Brasil perde espaço no streaming enquanto plataformas estrangeiras ampliam domínio, aponta Ancine

Brasil perde espaço no streaming enquanto plataformas estrangeiras ampliam domínio, aponta Ancine

Brasil perde espaço no streaming enquanto plataformas estrangeiras ampliam domínio, aponta Ancine
Panorama VOD 2025 aponta baixa circulação de obras nacionais e reforça necessidade de marco regulatório para ampliar visibilidade, diversidade e competitividade do audiovisual brasileiro

A Agência Nacional do Cinema (ANCINE), vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), divulga o Panorama VOD 2025, estudo que analisa a oferta, a circulação e a diversidade da obra audiovisual no ambiente de vídeo sob demanda no Brasil. Os dados revelam um cenário de crescimento do mercado, mas com redução contínua da presença da produção brasileira nos catálogos das plataformas de maior audiência, além de baixa circulação das obras nacionais entre os serviços.
 

O levantamento mostra que, embora o setor avance em número de assinantes e expansão de receita, a participação da obra brasileira no ambiente digital permanece limitada e concentrada, especialmente nas plataformas estrangeiras que dominam o mercado. A análise reforça a necessidade de mecanismos que ampliem competitividade, visibilidade e equilíbrio no ecossistema audiovisual.
 

“Os dados mostram que, sem um marco regulatório, a produção brasileira perde espaço justamente nas plataformas que mais influenciam o consumo cultural no país. O Ministério da Cultura tem atuado lado a lado com a Ancine para enfrentar esse desequilíbrio e construir, juntamente com o setor e com o Congresso, uma regulação que valorize a diversidade e a potência do audiovisual nacional. Regular o streaming é garantir soberania cultural, equilibrar o mercado e assegurar que as obras brasileiras cheguem ao público em toda sua riqueza e pluralidade”, destacou a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
 

Baixa participação da obra brasileira nas plataformas de maior alcance 

O Panorama confirma que as cinco plataformas líderes de audiência no Brasil disponibilizam apenas 6,3% de obras brasileiras em seus catálogos, sendo 3,4% provenientes de produtoras independentes. Quando se exclui o Globoplay, que concentra grande parte da oferta nacional, o índice cai para 2,7% nas quatro plataformas estrangeiras de maior alcance, com apenas 2,2% de obras independentes brasileiras.
 

Essa baixa presença demonstra a dificuldade de inserção da produção nacional nos serviços mais consumidos pelos brasileiros e evidencia assimetrias na exposição ao público. O estudo indica que, sem instrumentos legais que promovam equilíbrio competitivo, a não ficção, o documentário, a animação e outros segmentos nacionais permanecem sub-representados nos ambientes de maior visibilidade.
 

“O panorama evidencia que o crescimento do mercado de streaming não tem sido acompanhado pelo aumento da presença e da circulação da obra brasileira. Há uma assimetria estrutural que limita o alcance do nosso conteúdo e fragiliza a sustentabilidade do setor. A Ancine tem trabalhado de forma contínua na produção de dados, no aprimoramento regulatório e na construção de mecanismos que ampliem competitividade, visibilidade e investimento no audiovisual nacional. É fundamental avançar para um ambiente regulado, equilibrado e capaz de garantir oportunidades reais para quem produz no Brasil”, reforçou o presidente da Ancine, Alex Braga.
 

Circulação reduzida limita alcance e sustentabilidade econômica

Além da baixa presença nos catálogos mais populares, o estudo revela que a circulação da obra brasileira entre plataformas é extremamente restrita. Mais de 3.700 títulos nacionais estão disponíveis em apenas uma ou duas plataformas, o que reduz o alcance do conteúdo e limita oportunidades de descoberta pelo público.
 

O levantamento aponta ainda que somente 52,3% dos filmes brasileiros lançados entre 1995 e 2024 estão hoje disponíveis no VOD. A situação é semelhante quando analisamos a produção que passou pela TV por assinatura: das 12.660 obras exibidas entre 2015 e 2024, apenas 27,5% migraram para o ambiente digital.
 

A escassez de janelas e a baixa circulação comprometem o retorno econômico para produtores e distribuidoras, dificultam a construção de audiência e fragilizam a sustentabilidade de obras independentes, que dependem fortemente da ampliação de mercados para se manterem competitivas.
 

Plataformas brasileiras sustentam maior presença nacional

O estudo também evidencia que a presença da produção brasileira no VOD depende, sobretudo, das iniciativas locais. As plataformas brasileiras disponibilizam 3.906 obras nacionais, enquanto as estrangeiras oferecem 3.641, apesar de terem catálogos gerais mais que o dobro do tamanho das nacionais. As plataformas brasileiras representam apenas 38% do volume total de obras encontrado nos serviços globais.

Esse desequilíbrio revela que a manutenção do acervo nacional é sustentada principalmente por plataformas brasileiras que operam em condições de competição desiguais quando comparadas às grandes empresas estrangeiras, que concentram escala, dados, algoritmos e capacidade financeira superior.
 

Marco legal para equilibrar o setor

Os dados indicam um movimento de redução contínua da oferta brasileira nos catálogos das principais plataformas de VOD, ainda que existam ganhos pontuais em serviços específicos. O núcleo dominante do mercado, composto pelas plataformas globais de maior audiência, tem diminuído a presença do conteúdo nacional, reduzindo diversidade, visibilidade e alcance das obras brasileiras no ambiente digital.
 

Diante desse cenário, o estudo aponta que um marco regulatório é fundamental para garantir condições mais equilibradas de competição, fortalecer os serviços brasileiros, ampliar a disponibilidade da produção nacional e assegurar a circulação de conteúdos independentes. A regulamentação é vista como etapa estratégica para consolidar um ecossistema audiovisual mais diverso, plural e sustentável.
 

“Os dados deixam claro que o modelo atual não garante condições justas para a presença e a circulação do conteúdo brasileiro no streaming. Enquanto o mercado cresce e as plataformas ampliam sua receita, a participação da obra nacional encolhe. Isso não é um movimento natural: é o resultado de uma assimetria estrutural que precisa ser enfrentada. O Ministério da Cultura, em parceria com a Ancine, trabalha buscando diminuir essas distorções e assegurar que a produção brasileira não seja tratada como exceção num mercado que se beneficia do público brasileiro. A regulação é um passo indispensável para garantir equilíbrio, diversidade e sustentabilidade ao audiovisual do país”, conclui o secretário-executivo Márcio Tavares.
 

Confira a pesquisa na íntegra aqui.
 

Yanuni, coprodução brasileira e indígena está na shortlist do Oscar 2026

Yanuni, coprodução brasileira e indígena está na shortlist do Oscar 2026


 

YANUNI, coprodução brasileira e indígena, está na shorlist do Oscar 2026
 

Coproduzido pela Cacica Juma Xipaia e Leonardo DiCaprio, filme está na lista das 15 produções que podem conquistar uma indicação na categoria de Melhor Documentário.

Com grande reconhecimento em festivais dedicados ao cinema ambiental pelo mundo, YANUNI retrata a trajetória de Juma Xipaia e de seu marido, o agente do Ibama Hugo Loss, na linha de frente do enfrentamento ao garimpo e da preservação da Amazônia

Poster do documentário YANUNI. Arte fotográfica: Evelyn Lynam Ruiz | @evelyn_lynam_ruiz
 

– A coprodução brasileira e indígena YANUNI entra na lista de pré-candidatos ao Oscar 2026. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou nesta terça-feira, dia 16, a shortlist de possíveis indicados em dez categorias, incluindo Melhor Documentário. Os indicados ao Oscar 2026 serão revelados no dia 22 de janeiro e a cerimônia será realizada no dia 15 de março.

O filme acompanha a trajetória de Juma Xipaia, cacica da aldeia Kaarimã, na Terra Indigena Xipaya, no município de Altamira (PA), que, ao lado do seu marido, Hugo Loss, agente ambiental e então coordenador de operações de fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), luta contra o avanço da mineração e do garimpo, em defesa dos territórios indígenas, povos e comunidades da Amazônia. Em meio a constantes ameaças, ela ainda vive uma maternidade, expondo-se aos conflitos, mesmo a custo pessoal.

Com sua narrativa impactante sobre a sabedoria e a resistência indígena, o documentário é uma produção da Malaika Pictures, com produção executiva de Eric Terena e conta também com participações das artistas indígenas Katu Mirim e Djuena Tikuna, na construção da trilha sonora.

Produzido pela cacica Juma Xipaia e por Leonardo DiCaprio, com direção de Richard Ladkani (Perseguição em Alto Mar e O Extermínio do Marfim), YANUNI, acumula prêmios em festivais internacionais e tem se consolidado como um dos títulos mais premiados do cinema ambiental esse ano.

YANUNI iniciou sua trajetória em grandes festivais, como Filme de Encerramento no Tribeca Festival, em Nova York, um dos eventos mais relevantes do circuito internacional. Recebeu o Grand Teton e ganhou como melhor longa-metragem documental (feature documentary) no Jackson Wild Media Award, considerado o Oscar do cinema de natureza. Em Los Angeles (EUA), YANUNI também recebeu o prêmio de Melhor Documentário no Red Nation International Film Festival, o maior festival de cinema de Povos Originários e Indígenas no mundo.

No Brasil, foi reconhecido com o Prêmio do Público de Documentário Internacional na 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo — um dos mais tradicionais e importantes eventos audiovisuais da América Latina.

Cinco filmes de Natal para treinar inglês neste fim de ano

Cinco filmes de Natal para treinar inglês neste fim de ano


5 filmes de Natal para treinar inglês neste fim de ano

Lista reúne cinco títulos para quem quer aprender o idioma de forma leve, divertida e imersa no espírito natalino
 

São Paulo, dezembro de 2025 – À medida que o fim do ano se aproxima, muita gente aproveita o clima natalino para reunir amigos e família e curtir alguns dias de descanso. Assistir a filmes em inglês nesse período é uma das maneiras mais naturais e eficientes de ampliar vocabulário, treinar listening e desenvolver fluência de forma leve.

O estudo The Effect of English Film on Students’ Listening Comprehension Skills, realizado com estudantes do Ensino Médio, mostra que após o contato com filmes em inglês, os alunos apresentaram melhora significativa na compreensão auditiva, menor dificuldade com sotaques e fala rápida, e vocabulário ampliado.

“Assistir filmes e séries, e até ouvir música, são caminhos democráticos para aprender inglês: basta dar play. Não importa o nível do estudante, sempre há algo novo a ser absorvido. Quando o aprendizado acontece por meio do entretenimento, o cérebro retém melhor o conteúdo porque estamos relaxados, curiosos e emocionalmente envolvidos com a história”, explica Hugo Albuquerque, gerente de Produtos Educacionais do CNA.

O especialista selecionou cinco filmes perfeitos para aproveitar o clima de fim de ano enquanto se pratica o idioma sem perceber:
 

Home Alone (Esqueceram de Mim)

Clássico absoluto do Natal, com diálogos simples, humor universal e vocabulário do cotidiano, ideal para estudantes iniciantes e intermediários. As falas têm ótimo ritmo e articulação clara, o que facilita o treino de listening.

Onde assistir: Disney Plus
 

The Christmas Chronicles (Crônicas de Natal)

Com linguagem moderna e expressões atuais, é ótimo para treinar inglês falado de forma natural. Os diálogos são espontâneos e divertidos, com boa prática de entonação, ritmo e vocabulário de adolescentes e jovens adultos.

Onde assistir: Netflix
 

Klaus

Animação com narrativa envolvente e diálogos articulados, com ritmo mais tranquilo que a maioria dos filmes natalinos. Fácil de acompanhar para níveis intermediários, já que o contexto visual reforça o entendimento das falas.

Onde assistir: Netflix

Holidate (Amor com Data Marcada)

Comédia romântica com linguagem contemporânea, cheia de expressões típicas do dia a dia. Ajuda o estudante a aprender como as pessoas realmente falam em situações informais e sociais.

Onde assistir: Netflix
 

How the Grinch Stole Christmas (O Grinch)

Com humor físico, vocabulário acessível e história familiar para a maioria do público, é ideal para quem quer treinar inglês sem esforço. Os diálogos são claros e a contextualização visual facilita a compreensão.

Onde assistir: Amazon Prime Video

Nouvelle Vague estreia dia 18 de dezembro

Nouvelle Vague estreia dia 18 de dezembro

 

Mares Filmes e a Alpha Filmes tem o prazer de apresentar o cartaz nacional e o trailer legendado da aclamada biografia NOUVELLE VAGUE (Nouvelle Vague), do premiado cineasta Richard Linklater (“Blue Moon” e “Boyhood“), que chegará exclusivamente nos cinemas brasileiros no dia 18 de dezembro.

 

Trailer YouTube: https://youtu.be/fmf3mu9BrBA

 

 

Estrelado por Guillaume Marbeck (como Jean-Luc Godard), Zoey Deutch (como Jean Seberg) e Aubry Dullin (como Jean-Paul Belmondo), a trama do filme acompanha os bastidores das filmagens de “Acossado” de Jean-Luc Godard, um marco da Nouvelle Vague, movimento cinematográfico francês.

 

Seleção Oficial Festival de Cannes 2025, o filme foi indicado no Gotham Awards, na categoria de Melhor Filme Internacional e foi eleito pela prestigiada Cahiers du Cinéma um dos 10 melhores filmes do ano, além de se destacar e receber elogios pelos festivais que vem sendo exibido, com 90% da crítica e 84% da aprovação do público no Rotten Tomatoes.

 

Alguns críticos destacam que, apesar da homenagem, a produção francesa não reinventa a linguagem como os filmes da primeira onda fizeram, mas funciona como carta de amor ao cinema e àquele momento histórico.

 

NOUVELLE VAGUE (Nouvelle Vague) estreia exclusivamente nos cinemas brasileiros no dia 18 de dezembro, com distribuição da Mares Filmes e a Alpha Filmes.

20th Century Studios | Avatar: Fogo Cinzas – Retrospectiva James Cameron

20th Century Studios | Avatar: Fogo Cinzas – Retrospectiva James Cameron

Premiado no Oscar e dono da maior bilheteria da história, cineasta revolucionou a ação e a ficção científica nas telonas


Poucos cineastas têm uma carreira tão brilhante quanto James Cameron. Em uma trajetória que já dura mais de 40 anos, o diretor de Titanic (1997), Avatar (2009) e muito mais, construiu uma filmografia que coleciona troféus no Oscar e lidera o ranking da maior bilheteria de todos os tempos. Mesmo com todos esses recordes e honrarias, ele não planeja parar tão cedo e atualmente prepara o lançamento de Avatar: Fogo e Cinzas, um dos filmes mais esperados de 2025. Porém, antes de conferir o novo capítulo da saga, vamos voltar no tempo e fazer uma retrospectiva da jornada de James Cameron à elite de Hollywood.

A história de Cameron começa como a de muitos trabalhadores do cinema: de forma independente. Inspirado pelo lançamento do primeiro filme de Star Wars, em 1977, ele se juntou ao amigo Randall Frakes para escrever e dirigir Xenogenesis, curta de ficção científica financiado por dentistas e filmado na sala de casa. O projeto trouxe temas e ideias que Cameron veio a explorar no futuro – como o convívio entre humanos e robôs, alienígenas azuis e mais –, mas é mais lembrado por tê-lo levado ao lendário diretor, roteirista e produtor Roger Corman.

Na produtora de Corman, o jovem James Cameron teve seus primeiros trabalhos formais na indústria, indo desde miniaturas e efeitos especiais à direção de arte. Essas experiências renderam ao cineasta a chance de mostrar a que veio em Piranha II: Assassinas Voadoras (1982), em que trabalharia como diretor de efeitos especiais, mas assumiu o comando quando o diretor original deixou o projeto por diferenças criativas. Infelizmente, o próprio Cameron teve sua cota de problemas com os produtores e ficou tão descontente com o resultado final que o renega ao ponto de não considerá-lo sua estreia em longas-metragens.

Se você perguntar a Cameron, ele vai te dizer que estreou como diretor em O Exterminador do Futuro (1984). Inspirado pelo slasher Halloween – A Noite do Terror (1978) e por um pesadelo envolvendo um tronco metálico armado por facas, o cineasta criou a história de Sarah Connor (Linda Hamilton), uma jovem perseguida em 1984 pelo Exterminador (Arnold Schwarzenegger), um ciborgue enviado de 2029 para matá-la e impedir que ela dê à luz ao futuro salvador a humanidade da extinção pelas mãos das máquinas.

Arnold Schwarzenegger em O Exterminador do Futuro

O filme fez enorme sucesso, catapultando as carreiras do elenco e, principalmente, do diretor, que usou o reconhecimento de crítica e bilheteria para convencer executivos a deixá-lo comandar a continuação de Alien: O Oitavo Passageiro (1979). Ciente de que seria impossível recapturar a magia do primeiro, um clássico instantâneo do terror, ele decidiu incrementar o novo capítulo com a combinação entre ação e suspense que havia dominado no longa anterior.

O resultado foi Aliens: O Resgate (1986), que mostra o despertar de Ellen Ripley (Sigourney Weaver) décadas após o encontro com o Xenomorfo. Traumatizada e desacreditada, ela acaba de frente com os alienígenas novamente quando precisa embarcar em uma missão para investigar a perda de comunicação com uma colônia humana na Lua onde os ovos dos alienígenas assassinos foram encontrados.

Não é exagero dizer que James Cameron dobrou a intensidade, a tensão e o escopo em relação a O Exterminador do Futuro, ao ponto de Aliens ser um raro caso em que a sequência é tão boa – se não melhor – que o antecessor. Todo esse capricho compensou com sucesso de público, com uma bilheteria que dobrou a de Exterminador, e de crítica, sendo o primeiro filme da carreira do diretor a ser indicado ao Oscar, levando os troféus de Melhor Edição de Som e Melhores Efeitos Visuais.

Sigourney Weaver em Aliens: O Resgate

Com o prestígio de Aliens: O Resgate, James Cameron decidiu explorar uma ideia antiga sobre uma de suas paixões: o fundo do mar. O Segredo do Abismo (1989) é um suspense que acompanha um grupo da marinha dos EUA investigando o misterioso desaparecimento de um submarino norte-americano. Porém, em vez de um possível crime de guerra, eles se deparam com algo ainda mais sinistro: alienígenas.

Assim como outros títulos da filmografia do diretor, o longa é resultado de uma produção tão ambiciosa quanto grandiosa, com 40% do filme situado embaixo d’água. Essa escolha criativa levou a desafios práticos, que vão desde gravações em gigantescos tanques de água em uma usina nuclear abandonada até um trabalho de computação gráfica que levou as possibilidades da técnica ao limite da época. Um trabalho que depois foi reconhecido no Oscar, que deu a O Segredo do Abismo o prêmio de Melhores Efeitos Visuais.

Ed Harris e Mary Elizabeth Mastrantonio em O Segredo do Abismo

Após explorar o fundo do mar, James Cameron voltou para a superfície e, mais específicamente, para o universo que lhe abriu as portas em Hollywood. Em 1991, chegou aos cinemas O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991), que nasceu da inusitada ideia de transformar o Exterminador em herói e mostrá-lo unindo forças a Sarah Connor e seu filho, John (Edward Furlong), o jovem destinado a destruir o império das máquinas que novamente tenta matá-lo enviando um ciborgue do futuro.

O longa marcou um novo auge na carreira do diretor em praticamente todos os sentidos, o que se refletiu na maior bilheteria de sua carreira até ali e a vitória em quatro categorias no Oscar, incluindo na tradicional categoria de Melhores Efeitos Visuais. A produção também firmou uma nova parceria entre o cineasta e Arnold Schwarzenegger, justamente a estrela de seu filme seguinte.

Cameron deu sequência a Exterminador 2 com True Lies (1994), filme inspirado no francês La Totale! (1991), em que misturou ação e comédia para contar a história de Harry Tasker (Schwarzenegger), um espião do governo dos EUA que está no encalço de um grupo terrorista. Porém, durante a missão, ele descobre que a persona chata que usa como disfarce o afastou da esposa, Helen (Jamie Lee Curtis), que está cada vez mais entediada e descontente com o casamento. Harry decide levá-la na missão, em tentativa desesperada de salvar o mundo e seu relacionamento ao mesmo tempo.

Assim como O Segredo do AbismoTrue Lies é ofuscado por estar entre dois grandes clássicos da carreira de James Cameron. Afinal, três anos após essa comédia de ação descompromissada, o cineasta lançou nos cinemas outra de suas obras primas: Titanic (1997).

Baseado na tragédia real do naufrágio do RMS Titanic em 1912, o longa conta o improvável romance de Rose (Kate Winslet) e Jack (Leonardo DiCaprio), casal que se conhece e vive uma avassaladora história de amor a bordo do navio. Isso é, até ele colidir com um iceberg, causando uma intensa luta por sobrevivência da qual parte da tripulação não sai com vida.

Quase 30 anos depois, o filme dispensa apresentações e isso se deve ao nível de espetáculo trazido à tela. O épico que mistura romance e desastre arrebatou o público e se tornou a maior bilheteria da história – até ser superado por outro projeto do diretor anos depois. A crítica também se rendeu ao longa, que venceu 11 Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção. Impressionante por si só, esse número deu a Titanic o posto de maior vencedor da história da premiação ao lado de Ben-Hur (1967) e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003), que também levaram 11 troféus para casa.

Leonardo DiCaprio e Kate Winslet em Titanic

Após o bombástico sucesso de Titanic, James Cameron voltou suas atenções a duas coisas distintas. A primeira foi a direção de documentários, começando com Fantasmas do Abismo (2003), em que explorou os destroços do RMS Titanic com tecnologia 3D e utilizou as imagens atuais para reconstituir a aparência original do navio. O projeto foi seguido por Criaturas das Profundezas (2005), em que se uniu a cientistas da NASA e biólogos para explorar o sistema montanhoso localizado no fundo do mar para investigar como vivem criaturas nesse ambiente e como essas condições poderiam moldar espécies alienígenas.

Por trás das câmeras, Cameron se dedicou ao desenvolvimento de tecnologias cinematográficas potentes o suficiente para realizar um projeto que estava em sua mente desde a década de 1990: Avatar.

Novamente inspirado por um sonho e por histórias clássicas de aventura e ficção científica, o cineasta criou Pandora, uma lua que se torna alvo de colonização por parte dos humanos, que querem extrair uma substância valiosa. O plano colonizador coloca em risco toda a vida no local, o que leva os nativos Na’Vi a se levantarem contra a exploração com a ajuda de Jake Sully (Sam Worthington), um humano que passa a habitar um corpo Na’Vi graças ao avançado Programa Avatar.

Avatar chegou aos cinemas em 2009 trazendo um espetáculo que transpira trabalho e criatividade. Além do impressionante aspecto tecnológico, que possibilitou uma exibição em 3D com qualidade nunca antes vista e a criação de um mundo fantástico com uma inigualável riqueza de detalhes, a produção conta com designs de encher os olhos e até trouxe uma língua própria desenvolvida pelo renomado linguista Paul Frommer. Um trabalho que levou o público em massa aos cinemas, transformando-o na maior bilheteria de todos os tempos. Prestígio que chegou também ao Oscar, que deu ao longa três estatuetas, incluindo um prêmio de Melhores Efeitos Visuais que nunca foi tão merecido.

Zoe Saldaña e Sam Worthington em Avatar

Apaixonado por esse universo e seus personagens, James Cameron passou a se dedicar quase exclusivamente às aventuras em Pandora. O cineasta e sua equipe começaram a trabalhar para expandir o longa não em uma, mas em quatro sequências, focadas em desenvolver a épica jornada de Jake e sua esposa, a Na’vi Neytiri (Zoe Saldaña), enquanto exploram novos locais e culturas do planeta.

A primeira continuação foi Avatar: O Caminho da Água (2022), que chegou aos cinemas mais de uma década após o longa original e provou que o público está mais do que disposto a acompanhar o cineasta em sua saga sci-fi. Situado anos após Avatar, a sequência acompanha Jake, Neytiri e seus filhos buscando abrigo no Povo da Água após o retorno dos humanos.

O longa abocanhou o Oscar de Melhores Efeitos Visuais e arrecadou dinheiro o suficiente para se tornar a terceira maior bilheteria da história – se unindo a um top 5 que inclui o primeiro Avatar (1º) e Titanic (4º).

Zoe Saldaña e Sam Worthington em Avatar: O Caminho da Água

Felizmente, os fãs não vão precisar esperar mais de uma década para conferir o novo capítulo dessa saga. Três anos após O Caminho da Água, a franquia retorna em dezembro de 2025 com Avatar: Fogo e Cinzas, longa que mostrará a família Sully lidando com o perigoso Povo das Cinzas, que renegou a pacífica cultura dos Na’Vi em favor de um caminho mais sombrio que os leva a unir força com os humanos, ainda interessados em explorar Pandora.

Oona Chaplin em Avatar: Fogo e Cinzas

Enquanto aguarda a estreia do terceiro Avatar, que chega aos cinemas do Brasil em 19 de dezembro de 2025, você pode conferir boa parte da filmografia de James Cameron – incluindo os dois primeiros filmes da franquia, Titanic e mais – no Disney+.

AVATAR: FOGO E CINZAS estreará 18 de dezembro nos cinemas de toda Latinoamérica em IMAX 3D, Dolby Cinema 3D, RealD 3D, Cinemark XD, 4DX, ScreenX e telas premium.

Sobre AVATAR: FOGO E CINZAS

Em AVATAR: FOGO E CINZAS, James Cameron leva o público de volta a Pandora em uma aventura imersiva com o ex-fuzileiro naval que se tornou líder Na’vi Jake Sully (Sam Worthington), a guerreira Na’vi Neytiri (Zoe Saldaña) e a família Sully. O filme, que tem roteiro de James Cameron, Rick Jaffa e Amanda Silver, e história de James Cameron, Rick Jaffa, Amanda Silver, Josh Friedman e Shane Salerno, também é estrelado por Sigourney Weaver, Stephen Lang, Oona Chaplin, Cliff Curtis, Britain Dalton, Trinity Bliss, Jack Champion, Bailey Bass e Kate Winslet.