Os cinéfilos e fãs de HQ’s estão sendo brindados com lançamentos incríveis, tanto do Universo Cinematográfico Marvel (MCU), como da DC, cada um à sua maneira. Vimos muitos filmes recheados de humor da Marvel, e outros mais sérios de seu concorrente, mas a DC não poderia dar o braço a torcer e resolveu apostar em uma fórmula diferente para angariar mais público e oferecer uma história que fugisse do que vinha sendo apresentado ultimamente. Com um marketing pesado e repleto de cenas de humor, ‘Shazam!’, de David F. Sandberg (Annabelle 2-A Criação do Mal) vem para atingir altos índices de bilheteria e mostrar um herói bem engraçado, inicialmente inseguro, mas de bom coração. Será que esse novo ícone dará certo?
Billy Batson (Asher Angel) é um jovem de 14 anos que acaba por conhecer um antigo mago, Shazam (acrônimo dos nomes dos deuses Salomão, Hércules, Atlas, Zeus, Aquiles e Mercúrio), que lhe o dom de se transformar num super-herói adulto, Shazam (Zachary Levi). Ao evocar a palavra ‘SHAZAM!’, o garoto se transforma em sua potente versão adulta, se divertindo e testando suas habilidades, porém não contava com a presença do terrível Doutor Thaddeus Sivana (Mark Strong), antes preterido pelo mago, que fará de tudo para roubar seus poderes e ter o mundo a seus pés.
Além de trazer de volta um ícone pouco explorado pela DC e criado originalmente por C. C. Beck e Bill Parker em 1939, o roteiro também foca na inocência das crianças, a importância da família, além de importantes mensagens no tocante ao caráter pessoal e menções importantes aos setes pecados capitais, estes personificados em monstros que fazem parte da guarda do doutor Sivana que será utilizada para derrotar Shazam. O primeiro ato começa morno, com uma apresentação básica dos personagens principais e muitos clichês, com cenas de bullying na escola e um passado conturbado do protagonista, para comover inicialmente o público. Mas tão logo a trama se desenvolve, com o personagem-central descobrindo seus poderes e se envolvendo em situações bizarras com os transeuntes da cidade e o perigo ao seu redor, o público passa a se interessar mais e percebe que o nonsense do filme não é forçado, mas proposital. Shazam é um super-herói atrapalhado, deslumbrado com a fama e a mídia, mas que sabe socorrer os necessitados e o momento certo de intervir.
Mas o filme não é feito somente de um super-herói hilário, muitas piadas e frases de efeito, a ação é bastante explorada e de maneira que insira o público na história, com perseguições, explosões e fortes embates com as mais temidas criaturas e o vilão mais canastrão. O CGI empregado e os planos abertos nas cenas mais dinâmicas reforçam essa atmosfera inclusiva, além das interessantes menções a heróis famoso da DC e a filmes de sucesso, como ‘Quero ser Grande’ e ‘Rocky’, com importantes homenagens e uma perfeita conexão com o herói retratado na telona.
Não só a veia cômica de Zachary Levi e a interpretação forte e imponente de Mark Strong funcionam, como também a atuação do elenco secundário, e também do jovem Asher Angel como Billy Batson. Ele também chama a atenção pelo lado dramático de seu personagem e a resolução de um antigo conflito que tem com a mãe é importante para a solução da trama, que demora a ocorrer no último ato, mas que surpreende e satisfaz a todos quando é concretizada. Se o humor já não funciona mais no terceiro ato, o drama e a ação compensam, graças aos atores que compõem a família de Billy, com destaque para Faithe Herman, que vive Darla, a irmã caçula. Ela não é só uma irmã confidente, mas também ensina Billy a ser um bom irmão, e isso irá refletir no Shazam adulto, que vai enfatizar a importância da família e o poder compartilhar tudo o que há de melhor com os outros.
‘Shazam’ é um filme divertido, emocionante e cheio de ação, voltado para adultos, mas com foco especial nas crianças, que sonham em ser super-heróis e por alguns momentos vemos na tela uma que teve o privilégio de viver esse momento, além de importantes lições sobre a vida, que é possível acreditar em si mesmo e que cada um é capaz para fazer o que quiser, e basta acreditar. E não vá embora, há duas cenas extras, com as quais você vai se divertir, não perca por nada!
Cotação: 5/5 poltronas.
Por: Cesar Augusto Mota
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