Poltrona Séries: Bridgerton-1ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Séries: Bridgerton-1ª Temporada/ Cesar Augusto Mota

Romances sempre mexem com o imaginário e os corações dos espectadores, por suas histórias inspiradoras, com personagens em busca do par perfeito e o ideal de casamento ser por amor. Momentos ardentes, intrigas, fofocas e traições também regam histórias do gênero, e o que dizer se tudo isso ocorrer no século XIX, na bucólica e encantadora Londres? Inspirado na obra de Julia Quinn, ‘Bridgerton’ ilustra uma sociedade inglesa no período regencial, em 1813, com foco no duque de Hastings (Regé-Jean Page) e da família Bridgerton, uma das mais influentes da elite londrina.

Acompanhamos Daphne Bridgerton (Phoebe Dynevor), filha mais velha dos Bridgerton que debuta na mais alta sociedade com a esperança de se casar e encontrar o verdadeiro amor. Ela atrai a atenção de todos os homens e é apontada como o diamante raro da temporada, mas nem tudo são flores. As fofocas correm soltas, sendo publicadas em um jornal com artigos assinados por Lady Whistledown, deixando as pessoas da corte londrina abismadas. Ela traça um plano junto do duqye de Hastings, que consiste em fazer todos acreditarem que ambos estão apaixonados, e isso consequentemente aumentaria o prestígio de Daphne e faria o duque ficar distante dos olhares de outras moças ansiosas por um casamento.

A série começa num clima bem morno, com uma senhorita Bridgerton bastante na defensiva e o duque de Hastings como se não quisesse nada, mas a trama melhora quando corre uma fofoca de que ambos foram vistos no jardim durante um baile, e isso provoca enorme rebuliço, movimentando a família de Daphne, que fará tudo para proteger sua honra, com a iniciativa do irmão Anthony. E a narração de Lady Whistledown, feita por Julie Andrews, vai provocar enorme frenesi nos personagens e nos espectadores, pois os artigos revelam muitas intimidades dos londrinos, o que acaba por incomodar muitos, inclusive a rainha Charlotte.

A narrativa é bem construída, o foco pode estar no casal Hastings e Bridgerton, os arcos dos personagens são bem traçados, como de Anthony, irmão mais velho de Daphne, que passamos a compreender as dificuldades que ele tem de se apaixonar, além do duque de Hastings, que compreendemos sua resistência primeiramente em se casar e posteriormente de ter filhos. Personagens secundários como a rainha Charlotte e Eloise, uma das irmãs de Daphne Bridgerton, serão forças-motirzes para o desenvolvimento da história. A primeira que vai promover com todas as forças uma investigação sobre a descoberta da identidade de Lady Whistledown para depois silenciá-la, e a segunda, atuante e que provocará debates sobre o papel da mulher no século XIX.

Não poderia deixar de destacar a fotografia e figurinos, que retrataram muito bem o charme e o glamour de uma Inglaterra de dois séculos antes, além dos ambientes inspiradores, alegres e cheios de ornamentos. Quem acompanha se sente no período regencial inglês e se empolga com os grupos sociais em volta, acompanhada de uma fotografia pastel. E podemos notar a atmosfera pesada e triste dos grupos menos favorecidos no tom cinza.

Com uma história cheia de percalços, em meio a um ambiente bucólico, ‘Bridgerton’ ao fim dos oito primeiros episódios apresenta lacunas a serem preenchidas nas próximas temporadas, além de personagens ainda a serem explorados e com pouca exposição. Vale assistir.

Cotação: 4/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

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