Poltrona Cabine: Zerobaseone/Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Zerobaseone/Cesar Augusto Mota

A cultura coreana vem exercendo forte influência no Ocidente, principalmente na América Latina. O gênero musical K-pop se tornou popular entre jovens, não só pelas letras das músicas, mas também pelas coreografias e comportamento de seus integrantes. Após o sucesso do grupo BTS, em 2023 surge o Zerobaseone, que vem ganhando espaço entre diversos públicos a cada dia.

O documentário “Zerobaseone The First Tour/Timeless World” apresentará ao espectador a turnê 2024 da banda ao redor do mundo, com as principais performances, os bastidores das apresentações e depoimentos exclusivos de todos os integrantes. Quem curte o K-pop certamente ficará curioso para saber tudo o que os artistas pensam, seja sobre o mundo do entretenimento, como também sobre o estilo de vida do coreano. E quem nã0 conhece a banda e o gênero musical vai querer ficar por dentro e aprender sobre a cultura oriental.

No decorrer da obra, um outro lado do Zerobaseone é visto, o de jovens coreanos em ascensão e em aprendizado sobre as circunstâncias da vida. Muitas perguntas podem surgir: Como eles lidam com os problemas do cotidiano? Já experimentaram o stress ou sentiram a pressão para fazer e ficar no auge do sucesso? Como recebem o carinho dos fãs ou já se sentiram ameaçados? Muita curiosidade surge em torno do que é novo, e esse grupo de K-pop não fugiria à regra.

Zerobaseonse se mostrou um grupo homogêneo, com coreografias bem sincronizadas e com vozes hipnotizantes. O talento, a concentração e o perfeito equilíbrio entre os movimentos e o devido encaixe das vozes são os segredos para o sucesso recente desse grupo da quinta geração do k-pop, e com potencial para conquistar públicos de mais partes do mundo, não só na Ásia e América. O documentário não só apresenta a banda, como também explica o fenômeno K-pop e o porquê de causar tanto fascínio, principalmente entre os jovens.

“Zerobaseone The First Tour/Timeless World” é uma ótima opção para quem quer ficar por dentro das novidades do mundo do entretenimento e conhecer mais sobre um gênero musical que não só transmite mensagens como também tem moldado o comportamento das pessoas em um mundo cada vez dominado por tecnologias, que muitas vezes pode provocar afastamento, stress e ansiedade.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

HISTÓRIA DO FUTEBOL NO CINEMA: “ONDA NOVA” ESTREIA NOS CINEMAS NESTA QUINTA

HISTÓRIA DO FUTEBOL NO CINEMA: “ONDA NOVA” ESTREIA NOS CINEMAS NESTA QUINTA

Filme de 1983 com participações de Wladimir, Casagrande, Pitta e Osmar Santos retorna restaurado às telonas
ONDA NOVA
O futebol sempre foi muito mais do que um jogo e ONDA NOVA, clássico de 1983 que retorna restaurado às telas em 27 de março numa codistribuição entre Vitrine Filmes e Tanto Filmes, é um retrato de um momento importante em que esse esporte se tornou espaço de debate sobre direitos e liberdade no Brasil. Filmado no auge da Democracia Corinthiana, o longa conta com participações de Wladimir Rodrigues dos Santos, Walter Casagrande e Olívio Pitta, ícones do movimento que revolucionou o futebol brasileiro dentro e fora dos gramados. O locutor Osmar Santos, conhecido como a “Voz das Diretas Já”, também marca presença.
Dirigido por Ícaro Martins e José Antonio Garcia, ONDA NOVA acompanha as jogadoras do fictício “Gayvotas Futebol Clube”, um time de futebol feminino criado no ano em que a modalidade foi finalmente regulamentada no Brasil, após décadas de proibição. Entre treinos e desafios, as atletas enfrentam o preconceito de gênero e sexualidade dentro e fora de campo, enquanto se preparam para competir contra a seleção italiana. No elenco, Casagrande, Wladimir e Pitta aparecem como apoiadores do time das protagonistas. Ícones da Democracia Corinthiana, eles representavam um Corinthians que decidiu se autogerir, dando a cada jogador e funcionário voz igual nas decisões do clube. Enquanto nos bastidores do Parque São Jorge se debatia sobre liberdade dentro do futebol, ONDA NOVA levava esse espírito para as telas, ao narrar a luta de um time feminino para existir e se afirmar num esporte historicamente dominado por homens.
Considerado “amoral”, esse filme foi alvo da Ditadura Militar e foi interditado integralmente após sua primeira exibição na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 1983, adiando seu lançamento em salas na época. Agora restaurado em 4K, ele retorna aos cinemas numa co-distribuição da Vitrine Filmes e Tanto Filmes, após ter sido exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo de 2024.

Para o diretor Francisco Martins, a proibição de ONDA NOVA pela ditadura foi consequência direta da liberdade que o filme expressava: “É um filme onde o desejo assume o protagonismo. Mesmo não tratando diretamente de política, ele se tornou um alvo da censura porque celebrava o desejo como potência de vida e identidade – algo que, por si só, já era um ato de resistência”.O relançamento do filme só foi possível graças a um cuidadoso processo de restauração conduzido por Julia Duarte, Aclara Produções Artísticas e pela família de José Antonio Garcia, com apoio da Cinemateca Brasileira, Zumbi Post e JLS Facilidades Sonoras. Além da nova cópia em 4K, o cartaz e o trailer foram recriados, com o pôster assinado por Helena Garcia, filha do cineasta falecido em 2005.
Sinopse
ONDA NOVA, 1983, é uma comédia erótica e anárquica que reúne histórias das jogadoras do Gayvotas Futebol Clube, um time de futebol feminino recém-formado em plena ditadura militar, no ano em que o esporte foi regulamentado no Brasil, depois de ter sido banido por 40 anos. Com o apoio de renomados jogadores da época como Casagrande, Pitta e Wladimir, elas enfrentam os preconceitos de uma sociedade conservadora. Paralelamente, lidam com seus problemas pessoais e familiares, e se preparam para um simbólico jogo internacional contra a seleção italiana.

Ficha Técnica

Roteiro e Direção: Ícaro Martins e José Antonio Garcia

Elenco: Carla Camurati e Cristina Mutarelli; Cida Moreira, Cristina Bolzan, D’Artagnan Jr., Ênio Gonçalves, Lucia Braga, Luis Carlos Braga, Neide Santos, Patrício Bisso, Petrônio Botelho, Pietro Ricci, Pita, Regina Carvalho, Vera Zimmermann 

Atrizes convidadas: Regina Casé e Tânia Alves

Participações especiais: Caetano Veloso, Casagrande, Osmar Santos, Wladimir

Direção de fotografia: Antonio Meliande

Montagem: Eder Mazini

Direção de arte: Cristina Mutarelli

Música tema: Laura Finochiaro e Cristina Santeiro

Trilha original: Luiz Lopes

Produção executiva: Adone Fragano

Produção: Adone Fragano e José Augusto Pereira de Queiroz

Produtora: Olympus Filme

Filmes de Plástico vai produzir longa adaptado do romance de Leonardo Piana

Filmes de Plástico vai produzir longa adaptado do romance de Leonardo Piana

FILMES DE PLÁSTICO VAI PRODUZIR LONGA ADAPTADO DO ROMANCE DE LEONARDO PIANA

Livro premiado, Sismógrafo ganhará as telas
com direção e roteiro de Pedro Gonçalves Ribeiro

Foto: Leonardo Piana (Divulgação)

Primeiro romance do autor mineiro Leonardo Piana, “SISMÓGRAFO” será adaptado para o cinema pela Filmes de Plástico, produtora responsável por “MARTE UM” e “O DIA QUE TE CONHECI”. Publicada pela Macondo, a obra – que venceu o Prêmio Cidade de Belo Horizonte e foi finalista do Jabuti e do Prêmio São Paulo de Literatura – conta a história de Eduardo, que, anos depois de deixar sua cidade natal, volta a Andradas levando na mochila um envelope cheio de fotografias de Tomás, seu primeiro namorado.

O livro chegou até o produtor Thiago Macêdo Correia através do cineasta Pedro Gonçalves Ribeiro: “Pedro me mandou o livro, disse que via ali um filme muito forte, e ele estava certo. Tanto o livro me pegou em cheio quanto a ideia da adaptação parecia formidável”, diz o produtor.

O processo de adaptação está em estágio inicial e vai ter roteiro e direção do próprio Pedro, que estreia na direção de longas com o filme. Assim com a Filmes de Plástico e o escritor Leonardo Piana, Pedro também é mineiro, e realizou dois curtas bem-sucedidos em festivais importantes: “O RESTO” (prêmios do júri popular e da Abraccine no CinePE; direção no Cine Ceará) e “NOWHERE” (premiado em Oberhausen).

A adaptação de “SISMÓGRAFO”faz parte de uma nova gama de projetos produzidos pela Filmes de Plástico com cineastas estreantes em longa-metragem de ficção que têm uma visão de cinema admirada pela produtora. Além deste, a Filmes de Plástico está produzindo projetos de Letícia Simões, Karine Teles e Thiago Ricarte.

“Eu já era fã da Filmes de Plástico por filmes como ‘TEMPORADA’ e ‘NO CORAÇÃO DO MUNDO’, e foi uma surpresa extraordinária saber do interesse da produtora em adaptar o romance para o cinema. Estou confiante de que o entusiasmo e o olhar de Pedro para contar essa história vão fazer dessa adaptação um belo filme”, afirma o escritor.

Já o novo romance de Leonardo Piana, com o título provisório de “O LAMPEJO OCASIONAL”, acabou de vencer também o Prêmio Cidade de Belo Horizonte. Nele, o autor propõe uma leitura da elasticidade dos laços familiares e da nossa relação com o mundo não humano: quem (ou o quê), afinal de contas, podemos chamar de família?

Foto: Leticia Marota (Divulgação)

Dicas de séries/Anna Barros

Dicas de séries/Anna Barros

1- Uma advogada extraordinária

Uma jovem autista brilhante é contratada por um grande escritório de advocacia. Ela possui um QI alto e uma memória impressionante, mas tem dificuldade com interações cotidianas.Série coreana com 16 episódios. 

Na Netflix.

2- As Bruxas de Mayfair

Baseada na aclamada obra de Anne Rice, Mayfair Witches acompanha a Dra. Rowan Fielding, uma brilhante neurocirurgiã que descobre segredos obscuros sobre seu passado. Quando sua mãe biológica, com a quem ela não falava há anos, morre, ela descobre que herdou um casarão em Nova Orleans e faz parte de uma extensa dinastia de mulheres da família Mayfair. Mas quando viaja até a cidade para conhecer a casa, perceber que os Mayfair guardavam um sinistro segredo: as mulheres da família possuem poderes sobrenaturais.São oito episódios. Gênero: Terror. Já tem uma segunda temporada. 


Na Prime Vídeo. 


3- Aile: Laços de Paixão 

Em Aile: Laços de Paixão, a novela turca explora os aspectos mais controversos e complexos da “família” e os delicados equilíbrios que regem suas dinâmicas. Aslan (Kivanç Tatlitug), o chefe da poderosa família Soykan, se encontra em um conflito interno ao conhecer Devin (Serenay Sarikaya), uma psicóloga que compartilha das mesmas cicatrizes emocionais causadas pela sua própria família. Enquanto Aslan luta para resolver os mistérios e os segredos sombrios que marcaram sua linhagem, Devin busca curar as feridas deixadas por ambos os lados.

Na primeira temporada: 40 episódios. 

Na segunda: 10. 

40 minutos de duração cada episódio. 

Na Max. 

4- Paradise

Em Paradise, o segurança responsável pelo presidente se envolve na investigação de um assassinato que surpreende uma tranquila comunidade. A série de Dan Fogel, o criador de This is Us, se passa em uma comunidade tranquila e luxuosa na qual habitam algumas das pessoas mais ricas e influentes do mundo, incluindo o presidente Cal Bradford (James Marsden), um homem carismático que só quer descansar ao fim de seu segundo mandato no cargo. O pânico toma conta do lugar quando o corpo de Cal é encontrado por seu segurança pessoal Xavier Collins (Sterling K. Brown), configurando o primeiro assassinato da cidade. Como o primeiro suspeito da lista, Xavier é submetido a uma investigação profunda e um interrogatório.

Com Sterling K Brown. São oito episódios. 

Na Disney Plus. 

Poltrona Cabine: Desconhecidos/Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Desconhecidos/Cesar Augusto Mota

O terror psicológico é um gênero que vem crescendo bastante e já contou com alguns filmes com representação estética de tempos passados, como “Maxxine” e “Rua do Medo: 1994”. Nestes, o espectador sente que os acontecimentos estão de fato acontecendo nas décadas de 80 e 90, tendo em vista o plano visual e elementos tecnológicos característicos da época. “Desconhecidos”, de JT Mollner, segue essa mesma linha, ambientado na década de 70, e com tom bem imprevisível e diferente dos que já foram vistos até então.

Acompanhamos uma jovem ferida pela natureza selvagem do Oregon, Estados Unidos, (Willa Fitzgerald) que vem sendo perseguida por um caçador chamado Demônio (Kyller Gallner). Na medida em que a tensão vai aumentando, ela vai ficando mais fraca e com menos condições para escapar do perseguidor. Para este, pode ser apenas uma questão de tempo para capturar sua presa.

Como dito antes, nesse filme não acontecem situações óbvias, o diretor insere surpresas e elementos para confundir o público e ao mesmo tempo deixá-lo inquieto e curioso para as sequências da narrativa. A montagem dá origem a uma autêntica perseguição de um serial killer, com uma atmosfera envolvente e inquietante. Houve uma variação de cores, do azul ao vermelho, de um clima de melancolia para outro de enorme tensão.

Os diálogos também são interessantes, com um joguinho de palavras que deixam os comportamentos dos personagens bem ambíguos e o jogo psicológico mais forte. As atuações robustas do elenco fortalecem a trama e há fortes referências aos elementos utilizados por Quentin Tarantino em seus filmes, com muita violência e sangue. As subtramas que se estabelecem acabam por não contribuir com a sequência da trama, que é restabelecida com a perseguição do caçador à sua presa.

“Desconhecidos” é uma obra altamente violenta, com um bom suspense e bastante empolgante, que mostra que o thriller terror psicológico pode oferecer histórias empolgantes e regadas a tensão e humor. Uma produção com o uso equilibrado dos elementos de um subgênero do terror, e com um resultado acima das expectativas.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota