Maratona Oscar/Poltrona Netflix: Democracia em Vertigem/Anna Barros

Maratona Oscar/Poltrona Netflix: Democracia em Vertigem/Anna Barros

O filme de Petra Costa e feito pela Netflix conta todos os fatos históricos que levaram ao impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. Todos os bastidores, conchavos e situações que resultaram no golpe que possibilitou que Dilma saísse do poder e em seu lugar entrasse o advogado Michel Temer, seu vice na chapa por duas vezes.

O filme é ágil, com um roteiro bem construído e amarrado com fotos e gravações interessantes desse momento triste da nossa história. Petra faz um paralelo com a história de sua mãe, mineira e ativista política que também lutou na época da Ditadura Militar.

O documentário é tao bom que entrou na lista dos dez mais de 2019 do New York Times e pode beliscar uma indicação ao Oscar de Melhor Documentário.

Vale a pena ver e rever. Se você ainda não viu, aproveite o recesso de fim de ano e corra!!! É simplesmente imperdível!!!

 

Sinopse: Documentário sobre o processo de impeachment da ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que foi considerado como um dos reflexos da polarização política e da ascensão da extrema-direita para o poder. O filme conta com imagens internas e exclusivas dos bastidores do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e do Palácio da Alvorada, enquanto ocorria a votação para a queda de Dilma.

 

Poltrona Netflix: Dois Papas/Anna Barros

Poltrona Netflix: Dois Papas/Anna Barros

Um filme delicado dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles que conta um dos fatores mais impactantes dos últimos anos: a renúncia do Papa Bento XVI e a ascensão do Papa Francisco. Além disso, retrata a amizade de duas pessoas antagônicas como Jorge Bergolio e Josef Ratzinger.

Vemos também a juventude de Francisco em Buenos Aires: seu trabalho, sua namorada e a decisão pela vocação de ser padre. Inclusive um episódio em que foi acusado de fazer amizade com ditadores para proteger alguns padres de sua diocese mas fez com que despertasse a raiva de dois professores seus.

Uma história linda com um roteiro comovente e digno e um orgulho danado de saber que um brasileiro dirigiu um filme desse gabarito

Jonatahn Pryce como Papa Francisco e Anthony Hopkins como Papa Bento XVI arrasam! O filme tem uma ótima história mas suas performances são sensacionais. O carinho e o repeito que ambos mantém um pelo outro também é bonito de se ver. Com esse filme, admira-se mais ainda o Papa Francisco e acaba=se achando o Papa Bento fofinho.

Juan Minujin como o Papa Francico jovem também atua muito bem. É convincente nas palavras e no seu gestual.

A fotografia também é suave, firme e bonita. Dá gosto de ver o filme. Achei melhor que O Irlandês e tao bom quanto História de um Casamento.

No final, os dois assistindo à final da Copa de 2014 entre Argentina e Alemanha também é muito significativo pois foi logo após a renúncia de Papa Bento XVI. Bacana ver a ex-presidenta Dilma aparecer dua vezes, no flash da partida e ao entregar a taça para a Alemanha.

Depois de tanta polêmica com o Especial de Natal Porta dos Fundos, valeu a pena não cancelar a Netflix para assistir a Dois Papas. Um dos filmes mais bonitos de 2019, indicado a quatro Globos de Ouro e com boas chances de fazer bonito no Oscar cujas indicações sairão dia 13 de janeiro.

 

4,5/5 poltronas

 

http://www.youtube.com/watch?v=rSRhUWjK8nI

Maratona Oscar/Poltrona Netflix: Klaus/Anna Barros

Maratona Oscar/Poltrona Netflix: Klaus/Anna Barros

O desenho Klaus da Netflix é muito lindo. Pena não ter sido indicado ao Globo de Ouro 2020 porque não deve nada às produções Disney e Pixar. A qualidade de animação é excelente e a história é comovente. Eu fiquei extremamente tocada e não tenho filhos. Recomendo aos pais que o assistam com seus pequenos.

Há um clima de rancor e hostilidade em Smeerensburg que é quebrado quando o carteiro Jesper, por imposição de seu pai para que não seja deserdado, vai até a cidade para movimentar o Correio local. O que não se esperava era que ele seria tocado por um gesto altruísta e ajudaria Klaus, um senhor amargurado pela vida por causa da morte de sua esposa e acabaria por depois se transformar em Papai Noel, o ajudaria nessa linda missão. Um gesto altruísta mobiliza outro. Então Jesper consegue convencer a professora jovem que havia se aposentado a ensinar crianças que não sabiam a ler e escrever e reabrir a escola local. Também convence Klaus a fabricar os brinquedos e distribuir para as crianças. Faz amizade com uma menininha da Finlândia e por aí vai. Espalha o bem e o amor por toda a cidade.

A galerinha do mal tenta sabotar Jesper mas acaba fadada ao fracasso com tanto gesto de amor. Até tentam trazer o pai de Jesper para levá-lo de volta para sua casa e suas antigas mordomias mas ele não sucumbe à tentação da boa vida de outrora.

Em Smeerensburg, remota ilha localizada acima do Círculo Ártico, Jesper (Jason Schwartzman) é um estudante da Academia Postal que enfrenta um sério problema: os habitantes da cidade brigam o tempo todo, sem demonstrar o menor interesse por cartas. Prestes a desistir da profissão, ele encontra apoio na professora Alva (Rashida Jones) e no misterioso carpinteiro Klaus (J.K. Simmons), que vive sozinho em sua casa repleta de brinquedos feitos a mão.

Nessa época onde todos os bons sentimentos estão aflorados, vale a pena ver um filme tão poético e tão bonito como Klaus.

4/5 poltronas.

 

Maratona Oscar/Poltrona Resenha: História de um Casamento/Anna Barros

Maratona Oscar/Poltrona Resenha: História de um Casamento/Anna Barros

O filme fala de um casal que decide se separar após a descoberta da traição do marido. Essa poderia ser mais uma história de um casal brigando por um divórcio mas é mais do que isso. Mas vai além disso: há uma discussão de relacionamento profunda entre Nicole e Charlie acrescentando a briga pela guarda do filho, Henry. O filme é tipicamente americano e  parece um Antes do Amanhecer modernizado com um roteiro bem feito e uma direçao bem realizada. Você vê o filme e mesmo eu sendo solteira e nunca ter me casado, me sinto impactada.

As atuações são soberbas. Scarlett Johanson se esforça muito e consegue sua indicação ao Globo de Ouro como Melhor Atriz e torçamos para o Oscar. Adam Driver arrebenta como o marido Charlie. Manipulador, egoísta e egocêntrico que, para não perder em definitivo a guarda do filho Henry, acaba se descascando com uma cebola, perdendo camadas, mesmo, e mostrando seu lado mai sensível e humano. A atuação é magnífica e pode dar arrepios  na pretensões de Joaquim Phoenix como Coringa, também indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator e ao zarão Antonio Banderas por Dor e Glória. A atuação é espetacular, visceral. Outro destaque e pule de dez na categoria Melhor Atriz Coadjuvante é Laura Dern, como a advogada de Nicole que quer tirar o tubos de Charlie e impo~e um discurso de empoderamento feminino e seus direitos. Você vê o filme e já imagina nas premiações que ela irá concorrer. Ela é espontânea, profunda e flui numa dobradinha com Scarlett muitas vezes colocando-na em segundo plano. A atuação de Adam Driver também eclipsa um pouco Scarlett mas ela resiste e brilha também.

No final, percebemos que apesar das brigas e declarações muitas vezes usadas pelos advogado, percebe-se que as duas parte acabam dispostas a se tornarem flexíveis para talvez resgatar seu amor ou preservar a sanidade e um bom ambiente para o filho, Henry.

História de um Casamento teve seis indicações ao Globo de Ouro e pode concorrer ao Oscar, certamente. Será a minha torcida tanto no Golden Globes como no Oscar tamanha a complexidade e o brilhantismo do filme. Mais um gol de placa da Netflix que também concorre com O Irlandês e O Dois Papas em parceria com Fernando Meirelles. A meu ver, melhor que O Irlandês.

Façam suas apostas e corram para ver História de um Casamento onde facilmente o encontramos no vasto catálogo da Netflix.

 

5/5 poltronas

 

http://www.youtube.com/watch?v=uZ0GpIBdsWQ

Maratona Oscar/Poltrona Resenha: O Irlandês/Anna Barros

Maratona Oscar/Poltrona Resenha: O Irlandês/Anna Barros

Se um filme de Martin Scorsese, você para para assistir, mesmo sabendo que a película terá 3h30, o que pe muito longo, mesmo para streaming, onde você parar quando quiser. Mas não pare.Veja direto e terá uma experiência muito melhor.

O que esperar de um filme com Robert De Niro, Al Pacino, Joe Pesci e Harvey Keitel? Sempre o melhor, se é  que isso seja possível. Mas a narrativa é lenta e custa a pegar. Pega no tranco e melhora sensivelmente quando  Al Pacino entra em cena. A história é uma da máfia envolvendo Jimmy Hoffa que já teve seu filme sozinho outrora. Só que deixa a desejar e comparado a O Poderoso Chefão, Bons Companheiros e outros filmes com o mesmo tempo.

Ali se vê a marca de Scorsese: bom roteiro e ação fluida.  E outro adendo: a narração em primeira pessoa.  E mostra três momentos da vida do protagonista, Frank Sherran, vivido por Robert De Niro.  A montagem também é muito boa para poder encaixar três histórias em uma só. O  filme fala de guerra, crescimento na máfia e amizades entre os mafiosos. Além de uma boa contextualização hsitórica com o assassinato do presidente John Kennedy.

De Niro podia dar mais de si, às vezes seu personagem fica ofuscado pelo brilho de Al Pacino e Joe Pesci.

As sequências de silêncio entre Frank e suas filhas, principalmente Peggy que faz vista grossa com a profissão do pai até que uma das mortes a atinge diretamente. Sua filha, Peggy, vivida por Anna Paquin é a única que realmente percebe o que o pai e seus amigos realmente fazem e acaba  ignorando-no com uma determinada observação. O final é simplesmente surpreendente.

Frank vai contando toda a sua vida quando se encontra num asilo, solitário com suas lembranças e pensamentos. A parte psicológica do filme é a melhor, mais que as cenas de violência crua e ação.

Vale a pena assistir! E aguardar as premiações porque O Irlandês deve concorrer ao Globo de Ouro e ao Oscar.

Sinopse: Conhecido como “O Irlandês”, Frank Sheeran (Robert De Niro) é um veterano de guerra cheio de condecorações que concilia a vida de caminhoneiro com a de assassino de aluguel número um da máfia. Promovido a líder sindical, ele torna-se o principal suspeito quando o mais famoso ex-presidente da associação desaparece misteriosamente.

 

Cotação: 3,5/5 poltronas