Poltrona Cabine: Godzilla II-Rei dos Monstros/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Godzilla II-Rei dos Monstros/ Cesar Augusto Mota

Criaturas gigantes estão cada vez mais populares no cinema, e Godzilla é uma delas. O lendário monstro dos quadrinhos japoneses teve seu primeiro longa lançado pela Toho Film Company Ltd. em 1954 com o título ‘Godzilla’ (Gojira) e sob a direção de Ishirō Honda. Chegou aos Estados Unidos em 1956 com o filme ‘Godzilla, o Rei dos Monstros’(Godzilla: King of the Monsters), de Ishirô Honda e Terry O. Morse. Em 2019,  após 28 produções, temos a volta do icônico bicho em ‘Godzilla II: Rei dos Monstros’ (Godzilla: King of the Monsters), dirigido por Michael Dougherty (X-Men: Apocalypse).  O elenco é composto por estrelas, dentre elas Vera Farmiga (Invocação do Mal 2), Kyle Chandler (O Primeiro Homem), Sally Hawkins (A Forma da Água) e Millie Bobby Brown (Stranger Things). Mais um sucesso vindo aí?

A narrativa acompanha Emma Russell (Farmiga), da agência criptozoológica Monarch e responsável por criar o dispositivo Orca, que pode ser usado para se comunicar e controlar remotamente  os Titãs, criaturas que ameaçam a humanidade, como a mariposa gigante Mothra, o pterossauro Rodan, e seu maior rival, o dragão de três cabeças Rei Ghidorah. O invento desperta cobiça de pessoas e organizações que querem usar os Titãs para ganhos pessoais, mas ninguém contava com o ressurgimento do monstro Godzilla das profundezas do Pacífico para lutar contra essas temíveis criaturas, deixando em xeque a existência da raça humana.

Esse longa é uma continuação direta do reboot ‘Godzilla’, lançado em 2014 e dirigido por Gareth Edwards (Rogue One – Uma História Star Wars). Logo de cara o espectador já consegue notar diferenças, como a quantidade de recursos visuais empregados e o tempo de Godzilla na tela. Enquanto em 2014 ele só aparece no terço final da narrativa, na produção de 2019 ele e os demais monstros se defrontam e provocam destruições em massa o tempo todo, com intensos quebra-quebras, explosões e perseguições com longos planos-sequência, destacando os ambientes e reforçando o grau de tensão vivido pelos personagens. O jogo de luzes, aliado à edição de som, estabelecem novas vibrações e transformam os confrontos em batalhas insanas, captando a essência do filme original japonês.

O ritmo é intenso e o enredo também valoriza o drama dos humanos, principalmente no que concerne à família Russel. Mesmo que todos estejam em meio ao caos, ainda há espaço para a exploração de questões mal resolvidas entre Emma, Mark e Madison. Apesar das atuações satisfatórias do elenco, principalmente de Millie Bobby Brown e Vera Farmiga, que trouxeram dinamismo na busca pela resolução dos conflitos, as criaturas destoam e ganham destaque maior na história, pois proporcionam emoção, angústia e muita agitação nos espectadores, tamanhas são as destruições feitas e o visual de cada monstro, de encher os olhos.

Quem assiste tem a sensação de estar em uma viagem no tempo e relembra de clássicos como Jaspion e Ultraman, tendo em vista as texturas e a projeção das imagens, similares aos primeiros filmes de Godzilla. Além disso, há menções a Kong do filme ‘Kong: A Ilha da Caveira’ (Kong: Skull Island), que está no mesmo universo de monstros. Surgem informações novas e um importante gancho para um possível confronto Kong vs Godzilla, o que motiva ainda mais o espectador. Se o longa já faz ponderações importantes sobre cultura e religião, ele já prepara a plateia para o que pode vir adiante, como uma continuação e novos conflitos, e isso pode ser sentido na reta final da história, com uma resolução memorável e além das expectativas.

Frenético, dinâmico e bem divertido, ‘Godzilla II: Rei dos Monstros’ não só homenageia a cultura e o cinema japonês, como traz uma pitada americana a um personagem clássico que movimenta gerações e com potencial para atingir novos públicos. Um resultado satisfatório e que impulsiona a franquia Godzilla a escrever novos capítulos em um universo tão rico de monstros na sétima arte.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

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