Oscar 2018: A Forma da Água, de Guillermo del Toro, se destaca e leva 4 estatuetas na premiação

Oscar 2018: A Forma da Água, de Guillermo del Toro, se destaca e leva 4 estatuetas na premiação

Realizada na noite deste domingo (4), a 90ª edição do Oscar, maior premiação do cinema mundial, contou novamente com a apresentação do comediante norte-americano Jimmy Kimmel, no Dolby Theater, localizado na Hollywood Boulevard, em Los Angeles.

O apresentador abriu a cerimônia com piadas sobre o erro na última edição, na qual ‘La La Land-Cantando Estações’ foi anunciado como melhor filme em vez de Moonlight, o verdadeiro vencedor.

“Quando ouvir seu nome esta noite, por favor, não levante imediatamente, avisou o apresentador. Uma semana antes, me perguntaram se eu queria fazer comédia com os auditores. Eu disse que não, então os auditores resolveram fazer comédia sozinhos”, brincou.

Kimmel ainda relembrou a expulsão do produtor Harvey Weinstein, expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas por conta das denúncias de abuso e assédio sexual.

“Não podemos mais deixar o mau comportamento passar, precisamos dar o exemplo, o mundo está olhando para nós”, continuou. “Se conseguirmos acabar com o assédio no ambiente de trabalho, as mulheres só vão ser assediadas em todos os outros lugares”, destacou o humorista.

O destaque da noite ficou com ‘A Forma da Água’, de Guillermo del Toro, com quatro estatuetas. O longa levou os prêmios de melhor direção de arte, trilha sonora, melhor diretor e melhor filme, com esses dois últimos para Del Toro. ‘Dunkirk’, de Christopher Nolan, foi o segundo maior vencedor, com os prêmios de melhor edição de som, mixagem de som e montagem. ‘Três Anúncios para um Crime’, de Martin McDonagh, faturou as estatuetas de melhor ator coadjuvante, para Sam Rockwell, e melhor atriz, para Frances McDormand. O prêmio de melhor ator ficou com Gary Oldman, que interpretou Winston Churchill, primeiro-ministro britânico, em ‘O Destino de uma Nação’. Já Allison Janney levou para casa o prêmio de melhor atriz coadjuvante por ‘Eu, Tonya’.

As surpresas foram ‘Corra!’, de Jordan Peele, apontado pela Academia como filme de melhor roteiro original,  e ‘Uma Mulher Fantástica’, melhor filme estrangeiro, superando ‘The Square’, representante da Suécia e vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes.

Confira abaixo a lista completa com todos os vencedores do Oscar 2018.

Melhor ator coadjuvante: Sam Rockwell (Três Anúncios para um Crime)
Melhor maquiagem e penteado: O Destino de Uma Nação
Melhor figurino: Trama Fantasma
Melhor documentário: Ícaro
Melhor edição de som: Dunkirk
Melhor mixagem de som: Dunkirk
Melhor direção de arte: A Forma da Água
Melhor filme estrangeiro: Uma Mulher Fantástica (Chile)
Melhor atriz coadjuvante: Allison Janney (Eu, Tonya)
Melhor curta de animação: Dear Basketball
Melhor animação: Viva-A Vida é uma Festa
Melhores efeitos visuais: Blade Runner 2049
Melhor montagem: Dunkirk
Melhor documentário de curta-metragem: Heaven is a Traffic Jam on The 405
Melhor curta-metragem: The Silent Child
Melhor roteiro adaptado: Me Chame pelo Seu Nome
Melhor roteiro original: Corra!
Melhor fotografia: Blade Runner 2049
Melhor trilha sonora: A Forma da Água
Melhor canção: Remember Me (Viva-A Vida é uma Festa)
Melhor diretor: Guillermo del Toro (A Forma da Água)
Melhor ator: Gary Oldman (O Destino de uma Nação)
Melhor atriz: Frances McDormand (Três Anúncios para um Crime)
Melhor filme: A Forma da Água (Guillermo del Toro)

Parabéns aos vencedores e nos encontramos na próxima edição do Oscar, em 24 de fevereiro de 2019. Até lá!

Por: Cesar Augusto Mota

‘Três Anúncios para um Crime’ surpreende e leva prêmio de melhor filme no BAFTA 2018

‘Três Anúncios para um Crime’ surpreende e leva prêmio de melhor filme no BAFTA 2018

A corrida pelo Oscar esquenta ainda mais. A menos de quinze dias da maior premiação da sétima arte, o filme ‘Três Anúncios para um Crime’, do diretor Martin McDonagh, foi a sensação do BAFTA (British Academy of Film and Television Arts), o Oscar inglês, e levou o prêmio de melhor filme, desbancando o favorito ‘A Forma da Água’, do cineasta mexicano Guillermo del Toro.

Além de filme, ‘Três Anúncios’ faturou os prêmios de melhor atriz (Frances McDormand), melhor ator coadjuvante (Sam Rockell), melhor roteiro original e melhor filme britânico. Apesar de ter perdido a estatueta de melhor filme, ‘A Forma da Água’ levou os prêmios de melhor diretor (Guillermo del Toro), melhor trilha sonora original e melhor direção de arte.

‘O Destino de uma Nação’, do diretor Joe Wright, conquistou os prêmios de melhor maquiagem e melhor ator (Gary Oldman). Já na categoria animação, o filme da Disney/Pixar ‘Viva-A Vida é uma Festa’, confirmou seu favoritismo e levou a estatueta.

Confira abaixo a relação completa dos premiados no BAFTA 2018:

Melhor filme: “Três Anúncios para um Crime”, de Martin McDonagh
Melhor direção: Guillermo del Toro, por “A Forma da Água”
Melhor atriz: Frances McDormand, por “Três Anúncios para um Crime”
Melhor ator: Gary Oldman, por “O Destino de uma Nação”
Melhor atriz coadjuvante: Allison Janney, por “Eu, Tonya”
Melhor ator coadjuvante: Sam Rockwell, por “Três Anúncios para um Crime”
Melhor Filme Britânico: “Três Anúncios para um Crime”
Melhor roteiro original: “Três Anúncios para um Crime”
Melhor roteiro adaptado: “Me Chame Pelo Seu Nome”
Melhor curta britânico: “Cowboy Dave”
Melhor curta-metragem de animação britânico: “Poles Apart”
Melhor filme de diretor, roteirista ou produtor britânico estreante: “I Am Not a Witch”, de Rungano Nyoni
Melhor filme estrangeiro: “A Criada”, de Park Chan-wook
Melhor documentário: “I Am Not Your Negro”, de Raoul Peck
Melhor Animação: “Viva – A Vida É Uma Festa”, de Lee Unkrich
Melhor Trilha Sonora Original: “A Forma da Água”
Melhor fotografia: “Blade Runner 2049”
Melhor edição: “Em ritmo de fuga”

Por: Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Três Anúncios para um Crime/ Gabriel Araújo

Maratona Oscar: Três Anúncios para um Crime/ Gabriel Araújo

Por: Gabriel Araujo (@gabriel_araujo1)

Maratona Oscar: “Três Anúncios para um Crime”

É fato que a “dona” de “Três Anúncios para um Crime”, Frances McDormand, tem missão complicada no Oscar ao concorrer o prêmio de Melhor Atriz com gente do quilate de Meryl Streep. Como também é fato que sua atuação — que já a rendeu um Globo de Ouro — a credencia para levar também o troféu da Academia e impulsiona, ao lado do excelente roteiro de Martin McDonagh, Three Billboards Outside Ebbing, Missouri à indicação como Melhor Filme. E essas são apenas duas das sete indicações recebidas pelo bom longa no prêmio.

No filme de McDonagh, os coadjuvantes aparecem bem, mas o domínio da tela por McDormand é impressionante. Da primeira à última cena, a atriz exala sentimentos que constroem a protagonista Mildred Hayes. O espectador cria, ao mesmo tempo, simpatia e desprezo pela personagem, em um filme que não tem nem herói, nem vilão, já que a raiva move (e muda) praticamente todos. Mas que tem razão e emoção em doses cavalares e permite um misto de emoções a quem assiste.

A simpatia por Mildred advém do que ocorreu com sua filha Angela, brutalmente estuprada e assassinada. Meses se passam sem que a polícia consiga resolver o caso e a mãe, então, decide chamar atenção: aluga três outdoors em sua cidade, Ebbing (Missouri), para cobrar ações dos homens da lei, cujo representante e alvo principal é o xerife William Willoughby (Woody Harrelson). ‘Bill’, admirado pela cidade, certamente é a maior voz da razão do filme, por mais que Mildred ache o contrário, e precisa conviver tanto com a dificuldade para investigar o caso de Angela e com os outdoors que o acusam, quanto com um câncer pancreático terminal.

O filme se desenvolve no ódio de Mildred pela polícia e em sua busca por justiça, que expõe, por sua vez, um radicalismo exacerbado da protagonista e leva ao sentimento de desprezo por Hayes, capaz, por exemplo, de passionalmente sugerir um “banco de dados de DNA” para todos os homens do país e penas de morte ou de atear fogo em uma delegacia.

Do outro lado da moeda está o policial Jason Dixon (Sam Rockwell), que também move desprezo e simpatia — sim, em ordem inversa ao que Mildred gera. Dixon transita do policial “machão”, que se acha acima de tudo e se coloca como o principal rival da mãe de Angela e seus outdoors, ao homem comum com empatia que sofre no incêndio e mesmo assim salva arquivos importantes.

A trama de história pesada não impede, ainda, momentos de forte humor negro. As cenas das idas de Mildred ao dentista amigo de Willoughby e à escola de seu filho Robbie (Lucas Hedges) são exemplos, bem como a ‘visitinha’ que o policial Dixon faz a Red Welby (Caleb Landry Jones), chefe da empresa de outdoors contratada por Hayes.

É um filme realmente muito bom, que justifica a vitória como Melhor Drama no Globo de Ouro e a indicação à estatueta de Melhor Filme. Suas quase duas horas passam rápido e a trama é envolvente. A indicação de Martin McDonagh a Melhor Roteiro Original é justa e há boas chances de vitória — o roteiro já venceu um Golden Globe. McDonagh estranhamente não concorre a Melhor Diretor, prêmio que, de qualquer forma, deve ficar com Guillermo del Toro (A Forma da Água).

Three Billboards Outside Ebbing, Missouri ainda concorre com a dupla Woody Harrelson e Sam Rockwell a Melhor Ator Coadjuvante. Apesar do bom papel de Harrelson como Willoughby, a maior chance de estatueta na categoria é Rockwell, certamente a grande estrela do longa após Frances McDormand.

Há também indicações ao Oscar de Melhor Edição, categoria na qual é bom candidato, e de Melhor Trilha Sonora, em que, por sua vez, não chama tanta atenção.

Nota: 4,5/5

Sinopse:
Inconformada com a ineficácia da polícia em encontrar o culpado pelo brutal assassinato de sua filha, Mildred Hayes decide chamar atenção para o caso não solucionado alugando três outdoors em uma estrada raramente usada. A inesperada atitude repercute em toda a cidade e suas consequências afetam várias pessoas, especialmente a própria Mildred e o Delegado Willoughby, responsável pela investigação.