Poltrona Séries: Biohackers-2ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Biohackers-2ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Em âmbito científico e corporativo, muitos cientistas já se demonstraram capazes de procedimentos imorais e antiéticos em busca de dinheiro, poder e prestígio. Mas até onde estão dispostos a arriscar para alcançar seus objetivos? Na primeira temporada, a série alemã ‘Biohackers’, exibida no serviço de streaming Netflix, abordou o projeto Homo Deus, desenvolvido pela professora Lorenz, que usava seres humanos como cobaias e explorava por completo o DNA humano. Emma Engels, ou Mia, como ficou conhecida na produção, buscou vingar o irmão, vítima do projeto e desmascarar todos que estavam por trás do Homo Deus. Agora temos os desdobramentos e consequências das escolhas de Mia nesta segunda temporada, com seis episódios.

Na sequência da obra, nos deparamos com Mia bastante desorientada, com fortes dores de cabeça, nariz sangrando, alguns flashes em sua mente, além da perda considerável de memória. Ela não se lembra do que aconteceu nos últimos três meses e ao visitar o namorado Niklas, ela encontra a casa vazia, mas vê seu colega Jasper ainda morando lá, e descobre que estão namorando. Sedenta por descobrir o que aconteceu com ela, Mia vai contar com a ajuda de seus colegas Cult, Jing Xiang e Chen-Lu, além da professora Lorenz, que suspeita que foi sabotada no projeto Homo Deus, e deseja voltar a trabalhar após ter sua reputação destruída.

Na medida que a história se expande, os arcos dos novos personagens ganham contornos sombrios e bem tensos, principalmente o de Andreas Winter, que parecia ser um aliado de Mia, mas que a acabou por sequestrá-la e encabeça um novo projeto, o Oblivion, que é bem mais complexo e perigoso que o Homo Deus. O lado obscuro da ciência é bem explorado ao longo da narrativa e visa envolver cada vez mais os espectadores, mostrando a eles que há muito mais por trás de procedimentos que envolvem dados complexos, cálculos e códigos.

Há uma perfeita sintonia com os eventos do presente e as memórias de Mia, que ajudam a explicar o que realmente aconteceu com ela. O uso dos flashbacks e da visão embaçada são fundamentais no desenvolvimento da história e as reviravoltas são surpreendentes, revelando um perigoso esquema, colocando até mesmo Jasper em perigo. E não para por aí, descobrimos quem é quem e se há mais alguém disposto a derrubar Mia. A posição da professora Lorenz é bem diferente do que demonstrou na primeira temporada, mas é bom ficar de olho nela, pois ainda tem segredos que não foram revelados acerca de seu passado e ela não passa confiança a cada cena em que aparece.

Clima de tensão e mistério, um clímax perturbador e um enredo que tem muito a mostrar e ensinar sobre a ciência e uma de suas áreas cada vez mais em expansão, o biohacking. Vale a conferida.

Cotação: 4/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Biohackers-1ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Biohackers-1ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Como seria o mundo sem doenças? Vale tudo pelo bem comum, mesmo que sejam utilizados métodos contrários à ética e à moral na área da saúde? Com foco na Biologia Sintética e Biohacking, o serviço de streaming Netflix traz a série alemã ‘Biohackers’, com seis episódios em sua primeira temporada, e sua história que envolve busca pela fama e vingança.

A estudante de Medicina Mia (Luna Edler), em seu primeiro período em uma universidade em Freiburg (Alemanha) tenta se destacar entre os demais alunos e passa a integrar uma pesquisa importante sobre mapeamento genético e alterações, liderada por Tanja Lorenz (Jessica Schwarz), professora e biocientista de fama internacional. Mia tenta descobrir se Lorenz tem alguma relação com um trágico acidente que vitimou sua família e o que está de fato por traz do projeto desta, intitulado Homo Deus.

“A biomedicina pode ser o futuro da humanidade, podemos não ter mais crianças que contraiam doenças e se você quer se destacar, use métodos novos e não reproduza o que outros fizeram”. Essas três frases, além de mexerem com o emocional do espectador, traduzem bem a primeira temporada, com uma frenética competição entre calouro e professor e um desejo de revanche por parte da aluna e de projeção por parte da pesquisadora, que já é conhecida e quer ser vista futuramente como a salvadora da raça humana. Os procedimentos utilizados por Mia na tentativa de desmascarar Lorenz são questionáveis, mas o que a cientista faz em termos de pesquisa e as condutas para manter sua reputação e o prestígio de seu projeto são amorais e violam direitos fundamentais, como vida e integridade física.

Além da intrigante e instigante história, também se vê um satisfatório desenvolvimento das personagens e o encaixe dos secundários, que contribuem para importantes desdobramentos até o clímax, quando Mia e Lorenz ficam frente a frente e ambas estão a par de todos os segredos que cada uma guarda consigo. A estudante é meticulosa, junta peças que encontra e até usa mentiras para chegar ao seu alvo, e a antagonista também possui características fortes, como a ambição, ousadia e sua capacidade de manipular todos ao seu redor para conseguir o que quer e encobrir seus crimes. E o desfecho dá um gancho interessante para uma possível sequência, com muito mais perigo e ganância.

Com uma trama moderna, muitas intrigas, surpresas e traições, ‘Biohackers’ mostra que a ciência, principalmente a Biomedicina, dá espaço para muitos debates acerca de buscas por soluções dos problemas que afligem a humanidade e tem muito ainda o eu ser explorado.

Cotação: 4/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota