Poltrona Cabine: Parthenope/Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Parthenope/Cesar Augusto Mota

O cinema italiano se caracteriza por ser estético e aliado a ideias sobre a existência humana e suas complexidades. Famoso pelo filme “A Grande Beleza”, o cineasta Paolo Sorrentino tratará da beleza novamente, mas também como uma viagem épica em busca da liberdade.

A obra se passa na bela cidade de Nápoles, na qual acompanha a vida de Parthenope (Celeste Dalla Porta). Desde seu nascimento em 1950 até os dias atuais. A protagonista está em busca do amor em suas mais diversas formas, seja de forma construtiva ou negativa. Nota-se uma jornada épica com reflexões sobre como o tempo define destinos e a vida poder ser celebrada de diversos modos.

Não há só a contemplação da beleza de Parthenope, mas também o charme e o semblante enigmático capazes de hipnotizar outras pessoas. A capacidade de conquista da personagem central não é explorada de forma negativa, e as consequências provocadas por sua bela aparência são constantemente exploradas, com perfeitos debates e reflexões.

 Um paralelo entre ilusão e realidade é traçado, e isso mostra o quão a fantasia pode inicialmente trazer encantamento e prazer, mas pode mascarar uma dura realidade. Não há só encantamento na beleza física, mas em tudo o que a vida pode proporcionar, seja na juventude ou na velhice. O magnetismo entre os personagens e a complexidade que o diretor consegue trazer à obra com pensamentos constantes sobre a vida e as barreiras que ela impõe tornam a narrativa atraente e com uma experiência incrível para o espectador, que se conecta com os personagens e se imagina no contexto retratado.

“Parthenope” é uma verdadeira viagem pelas paisagens da belíssima cidade de Nápoles e um fascínio proporcionado por personagens heterogêneos e temas instigantes e filosóficos. Uma carta de amor ao cinema e um brinde à vida.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

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