POLTRONA DE OPINIÃO: Ted e o deputado Protógenes

POLTRONA DE OPINIÃO: Ted e o deputado Protógenes

Por Eduardo Guimarães

A semana passada foi marcada por um grande evento do cinema. Não estou falando de nenhum lançamento ou anuncio vindo de Hollywood. Mas sim da presença do pequeno Juan em uma sessão para assistir Ted (Ted, 2012, direção de Seth MacFarlane, com Mark Wahlberg, Mila Kunis e Seth MacFarlane) acompanhado de seu pai, o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB – SP).

Aparentemente o digníssimo deputado não leu a sinopse (nem a faixa etária indicativa – 16 anos) do filme e acho que seria uma boa atração para levar seu filho de 11 anos para ver a história de amizade entre um homem de 30 anos solteiro e seu ursinho de pelúcia que ganhou vida quando ele ainda era uma criança.

E por causa disso, ilustríssimo deputado, eleito devido ao coeficiente eleitoral de outro ilustríssimo deputado – o palhaço Tiririca (PR – SP), decidiu que o filme deveria ser BANIDO das salas brasileiras. Afinal, onde já se viu um ursinho fofinho fazendo uso de drogas e fazendo sexo com prostituas?

Imagino que o deputado não tenha visto ou deixado o pequeno Juan ver nenhum filme naSessão da Tarde, onde um grupo de amigos embarca em uma viagem cheia de loucuras e confusões. Ou mesmo o mais recente Se Beber Não Case (The Hangover, 2009, direção de Todd Phillips, com Bradley Cooper, Ed Helms, Justin Bartha, Zach Galifianakis e Heather Graham).

Logicamente que a imprensa e a opinião pública se mostraram contrárias à opinião do magnânimo legislador. E como podemos imaginar, Ted disparou na bilheteria brasileira devido a essa publicidade tão inconveniente.

Espero que o sagaz deputado não leve seu pequeno filho para ver Os Três Patetas (The Three Stooges, 2012, direção dos Irmãos Farrelly, com Sean Hayes, Will Sasso, Chris Diamantopoulos, Jennifer Hudson e Jane Lynch), afinal este filme pode influenciar o pequeno Juan a bater com um martelo na cabeça dos amiguinhos. Ou passar uma serra elétrica na careca do vovô.

Também recomendaria que o nobre deputado não deixe seu infante ver alguns filmes brasileiros, como Cidade de Deus (2002, direção de Fernando Meirelles, com Alexandre Rodrigues, Seu Jorge, Alice Braga, Matheus Nachtergaele), porque este NÃO é um filme religioso; ou Bruna Surfistinha (2011, direção de Marcos Baldini, com Deborah Secco, Drica Moraes e Cássio Gabus Mendes), porque este NÃO é um filme sobre esportes; ou ainda Paraísos Artificiais (2012, direção de Marcos Prado, com Nathalia Dill, Luca Bianchi e Lívia Bueno), porque este NÃO é um filme sobre o céu.

Enfim, espero que na próxima vez que o pequeno Juan for ao cinema acompanhado por seu progenitor, que este faça o pequeno esforço de ler a sinopse do filme ANTES de sair de casa.

@guimaraesedu

Um comentário sobre “POLTRONA DE OPINIÃO: Ted e o deputado Protógenes

  1. O problema, muitas vezes, é que nem a sinopse salva. Muitas são péssimas não tendo nada em comum com o filme e outras se resumem apenas em uma frase como “Um homem compra uma bicicleta e morre dois dias depois”. Para quem conhece sabe que vindo do diretor Seth Macfarlane, que é criador de Family Guy, o filme não poderia ser uma comédia bonitinha e até meio non sense só por ter um urso de pelúcia que fala.

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