Poltrona Cabine: Quase Memória/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Quase Memória/ Cesar Augusto Mota

Baseado no livro homônimo de Carlos Heitor Cony, ‘Quase Memória’, do diretor Ruy Guerra (Os Fuzis) faz um tributo às lembranças, com uma linguagem que oscila entre a crônica, o romance, o real e o imaginário e com um diálogo poderoso entre passado e futuro. Um filme sentimental, saudosista e filosófico, considerado um grande exercício e divertimento para o espectador.

O roteiro da trama traz a sensação de que é possível brincar com as memórias pessoais, os ganhos e as perdas, amores e dissabores, além de grandes lembranças e diversos amores. São as reflexões de um cineasta pautadas num carrossel desenfreado de emoções e num misto de imagens impactantes e frenéticas. Ruy Guerra traz não só um deleite para seus olhos como uma verdadeira obra-prima.

Em cena vemos Carlos Campos (Tony Ramos), desolado e perdido em seus vazios, que acaba por encontrar seu outro eu mais jovem (Charles Fricks) em sua própria casa. O Carlos jovial se lembra de fantásticas histórias de seu pai, Ernesto (João Miguel), um jornalista sonhador, aventureiro e desengonçado. Com o auxílio da construção do personagem Ernesto, é traçado um paralelo entre o real e o fictício, as memórias afetivas e as improváveis e o abismo entre a pouca memória do Carlos mais velho e as memórias exuberantes do Carlos mais novo.  O que pode soar como fantasioso para alguns, pode ser verídico para outros e num tempo esculpido com delicadeza e para afagar o especta dor.

Além da bela fotografia, assinada por Pablo Baião (Um Filme de Cinema) e com boas alternâncias entre luzes e sombras, somos agraciados com um conjunto de quadros que mais lembravam uma peça de teatro e temos atuações destacadas e espetaculares. Tony Ramos, numa interpretação dramática e transparecendo de maneira eficiente a angústia e a solidão de Carlos, é um dos pilares do longa. João Miguel, com seu personagem caricato e Charles Fricks faz um ótimo contraponto ao outro Carlos, com lapso de memória e Mariana Ximenes empresta uma atuação honrosa para a mãe do protagonista, tanto nos momentos hilários como nos mais dramáticos do filho.

Um dos grandes nomes do Cinema Novo, o moçambicano Ruy Guerra marca seu retorno triunfal com um longa que faz uma reflexão cômica sobre a memória, belas surpresas e com uma sensação de que relembrar pode ser melhor que descobrir. Vale o ingresso e seu tempo.

Avaliação: 4/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Geek #18: Trindade Cinematográfica – Candidato Honesto, Getúlio Vargas e Os Homens São de Marte e é Pra Lá Que Eu Vou

Poltrona Geek #18: Trindade Cinematográfica – Candidato Honesto, Getúlio Vargas e Os Homens São de Marte e é Pra Lá Que Eu Vou

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Poltroneiros de Plantão,

No dia 10 de novembro de 2014 o Cinemark Brasil fez em toda sua rede de cinemas o 15° Projeta Brasil, onde exibe o dia todo filmes nacionais somente por 3 reais.

Então, decidi falar sobre três filmes que já assisti e que estavam sendo oferecidos.

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3 – Os Homens São de Marte e é Pra Lá Que Eu Vou

Sinopse: Ironia. Essa é a definição ideal para a situação de Fernanda (Mônica Martelli), de 39 anos, que trabalha organizando a cerimônia mais importante do imaginário feminino, o casamento, mas é solteira. Forte devota do amor, a produtora lida com os mais diversos tipos de homem e reserva grande parte do seu tempo à procura do par perfeito.

Análise: Uma boa sessão da tarde! Contudo, a aclamada peça deixou a desejar em sua adaptação para a telona. Piadas fracas e alguns estereótipos que deixariam uma feminista de cabelos em pé. Contudo, vale ressaltar que o cenário é maravilhoso e bem escolhido. Os atores são “mais ou menos”. Mas ainda assim vale a pena assistir se a internet estiver desligada e estiver passando na TV. (2,5 / 5 Spheras)

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2 – Getúlio

Sinopse: A intimidade de Getúlio Vargas (Tony Ramos), então presidente do Brasil, em seus dezenove últimos dias de vida. Pressionado por uma crise política sem precedentes, em decorrência das acusações de que teria ordenado o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda (Alexandre Borges), ele avalia os riscos existentes, até tomar a decisão de se suicidar.

Análise:  Um excelente filme, que mostra um momento histórico no qual marcou o Brasil. Atuação esplêndida dos envolvidos e principalmente do ator total flex, Tony Ramos. Ponto alto do filme: os momentos que mostram como os militares envolviam a política para tentar dar o golpe. (4 / 5 Spheras)

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1 – O Candidato Honesto

Sinopse: João Ernesto Praxedes (Leandro Hassum) é um político corrupto, candidato à presidência da República. Ele está no segundo turno das eleições, à frente nas pesquisas, quando recebe uma mandinga da avó. E agora?

Análise: Leandro Hassum dá um show e com um humor ácido faz piada com todos aqueles que gostaríamos de fazer. Risos do início ao fim com uma conclusão muito boa. (4,5 / 5 Spheras)

Inté!!!

Thiago Simão

SpheraGeek