, por suas histórias inspiradoras, com personagens em busca do par perfeito e o ideal de casamento ser por amor. Momentos ardentes, intrigas, fofocas e traições também regam histórias do gênero, e o que dizer se tudo isso ocorrer no século XIX, na bucólica e encantadora Londres? Inspirado na obra de Julia Quinn, ‘Bridgerton’ ilustra uma sociedade inglesa no período regencial, em 1813, com foco no duque de Hastings (Regé-Jean Page) e da família Bridgerton, uma das mais influentes da elite londrina.

Acompanhamos Daphne Bridgerton (Phoebe Dynevor), filha mais velha dos Bridgerton que debuta na mais alta sociedade com a esperança de se casar e encontrar o verdadeiro amor. Ela atrai a atenção de todos os homens e é apontada como o diamante raro da temporada, mas nem tudo são flores. As fofocas correm soltas, sendo publicadas em um jornal com artigos assinados por Lady Whistledown, deixando as pessoas da corte londrina abismadas. Ela traça um plano junto do duqye de Hastings, que consiste em fazer todos acreditarem que ambos estão apaixonados, e isso consequentemente aumentaria o prestígio de Daphne e faria o duque ficar distante dos olhares de outras moças ansiosas por um casamento.

A série começa num clima bem morno, com uma senhorita Bridgerton bastante na defensiva e o duque de Hastings como se não quisesse nada, mas a trama melhora quando corre uma fofoca de que ambos foram vistos no jardim durante um baile, e isso provoca enorme rebuliço, movimentando a família de Daphne, que fará tudo para proteger sua honra, com a iniciativa do irmão Anthony. E a narração de Lady Whistledown, feita por Julie Andrews, vai provocar enorme frenesi nos personagens e nos espectadores, pois os artigos revelam muitas intimidades dos londrinos, o que acaba por incomodar muitos, inclusive a rainha Charlotte.

A narrativa é bem construída, o foco pode estar no casal Hastings e Bridgerton, os arcos dos personagens são bem traçados, como de Anthony, irmão mais velho de Daphne, que passamos a compreender as dificuldades que ele tem de se apaixonar, além do duque de Hastings, que compreendemos sua resistência primeiramente em se casar e posteriormente de ter filhos. Personagens secundários como a rainha Charlotte e Eloise, uma das irmãs de Daphne Bridgerton, serão forças-motirzes para o desenvolvimento da história. A primeira que vai promover com todas as forças uma investigação sobre a descoberta da identidade de Lady Whistledown para depois silenciá-la, e a segunda, atuante e que provocará debates sobre o papel da mulher no século XIX.

Não poderia deixar de destacar a fotografia e figurinos, que retrataram muito bem o charme e o glamour de uma Inglaterra de dois séculos antes, além dos ambientes inspiradores, alegres e cheios de ornamentos. Quem acompanha se sente no período regencial inglês e se empolga com os grupos sociais em volta, acompanhada de uma fotografia pastel. E podemos notar a atmosfera pesada e triste dos grupos menos favorecidos no tom cinza.

Com uma história cheia de percalços, em meio a um ambiente bucólico, ‘Bridgerton’ ao fim dos oito primeiros episódios apresenta lacunas a serem preenchidas nas próximas temporadas, além de personagens ainda a serem explorados e com pouca exposição. Vale assistir.

Cotação: 4/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota