Apontado como um dos favoritos , o longa sul-coreano “Parasite”, de Bong Joon-ho, levou a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2019. A obra representa uma bela comédia dramática em tom sarcástico sobre uma família sul-coreana à beira da miséria que se infiltra em uma família milionária. Quando um dos membros do clã consegue trabalho como professor particular de uma menina rica, passa a indicar seus parentes para trabalhos em outras ocupações na mansão – nem que, para isso, precisem prejudicar outras seriamente outras pessoas.
O Grande Prêmio do Júri foi para “Atlantique”, da franco-senegalesa Mati Diop. O filme conta uma história sobre um casal de namorados do Senegal que se separa depois que o rapaz tenta a sorte em uma travessia a barco para a Europa. Sobrinha de um dos diretores mais importantes do continente africano, Djibril Diop Mambéty (de “A Viagem da Hiena”, de 1973), Diop é a primeira diretora negra a competir pela Palma de Ouro.
O brasileiro “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, levou o Prêmio do Júri, troféu dividido com “Les Misérables”, do francês Ladj Ly. “Bacurau” se passa em uma cidade fictícia de mesmo nome, em um futuro próximo, no interior de Pernambuco. Na trama, o vilarejo começa a ser sabotado por grupos interessados em exterminar o local – nos mapas oficiais, a cidade já não existe mais. Água, comida e sinal de celular também já foram cortados, e quando forasteiros aparecem na região, os habitantes se unem para resistir ao extermínio.
O outro vencedor do prêmio, “Les Misérables”, mostra um policial francês que se muda para uma nova cidade, na qual precisa se adaptar a uma nova rotina, marcada por problemas ligados a uma juventude entregue à criminalidade.
Os irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne ganharam o prêmio de melhor direção por “Le Jeune Ahmed”, sobre um jovem muçulmano que começa a enveredar para o lado da radicalização islâmica. O longa teve pouca repercussão crítica, e o fato de os irmãos já terem ganhado duas Palmas de Ouro – por “Rosetta”, em 1999, e por “A Criança”, em 2005 – fez com que muitos achassem que, desta vez, deixariam o festival de mãos vazias.
O prêmio de melhor roteiro foi para “Portrait de la Jeune Fille en Feu”, da cineasta francesa Céline Sciamma. A narrativa se passa nos século 18, quando uma aristocrata contrata uma pintora para fazer uma tela com a imagem de sua filha. A garota e a artista logo desenvolvem um forte laço de amizade que, com o tempo, se torna algo mais forte. O filme já havia sido premiado ontem com o prêmio Queer Palm, dedicado a longas com temática LGBT.
O espanhol Antonio Banderas conquistou o prêmio de melhor atuação masculina, por “Dor e Glória”, de Pedro Almodóvar. No longa, o diretor revisita trechos da própria vida, por meio de uma trama sobre um cineasta (vivido por Banderas) entristecido, que se vicia em entorpecentes. Ao mesmo tempo em que reencontra antigos amores, ele relembra trechos da infância e de sua forte relação com a própria mãe.
A inglesa Emily Beecham ganhou o prêmio de atuação feminina por “Little Joe”, da austríaca Jessica Hausner. No longa ela interpreta uma cientista que ajuda a desenvolver um tipo de flor capaz de trazer felicidade às pessoas – ao perceber que seu experimento pode ser perigoso, ela passa a questionar sua própria criação.
O palestino Elia Suleiman recebeu uma menção especial pelo longa “It Must Be Heaven”.
Fonte: UOL (com adaptações)
Crédito da foto: Getty Images



