Nas últimas semanas nos deparamos com notícias sobre o possível fim do mundo, e isso sem dúvida dividiu muitas pessoas, houve quem embarcasse em diversas teorias da conspiração, e outros que achassem se tratar de puro achismo e coisa de maluco. No cinema não é diferente, já tivemos muitas produções que exploraram o tema, e muitas bem recebidas pelo público, como Armageddon, 2012 e Impacto Profundo. A Warner Bros. lança mais um filme sobre essa temática, ‘Tempestade: Planeta em Fúria’ (Geostorm), que promete impressionar os cinéfilos com cenas bastante impactantes e uma história envolvente.
O ano é 2019, e são cada vez mais frequentes as tempestades de raios, maremotos, os terremotos e outros eventos climáticos que podem ameaçar e até mesmo extinguir a vida na Terra. Para o combate a esses males, foi construído um conjunto de satélites com a cooperação de 17 países, o “Dutch Boy”, com a coordenação do engenheiro Jake Lawson (Gerard Butler). Por questões políticas, Jake é afastado da função e Max (Jim Sturgess), seu irmão mais novo, assume o posto. Três anos depois, falhas no satélite acontecem e provocam eventos alarmantes, como uma forte Nevasca no Afeganistão, altas temperaturas e centenas de mortes em Hong Kong e a perda de um tripulante após falha em uma cabine. Jake é chamado em caráter de emergência para descobrir o que está por trás dos defeitos e solucioná-los, e terá também que superar todas as diferenças que tem com o irmão Max.
O roteiro consegue preencher bem os 109 minutos de duração do filme, sem a necessidade de cenas demasiadamente longas e apressadas. A câmera traz movimentos bruscos nos momentos certos, causando medo e apreensão nos personagens e espectadores, e a sequência de ações ajudam não só na compreensão da história, tornando-a verossímil. O foco não está somente nas tragédias e num possível apocalipse, a questão familiar é latente, o tempo todo é possível reparar a persistência de ranços entre Max e Jake, além de vermos um grande quebra-cabeças envolvendo a sabotagem do ‘Dutch Boy’ e os possíveis suspeitos, desde tripulantes a integrantes do mais alto escalão do governo norte-americano. As pistas vão surgindo e aos poucos os mistérios vão sendo desvendados. Várias opções são oferecidas ao espectador, que vai prestar atenção aos detalhes e ficará ansioso por soluções. Ponto para Dean Devlin, responsável para o roteiro, que também dirige o longa.
A montagem e os efeitos especiais tornam o filme ainda mais emocionante, reforçando o terror psicológico existente desde o início da trama, com o começo das tragédias, até um possível fim do mundo. Quem for ver o filme daqui a alguns anos achará que ele continua atual, tamanho realismo das cenas aliadas a interpretações carregadas de tensão e dramaticidade. Quem acompanha se convence de que tudo pode acabar a qualquer momento, bem como sentir um grande frenesi e quase pular da cadeira.
As atuações coroam um filme tão bem produzido. Gerard Butler e Jim Sturgess desenvolvem ações complexas e ao mesmo tempo significativas para a trama, ambos mostram um grande poder de evolução na história e capacidade para protagonizarem grandes reviravoltas. Abbie Cornish, como a agente Sarah Wilson, e Alexandra Maria Lara, no papel da comandante Ute Fassbinder, possuem importâncias cruciais no enredo e serão peças-chave nos momentos decisivos da história. E não podemos desprezar Eugenio Derbez, ator mexicano famoso por filmes mais cômicos, mas que dá o ar da graça, e a participação especial de Andy Garcia, que aparece brevemente no comecinho da trama e depois na parte final, como o presidente dos Estados Unidos.
Um filme envolvente, de belo plano estético e de forte apelo. Quem acompanha se impressiona com a perfeita construção de uma sequência de desastres naturais combinadas a ações frenéticas, um roteiro recheado de arcos dramáticos e com desfechos impactantes. ‘Tempestade: Planeta em Fúria’ vem para mostrar que explorar o fim do mundo no cinema ainda não se trata de uma fórmula desgastada e vencida, mas que ainda vale a pena investir e mirar públicos variados. E, sem dúvida, virá muito mais.
Avaliação: 4,5/5 poltronas.
Por: Cesar Augusto Mota