Poltrona Cabine: Desconhecidos/Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Desconhecidos/Cesar Augusto Mota

O terror psicológico é um gênero que vem crescendo bastante e já contou com alguns filmes com representação estética de tempos passados, como “Maxxine” e “Rua do Medo: 1994”. Nestes, o espectador sente que os acontecimentos estão de fato acontecendo nas décadas de 80 e 90, tendo em vista o plano visual e elementos tecnológicos característicos da época. “Desconhecidos”, de JT Mollner, segue essa mesma linha, ambientado na década de 70, e com tom bem imprevisível e diferente dos que já foram vistos até então.

Acompanhamos uma jovem ferida pela natureza selvagem do Oregon, Estados Unidos, (Willa Fitzgerald) que vem sendo perseguida por um caçador chamado Demônio (Kyller Gallner). Na medida em que a tensão vai aumentando, ela vai ficando mais fraca e com menos condições para escapar do perseguidor. Para este, pode ser apenas uma questão de tempo para capturar sua presa.

Como dito antes, nesse filme não acontecem situações óbvias, o diretor insere surpresas e elementos para confundir o público e ao mesmo tempo deixá-lo inquieto e curioso para as sequências da narrativa. A montagem dá origem a uma autêntica perseguição de um serial killer, com uma atmosfera envolvente e inquietante. Houve uma variação de cores, do azul ao vermelho, de um clima de melancolia para outro de enorme tensão.

Os diálogos também são interessantes, com um joguinho de palavras que deixam os comportamentos dos personagens bem ambíguos e o jogo psicológico mais forte. As atuações robustas do elenco fortalecem a trama e há fortes referências aos elementos utilizados por Quentin Tarantino em seus filmes, com muita violência e sangue. As subtramas que se estabelecem acabam por não contribuir com a sequência da trama, que é restabelecida com a perseguição do caçador à sua presa.

“Desconhecidos” é uma obra altamente violenta, com um bom suspense e bastante empolgante, que mostra que o thriller terror psicológico pode oferecer histórias empolgantes e regadas a tensão e humor. Uma produção com o uso equilibrado dos elementos de um subgênero do terror, e com um resultado acima das expectativas.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

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