
Dramas sobre amadurecimento e evolução humanas costumam ser bem atrativas, e com a apresentação de uma mitologia sob outro ângulo atrai mais atenção. Em sua primeira temporada, com seis episódios, ‘Ragnarok’, produção norueguesa veiculada pela Netflix, trouxe uma trama sólida, mas que careceu de consistência. Agora, em sua segunda temporada, Magne, um adolescente de 17 anos que possui os poderes de Thor, irá enfrentar batalhas ainda mais pesadas e inimigos mais enfurecidos. Será que ele está preparado para uma nova jornada?
Situada na cidade fictícia de Edda, na Noruega, a série continua a partir do último ponto, um confronto entre Magne e Vidar, um dos gigantes que o desafiou e presidente das indústrias Jutun, que provoca derretimento das geleiras e contamina a água da cidade. Dispostos a mostrar que não se dão por vencidos, os Gigantes desafiam Magne para uma nova batalha, durante a Lua Nova, que pode significar o salvamento definitivo da Terra e de seus habitantes ou o controle total do planeta. Para derrotar seus inimigos, Magne precisará de aliados e do martelo de Thor, perdido na última batalha, tendo em vista que ir sozinho para um novo confronto é bastante perigoso, mesmo que seja quase invulnerável.
Se faltava algo que prendesse a atenção do espectador na primeira temporada, agora vemos uma história movida a ação e emoção e a importância de proteção familiar como um dos combustíveis que move Magne. Após descobrir um segredo perturbador sobre o irmão Mauritz, Magne não hesita em dar um desfecho na batalha contra os Gigantes antes que seja tarde. Do lado dos Gigantes, a família Jutun sobre uma grande baixa e o sentimento de vingança passa a ser predominante. Além do amor, a questão do poder ainda possui espaço, com protestos dos moradores de Edda após a água ser contaminada e a briga entre os irmãos Fiur e Saxa pela presidência das empresas Yutun.
Antes vimos personagens tímidos e sem muito a oferecer na primeira parte, mas nessa nova sequência vemos personagens secundários contribuindo com a história e promovendo o crescimento do protagonista. Lauritiz, irmão mais novo de Magne, ganha mais espaço e promove uma importante discussão sobre a importância de se conhecer sua origem e da aproximação com a família biológica. Os aliados de Magne trazem importantes pontos, como a questão da lealdade, traição e a união para se vencer uma batalha. Ainda sem estar preparado. Magne enfrenta grandes percalços, com um clímax impactante. Mesmo encurralado, ele mostra que está disposto a ir até as últimas consequências para salvar o mundo e proteger sua família.
Vemos batalhas eletrizantes, que não dependem tanto do CGI, movimentos que conferem autenticidade aos golpes e adereços que buscam proximidade com o que é relatado na mitologia nórdica, além de importantes desdobramentos sobre Thor, famoso herói que dispõe da arma mais poderosa do mundo. Uma produção que se redime e brinda o público com belas imagens e lutas épicas.
Os fãs de grandes heróis da mitologia nórdica vão se impressionar com a nova temporada de ‘Thor’, mas quem não é e curte grandes histórias movidas a ação e violência vai se surpreender com essa nova sequência, que se redime e traz o que uma verdadeira produção pede.
Cotação: 4/5 poltronas.
Por: Cesar Augusto Mota