Encontrar o par perfeito tem sido um grande desafio para milhões de pessoas, seja por relações interpessoais ou virtuais. Mas o que você acharia se esse objetivo se concretizasse por combinações de DNA? Essa premissa curiosa deu origem à série britânica ‘The One’, também baseada no livro homônimo de John Marrs, composta por oito episódios com média de duração de 40 minutos. Vale o passatempo?
Rebecca Webb, uma cientista promissora, juntamente do parceiro James, encontram uma forma de formar casais por meio de um revolucionário novo serviço de encontros, o The One. Uma ideia ousada que culminou com a inauguração de uma empresa forte e poderosa, mas ambos não contavam que esse serviço desencadearia diversos problemas, colocando relações pessoais e até mesmo o futuro da multinacional em risco.
Essa obra nos faz lembrar da série Weird City, do Youtube, que também mostra materiais genéticos combinados para encontrar casais perfeitos. ‘The One’ possui uma atmosfera macabra, no estilo Black Mirror, e tenta prender a atenção do espectador até o último episódio, mas só consegue até a metade da temporada. Além de vários elementos clichês, há muitos recursos de transição entre cenas repetidos à exaustão e não existe uma empatia entre os personagens. Tudo é apresentado às pressas, e falta desenvolvimento dos personagens, principalmente os secundários.
A série proporciona reflexões e mexe com o imaginário das pessoas no tocante à procura pelo amor ideal, mas o problema está em quem escolhe esse caminho, e na produção vemos pessoas comprometidas fazendo isso. As chances de encontro do par perfeito por métodos científicos de darem errado são enormes, e essas combinações geram graves consequências, sejam nos personagens secundários, como na protagonista, que chega a ser investigada pela polícia pelo assassinato de Ben Naser, seu amigo.
Apesar das pontas soltas, há grandes reviravoltas e um gancho para uma possível continuação. A protagonista não entrega nenhuma novidade, mas deixa um mistério no ar no último episódio, uma motivação a mais para o espectador, que se deparou com uma primeira temporada morna e sem muitas surpresas. A maneira como a tecnologia pode interferir em relacionamentos é algo interessante a se explorar hoje em dia, mas ‘The One’ merecia algo mais aprofundado e grandes desdobramentos. Mas há uma esperança disso ocorrer em uma possível segunda temporada, o jeito é aguardar e cruzar os dedos.
Cotação: 3/5 poltronas.
Por: Cesar Augusto Mota
