Da Tv para o cinema/Por Eduardo Guimarães

Da Tv para o cinema/Por Eduardo Guimarães

Nos últimos anos, o cinema redescobriu algumas histórias que estavam esquecidas no passado da televisão: algumas das mais famosas séries de TV estão aparecendo na tela grande.

Alguns exemplos que podemos citar é As Panteras, Esquadrão Classe A, S.W.A.T., Jornada nas Estrelas e algumas de menor expressão, como O Santo.

Mas vamos nos focar nos filmes acima.

O Santo, de 1997, estrelado por Val Kilmer e Elisabeth Shue, é baseado na série de mesmo nome, onde o ator principal era ninguém menos do que Roger “007” Moore. Simon Templar, personagem de Val Kilmer, um ladrão profissional, que trabalha para criminosos. Além de muito inteligente e charmoso, Templar também usa várias identidades falsas, mas sempre com um detalhe em comum: o nome nessas identidades é sempre de um santo da Igreja Católica.

O filme conta com um roteiro muito elaborado, para não dizer exagerado. Simon Templar é contratado pela máfia russa para roubar a fórmula de uma nova fonte de energia limpa e acaba se envolvendo em um golpe de estado na Russia enquanto a Interpol está atrás dele.

Não é um filme ruim, mas também não é nada digno do Oscar.

S.W.A.T., de 2003, já conta com um elenco de mais peso, formado por Samuel L. Jackson, Colin Farrell, Michelle Rodriguez e Jeremy Renner. O roteiro é simples e direto: o sgt. Dan “Hondo” (Jackson) está formando uma nova equipe da S.W.A.T. e tem como missão levar um traficante de drogas até a cadeia, mas antes de ser transferido, o traficante oferece 100 milhões de dólares para quem libertá-lo, o que torna a equipe da S.W.A.T. um alvo para todos os bandidos da Califórnia.

A série em que o filme é baseada não foi um sucesso na TV americana na década de 70, tendo sido gravados apenas 2 temporadas.

Uma das melhores adaptações recente de série para filme foi O Esquadrão Classe A, de 2010.  A série, sucesso de audiência entre 1983 e 1987, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, contava a história de um grupo de ex-militares que, após terem sido condenados
injustamente de roubarem um banco em Hanói, se tornam Soldados da Fortuna e ajudam as pessoas que precisam.

O roteiro do filme foi bem trabalhado neste ponto: mostra como o Esquadrão se juntou e, da mesma maneira que na série, eles são condenados por injustamente e fogem da prisão para tentar limpar seus nomes.

E a escolha dos atores também foi muito boa. Liam Neeson (Cel. Hannibal Smith), Bradley Cooper (Ten. “Cara de Pau” Peck), Quinton Jackson (Sgt. B.A. Baracus) e Sharlto Copley (Cap. Murdock) conseguiram manter o mesmo ritmo dos atores da série: George Peppard,
Dirk Benedict, Mr. T e Dwight Schultz. Uma pena só que os produtores do filme não tiveram a idéia de fazer os personagens originais da série aparecerem fazendo uma ponta. Quem sabe na continuação.

E agora, vamos para (em minha opinião) a pior adaptação já feita por Hollywood para uma série de TV: As Panteras.

A série, que teve 5 temporadas de 1976 a 1981, foi um sucesso sob vários aspectos: além de lançar várias atrizes, como Kate Jackson e Farrah Fawcett, a série girava em torno de uma agência de detetives formada por 3 mulheres, sendo elas especialistas em área consideras
masculinas, como lutas, disfarces e tecnologia.

Infelizmente o filme de 2000 é triste. Não só o primeiro, o segundo filme, As Panteras Detonando, de 2002, conseguiu ser pior ainda. Roteiro confuso, exagero nos efeitos especiais e personagens fracos, apesar do elenco ter nomes de peso como Cameron Diaz, Drew Barrymore, Lucy Liu, Bill Murray (somente no 1º filme) e Demi Moore (2º filme) e
Rodrigo Santoro (2º filme), tornam o filme chato, cansativo e barulhento.

Para se ter uma idéia da falta de contexto no roteiro, o personagem de Santoro no filme não fala uma palavra e aparece no começo do filme, passando ao expectador a idéia de que ele é um grande vilão. Mas, antes do meio do filme, é morto.

Agora as cenas de efeitos especiais são realmente demais. Todos os efeitos foram retirados de Matrix e exageradamente usadas, tornando o filme cansativo e previsível demais. O que deveria ter gerado um resultado ao contrário: quando usado os efeitos, estes deveriam
surpreender o espectador. Mas em As Panteras, não.

Infelizmente não é sempre que Hollywood acerta na adaptação. Espero que nas próximas adaptações, os diretores e roteiristas acertem mais a mão.

Um comentário sobre “Da Tv para o cinema/Por Eduardo Guimarães

  1. Muito interessante o tema do seu post. Muitos produtores usam essas adaptações apenas como caça-níquel e se esquecem que existem muitos fãs (geralmente “xiitas”) que não perdoam quando a coisa sai mal feita.

    E isso vale tanto para adaptações de séries de TV quanto para quadrinhos e games.

    Pra se produzir algo relacionado a isso, o diretor tem que entender muito do assunto. Veja bem, geralmente se tratam de pequenos universos próprios que ficam quase que impossíveis de serem transportados ao cinema de maneira banal. Quantas HQs existem de um super-herói? Quantos episódios tiveram uma Tv-série? E o que falar da complexidade de trazer um game pras telas? Tem que ter muito amor envolvido.

    Os filmes de heróis hoje melhoraram bastantes, mas são pouquíssimos casos de ótimos filmes. Recentemente apenas o novo reboot de Batman e Homem de Ferro me agradam. Filme baseados em games são patéticos….apenas Terror em Silent Hill me agrada (relevando algumas coisas bobas do filme).

    Quanto as TV-series, nunca me empolgaram nem na TV. Mas como filme “O Santo” é muito bom. Roteiro bacana, Val Kilmer em grande fase, Elizabeth Shue lindíssima. Achei que teria continuações. Desses outros que você citou apenas vi o primeiro Panteras. Sofrível, forçado demais. Ainda preciso ver o novo Star Trek que dizem ser muito bom.

    Enfim, se alguém quiser se banhar num universo tão amplo e tão fechado, que, no mínimo, perca um bom tempo vendo e revendo (ou lendo, ou jogando) algo a respeito. Montar um roteiro sobre adaptações não é tão simples assim. Geralmente não cabem apenas em 120 minutos de filme.

    Novamente, belo post.

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