Poltrona Séries: Por Trás de Deus Olhos-1ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Por Trás de Deus Olhos-1ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Como funciona a nossa mente? Os sonhos representam um tipo de mundo paralelo? Como medir as consequências das escolhas que são feitas na vida? Essas e outras perguntas na minissérie “Por Trás de Deus Olhos” (Behind Her Eyes), produção britânica da Netflix baseada no romance homônimo de Sarah Pinborough, desenvolvida em seis episódios que prometem prender o público, sem fazê-lo perder o interesse no decorrer da história.

Acompanhamos Louise, uma mãe solteira que trabalha como secretária em uma clínica psiquiátrica, que resolve ir a um bar para encontrar uma amiga, mas é deixada na mão. Quando está prestes a ir embora, Louise acaba por encontrar um homem gentil, com quem acaba conversando e deixando se envolver. Mas ela não esperava que esse mesmo homem, David, seria seu chefe no consultório. David é casado com Adele, uma jovem bonita que sofre de distúrbios psicológicos, e ele demonstra constantemente uma aparência de tristeza, em decorrência de constantes instabilidades no casamento. Adele, mais adiante, se esbarra com Louise e ambas se tornam amigas, e isso desencadeia um grande enigma na cabeça da secretária, que conhece o casal, mas não pode revelar nada a nenhum deles.

Em uma encruzilhada, Louise começa a ver que há inconsistências no relacionamento de David e Adele, e ela começa a desconfiar que seu chefe possa ter cometido um crime contra uma pessoa próxima de Adele, Rob, um amigo que ela conheceu em um hospital psiquiátrico no qual passou após escapar de um terrível incêndio que vitimou seus pais. Louise começa a juntar as peças e fica cada vez mais próxima de Adele, mas seu envolvimento nesse imbróglio acaba por agravar seu estado psíquico e começa a sonhar com um mundo paralelo que ela deseja ao lado de Adam, seu filho. Uma possível reviravolta no casamento de Adele e David está prestes a acontecer, mas um grande e chocante segredo do passado faz a situação se agravar e fazer Louise encarar sérias consequências.

Apesar do uso de uma ideia clichê, no caso, um triângulo amoroso, a narrativa foi bem desenvolvida e cada personagem tem tempo para ter seu arco construído e influenciar o público. As imagens em flashback do período em que Adele ficou hospitalizada servem como grande instrumento para o espectador entender sua personalidade e também a de seu amigo Rob, por quem nutriu uma paixão platônica. O flashback não foi usado à exaustão e tampouco para tapar buracos, o recurso funciona e ajuda a desvendar o passado tanto de David como de Adele.

Os conflitos internos de Louise, que tenta uma nova vida após se divorciar, são ilustrados por cores quentes e por portas que ela quer abrir. Essa representação é uma espécie de catarse, pois ela vive um trauma após a perda da mãe e um terror psicológico que parece não ter fim depois de descobrir muita coisa sobre David e o passado obscuro de Adele. Parece ser um beco sem saída, mas aos poucos os nós são desatados e o conflito é resolvido, embora de maneira fácil.

Um thriller psicológico com personagens carismáticos e universos perturbadores, esses são alguns dos ingredientes de “Por Trás de Seus Olhos”, para quem curte produções com muitos segredos e sobressaltos. Uma jornada frenética que vale a pena acompanhar.

Cotação: 4,5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

DICAS DE DOCUMENTÁRIOS DE MÚSICOS BRASILEIROS NA NETFLIX

DICAS DE DOCUMENTÁRIOS DE MÚSICOS BRASILEIROS NA NETFLIX

Anitta: Made In Honório – Anitta é uma estrela da música pop e do funk. Mas por trás de cada hit está a Larissa, uma mulher nascida e criada em Honório Gurgel no Rio de Janeiro. Este documentário mostra a cantora do jeito que ela é na vida e na louca correria de sua carreira.

Sepultura Endurece: Mostra a trajetória da banda de heavy metal Sepultura ao longo de seus 30 anos de história. Acompanha a rotina dos integrantes da banda em turnê, os conflitos, o processo de criação das músicas, gravações dos álbuns, cenas de shows, bastidores, entrevistas e imagens inéditas.

 

Anavitória: Araguaína – Las Vegas: Este documentário acompanha a dupla brasileira Anavitória, que saiu de uma cidade simples para o tapete vermelho do Grammy Latino de 2017 em Las Vegas.

‘Falcão e o Soldado Invernal’ se tornou a estreia mais assistida do Disney+ na história

‘Falcão e o Soldado Invernal’ se tornou a estreia mais assistida do Disney+ na história

Este marco global consagra Falcão e o Soldado Invernal como a série cuja estreia foi a mais vista durante o fim de semana de lançamento

São Paulo, 23 de março de 2021 –A série original da Marvel Studios exclusiva para o Disney+, Falcão e o Soldado Invernal se tornou a série cuja estreia foi a mais assistida no final de semana de sua estreia (de sexta-feira, 19 de março a domingo, 21 de março) e o título mais visto nesse mesmo período em nível global.

Desta forma, a estreia de Falcão e o Soldado Invernal junta-se à estreia de WandaVision da Marvel Studios e à estreia da segunda temporada de The Mandalorian da Lucasfilm como as três estreias originais do Disney+ mais vistas nas respectivas semanas de estreia.

Continuando os eventos de Vingadores: Ultimato, Sam Wilson (Falcão) e Bucky Barnes (Soldado Invernal) partem em uma aventura ao redor do mundo que testa suas habilidades e paciência. Dirigida por Kari Skogland e escrita por Malcolm Spellman.

SOBRE O DISNEY+

Disney+ é o serviço de streaming por assinatura de filmes, séries e outros conteúdos da Disney, da Pixar, da Marvel, de Star Wars e da National Geographic. Como parte do segmento Disney Media and Entertainment Distribution (DMED) da Disney, Disney+ está disponível desde 17 de novembro de 2020 na América Latina para dispositivos conectados à Internet e oferece a todos os públicos programação sem intervalos publicitários com uma variedade de filmes, documentários, séries de animação e de live action e curtas originais. Disney+ proporcionará um acesso sem precedentes ao incrível acervo de entretenimento de cinema e de televisão da Disney, também é a plataforma de streaming para ver com exclusividade os últimos lançamentos de cinema do The Walt Disney Studios. Visite o site DisneyPlus.com para obter mais informações sobre o serviço.

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Novidades do Belas Artes À LA CARTE a partir de 25 de março

Novidades do Belas Artes À LA CARTE a partir de 25 de março

À LA CARTE traz filme com Antonio Banderas e longa francês com elenco premiadíssimo

Na próxima semana o À LA CARTE estreia quatro novos filmes e lança o documentário “Siron. Tempo sobre tela”. Entre os destaques do cardápio que chega na quinta-feira, 25.03, estão “De amor e de sombras” (1994), baseado no romance de mesmo nome da escritora Isabel Allende, este é o primeiro longa da diretora Betty Kaplan com Antonio Banderas e Jennifer Connelly no elenco; e “Os homens que eu amei” (1980), dirigido porClaude Berri, e estrelado pelos ícones do cinema francês como Gérard Depardieu, Catherine Deneuve, Jean-Louis Trintignant, Alain Souchon e Serge Gainsbourg.

Também passam a integrar o catálogo do streaming a comédia “Neste mundo e no outro” (1946), filme dirigido por Michael Powell (1905–1990) e Emeric Pressburger (1902–1988) renomada dupla de diretores do cinema britânico, que realizou clássicos como “Narciso Negro” e “Os Sapatinhos Vermelhos”; e o drama alemãoO Imigrante Russo” (2015)primeiro longa-metragem do diretor russo Stanislav Güntner e filme de estreia do ator Mark Filatov no cinema.

Outra novidade da semana é o lançamento do documentário “Siron. Tempo sobre tela”. O filme de André Guerreiro Lopes e Rodrigo Campos, com distribuição da Pandora Filmes, investiga a arte e a vida de Siron Franco, um dos mais importantes pintores brasileiros de todos os tempos, com imagens captadas ao longo de duas décadas, combinadas com filmagens do acervo do próprio artista. O filme estará disponível para aluguel a partir desta sexta-feira, 26 de março, nos Super Lançamentos do À LA CARTE.

Sinopse dos filmes:

De amor e de sombras ( De Amor y de sombras)

Argentina | EUA, 1994, Drama, 103min, 14 anos

Direção: Betty Kaplan

Elenco: Antonio Banderas, Jennifer Connelly, Stefania Sandrelli

Sinopse: O Chile 1973 é governado pelo ditador Pinochet. Os ricos não veem a violência, o terror, as execuções, incluindo Irene. Ela está noiva de um oficial do exército fascista. Ela conhece Francisco que abre os olhos para a verdade e o amor.

Curiosidades: Adaptação do livro “De Amor y de Sombra”, de Isabel Allende. Este foi o primeiro papel do espanhol Antonio Banderas como protagonista em um filme falado em inglês. Este é o primeiro longa da diretora Betty Kaplan, que nasceu em Nova York, mas cresceu na Venezuela, e já recebeu diversos prêmios por documentários e produções realizadas para a TV americana.

Neste mundo e no outro (A Matter of Life and Death)

Reino Unido, 1946, Comédia, 104min, livre

Direção: Michael Powell, Emeric Pressburger

Elenco: David Niven, Kim Hunter, Robert Coote

Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial o avião do piloto inglês Peter Carter é abatido. Antes de cair ele faz contato com June, operadora de rádio da Força Aérea norte-americana, por quem se apaixona imediatamente. Ele salta para a morte, mas esta não chega. Surpreso com sua segunda chance, ele decide ir atrás de seu novo amor, mas um enviado do céu logo chega para levá-lo, informando que sua sobrevivência foi um equívoco.

Curiosidades: A enorme escada rolante que liga este mundo ao outro levou 3 meses para ser construída, tinha 106 degraus, cada um com 6 metros de largura, e era movido por um motor de 12 cavalos de potência. Foi durante uma visita a Hollywood, em 1945, que o diretor Michael Powell decidiu escalar a então desconhecida Kim Hunter para interpretar June, a criada americana, após ela ser recomendada por Alfred Hitchcock, que a conheceu durante testes de atores e atrizes para sua próxima produção, “Interlúdio” (1946). Michael Powell (1905–1990) e Emeric Pressburger (1902–1988) foi a mais renomada dupla de diretores do cinema, realizando clássicos como “Narciso Negro” e “Os Sapatinhos Vermelhos”, e Michael Powell foi eleito o quarto maior diretor de cinema da história da Grã-Bretanha, segundo o jornal The Telegraph, mas ele quase teve a carreira destruída por causa do perturbador “Peeping Tom: A Tortura do Medo” (disponível no À La Carte), que ele dirigiu sozinho, e foi retirado de cartaz após apenas 5 dias de seu lançamento na Inglaterra, por pressão da crítica e do público.

O Imigrante Russo (Nemez)

Alemanha, 2015, Drama, 97min, livre

Direção: Stanislav Güntner

Elenco: Mark Filatov, Emilia Schüle, Alex Brendemühl

Sinopse: Dima é um alemão-russo que decide mudar de vida e ir para Berlim, para fugir de seu passado criminoso. Ele conhece a estudante de arte Nadja, por quem se apaixona. No entanto, as antigas conexões criminosas de Dima o perseguem e podem causar grandes desastres para ele e sua amada.

Curiosidades: Primeiro longa-metragem do diretor russo Stanislav Güntner. Longa de estreia do ator Mark Filatov no cinema. O ator Alex Brendemühl atuou com Marion Cotillard e Louis Garrel em “Um Instante de Amor” (2016), de Nicole Garcia.

Os homens que eu amei (Je vous aime)

França, 1980, Romance, 105min, 14 anos

Direção: Claude Berri

Elenco: Gérard Depardieu, Catherine Deneuve, Jean-Louis Trintignant, Alain Souchon, Serge Gainsbourg.

Sinopse: Uma mulher convida todos os quatro homens que amou na vida para o jantar da véspera de Ano Novo ao mesmo tempo e os reúne em sua casa. Em flashbacks sentimentais, eles se lembram dos tempos anteriores.

Curiosidades: O compositor, músico e ator francês” Serge Gainsbourg, que atua no filme, escreveu a trilha musical de “Os Homens que Eu Amei”, na qual se destaca a canção “Dieu Est un Fumeur de Havanes”, um dueto cantado por ele em uma cena com Deneuve. Filme indicado a 2 prêmios César, considerado o Oscar do cinema francês, nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Alain Souchon) e Melhor Música Original (Serge Gainsbourg). A atriz Catherine Deneuve declarou que todos acreditavam que o filme contava um pouco da vida dela, mas, segundo ela, sua personagem era o diretor Claude Berri (e ele concordou), uma pessoa cujo egoísmo a irritava.

SUPER LANÇAMENTO

Siron. Tempo sobre Tela Brasil; 2019, Documentário, 91min, 12 anos Direção. André Guerreiro Lopes e Rodrigo Campos“Eu lembro mais das coisas que pintei do que das coisas que vivi”, diz, em certo ponto da abertura do filme, Siron Franco, 71, tido por pensadores como Ferreira Gullar como um dos maiores pintores brasileiros de todos os tempos.  Encadeando pensamentos e memórias em associações inusitadas e reveladoras, a dar foco ao tempo que brota da interação de um arquivo pessoal inédito com novas filmagens, o documentário Siron. Tempo sobre Tela ilumina a personalidade inquieta e a mente criadora do artista, onde fronteiras entre realidade, memória e sonho se dissolvem.
Serviço:Planos de assinatura com acesso a todos os filmes do catálogo em 2 dispositivos simultaneamente.Valor assinatura mensal: R$ 9,90 | Valor assinatura anual: R$ 108,90“SIRON.TEMPO SOBRE TELA”: Alugue por 72 horas, em Super Lançamentos, por R$ 12,90.Para se cadastrar acesse: www.belasartesalacarte.com.br e clique em ASSINE.Ou vá direto para a página de cadastro: https://www.belasartesalacarte.com.br/checkout/subscribe/signupAplicativos disponíveis para Android, Android TV, IPhone, Apple TV e Roku. Baixe Belas Artes À LA CARTE na Google Play ou App Store.
Petra Belas Artes À LA CARTE:À LA CARTEé um streaming de filmes pensado para quem ama cinema de verdade. Seu catálogo, que já conta com cerca de 400 títulos,e inclui filmes de todos os cantos do mundo e de todas as épocas: contemporâneos, clássicos, cults, obras de grandes diretores, super premiados e principalmente aqueles que merecem ser revistos e que tocam o coração dos cinéfilos. Além de pelo menos quatro novos filmes que entram semanalmente no catálogo, há também a possibilidade do aluguel unitário, que são os Super Lançamentos: um espaço para filmes que estreiam antes dos cinemas; simultâneos ao cinema; filmes inéditos no Brasil, entre outras modalidades. Outro diferencial são as mostras de cinema, recentemente o À LA CARTE trouxe especiais dedicados à cinematografia francesa, italiana, coreana e espanhola. O À LA CARTE foi criado no final de 2019 e integra o Belas Artes Grupo, que inclui também a Pandora Filmes e o Cine Petra Belas Artes, um dos mais tradicionais e queridos cinemas de rua de São Paulo.

Maratona Oscar: Bela Vingança/Tom Leão

Maratona Oscar: Bela Vingança/Tom Leão

Um dos filmes que está concorrendo, na fraca lista dos Oscars 2021, nas categorias melhor filme, atriz e direção, é “Bela Vingança” (“Promising Young Woman”), de Emerald Fennell.  Tanto o trabalho de atuação e entrega de Carey Mulligan (como a perturbada Cassie), como a direção firme de Fennell (atriz de séries como ‘The Crown’ e ‘Killing Eve’, estreando na direção de longa), bem como toda a parte técnica (além do bom roteiro, fotografia e som impecáveis) é irretocável. O resultado final é um dos mais formidáveis filmes de vingança já vistos.

   Acompanhamos a tímida e frágil Cassie, que apesar de já estar na casa dos 30 anos, ainda mora com os pais e não tem namorado (não que isso seja obrigatório, parece nos dizer a personagem). E, mesmo tendo sido uma universitária com altas notas na cadeira que escolheu (medicina), preferiu trabalhar como atendente de cafeteria.  Por quê? É o que o filme vai nos revelando, em camadas: houve um evento trágico e marcante em seu passado, do qual ela só vai se livrar do trauma, após concluir um bem urdido plano de vingança. Que, vai aplicando lentamente.

   E o modo como este plano é desenrolado (que lembra até os intrincados e violentos filmes de vingança do diretor coreano Chan-Wook Park, de “Oldboy”) nos deixa presos à trama e sem desvios óbvios. 

   A diretora (e também autora do roteiro) tece um excelente filme feminista, sem entrar no discurso fácil da ‘lacração’ que rege o cinema atualmente, onde é preciso jogar na cara do espectador uma ‘mensagem’. Sim, várias questões que – no dia a dia -, sempre põem a mulher em posição inferior ou de perigo, são mostradas. Contudo, sem panfletarismo barato.

   A entrega de Mulligan no papel de Cassie é tamanha, que nos deixa sem fôlego. A moça com um futuro promissor, como diz o título original (baseado no de uma matéria sobre estudante envolvido em caso de estupro, nos Estados Unidos, que a maioria da imprensa se referia a ele como um ‘jovem promissor’, de modo complacente, porque homem branco e rico), abre mão de tudo, para alcançar o seu objetivo.

 E só nos resta aplaudir, ao final, as duas mulheres (Mulligan e Fennell) que fizeram o filme acontecer, apesar dos percalços (foi financiado até por meio de vaquinhas, em sites de crowdfunding, porque nenhum estúdio grande o quis bancar). As duas provaram que, dá para passar uma mensagem sem precisar esfregar na cara do espectador, como obrigação. Bravo!

TOM LEÃO