Empolgante em seus dois primeiros filmes e decepcionante nas sequências, a saga ‘Exterminador do Futuro’ está de volta com sua sexta parte e composta por rostos conhecidos. Arnold Schwarzenegger (O Exterminador do Futuro: Gênesis) volta a viver o icônico T-800 e Linda Hamilton (O Exterminador do Futuro-A Salvação) dá vida mais uma vez a Sarah Connor. De quebra, novos nomes se juntam ao elenco, como Mackenzie Davis (Blade Runner 2049), Natalia Reyes (Pássaros de Verão) e Gabriel Luna (Amor por Direito) em um longa que promete resgatar a essência dos filmes clássicos dirigidos por James Cameron. Será que ‘O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio’ (Terminator: Dark Fate), de Tim Miller (Deadpool), vai alcançar esse objetivo ou irá deixar os fãs do gênero ação só na vontade?
A narrativa se passa após 27 anos de ‘O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final’(Terminator 2: Judgment Day), com o envio pela Skynet de um novo Exterminador, o metal líquido Rev-9 (Luna) para eliminar Dani Ramos (Reyes), humana cujo herdeiro tem o potencial para ser o novo líder da Resistência Humana contra os ciborgues. Para auxiliar Dani, a híbrida Grace (Davis) é enviada diretamente do futuro, do ano 2042, para protegê-la dessa terrível ameaça. Além dela, Sarah Connor (Hamilton) também chega para ajudar, bem como T-800 (Schwarzenegger), em uma luta pelo futuro e a salvação de bilhões de pessoas.
A produção, que está sob a responsabilidade de James Cameron (Titanic), de forma acertada ignora os seguimentos após o clássico de 1991 e se preocupa em resgatar a sensação de uma satisfatória experiência com sequências de ação frenéticas, de muita adrenalina e amparadas por efeitos especiais e um CGI de qualidade, ausentes nas obras posteriores. Além disso, o longa oferece ótimos personagens e com potencial para novas histórias, bem como um T-800 mais humanizado, com capacidade para compreender os sentimentos dos humanos e se colocar na posição deles.
Sarah Connor, que já carregava grande importância no legado deixado por Cameron, ganha o devido peso nessa sexta parte, é ela quem provoca os maiores desdobramentos na trama e chama para si a responsabilidade. Faltava um protagonista de peso e alguém que mobilizasse os outros personagens, e o retorno de Sarah Connor não só fez bem como recolocou a franquia nos trilhos. Linda Hamilton retorna em grande forma, assim como Schwarzenegger, que apesar de não ser o maior nome da franquia, protagonizou grandes momentos na saga que ficaram no imaginário dos espectadores como também oferece grandes emoções e cenas vibrantes nessa nova produção, com muita pancadaria, velocidade e ocasiões de alta carga dramática, principalmente em momentos com os quais divide com Hamilton.
Mackenzie Davis é a grande revelação, ela é convincente não só na ação, como também no drama. Grace é perfeitamente delineada na trama, com seu histórico humano e a transição para híbrida retratados de forma sistemática e a conexão com Dani Ramos, principal alvo dos ciborgues, ocorre com perfeito encaixe. A híbrida é importante em planos que envolvem fuga e ataques a Rev-9, sendo amparada por Connor e T-800. Os três formam um time sólido, e na medida em que o tempo passa e as perseguições e embates se intensificam, eles mostram do que são capazes e vão além das expectativas, principalmente Connor e T-800, que ainda tinha contas a serem acertadas. Natalia Reyes encara com muita personalidade e segurança a missão de ser uma das principais personagens de uma saga consolidada e que precisava se reerguer, e consegue dar sua contribuição e Gabriel Luna protagoniza um vilão digno de ‘Exterminador do Futuro’, não sendo melhor, mas chegando perto dos inimigos dos dois primeiros filmes, com toda a sua ousadia, agilidade e sagacidade.
E não poderia esquecer dos efeitos especiais empregados, com o oferecimento de novos elementos visuais, como a inteligência artificial, tão em voga na atualidade, além de relembrar os famosos robôs do universo concebido por Cameron, de rápida transição de um corpo para o desejado, bem como a rápida regeneração de membros após serem alvejados por balas ou decepados. Um filme com uma história eficiente e um plano estético primoroso, com ótimos planos-sequência, som incidental e trilha sonora vibrante.
‘Exterminador do Futuro: Destino Sombrio’ conta com uma direção competente de Tim Miller e faz o espectador se orgulhar dessa obra, com muita ação, intensidade e uma trama envolvente do início ao fim. O novo filme mostra que é possível trazer de volta um grande sucesso e ao mesmo tempo cativar novos públicos com novidades. Pode não ser melhor que ‘O Exterminador do Futuro 2’, mas mostra potencial, e o fã de ação só tem a ganhar com isso.
Cotação: 4/5 poltronas.
Por: Cesar Augusto Mota

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