
A cultura de um povo, com seus usos, costumes e símbolos, são sempre importantes, não só do ponto de vista da informação, como também da significação de uma nação. Mas nem sempre a quebra de uma tradição ocorre com facilidade, levando-se em conta os dogmas e princípios que levaram décadas ou até mesmo séculos para serem consolidados. Nesse contexto, a animação ‘Kayara-A Princesa Inca’ se desenrola com promessa de muita emoção e reflexões pertinentes sobre legado, coragem e resiliência.
Kayara, uma jovem de 16 anos sonha em quebrar uma barreira e ser a primeira mulher a liderar a liga dos mensageiros incas, os Chasquis. Porém, ela terá de enfrentar a resistência do pai e de todo o seu povo, tendo em vista que, via de regra, somente homens poderiam ser líderes de uma comunidade. Disposta a alterar essa regra, Kayara contará com sua coragem, resiliência e terá de enfrentar muitos terrenos perigosos e oponentes para alcançar seu objetivo.
As representações visuais da cultura inca, com os monumentos, armas, roupas e o significado das constelações, que significavam princípios e até mesmo a definição do destino de um ser humano, se dão de maneira autêntica, espontânea e com um bom jogo de luzes, com alternância entre as cores quentes para os confrontos e as frias para momentos de tensão e melancolia.
A luta de Kayara por espaço em uma sociedade patriarcal reflete o atual momento no qual vivemos, com debates acerca do empoderamento feminino, a luta diária por igualdade e afirmação e a superação de barreiras culturais e históricas. A animação não só entretem, como possui um importante papel de abrir os olhos das pessoas e mostrar que o mundo está em constante movimento e transformação, com novas descobertas, conquistas e desafios a serem enfrentados e superados.
‘Kayara-A Princesa Inca’ é uma obra que diverte, inspira, debate e conversa com todos os públicos. Uma animação divertida e necessária.
Cotação: 5/5 poltronas.
Por: Cesar Augusto Mota