
Estamos habituados a ver reboots e adaptações nos últimos anos, com estes em menor escala. Apesar disso, não é menos importante uma história com inspiração em outras de sucesso, com uma nova roupagem e elementos modernos da atual época, e isso ocorre com “A Lenda de Ochi”, nova produção da A24. Mas será que essa fórmula deu resultado ou foi capaz apenas de fisgar públicos de décadas passadas?
Em uma vila remota na ilha de Carpathia, Yuri, uma garota tímida de uma fazenda, foi criada para temer uma espécie animal denominada Ochi. Porém, quando Yuri descobre um bebê Ochi ferido e abandonado, ela parte em uma aventura para levá-lo para casa. Além do desafio de encontrar o caminho, Yuri terá de se deparar e superar diversos obstáculos e criaturas, deixando sua trajetória. ainda mais emocionante.
Quem acompanha a aventura do início ao fim se lembra de obras como “ET” e “História sem Fim”, com muitos efeitos visuais que remetem ao lúdico, personagens carismáticos e uma autêntica jornada do herói. A família de Yuri inicialmente é desunida, mas consegue ser bem reconstruída, reforçando a importância do amor e da cumplicidade. Ensinamentos sobre amor e paixão também são explorados, com muita delicadeza e sutileza.
Em dados momentos, o filme assume uma aura sombria e perturbadora, com cenas fortes regadas com mutilação e sangue, e a trilha sonora induzindo o espectador à ansiedade. Rituais com animais também são representados, e somente quem tem estômago consegue suportar essas cenas, mas esse desconforto não dura muito tempo. Há uma perfeita transição para situações menos perigosas até o desfecho positivo, mesmo que algumas sequências tenham sido previsíveis e com soluções rápidas.
Apesar do equilíbrio entre a bela estética visual com sensibilidade emocional dos personagens, o roteiro bateu demais nas referências e não houve a construção de uma identidade da obra ou se seria um blockbuster ou uma produção independente. Alguns espectadores poderiam se encantar com a representação visual, outros exigir um roteiro mais robusto e uma história mais consistente.
“A Lenda de Ochi” é uma bela fábula, com bons ingredientes, mas com problemas de combinação. Caso haja uma sequência, há chance de as arestas serem aparadas e a obra alçar os voos que os produtores e o público tanto esperam.
Cotação: 3/5 poltronas.
Por: Cesar Augusto Mota