Maratona Oscar: Encanto/Anna Barros

Maratona Oscar: Encanto/Anna Barros

Encanto é o desenho da Disney que concorre ao Oscar e é o favorito a ganhar o Melhor Filme de Animação. Realmente o desenho é sensacional, o que confirma o favoritismo. Vemos uma heroína Disney de óculos e sem poderes especiais, os chamados dons, que o resto de sua família possui. E num capricho do destino, só ela pode salvar toda a família Madrigal.

O desenho é inspirado no livro de Gabriel García Marquéz, Cem Anos de Solidão, e se passa também na Colômbia com todo o seu universo fantástico. Além de ter várias expressões em Espanhol. Vale a pena ver com eu pequenos ou quem não tem filhos, como eu, vale muito também.

Suas core vibrantes e contagiante lembram muito Coco A Vida é uma Festa mas a temática é completamente diferente.

O desenho fala de valore como a união da família, sentimento de rejeição e exclusão e ter ou não dons especiais e ser diferenciado por isso.

É o favoritaço da noite do dia 27 de março. Disponível na Disney Plus.

5/5 poltronas

Sinopse: Encanto da Walt Disney Animation Studios conta a história dos Madrigal, uma família extraordinária que vive escondida nas montanhas da Colômbia, em uma casa mágica, em uma cidade vibrante, em um lugar maravilhoso conhecido como um Encanto. A magia deste Encanto abençoou todos os meninos e meninas da família com um dom único, desde superforça até o poder de curar. Todos, exceto Mirabel. Mas, quando ela descobre que a magia que cerca o Encanto está em perigo, Mirabel decide que ela, a única Madrigal sem poderes mágicos, pode ser a última esperança de sua família excepcional.

Maratona Oscar: Tick, Tick…Boom!/ Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Tick, Tick…Boom!/ Cesar Augusto Mota

A luta pela realização de um sonho requer muita disciplina, coragem e persistência, mesmo que as dificuldades sejam de alto grau e a realidade seja cruel para um artista. No drama biográfico ‘Tick, Tick… Boom’, de Lin-Manuel Miranda, contemplamos toda a jornada épica de Jonathan Larson (Andrew Garfield) para alcançar o estrelato, em um cenário não tão favorável, mas certo de suas escolhas.

O ano é 1990, e o jovem Larson está prestes a completar 30 anos. Ele serve mesas em uma lanchonete de Nova York enquanto trabalha em um projeto no qual acredita que irá ser o próximo grande musical dos Estados Unidos. Apesar do otimismo, ele é tomado pela ansiedade por acreditar estar atrasado no tempo e se vê pressionado pelo melhor amigo, que deixa a carreira de ator e passa a ocupar um cargo com estabilidade financeira, além da namorada, que quer deixar Nova York para seguir na carreira artística.

O roteiro utiliza a função metalinguística para homenagear o compositor, como também para ilustrar o teatro musical e a forma de fazer musicais no principal cenário do mundo. A forma como o protagonista lida com a pressão e a ansiedade pela apresentação que considera ser derradeira para suas pretensões fazem os espectadores se sentirem mais imersos na trama, o que os faz compreender que nem sempre o que planejamos sai como esperamos e que é preciso sempre criar mais para se chegar a algum lugar. Todo o percurso feito pelo personagem-central, bem como as barreiras que ele mesmo coloca entre seus amigos e sonhos o fazem dar uma grande reviravolta até perceber que precisava de mais ferramentas para tornar seu desejo de se tornar astro mais palpável.

O filme ganhou consistência pela boa história e direção, que soube mostrar como um musical funciona e que esse novo formato, do início dos anos 1990, veio para ficar. O trabalho complexo realizado por Andrew Garfield não poderia ficar de fora, e é de excelência, com uma atuação digna de Oscar. O ator não só soube trazer o público para perto dele como transmitiu as emoções de seu personagem com originalidade. A capacidade de um compositor de transformar qualquer situação em música é extraordinária, e isso fica ainda mais evidente no monólogo 30/90, quando Larson e sua banda interpretam situações que inspiraram seu musical, como desentendimentos com a namorada Susan e o amigo Michael.

Não há uma idade certa para se realizar um sonho e alcançar o equilíbrio financeiro, mas sim a disciplina, persistência e também um pouco de sorte, de se encontrar as pessoas certas e os lugares certos para que as oportunidades possam se materializar. Uma obra que vale ser apreciada.

‘Tick, Tick…Boom’ concorre ao Oscar 2022 nas categorias de melhor ator e montagem.

Cotação: 5/5 poltronas.

Por: Cesar Auguto Mota

Maratona Oscar: Penélope Cruz em Mães Paralelas/Anna Barros

Maratona Oscar: Penélope Cruz em Mães Paralelas/Anna Barros

Mães Paralelas é um filme com a grife Almodóvar e tem Penélope Cruz, parceria esta iniciada em CarneTrêmula. Nesse filme, Almodóvar volta a falar em maternidade de uma forma diferente. Ele traça um paralelo entre duas mães solteiras: uma aos 40 e outra adolescente que tem suas vidas cruzadas na maternidade, na hora do parto. Jani vivida por Penélope e Ana vivida por Milena Smitt.

Janis é fotógrafa, independente, liberada e Ana é adolescente, se sente rejeitada pela mãe que só pensa na carreira dela e acaba engravidando vítima de uma noite de estupro.

Além da questão forte da maternidade, Almodóvar explora as vítimas da Ditadura Franco na Espanha, dentre elas os avós de Janis. Ela decide procurar um arqueólogo para recuperar os restos mortais da família e conhece melhor o pai de sua filha.

A vida das duas se cruzam de forma surpreendente e inesperada e um fato que envolve as duas acaba endo revelado após a investigação de Janis. Penélope Cruz realmente arrasa na interpretação e é o grande azarão a noite do Oscar porque as concorrentes são muito fortes: Kristen Stewart, Nicole Kidman, Olivia Colman e Jessica Chastain. E ela não deve nada às atuações de todas. É segura, sentimental, forte, uma verdadeira personagem almodovariana. O filme tem um ótimo roteiro e vale a pena assistir pela interpretação dela.

Concorre ao Oscar de Melhor Atriz e a Melhor Trilha Sonora.

Disponível na Netflix. Este e mais doze filmes de Pedro Almodóvar. Filmes imperdíveis como Tudo sobre minha mãe, Fale com ela, Carne Trêmula, Mulher à Beira de um Ataque de Nervos, dentre outros.

Sinopse: Em Mães Paralelas, duas mulheres, Janis (Penélope Cruz) e Ana (Milena Smit), dão a luz no mesmo dia e no mesmo hospital. Janis, de meia idade, teve a gravidez planejada e já se sente preparada e eufórica para ser mãe. Ana, adolescente, engravidou por acidente e sente medo do que está por vir, além de estar assustada, arrependida e traumatizada. As duas enfrentam essa jornada como mães solos, e enquanto esperam pela chegada de seus bebês, elas passeiam pelos corredores do hospital, trocando confissões e desabafos. Ao dividir não só o mesmo quarto de hospital, como também esse momento tão transformador e intenso de suas vidas, elas constroem um vínculo muito profundo e esse encontro por acaso, pode mudar a vida de ambas para sempre, como um forte laço unido pela maternidade.

5/5 poltronas

Maratona Oscar: Ataque dos Cães/Anna Barros

Maratona Oscar: Ataque dos Cães/Anna Barros

É um filme de faroeste que se é necessário para refletir, principalmente no tocante à masculinidade tóxica, preconceitos, bullying e alcoolismo. O filme vencedor do Globo de Ouro 2022 como Melhor Filme de Drama tem todos esses ingredientes e atuações ótimas de Benedict Cumberbatch, Kirsten Durst e do novato Kodd Smit McPhee. Os três concorrem ao Oscar em sua categorias, além de Jesse Plemons como coadjuvante e Kodi desponta como o favorito em Melhor Ator Coadjuvante numa performance excepcional.

Ataque dos Cães conta a história de Phil (Benedict Cumberbatch) e George (Jesse Plemons), dois irmãos ricos e proprietários da maior fazenda de Montana. Enquanto o primeiro é brilhante, mas cruel, o segundo é a gentileza em pessoa. A relação dos dois vai do céu ao inferno quando George se casa secretamente com a viúva local Rose (Kirsten Dunst). O invejoso Phil fará de tudo para atrapalhá-los.

George é muito ligado ao irmão macho alfa aparentemente, Phil, até que conhece a dona do restaurante, Rose e por ela se apaixonada. Casa em segredo e a leva ao rancho da família. Lá ela se depara com a agressividade de Phil com ela e seu filho, Peter,que é motivo de chacota por gostar de fazer flores de papel e sua sensibilidade. Peter vai estudar Medicina e quando volta para as férias em família observa a angústia e tristeza de sua mãe, Rose, que acaba se entregando ao álcool por não suportar a agressividade e humilhações. de Phil. Peter decide se aproximar dele e o cativa pois Phil decide ensiná-lo a montar e a fazer uma corda para ele caprichar na montaria. Nasce uma amizade improvável entre o opressor e o oprimido o que surpreende até a própria Rose que acaba se afundando mais na bebida.

O filme se encaminha para uma reviravolta no fim onde percebemos que Peter está atento que Phil provoca a infelicidade da mãe e decide acabar com isso por conta própria numa trama de sutilezas e reflexões. Phil esconde um grande segredo em seu passado, difícil de admitir para si mesmo e para a sociedade preconceituosa que o envolve nos campos de Montana. O final é surpreendente e nos faz analisar que Ataque dos Cães, da diretora Jane Campion, é pule de dez para as indicações ao maior prêmio do cinema, o Oscar.

O longa Ataque dos Cães, um faroeste sensível dirigido por Jane Campion, foi o recordista, com 12 indicações ao Oscar. Dentre elas, Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator para Benedict Cumberbatch, Melhor Atriz Coadjuvante para Kirsten Durst, Melhor Ator Coadjuvante para Jesse Plemons e Kodi Smit-McPhee, o favorito, – Melhor Mixagem de Som, Melhor Trilha Original, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem, Melhor Fotografia e Melhor Direção de Arte

.Eu aposto em Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante para Kodi Smit-McPhee e Melhor Fotografia. O filme é belíssimo e toca em pontos sensíveis discutidos no mundo, na atualidade. Jane Campion já ganhou um Oscar por O piano e é a única mulher esse ano na disputa.

Super recomendo!

O filme é imperdível. Disponível na Netflix.

5/5 poltronas

Maratona Oscar: Belfast/Tom Leão

Maratona Oscar: Belfast/Tom Leão

‘BELFAST’: UMA IRLANDA EM CHAMAS, NAS MEMÓRIAS DO DIRETOR KENNETH BRANAGH

O final dos anos 1960 foi bem movimentado em certas partes do planeta. Aqui, lutávamos contra a ditadura. Em Paris, os estudantes saiam às ruas. Nos EUA, explodia a luta pelos direitos civis. E, na Irlanda do Norte (que já pertencia ao Reino Unido), a guerra entre católicos e protestantes começava a esquentar.

   É neste último cenário que se passa ‘Belfast’, novo filme de Kenneth Branagh. Mais precisamente, em 1969, quando explodem os conflitos de protestantes contra católicos, que iriam atingir seu auge em 1972, no massacre que ficou conhecido como ‘Domingo Sangrento’, e inspirou até aquela famosa música da banda irlandesa U2, ‘Sunday, Bloody Sunday’.

  Os fatos, são acompanhados pelos olhos de um menino de cerca de 8 anos, Buddy (Jude Hill), filho de pais da classe trabalhadora. Estes, chamados apenas de Pa e Ma, são feitos por Caitriona Balfe (da série de TV ‘Outlander’), e Jamie Dornan (o Mr. Grey dos filmes baseados nos livros ‘50 tons de cinza’). Enquanto Buddy vê os conflitos, sem entender o porquê, vive o seu primeiro amor na escola (o avô, feito por Ciáran Hinds, lhe dá conselhos amorosos) e escuta da avó (Judi Dench) fatos sobre o passado de Belfast, e de sua família, antes de tudo aquilo virar um inferno.

   Assim, entre ir à escola, ver series na TV (‘Star Trek’ e muitos faroestes) e ir ao cinema com os pais, aos domingos, após a missa, Buddy vai se tornando um homenzinho. Em meio a um conflito, que vai acabar por fazer seus pais irem embora dali, eventualmente, para tentar uma vida melhor na Inglaterra. Já que eles são protestantes. E não eram bem vindos no bairro.

   Filmado em preto e branco, digitalizado, (apenas as cenas dos filmes são coloridas, como que fazendo um contraste entre o colorido do mundo da fantasia e o duro mundo sem cor da realidade), ‘Belfast’ é tanto um filme de reminiscências do diretor, quanto político e de crescimento. Tudo emoldurado pelas belas canções de um filho de Belfast, o cantor/compositor Van Morrison.

   Mesmo sendo um bocado pessoal, muito do que o pequeno Buddy vive, não é muito diferente do que viviam aqui as crianças dos anos 1960 e 70, sob uma ditadura militar, se refugiando nos quadrinhos, filmes e nas séries de TV americanas. E com um joguinho de futebol com os amigos, na rua, nos intervalos.

   A história de amor e resistência de seus pais em manter a família unida no meio daquele turbilhão, vai interessar aos espectadores que não ligarem para a avalanche de clichês. As arrebatadoras atuações de Hinds e Dench (indicados ao Oscar), compensam. Aliás, ‘Belfast’ concorre a sete estatuetas, incluindo filme, roteiro e direção. Mas é apenas ok.  TOM LEÃO