É inegável que a franquia ‘Invocação do Mal’ se tornou um grande sucesso do gênero terror. Foram duas produções que arrancaram muitos gritos e fizeram as pessoas pularem da cadeira várias vezes, fora o êxito com a bilheteria. Com o intuito de levar mais pessoas às salas de cinema, a Warner Bros. resolveu investir em um filme derivado da saga e explorar uma figura já vista antes: Annabelle.
Com um longa morno e decepcionante em 2014, Annabelle tem agora uma nova sequência, e com uma equipe de primeira, a começar pelo diretor. David F. Sandberg, após o sucesso de ‘Quando as Luzes se Apagam’, é o responsável por ‘Annabelle 2: A Criação do Mal’, e com as atuações de Talitha Bateman, Lulu Wilson (‘Ouija: A Origem do Mal’), além de Anthony LaPaglia, (‘Without a Trace’), Miranda Otto, Samara Lee (O último Caçador de Bruxas) e Stephanie Sigman.
A narrativa trata da história do casal Mullins (Otto e Lapaglia), que perdeu a filha Annabelle num trágico acidente e após 12 anos resolve fazer da casa um lar para meninas órfãs, abrigando algumas garotas e a irmã Charlotte (Sigman). A história focaliza duas crianças em especial, Janice (Bateman), com dificuldade de locomoção causada por uma poliomielite, e Linda (Wilson). As duas começam a notar coisas estranhas e experimentam momentos sombrios e tensos, envolvendo as demais colegas.
Na medida em que a trama vai passando, todos os segredos acerca da estranha e amaldiçoada boneca vão sendo revelados e uma enorme bola de neve vai se formando. Quem está assistindo tem a impressão que se trata de ‘Invocação do Mal’, pois o plano-sequência utilizado é o mesmo, com foco e preocupação com a casa de uma família e filmagens com pouca luminosidade e efeitos com sombras bem produzidos. Cores amareladas e cinzentas, presentes nos filmes de James Wan, são percebidas em ‘Annabelle 2’, além dos efeitos utilizados, com aparições visuais repentinas e ruídos estrondosos após um longo silêncio, tudo isso funciona muito bem.
Além de utilizar ferramentas que lembrem os filmes anteriores, o diretor David F. Sandberg consegue fazer uma conexão eficiente entre eles, sem prejudicar o enredo, além de um preciso controle entre as cenas e a trilha sonora, algumas tomadas mais fortes por conta do som e outras mais divertidas e sem necessidade de sonorização.
O roteiro, assinado por Gary Daubermann, apresenta alguns problemas. Alguns personagens não são tão aprofundados, como as demais garotas órfãs, além da irmã Charlotte. Algumas situações acerca do passado das irmãs Janice e Linda não são explicados, além do ritmo acelerado no ato final da história, mas nada que comprometa o resultado final, que é satisfatório e infinitamente superior ao primeiro ‘Annabelle’.
As atuações são primordiais, a direção de arte é impecável, além da montagem. Quem gosta do gênero terror vai se surpreender positivamente com o filme, além de torcer por uma sequência. Se Sandberg for mantido para uma produção futura, as chances de bom resultado são enormes, nem preciso dizer nada se James Wan voltar, não é mesmo?
Recomendo ‘Annabelle 2: A Criação do Mal’, um filme assustador em boa parte dos 110 minutos de duração, e algumas cenas cômicas nos momentos que são necessários. E não saia correndo, você verá duas cenas pós-créditos. Não perca!
Avaliação: 4/5 Poltronas.
Por: Cesar Augusto Mota