Maratona Oscar: Avatar-O Caminho da Água/Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Avatar-O Caminho da Água/Cesar Augusto Mota

Há produções cinematográficas que se tornam marcantes, seja por uma cena, sequência, design de som ou enredo. E o que dizer de uma obra que se destacou por tudo isso junto? ‘Avatar’, icônica produção dirigida por James Cameron, em 2009, deixou uma bela impressão nos espectadores e gerou expectativas para uma sequência. Pois bem, essa espera acabou, e 13 anos depois o público é surpreendido com o lançamento de ‘Avatar: O Caminho da Água’, com novas surpresas e aventuras no universo de Pandora.

Anteriormente, vimos a dupla protagonista Jake Sully e Neytiri liderarem sua tribo contra a exploração humana a Pandora e formarem uma família com três filhos. Agora, nessa nova sequência, eles foram morar em um território mais afastado de Pandora, com avatares semelhantes a eles e outros novos, com pele mais verde e corpos adaptados para conseguirem ficar mais tempo sem respirar. De quebra, uma nova ameaça humana, e, consequentemente, mais tensão, adrenalina e ação.

Constata-se que houve cuidado na construção de um roteiro que fosse capaz de impressionar a plateia com seu enredo, de uma boa construção visual, além de personagens coesos e conexos. Tudo isso é devidamente constatado, as criaturas do filme se conectam muito bem à vida marinha e conseguem até mesmo esboçar sentimentos por eles e pelos humanos. Além disso, há temas importantes em discussão, como desmatamento, bullying, família e xenofobia. Mas o que se sobressaiu mesmo foi a experiência sensorial e imersiva ao longo de pouco mais de três horas de duração.

Quem adentra uma sala de cinema e não tira os olhos da tela passa a vivenciar uma experiência 100% imersiva, com construções de personagens e ambientes em 3D, belas texturas e riqueza em detalhes, seja da natureza ou da água onde passam boa parte das ações. O realismo é tamanho que parece que você realmente está no ambiente no qual a história se desenrola e que as criaturas são reais, tudo cuidadosamente construído com grandes aparatos tecnológicos e recursos modernos, ótima direção de arte e design de som. Se há pontas soltas durante a narrativa, elas são compensadas com belas sequências de ação e fantásticas imagens.

Se estamos acostumados a consumir produções com conteúdos mais enxutos e de curta duração, James Cameron se preocupou em entregar um produto que proporcionasse uma experiência única ao público e uma boa história por trás dela, sem a qual seria em vão. O audiovisual se encarrega de oferecer tramas conexas, aliadas a uma fantástica representação visual, com cores vibrantes, personagens quase reais e cenas para serem lembradas por muito tempo, como ocorrem em grandes produções de Hollywood. E não é à toa que ‘Avatar: O Caminho da Água’ vem forte para a temporada de premiações. Recebeu quatro indicações ao Oscar, nas categorias de melhor filme, design de produção, som e melhores efeitos visuais. Levando-se em conta o produto final, os custos de produção e o que a obra é capaz de proporcionar ao espectador, as chances são enormes de conquistar estatuetas no Oscar, pelo menos nos prêmios técnicos.

‘Avatar: O Caminho da Água’, se não tem o roteiro como seu ponto forte, oferece outros ingredientes para o público se impressionar e levar para si momentos épicos. James Cameron e sua equipe mostram que existem várias formas de um filme encantar, e o plano visual faz esse trabalho muito bem.

Cotação: 4/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo/Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo/Cesar Augusto Mota

Você já se imaginou em vários lugares ao mesmo tempo e várias versões suas nesses espaços e em situações insanas? Já parou para pensar que poderia ter feito algo diferente e consequentemente ter vivenciado uma situação distinta por conta de uma escolha? Pois justamente tudo isso é trazido no filme ‘Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo’ (Everything Everywhere All at Once), de Dan Kwan e Daniel Scheinert, reforçado por um elenco forte e atuações memoráveis, com destaque para Michelle Yeoh (O Tigre e o Dragão) e Jamie Lee Curtis (Halloween), numa trama que promete prender o público do começo ao fim.

Acompanhamos Evelyn Wang (Yeoh), uma mulher chino-americana que luta diariamente para manter sua família e seu casamento sólidos, mas encontra sérias dificuldades, com um marido infeliz, um pai idoso e com saúde delicada e uma filha rebelde disposta a desistir de tudo e trilhar seu próprio caminho. A ponto de explodir em meio a uma realidade caótica de sua vida, Evelyn descobre que pode acessar diversos multiversos, explorar seus vários “eus” e, consequentemente, salvar o multiverso de um iminente apocalipse.

Na medida em que você acompanha a história, começa a lembrar de alguns filmes como ‘Kill Bill’, ‘Clube da Luta e ‘O Tigre e o Dragão’, e vários elementos dos três filmes são utilizados de forma inovadora e criativa para ilustrar os universos nos quais Evelyn adentra e procura formas de lutar contra seus medos e inimigos. Se as formas de lutar da protagonista são estranhas em uma primeira impressão, o espectador depois passa a aceitá-las posteriormente, tudo graças a boas doses de drama, comédia e terror, com mutilações e sangue, no estilo Tarantino. E ótimos exercícios de metalinguagem, como Spielberg fez em ‘Jogador Número Um’, com cenas relembrando sequências memoráveis do cinema.

O roteiro aborda temas importantes, como o conflito de gerações, a capacidade de tomar decisões em momentos críticos e a maturidade (ou falta dela) para lidar com os problemas do cotidiano. Tudo é feito de forma concisa e com atuação primorosa de Michelle Yeoh. A atriz, acostumada a papéis dramáticos, se mostra muito à vontade na pele de uma personagem próxima a um ataque de nervos e com a necessidade de decidir rápido o que fazer para mudar detalhes nos universos nos quais se insere e mudar sua trajetória de vida. Segura no drama e com ótima expressão corporal nos momentos cômicos e cenas de ação, Yeoh vem forte para a temporada de premiações e com chances reais de levar para casa o Oscar de melhor atriz. E já foi agraciada com o Globo de Ouro, o que a credencia ainda mais.

A direção de arte e os figurinos são primorosos, eles valorizam as artes milenares e cultura chinesa, e de quebra somos brindados com uma alucinante e vibrante trilha sonora, ingredientes que valorizam uma produção e que podem render prêmios técnicos em premiações diversas. E sem esquecer das atuações, o elenco consegue mexer com os sentimentos dos espectadores e cada um se destaca do seu jeito, não existem peças deixadas de lado no tabuleiro. O público passa por uma ótima experiência de entretenimento e exercício de reflexão de forma realista e muito original. A produção é uma das grandes favoritas no Oscar 2023, com 11 indicações e destaque para as categorias de melhor filme, diretor e atriz.

‘Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo’ tem tudo para surpreender e ficar na mente do público por muito tempo, tendo em vista que retrata um tema que está em voga nos tempos atuais, o multiverso, além de dialogar com públicos de diversas idades. Tudo é trazido para o mesmo espaço, ao mesmo tempo.

Cotação: 4,5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Oscar 2023: Conheça todos os indicados das 23 categorias da maior premiação do cinema

Oscar 2023: Conheça todos os indicados das 23 categorias da maior premiação do cinema

A cerimônia do Oscar 2023 acontece no dia 12 de março - Reuters

A cerimônia do Oscar 2023 acontece no dia 12 de março

Imagem: Reuters

Cinéfilos do mundo, uni-vos, porque a temporada de Oscar chegou! A Academia revela nesta terça-feira (24) os indicados à edição de 2023 da cerimônia. Os anúncios serão feitos em uma live, a partir das 10h30, horário de Brasília.

A lista de indicados será atualizada conforme os anúncios. Enquanto isso, para quem vai a sua torcida? Confira abaixo:

Melhor Filme

  • Nada de Novo no Front
  • Avatar: O Caminho da Água
  • Os Banshees de Inisherin
  • Elvis
  • Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo
  • Os Fabelmans
  • Tár
  • Top Gun: Maverick
  • Triângulo de Tristeza
  • Women Talking

Melhor Ator

  • Austin Butler (Elvis)
  • Colin Farrell (Os Banshees de Inisherin)
  • Brendan Fraser (A Baleia)
  • Paul Mescal (Aftersun)
  • Bill Nighy (Living)

Melhor Atriz

  • Cate Blanchett (Tár)
  • Ana de Armas (Blonde)
  • Andrea Riseborough (To Leslie)
  • Michelle Williams (Os Fabelmans)
  • Michelle Yeoh (Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo)

Melhor Atriz Coadjuvante

  • Angela Bassett (Pantera Negra: Wakanda Para Sempre)
  • Hong Chau (A Baleia)
  • Kerry Condon (Os Banshees de Inisherin)
  • Jamie Lee Curtis (Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo)
  • Stephanie Hsu (Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo)

Melhor Ator Coadjuvante

  • Brendan Gleeson (Os Banshees de Inisherin)
  • Brian Tyree Henry (Causeway)
  • Judd Hirsch (Os Fabelmans)
  • Barry Keoghan (Os Banshees de Inisherin)
  • Ke Huy Quan (Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo)

Melhor Direção

  • Martin McDonagh (Os Banshees de Inisherin)
  • Daniel Kwan e Daniel Scheinert (Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo)
  • Steven Spielberg (Os Fabelmans)
  • Todd Reid (Tár)
  • Ruben Ostlund (Triângulo de Tristeza)

Melhor Animação

  • Pinóquio por Guillermo del Toro
  • Marcel the Shell with Shoes On
  • Gato de Botas 2
  • A Fera do Mar
  • Red: Crescer é uma Fera

Melhor Curta Animado

  • The Boy, The Mole, The Fox and the Horse
  • The Flying Sailor
  • Ice Merchants
  • My Year of Dicks
  • An Ostrich Told Me The World is Fake and I Think I Believed It

Melhor Roteiro Original

  • Os Banshees de Inisherin
  • Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo
  • Os Fabelmans
  • Tár
  • Triângulo de Tristeza

Melhor Roteiro Adaptado

  • Nada de Novo no Front
  • Glass Onion: Um Mistério Knives Out
  • Living
  • Top Gun: Maverick
  • Women Talking

Melhor Curta em Live-Action

  • An Irish Goodbye
  • Ivalu
  • Le Pupille
  • Night Ride
  • The Red Suitcase

Melhor Design de Produção

  • Nada de Novo no Front
  • Avatar: O Caminho da Água
  • Babilônia
  • Elvis
  • Os Fabelmans

Melhor Figurino

  • Babilônia
  • Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
  • Elvis
  • Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo
  • Sra. Harris vai a Paris

Melhor Documentário

  • All That Breathes
  • All the Beauty and the Bloodshed
  • Fire of Love
  • A House Made of Splinters
  • Navalny

Melhor Documentário em Curta-Metragem

  • The Elephant Whisperers
  • Haulout
  • How Do You Measure a Year?
  • The Martha Mitchell Effect
  • Stranger at the Gate

Melhor Som

  • Nada de Novo no Front
  • Avatar: O Caminho da Água
  • Batman
  • Elvis
  • Top Gun: Maverick

Melhor Direção de Fotografia

  • Nada de Novo no Front
  • Bardo
  • Elvis
  • Empire of Light
  • Tár

Melhor Edição

  • Os Banshees de Inisherin
  • Elvis
  • Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo
  • Tár
  • Top Gun: Maverick

Melhores Efeitos Visuais

  • Nada de Novo no Front
  • Avatar: O Caminho da Água
  • Batman
  • Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
  • Top Gun: Maverick

Melhor Maquiagem

  • Nada de Novo no Front
  • Batman
  • Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
  • Elvis
  • A Baleia

Melhor Filme Internacional

  • Nada de Novo no Front (Alemanha)
  • Argentina, 1985 (Argentina)
  • Close (Bélgica)
  • EO (Polônia)
  • The Quiet Girl (Irlanda)

Melhor Trilha Sonora Original

  • Nada de Novo no Front
  • Babilônia
  • Os Banshees de Inisherin
  • Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo
  • Os Fabelmans

Melhor Canção Original

  • Diane Warren – “Applause” (Tell It Like a Woman)
  • Lady Gaga – “Hold My Hand” (Top Gun: Maverick)
  • Rihanna – “Lift Me Up” (Pantera Negra: Wakanda Para Sempre)
  • M.M. Keeravaani e Chadrabose – “Naatu Naatu” (RRR)
  • Ryan Lott, David Byrne, Mitski – “This Is a Life” (Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo)

Fonte: Jovem Nerd