Filhos do Ódio, de Spike Lee, estreia dia 25 de junho

Filhos do Ódio, de Spike Lee, estreia dia 25 de junho

Filme ‘Filhos do Ódio’, produzido por Spike Lee, estreia em 25 de junho
PRODUÇÃO BASEADA EM UMA HISTÓRIA REAL SERÁ LANÇADA DIRETAMENTE NAS PLATAFORMAS DIGITAIS
O drama biográfico “Filhos do Ódio” (“Son of the South”), produzido pelo cineasta Spike Lee, chega às plataformas digitais no dia 25 de junho, com distribuição da Synapse Distribution. O filme estará disponível para compra e aluguel na Claro Now, Vivo Play, Sky Play, iTunes/Apple Tv, Google Play e YouTube Filmes.
Nos anos 60, Bob Zellner (interpretado por Lucas Till, da franquia X-Men), um jovem branco do Alabama e neto de um membro da Ku Klux Klan decide questionar a segregação racial nos Estados Unidos, no auge das ativiades de grupos supremacistas brancos. O roteiro é baseado no livro biográfico “The Wrong Side of Murder Creek”, escrito por Bob Zellner e Constance Curry. Assista ao trailer aqui e confira imagens do filme neste link.
A trama também aborda o encontro de Zellner com importantes líderes negros da época, como Rosa Parks e John Lewis, antes de se tornar o primeiro secretário branco do Comitê Coordenador Estudantil Não-Violento (Student Nonviolent Coordinating Committee). Lucy Hale (“Pretty Little Liars”) e Cedric the Entertainer (“Uma Turma do Barulho”) também estão no elenco. Atualmente, Bob Zellner, com 82 anos, continua presente no movimento dos Direitos Civis americanos, sendo um dos mais respeitados porta-vozes da causa.
Com produção executiva do cineasta Spike Lee, vencedor do Oscar por “Infiltrado na Klan” e diretor de obras como “Malcom X” e “Destacamento Blood”, o longa é dirigido por Barry Alexander Brown, que trabalhou anteriormente com Lee nas produções “Infiltrado na Klan” e “Faça a Coisa Certa”. Sobre a Synapse DistributionA Synapse Distribution atua no mercado latino-americano de entretenimento desde os anos 1990. Com o crescimento do VOD a empresa tornou-se uma das principais fornecedoras de filmes e séries para plataformas digitais. Nos últimos seis anos, a distribuidora licenciou mais de 2.000 horas de conteúdo para players como Netflix, Amazon, Apple, Google, Globoplay, Pluto TV e MUBI. Parte do Grupo Sofa Digital desde 2018, a Synapse lançou mais de 30 filmes em 2020, entre eles os sucessos internacionais ‘Agente Infiltrada’, ‘Crime e Desejo’, ‘A Última Nota’, ‘Um Inverno em Nova York’ e ‘Curiosa’. Em 2021, um dos lançamentos da empresa foi o filme ‘Druk – Mais Uma Rodada’, ganhador do Oscar na categoria ‘Filme Internacional’. Entre destaques nacionais, a Synapse é responsável pela comercialização de longa-metragens, made for VOD, estrelando Luccas Neto, Viih Tube e Lucas Rangel, três dos principais YouTubers do Brasil nos segmentos infantil e infanto-juvenil.
Maratona do Oscar(republicado): Inflitrado na Klan/Cesar Augusto Mota

Maratona do Oscar(republicado): Inflitrado na Klan/Cesar Augusto Mota

Dotado de capacidade de realizar grandes debates acerca dos temas que são abordados em seus filmes, o emblemático e consagrado cineasta Spike Lee (Malcom X) mais uma vez vem para mobilizar o público e lhe dar um tapa na cara com uma produção que fala de supremacia branca e manipulação. ‘Infiltrado na Klan’ (BlaKKKlansman) conta com um roteiro de alta qualidade, perfeita produção cinematográfica e um grande elenco.

A narrativa conta a história real de Ron Stallworth (John David Washington), um policial negro que conseguiu se infiltrar dentro da Ku Klux Klan, em 1978, com a ajuda de seu amigo e parceiro Flip (Adam Driver), no intuito de desmontar a organização e proteger Patrice (Laura Harrier), uma militante estudantil do movimento negro. Ron se passa por um branco racista ao telefone, começa a estreitar relações com o chefe do grupo, David Duke (Topher Grace), e quando precisa comparecer pessoalmente aos cultos, Stallworth pede ao seu colega Flip para que assuma seu papel.

O roteiro traz uma premissa tão interessante que faz o espectador rir de algumas situações que beiram ao absurdo e se revoltar com as atrocidades que são ilustradas. Além disso, o filme não fica restrito a registrar algo que ocorreu no passado, o tema racismo ainda é bastante atual, com a existência de diversos grupos que disseminam supremacia da raça branca, realizam discursos de ódio e são capazes de se alastrar mais rapidamente. E além do racismo, há também a questão da lavagem cerebral e a capacidade de manipulação de quem está ao redor, e isso é muito bem retratado na figura de David Duke, líder do Klu Klux Klan e com claras aspirações políticas.

Spike Lee, ao realizar um filme como esse, o faz de uma maneira ímpar e mostra a todos que ainda existem pessoas com mente retrógrada, conservadora e que enxergam o negro como um ser inferior e ameaçador aos seres humanos. E também pondera que pessoas com esse perfil podem estar onde você menos espera, inclusive no seu círculo de amizades ou até mesmo em seu seio familiar e que todo o cuidado deverá ser pouco e a luta contra a opressão não pode parar.

Os atores fogem dos perfis caricatos, todos imprimem seriedade em suas atuações e um pouco de veia cômica em situações pontuais. Há ficção dentro da ficção, com pessoas se passando por outras, no caso um branco assumindo o lugar de um negro e um negro de um branco. Esse ponto diferencial faz o filme ganhar ainda mais força e se transformar numa espécie de comédia política. Mais um trabalho diferenciado e qualificado de Spike Lee.

John David Washington (Monster) tem o mérito de assumir uma postura cômica no início da trama e transparecer diferentes faces de fúria diante das adversidades e dos inimigos. Há veracidade em suas intervenções, o público compra sua postura e torce para ele conseguir desconstruir o forte esquema opressor liderado por David Duke. Adam Driver (Star Wars-Os Últimos Jedi) também se destaca, e traz outra questão importante e até hoje discutida, a intolerância religiosa. Ao interpretar um judeu, foi possível perceber que ainda existem grupos resistentes ao judaísmo e que o combatem fortemente, lamentavelmente. A naturalidade de Druver impressiona e complementa o personagem de John David Washington, a dupla funciona e faz a tr ama se movimentar de maneira eficiente e intensa.

Um filme forte, necessário e provocativo, ‘Infiltrado na Klan’ não só merece ser assistido como também se fazer presente nas rodas de debate. Spike Lee toca em um ponto ainda longe de ser pacificado e que requer persistência e lutas constantes para que possa ser severamente combatido, a intolerância. Um filme que não é mera sugestão, mas obrigatório.

Cotação: 5/5 poltronas.

 

Exibidos em 35mm, ‘Febre da Selva’ e ‘Mais e Melhores Blues’ são destaques na última semana da mostra ‘Acorde! o cinema de Spike Lee’

Exibidos em 35mm, ‘Febre da Selva’ e ‘Mais e Melhores Blues’ são destaques na última semana da mostra ‘Acorde! o cinema de Spike Lee’


Em exibição no CCBB-SP a mostra de cinema busca trazer os conceitos das produções de um dos cineastas mais importantes e urgentes do século XXI

CCBB São Paulo – 7 de novembro a 3 de dezembro de 2018
CCBB Rio de Janeiro – 7 de novembro a 26 de novembro
CCBB Brasília – 20 de novembro a 9 de dezembro
Na última semana de exibição no CCBB São Paulo, a programação da mostra ACORDE! O CINEMA DE SPIKE LEE, traz os clássicos ‘Febre da Selva’ e ‘Mais e melhores Blues’ exibidos em 35mm, em duas sessões no final de semana.

PROGRAMAÇÃO de 30/11 a 03/12:

Sexta, 30 de novembro

16h – O verão de Sam (1999 / 142 min / Digital) Sessão gratuita
18h45 – Mais e melhores blues (1990 / 130 min / 35mm)

Sábado, 1 de dezembro

16h45 – Oldboy – Dias de vingança (2013 / 104 min / Digital)
19h – Febre da selva (1991 / 121 min / 35mm)

Domingo, 2 de dezembro

15h – Mais e melhores blues (1990 / 130 min / 35mm)
17h30 – Febre da selva (1991 / 121 min / 35mm)

Segunda, 3 de dezembro

16h30 – Michael Jackson’s Journey from Motown to Off the Wall (2016 / 110 min / Digital) + Michael Jackson – They Don’t Care About Us (1996 / 5 min / Digital)
19h – Todos a bordo (1996 / 120 min / Digital)

Acorde!’, essa expressão está presente em quase todos os filmes de Spike Lee. É um chamado para a ação, para a ruptura de um comportamento padronizado, geralmente declamado por um personagem secundário para o personagem central, frequentemente em uma visão subjetiva: o ator olha para a câmera e fala ‘Acorde!’ para a plateia do cinema. “Spike Lee quer que seu cinema faça o público acordar para a realidade que o cerca”, comenta o curador Jaiê Saavedra.

Em cartaz até 3 de dezembro, ACORDE! O CINEMA DE SPIKE LEE traz alguns dos títulos mais recentes do cineasta, porém pouco vistos nas salas de cinema brasileiras, e alguns de seus melhores trabalhos para a televisão, como os documentários Kobe Doin’ Work (2009), filmado com 30 câmeras, e Michael Jackson’s Journey from Motown to Off the Wall (2016). Michael Jackson também é a estrela de um dos videoclipes da mostra – They Don’t Care About Us, gravado no Rio de Janeiro e em Salvador.  Quatro filmes clássicos exibidos em 35mm: Mais e melhores blues (1990), Febre da selva (1991), Malcolm X (1992) e A última noite (2002), que terão sessões inclusivas (com audiodescrição e close caption).

Ao demonstrar para Hollywood o potencial de um cinema negro junto ao público amplo, Spike Lee saiu da condição duplamente marginalizada de cineasta independente e negro, fazendo dos black films parte da grande indústria do cinema americano. Após o sucesso do seu primeiro lançamento comercial, a comédia Ela quer tudo (She’s Gotta Have It, 1986), que marcou também a estreia de Spike Lee como ator, ele abriu a sua produtora – 40 acres and a Mule Filmworks (o nome é inspirado em uma promessa não cumprida que políticos fizeram a escravos recém-liberados depois da Guerra Civil americana).

Um período de intensa criatividade veio a seguir, com filmes como Faça a coisa certa (1989), Mais e melhores blues (1990), Malcolm X (1992) e Febre na selva (1991), colocando o diretor entre os grandes nomes do cinema mundial. Surpreendentemente, mesmo tendo alcançado a condição de um cineasta mainstream, Spike Lee nunca deixou de considerar a si mesmo um cineasta negro e independente. Com A hora do show (2001), uma crítica feroz à forma como Hollywood e a TV dos Estados Unidos tratavam os negros, ele consolidou definitivamente a sua posição como um dos grandes realizadores do século. Spike já trabalhou com diversas estrelas e gosta de repetir no elenco de seus filmes nomes, como Denzel Washington (que encarnou Malcolm X), John Turturro, Samuel L. Jackson e Michael Imperioli. Em 2016, Lee ganhou um Oscar Honorário mas não foi à cerimônia para marcar sua posição em um momento em que se discutia a falta de indicações de pessoas negras ao prêmio.

– Spike Lee também é, antes de tudo, um cineasta com incrível domínio técnico, grande sensibilidade na direção de atores e enorme respeito à palavra. Seus primeiros filmes já se tornaram clássicos do cinema que merecem ser (re)assistidos e novamente discutidos. Um raro exemplo de um diretor que conservou enorme vigor e ousadia através das décadas, transcendendo o título de representante de um cinema negro e se tornando um dos grandes de nossa época – completa Jaiê Saavedra.

Os visitantes que assistirem cinco sessões de filmes ganharão um catálogo da mostra. A programação completa estará disponível no site bb.com.br/cultura.

FILMES:

Mais e melhores blues (Mo’ Better Blues)
E.U.A / 1990 / 130 minutos / 14 anos
Direção: Spike Lee
Elenco: Denzel Washington, Spike Lee, Wesley Snipes, Giancarlo Esposito, Robin Harris, Joie Lee, Bill Nunn, John Turturro, Dick Anthony Williams e Cynda Williams
Sinopse: Bleek Gilliam (Denzel Washington) sonhava desde criança em ser músico, mas sua mãe insistia para que ele não largasse os estudos. Já adulto, ele se torna um trompetista de sucesso e forma a sua própria banda de jazz. No entanto, sua rivalidade no palco com Shadow Henderson (Wesley Snipes) e seus problemas com mulheres levam Bleek a conhecer o fracasso.

Febre da selva (Jungle Fever)
E.U.A / 1991 / 121 minutos / 14 anos
Direção: Spike Lee
Elenco: Wesley Snipes, Annabella Sciorra, Spike Lee, Ossie Davis, Ruby Dee, Samuel L. Jackson, Lonette McKee, John Turturro, Frank Vincent, Halle Berry e Anthony Quinn
Sinopse: Jovem e bem-sucedido arquiteto negro (Wesley Snipes) causa furor quando inicia um romance extra-conjugal com sua secretária branca (Annabella Sciorra), descendente de italianos. O caso se transforma no estopim para uma acirrada disputa entre membros das duas famílias, trazendo à tona questões levantadas pela barreira racial que se apresenta no relacionamento.

Todos à Bordo (Get on the Bus)
E.U.A / 1996 / 120 minutos / 14 anos
Direção: Spike Lee
Elenco: Richard Belzer, De’aundre Bonds, Andre Braugher, Thomas Jefferson Byrd.
Um grupo de pessoas que não se conhece toma o ônibus rumo a Washington, para participar da Marcha do Milhão. No caminho dividem dramas pessoais e políticos, enquanto vivem pequenos conflitos e momentos de amizade.

O verão de Sam (Summer of Sam)
E.U.A / 1999 / 142 minutos / 14 anos
Direção: Spike Lee
Elenco: John Leguizamo, Adrien Brody, Mira Sorvino, Jennifer Esposito e Anthony LaPaglia
Sinopse: Verão de 1977. Junto com uma onda de calor, uma série de assassinatos tem início em Nova York. A comunidade fica aterrorizada com o serial killer, que se autodenomina “Filho de Sam”. No contexto do surgimento do punk-rock, da revolução sexual e da era disco, a amizade de dois homens será testada: Vinny (John Leguizamo) e Ritchie (Adrian Brody).

Oldboy – Dias de Vingança (Oldboy)
E.U.A / 2013 / 104 minutos / 14 anos
Direção: Spike Lee
Elenco: Josh Brolin, Elizabeth Olsen, Sharlto Copley e Samuel L. Jackson
Sinopse:  Ducett (Josh Brolin) é um homem arrogante e irresponsável, que enfrenta problemas no trabalho e com a família. Um dia, ele acorda em um quarto, e descobre que foi trancado lá dentro. Pelos próximos 20 anos, Joe permanece em cativeiro, sem saber quem o sequestrou, ou as razões deste ato. Enquanto isso, ele descobre pela televisão que sua ex-esposa foi assassinada, e que ele é o principal suspeito. Um dia, Joe é liberado. Com a ajuda de uma assistente social (Elizabeth Olsen), ele terá apenas três dias para descobrir quem o prendeu e realizar sua vingança.

Michael Jackson’s Journey from Motown to Off the Wall
E.U.A / 2016 / 110 minutos / 14 anos
Direção: Spike Lee
Elenco: Michael Jackson, Jackie Jackson, Marlon Jackson, Joe Jackson, Katherine Jackson, Pharrell Williams, Questlove, John Legend, David Byrne, The Weeknd, Patti Austin, Carole Bayer Sager, John Branca, Kobe Bryant, Misty Copeland e Lee Daniels
Sinopse: A história de como Michael Jackson passou de astro infantil para Rei do Pop, logo após o lançamento de um de seus primeiros e mais importantes álbuns: Off the Wall (1979). Uma análise detalhada da gravação através da montagem de raras imagens de arquivo e entrevistas daqueles que contribuíram na produção do disco e daqueles cujas vidas foram afetadas pelo enorme sucesso e pela grande qualidade da obra de Michael Jackson.

Videoclipes Musicais

Michael Jackson – They Don’t Care About Us
E.U.A / 1996 / 4 minutos e 41 segundos
Direção: Spike Lee
Duas versões foram feitas para esse vídeo de Michael Jackson: uma gravada no Brasil, no Pelourinho, com a participação do grupo Olodum em Salvador e com imagens captadas também no Rio de Janeiro, no morro Santa Marta. Uma segunda versão foi feita em uma prisão americana.

SERVIÇO

Mostra “Acorde! O Cinema de Spike Lee”
Patrocínio: Banco do Brasil
Curadoria: Jaiê Saavedra

Produção: Júlio Bezerra
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil

Data: 07 de novembro a 03 de dezembro de 2018
Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia entrada)

Horários e classificação indicativa disponíveis no site:
http://culturabancodobrasil.com.br/portal/sao-paulo/

Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro, São Paulo -SP
(Acesso ao calçadão pela estação São Bento do Metrô)
(11) 3113-3651/3652 | Quarta a segunda, das 9h às 21h
ccbbsp@bb.com.br  | bb.com.br/cultura  | twitter.com/ccbb_sp  |
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Acesso e facilidades para pessoas com deficiência | Ar-condicionado | Cafeteria e Restaurante | Loja

Estacionamento conveniado: Estapar – Rua Santo Amaro, 272 (R$ 15, necessário validar ticket na bilheteria). Traslado entre o estacionamento e o CCBB das 14h às 23h.

Festival do Rio: Infiltrado na Klan/ Cesar Augusto Mota

Festival do Rio: Infiltrado na Klan/ Cesar Augusto Mota

Dotado de capacidade de realizar grandes debates acerca dos temas que são abordados em seus filmes, o emblemático e consagrado cineasta Spike Lee (Malcom X) mais uma vez vem para mobilizar o público e lhe dar um tapa na cara com uma produção que fala de supremacia branca e manipulação. ‘Infiltrado na Klan’ (BlaKKKlansman) conta com um roteiro de alta qualidade, perfeita produção cinematográfica e um grande elenco.

A narrativa conta a história real de Ron Stallworth (John David Washington), um policial negro que conseguiu se infiltrar dentro da Ku Klux Klan, em 1978, com a ajuda de seu amigo e parceiro Flip (Adam Driver), no intuito de desmontar a organização e proteger Patrice (Laura Harrier), uma militante estudantil do movimento negro. Ron se passa por um branco racista ao telefone, começa a estreitar relações com o chefe do grupo, David Duke (Topher Grace), e quando precisa comparecer pessoalmente aos cultos, Stallworth pede ao seu colega Flip para que assuma seu papel.

O roteiro traz uma premissa tão interessante que faz o espectador rir de algumas situações que beiram ao absurdo e se revoltar com as atrocidades que são ilustradas. Além disso, o filme não fica restrito a registrar algo que ocorreu no passado, o tema racismo ainda é bastante atual, com a existência de diversos grupos que disseminam supremacia da raça branca, realizam discursos de ódio e são capazes de se alastrar mais rapidamente. E além do racismo, há também a questão da lavagem cerebral e a capacidade de manipulação de quem está ao redor, e isso é muito bem retratado na figura de David Duke, líder do Klu Klux Klan e com claras aspirações políticas.

Spike Lee, ao realizar um filme como esse, o faz de uma maneira ímpar e mostra a todos que ainda existem pessoas com mente retrógrada, conservadora e que enxergam o negro como um ser inferior e ameaçador aos seres humanos. E também pondera que pessoas com esse perfil podem estar onde você menos espera, inclusive no seu círculo de amizades ou até mesmo em seu seio familiar e que todo o cuidado deverá ser pouco e a luta contra a opressão não pode parar.

Os atores fogem dos perfis caricatos, todos imprimem seriedade em suas atuações e um pouco de veia cômica em situações pontuais. Há ficção dentro da ficção, com pessoas se passando por outras, no caso um branco assumindo o lugar de um negro e um negro de um branco. Esse ponto diferencial faz o filme ganhar ainda mais força e se transformar numa espécie de comédia política. Mais um trabalho diferenciado e qualificado de Spike Lee.

John David Washington (Monster) tem o mérito de assumir uma postura cômica no início da trama e transparecer diferentes faces de fúria diante das adversidades e dos inimigos. Há veracidade em suas intervenções, o público compra sua postura e torce para ele conseguir desconstruir o forte esquema opressor liderado por David Duke. Adam Driver (Star Wars-Os Últimos Jedi) também se destaca, e traz outra questão importante e até hoje discutida, a intolerância religiosa. Ao interpretar um judeu, foi possível perceber que ainda existem grupos resistentes ao judaísmo e que o combatem fortemente, lamentavelmente. A naturalidade de Druver impressiona e complementa o personagem de John David Washington, a dupla funciona e faz a tr ama se movimentar de maneira eficiente e intensa.

Um filme forte, necessário e provocativo, ‘Infiltrado na Klan’ não só merece ser assistido como também se fazer presente nas rodas de debate. Spike Lee toca em um ponto ainda longe de ser pacificado e que requer persistência e lutas constantes para que possa ser severamente combatido, a intolerância. Um filme que não é mera sugestão, mas obrigatório.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

 

Conheça os filmes selecionados para o Festival de Cannes 2018

Conheça os filmes selecionados para o Festival de Cannes 2018

Em coletiva realizada na manhã dessa última quinta-feira (12), os realizadores do Festival de Cannes divulgaram a lista completa de filmes que farão parte da 71ª edição do evento, que ocorrerá entre os dias 08 e 19 de maio de 2018, em Croissete, na França.

Dentre os destaques do espetáculo, estão os diretores Jean-Luc Godard (França), Spike Lee (Estados Unidos) e Jafar Panahi (Irã), que estarão na mostra competitiva. O representante brasileiro será Cacá Diegues, com seu filme “O Grande Circo Místico”, mas seu longa será exibido em sessão especial, fora de competição.

A atriz Cate Blanchett será a presidente do Júri e o filme “Everybody Knows”, do iraniano Asghar Farhadi, com atuações de Javier Bardem e Penelope Cruz, irá abrir o evento.

Veja abaixo a lista completa de filmes para as duas principais mostras.

MOSTRA COMPETIÇÃO – PALMA DE OURO

Everybody Knows, de Asghar Farhadi –ABERTURA
En Guerre, de Stéphane Brizé
Dogman, de Matteo Garrone
Le Livre D’Image, de Jean-Luc Godard
Netemo Sametemo” AKA “Asako I & II, de Ryusuke Hamaguchi
Plaire Aimer Et Courir Vite, de Christophe Honoré
Le Filles Du Soleil, de Eva Husson
Ash Is Purest White, Jia Zhang-Ke
Shoplifters, de Hirokazu Koreeda
Capharnaüm, de Nadine Labaki
Buh-Ning, de Lee Chang-dong
BlacKkKlansman, de Spike Lee
Under the Silver Lake, de David Robert Mitchell
Three Faces, de Jafar Panahi
Zimna Wojna, de Pawel Pawlikowski
Lazzaro Felice, de Alice Rohrwacher
Yomeddine, de A.B. Shawky
Leto” AKA “Summer, de Kirill Serebrennikov

MOSTRA UM CERTO OLHAR

Gräns, de Ali Abbasi
Sofia, de Meyem Benm’Barek
Les Chatouilles, de Andréa Bescond e Eric Métayer
Long Day’s Journey Into Night, de BI Gan
Manto, de Nandina DAS
À Genoux Les Gars, de Antoine Desrosières
Girl, de Lukas Dhont
Gueule D’Ange, de Vanessa Filho
Euphoria, de Valeria Golino
Mon Tissu Préféré, de Gaya Jiji
Rafiki, de Wanuri Kahiu
Die Stropers, de Etienne Kallos
In My Room, de Ulrich Köhler
El Angel, de Luis Ortega
The Gentle Indifference of the World, de Adilkhan Yerzhanov

A relação completa com todos os filmes do Festival de Cannes 2018 você confere aqui.

Por: Cesar Augusto Mota