‘Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo’ se destaca e leva 7 prêmios no Oscar 2023

‘Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo’ se destaca e leva 7 prêmios no Oscar 2023

RODIN ECKENROTH / GETTY IMAGES NORTH AMERICA
Da esquerda para a direita: Ke Huy Quan, Michelle Yeoh, Brendan Fraser e Jamie Lee Curtis foram os vencedores das categorias de atuação do OscarRODIN ECKENROTH / GETTY IMAGES NORTH AMERICA

And the Oscar goes to… A 95ª edição do Oscar, promovida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, revelou os seus vencedores neste domingo (12), em uma cerimônia que ocorreu no  Teatro Dolby, em Los Angeles, nos Estados Unidos. O evento foi apresentado pelo comediante Jimmy Kimmel. 

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O campeão de indicações, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, com 11 nomeações, acabou se consagrando como o grande vencedor da noite — o filme conquistou sete estatuetas. A produção faturou os prêmios de melhor filme, direção (Os Daniels), atriz (Michelle Yeoh), atriz coadjuvante (Jamie Lee Curtis) ator coadjuvante (Ke Huy Quan), roteiro original e edição.

Michelle Yeoh se tornou a primeira asiática a vencer o Oscar de melhor atriz. Em seu discurso, enfatizou que nunca é tarde para realizar os seus sonhos. Ela ainda dedicou o seu prêmio a todas as mães do mundo:

— Elas são as verdadeiras super-heroínas e sem elas, ninguém estaria aqui hoje.

Em questão de prêmios, Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo foi seguido pelo alemão Nada de Novo no Front, que levou quatro prêmios: melhor filme internacional, som, trilha sonora e fotografia. Outros líderes de indicações saíram de mãos abanando: Os Banshees de Inisherin, com nove menções, Elvis  com oito, Os Fabelmans, com sete, e Tár, com seis. Todos com zero vitórias. 

Outro grande destaque foi Brendan Fraser, que teve o seu grande retorno à Hollywood vencendo o Oscar de melhor ator, por A Baleia — o filme ainda venceu o prêmio de melhor maquiagem e cabelo. Ele agradeceu ao diretor Darren Aronofsky e disse que o papel salvou a sua vida.

— Obrigado à Academia e à A24 por fazer um filme tão ousado. Eu agradeço ao nosso diretor Darren Aronofsky por jogar uma isca e me içar de volta para Hollywood — afirmou Fraser.

Um fato de grande relevância nesta edição do Oscar também foi a vitória de Ruth E. Carter, que conquistou a categoria de melhor figurino por Pantera Negra: Wakanda Para Sempre. Esta consagração trouxe um marco histórico agregado: ela se tornou a primeira mulher negra a ganhar duas estatuetas — uma neste ano e outra em 2019, na mesma categoria, pelo primeiro longa solo do herói da Marvel.

Outra curiosidade que chamou a atenção neste ano foi a mudança na cor do tradicional tapete vermelho. Desta vez, o item foi coberto por um tom champanhe.

Os vencedores do Oscar 2023

Melhor filme

  • Nada de Novo no Front
  • Avatar: O Caminho da Água
  • Os Banshees de Inisherin
  • Elvis
  • Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo | Vencedor
  • Os Fabelmans
  • Tár
  • Top Gun: Maverick
  • Triângulo da Tristeza
  • Entre Mulheres

Melhor atriz

  • Cate Blanchett (Tár)
  • Ana de Armas (Blonde)
  • Andres Riseborough (To Leslie)
  • Michelle Williams (Os Fabelmans)
  • Michelle Yeoh (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo) | Vencedor

Melhor ator

  • Colin Farrell (Os Banshees de Inisherin)
  • Austin Butler (Elvis)
  • Brendan Fraser (A Baleia) | Vencedor
  • Bill Nighy (Living)
  • Paul Mescal (Aftersun)

Melhor direção

  • Martin McDonagh (Os Banshees de Inisherin)
  • Daniel Kwan e Daniel Scheinert (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo) | Vencedor
  • Steven Spielberg (Os Fabelmans)
  • Todd Field (Tár)
  • Ruben Östlund (Triângulo da Tristeza)

Melhor atriz coadjuvante

  • Angela Basset (Pantera Negra: Wakanda para Sempre)
  • Hong Chau (A Baleia)
  • Kerry Condon (Os Banshees de Inisherin)
  • Stephanie Hsu (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)
  • Jamie Lee Curtis (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo) | Vencedor

Melhor ator coadjuvante

  • Brendan Gleeson (Os Banshees de Inisherin)
  • Brian Tyree Henry (Passagem)
  • Judd Hirsch (Os Fabelmans)
  • Barry Keoghan (Os Banshees de Inisherin)
  • Ke Huy Quan (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo) | Vencedor

Melhor roteiro original

  • Os Banshees de Inisherin
  • Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo | Vencedor
  • Os Fabelmans
  • Tár
  • Triângulo da Tristeza

Melhor roteiro adaptado

  • Nada de Novo no Front
  • Glass Onion: Um Mistério Knives Out
  • Living
  • Top Gun: Maverick
  • Entre Mulheres | Vencedor

Melhor edição

  • Os Banshees de Inisherin
  • Elvis
  • Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo | Vencedor
  • Tár
  • Top Gun: Maverick

Melhor fotografia

  • Nada de Novo no Front | Vencedor
  • Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades
  • Elvis
  • Império da Luz
  • Tár

Melhor trilha sonora

  • Nada de Novo no Front | Vencedor
  • Babilônia
  • Os Banshees de Inisherin
  • Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
  • Os Fabelmans

Melhor canção original

  • Applause (Tell It Like a Woman)
  • Hold My Hand (Top Gun: Maverick)
  • Lift Me Up (Pantera Negra: Wakanda para Sempre)
  • Naatu Naatu (RRR) | Vencedor
  • This is a Life (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)

Melhor som

  • Nada de Novo no Front | Vencedor
  • Avatar: O Caminho da Água
  • Batman
  • Elvis
  • Top Gun: Maverick

Melhor documentário

  • All That Breathes
  • All the Beauty and the Bloodshed
  • Vulcões: A Tragédia de Katia e Maurice Krafft
  • A House Made of Splinters
  • Navalny | Vencedor

Melhor documentário em curta-metragem

  • The Elephant Whisperers | Vencedor
  • Haulout
  • How do You Measure a Year?
  • The Martha Mitchell Effect
  • Stranger at the Gate

Melhor filme internacional

  • Nada de Novo no Front | Vencedor
  • Argentina, 1985
  • Close
  • Eo
  • The Quiet Girl

Melhor animação

  • Pinóquio por Guillermo del Toro | Vencedor
  • Gato de Botas 2: O Último Pedido
  • Marcel the Shell With Shoes On
  • A Fera do Mar
  • Red: Crescer é uma Fera

Melhor curta live action

  • An Irish Goodbye | Vencedor
  • Ivalu
  • Le Pupille
  • Night Ride
  • The Red Suitcase

Melhor curta de animação

  • The Boy, the Mole, the Fox, and the Horse | Vencedor
  • The Flying Sailor
  • Ice Merchants
  • My Year of Dicks
  • An Ostrich Told Me the World is Fake, and I Think I Believe It

Melhor figurino

  • Babilônia
  • Pantera Negra: Wakanda para Sempre | Vencedor
  • Elvis
  • Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
  • Sra. Harris Vai a Paris

 Melhor cabelo e maquiagem

  • Nada de Novo no Front
  • Batman
  • Pantera Negra: Wakanda para Sempre
  • Elvis
  • A Baleia  | Vencedor

Melhores efeitos visuais

  • Nada de Novo no Front
  • Avatar: O Caminho da Água | Vencedor
  • Batman
  • Pantera Negra: Wakanda para Sempre
  • Top Gun: Maverick

Melhor design de produção

  • Nada de Novo no Front | Vencedor
  • Avatar: O Caminho da Água
  • Babilônia
  • Elvis
  • Os Fabelmans

Fonte: GauchaZH

Maratona Oscar: Melhor Canção Original/Anna Barros

Maratona Oscar: Melhor Canção Original/Anna Barros

Aplaude com Sofia Carson é bonita, melodiosa e realmente cativante. É do filme Tell It like a Woman e é um grande azarão.

Lift me UP é a música de Wakanda Forever na voz potente e triunfal de Rihanna e representa bem o filme. Tenta resgatar as raízes do filme e consegue. Pode brigar com a grande favorita da noite, Hold my Hand de Lady Gaga e o poderoso Top Gun Maverick.

Por sinal, Hold my Hand é o favoritaço da noite na voz de Lady Gaga e que casou perfeitamente com o clima de diversão, aventura e uma pitada de romance do filme estrelado de Tom Cruise. É quem acho que vence. O grande favorito.

RRR é um acontecimento. Um filme musical indiano diferente de tudo que você viu e a canção alegre e divertida, Naatu, Naatu exprime muito bem toda a atmosfera.

This Is a Life é tema do provável recordista de estatuetas danoite, inclusive de Melhor Filme: Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo. A canção é suave, bonita e traz um contratempo a todo aquele filme de metaverso do filme.

A meu ver fica entre Rihanna e Lady Gaga. Duelo de Titãs. A conferir no dia 12 de março.

Maratona Oscar: Melhor Roteiro Adaptado/Anna Barros

Maratona Oscar: Melhor Roteiro Adaptado/Anna Barros

São cinco concorrentes: Living, Glass Onion, Um Mistério Knive Out, o alemão Nada de Novo no Front, Top Gun Maverick e Entre Mulheres.

Glass Onion, um Mistério Knive Out é um roteiro de um filme de mistério, sequência de Knive out com muitas reviravoltas. Glass Onion: Um Mistério Knives Out é a sequência do filme de mistério onde o detetive Benoit Blanc (Daniel Craig), que é somente contratado para investigar os casos mais difíceis, não descansará até desvendar o que está por trás desse novo crime. Após resolver a morte misteriosa do famoso escritor de histórias policiais, Harlan Thrombey, encontrado morto dentro de sua propriedade no primeiro filme, Blanc retorna à ativa, agora para desvendar outro caso, tão peculiar quanto. Nesta nova aventura, Benoit se encontra em uma luxuosa propriedade privada em uma ilha grega, mas como e por que ele chega lá é apenas o primeiro de muitos quebra-cabeças, e o fato peculiar de que ele foi convidado também. Blanc logo conhece um grupo de amigos reunidos a convite do bilionário Miles Bron para sua reunião anual. Como em todos os melhores mistérios de assassinato, cada personagem guarda seus próprios segredos, mentiras e motivações. Quando alguém aparece morto, todos são suspeitos.

Nada de Novo no Front é o filme de guerra clássico da Academia, dessa vez alemão e da Netflix. Em uma adaptação do romance homônimo de Erich Maria Remarque, Nada de Novo no Front é uma história que segue o adolescente Paul Baumer e seus amigos Albert e Muller, que se alistam voluntariamente no exército alemão, movidos por uma onda de fervor patriótico. Mas isso é rapidamente dissipado quando enfrentam a realidade brutal da vida no front. Os preconceitos de Paul sobre o inimigo e os acertos e erros do conflito logo os desequilibram. No entanto, em meio à contagem regressiva, Paul deve continuar lutando até o fim, com nenhum objetivo além de satisfazer o desejo do alto escalão de acabar com a guerra com uma ofensiva alemã.

Living é um longa-metragem  de drama britânico  lançado em 2022 dirigido por Oliver Hermanus a partir de um roteiro de Kazuo Ishiguro, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2017, adaptado do filme japonês de 1952, Ikiru, dirigido por Akira Kurosawa, que por sua vez foi inspirado na novela russa de 1886, A morte de Ivan Ilyich de Liev Tolstoy. Situado em Londres em 1953, retrata um burocrata do departamento de Obras Públicas do condado (interpretado por Bill Nighy) enfrentando uma doença fatal. 

Mas a impressão que tenho é que o prêmio ficará entre Top Gun Maverick, a sequência fantástica de Top Gun Ases Indomáveis e Entre Mulheres.


Entre Mulheres segue as mulheres da comunidade religiosa que lutam para conciliar sua fé com a realidade. Em 2010, as mulheres da comunidade isolada seguem a religião da igreja Menonita, e acabam descobrindo um segredo chocante sobre os homens da comunidade que controlaram suas vidas e fé. É revelado que os homens usaram anestésicos para drogar e estuprar mulheres e meninas durante a noite por muitos anos, às vezes resultando em gravidez. É tradição da comunidade quase menonita manter a mulher em um estado sem educação, sem escolaridade e analfabetismo, com o objetivo de ajudá-la a ser totalmente subserviente aos membros masculinos da comunidade e às suas necessidades. Roteiro de Sarah Polley.

Top Gun Maverick é um roteiro adaptado do filme original Top Gun e é melhor que o primeiro. Um roteiro instigante, divertido, leve, cheio de nuances e com a surpreendente aparição de Iceman, vivido por Val Kilmer.

Entre Mulheres é o favorito mas vou torcer por Top Gun Maverick.

Maratona Oscar: A Baleia/ Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: A Baleia/ Cesar Augusto Mota

Existem terrores ou dramas psicológicos que mexem tanto com nossos sentimentos que são capazes de nos levantar ou até mesmo nos derrubar, seja por medo, aflição ou admiração. Esse ingrediente é bastante presente nos filmes de Darren Aronofsky, aclamado pela crítica e público nos últimos anos. A bola da vez é o filme “A Baleia” (The Whale), sucesso no Festival de Veneza, com aplausos de seis minutos para o ator Brendan Fraser (A Múmia), que volta aos holofotes após um breve tempo sumido. Nessa nova temporada de premiações, a nova produção de Aronofsky vem forte?

Acompanhamos a vida de Charlie (Fraser), um carismático e eficiente professor de inglês, mas com semblante triste e fadigado por sofrer de obesidade mórbida. Ele luta constantemente contra a compulsão alimentar e o sentimento de culpa por ter abandonado a filha Ellie (Sadie Sink), ainda criança e hoje com 17 anos. Ao longo dessa jornada, constatamos três visitas ao personagem central, como a própria Ellie, a enfermeira e melhor amiga Liz (Hong Chau) e Thomas (Ty Simpkins), fanático religioso que tenta converter Charlie a todo custo.

Como dito anteriormente, Fraser volta após ter ficado apagado e não engrenado bons trabalhos nos últimos anos, e o Charlie de ‘A Baleia’ foi um grande desafio para ele, de mostrar ao público que ele é ainda um profissional comprometido com o que faz e convencer com sua atuação. Charlie, apesar de sofrer preconceito por ser obeso e saber que as pessoas o olham com um certo pavor, é puro, de bom coração e acredita na bondade e generosidade do ser humano. Fraser consegue carregar o filme até o fim e sua expressão corporal é impressionante, passa verdade e sinceridade na pele de um homem de 270 quilos e prestes a sofrer enfarte, além de tomado pela culpa de ter deixado a filha para trás. Seu olhar e semblante derrubados causam aflição e ansiedade no espectador, que passa a se importar com o protagonista e acompanhar todos os seus desdobramentos.

Já a personagem de Hong Chau, Liz, funciona como dinâmica, é ela que procura ser o alívio do protagonista, e busca tirar o melhor dele, com incentivos psicológicos e muita injeção de ânimo, apesar de fazer algumas vontades dele. Liz é um misto de descontração e frieza, a enfermeira e melhor amiga de Charlie sabe ser engraçada em alguns momentos e fria quando é necessário, afinal está lidando com alguém de alta fragilidade psicológica. Hong Chau consegue entregar tudo o que sua personagem pede, e sua atuação é segura e transmite veracidade e muita empatia, sendo merecida sua indicação ao Oscar como atriz coadjuvante.

O cenário utilizado e a pouca luz no ambiente formam uma bela fotografia, de melancolia, de ambiente sombrio e de trevas, que ilustram o sentimento de devastação de Charlie, vítima de preconceito e com sérias dificuldades para se levantar e caminhar. E o professor apenas encontra conforto ao ler o trabalho de um aluno, intitulado ‘A Baleia’, mesmo título do filme, sobre a vingança de um homem contra uma baleia branca. O nível de obesidade do protagonista é bem capturado pelo diretor, que consegue fazer o espectador sentir a dor de Charlie, até mesmo antes de descobrir toda a verdade por trás do abandono de Ellie e o motivo que o faz comer compulsivamente. Um trabalho de direção também digna de elogios, assim como de maquiagem.

‘A Baleia’ não só merece atenção pelas indicações de melhor ator (Fraser), maquiagem e penteado e atriz coadjuvante (Hong Chau) para o Oscar 2023, mas também por ser um filme didático e carregado de forte carga dramática, que ilustra que a intolerância e o preconceito não só podem causar danos psicológicos, como também podem ser letais. Uma obra com chances reais de estatueta nas três categorias, e também de ficar na mente do público por muito tempo.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Red-Crescer é uma Fera/Melhor Animação/Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Red-Crescer é uma Fera/Melhor Animação/Cesar Augusto Mota

Que a Disney, em parceria com a Pixar, faz animações de qualidade, é indiscutível. E com uma fórmula que parece ser infalível: divertir crianças e emocionar adultos. E os temas que já foram explorados foram dos mais diversos, e um deles vem sendo predominante das últimas produções, o amadurecimento. E o enredo de ‘Red: Crescer é uma Fera’ (Turning Red) vem sendo muito comentado e é um dos favoritos na categoria de animação do Oscar 2023.

A produção mostra o cotidiano de Meilin Lee, uma garota de 13 anos muito popular na escola e que procura sempre honrar as tradições familiares, de origem chinesa. Mei Mei, como é carinhosamente conhecida, vive uma fase importante de sua vida, a de transformações físicas e o aumento de responsabilidades. Seu dia a dia agitado e as pressões internas e externas pelas quais passa viram pelo avesso quando um dia ela acorda na forma de um panda-vermelho. Esse animal é uma representação de seus ancestrais, que é melhor detalhado no segundo ato, e essa transformação ocorre sempre que Mei Mei está eufórica ou nervosa. E as coisas ficam mais tensas quando ela tenta esconder sua forma de panda o máximo de tempo possível ao mesmo tempo em que um show se aproxima, da boy band 4 Town. A garota terá dois desafios, o de controlar sua transformação e o de conseguir dinheiro em tempo recorde para ir à apresentação da banda junto de suas três amigas.

A conversão da forma humana de Mei Mei em panda-vermelho é uma metáfora para ilustrar as mudanças corporais que ocorrem durante a adolescência, além das modificações que a jovem tem acerca do mundo em que vive, de que precisa se soltar das amarras e ter suas próprias decisões. Os conflitos com a mãe serão iminentes, mas necessários, além de uma grande reviravolta sobre a decisão de Mei Mei querer ir ao show do 4 Town e a relação com as melhores amigas.

O trunfo da animação é fugir do óbvio, o desdobramento de determinadas situações, que em um primeiro instante parecem ser óbvias, desembocam em surpresas e o humor dá lugar ao drama em momentos-chave. Há problemas do segundo para o terceiro ato, mas o ritmo é recuperado e proporciona grandes surpresas e reviravoltas. A animação não se preocupa somente em oferecer entretenimento, mas em ser didática, há importantes mensagens não só sobre amadurecer, mas a importância da família ao nosso lado e a valorização das verdadeiras amizades.

O jogo de cores é belíssimo, com belos tons de neon e cores frias nos momentos derradeiros da história. Efeitos especiais primordiais e usos da quebra da quarta parede bem empregados, além do carisma da protagonista, que faz o público se importar ainda mais com seus dramas e torcer por um final feliz.

‘Red: Crescer é uma Fera’ nos mostra que as animações da Disney/Pixar seguem a todo vapor e que não podem ser desprezadas. Mas não se pode afirmar que vai levar a estatueta de melhor animação com sobras, a competição esse ano é acirrada. Mas o público só tem a ganhar com isso, vale a pena conferir e torcer.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Augusto Mota