“CASA”, dirigido e escrito por Letícia Simões, que faz sua estreia nacional na oitava edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, foi o vencedor do prêmio da crítica na mostra competitiva.
O longa, pautado pela relação entre uma mãe e sua filha, pretende resgatar a história, por meio de uma narrativa de construção da memória dessa família. “Iniciei o projeto pensando em investigar a tessitura das relações familiares, tendo minha família como ponto de partida, e daí buscar um elo com a história da Bahia e do país. Mas, ao caminhar, outras questões foram brotando, incomodando, agregando. E toda a tensão desembocou em caudalosas possibilidades. Tinha a relação entre mães e filhas em diferentes gerações e todas as possibilidades pertinentes a essas relações. E investigar quais são os personagens que interpretamos para dar conta de todos os personagens que desejamos um dia ser”, explica a diretora.
Nesta família, a filha se culpa por ter se distanciado da mãe após dez anos morando longe, enquanto a mãe não se sente menos culpada por ter colocado a avó num asilo de idosos. O amor e as relações interpessoais entre essas mulheres são o fio condutor da história.
A partir de narrativas pessoais e situações corriqueiras, como revisitar álbuns de família, conversas à mesa de refeições, livros e poemas, Letícia busca extrapolar o caráter íntimo. “Os temas que tratamos ao longo do filme se repetem: a infância, as lembranças, a doença, o amor, a profissão, o casamento. Para cada uma dessas mulheres, essas palavras ganham outros contornos que, ora se complementam, ora se chocam, revelando suas decisões e suas trajetórias – e estas, nunca podem ser distanciadas do tempo que experimentaram”, finaliza.
“CASA” é uma produção da Carnaval Filmes, de João Vieira Jr. e Nara Aragão, com montagem de Eduardo Chatagnier e Letícia Simões, direção de fotografia de Breno César e Letícia Simões, direção de produção de Luna Gomides, som de Pedro Moreira, desenho de som e mixagem por Nicolau Domingues e música de O Grivo. A distribuição é da Pandora Filmes.
SINOPSE
Letícia, a filha recém-separada, se culpa por ter se distanciado da mãe em dez anos longe de casa; Heliana, a mãe, está encarando uma séria crise depressiva que começou depois da decisão de colocar a sua mãe, Carmelita, num asilo de idosos. Na construção dos espaços de afeto entre essas mulheres, CASA questiona o que é sanidade, o que é memória, o que é o feminino, o que é a solidão, o que é família, o que é casa.
FICHA TÉCNICA
Direção e roteiro: Letícia Simões
Produção: João Vieira Jr., Nara Aragão
Montagem: Eduardo Chatagnier, Letícia Simões
Direção de Fotografia: Breno César, Letícia Simões
Direção de Produção: Luna Gomides
Som Direto: Pedro Moreira
Desenho de Som e Mixagem: Nicolau Domingues
Música: O Grivo
SOBRE A DIRETORA
Letícia Simões nasceu em Salvador, em 1988. Formou-se em Comunicação na PUC-Rio e estudou Roteiro e Documentário na London Academy of Film, Media and TV e Artes Plásticas na London Art Academy. É Mestre em Cine-Ensaio pela Escuela de Cine y Televisión de San Antonio de Los Baños, em Cuba e Mestre em Estudos Contemporâneos das Artes pela Universidade Federal Fluminense.
Como diretora e roteirista, assina os longas-metragens documentais “Bruta Aventura em Versos”, “Tudo vai ficar da cor que você quiser” e “O Chalé é uma Ilha Batida de Vento e Chuva”. “Bruta Aventura em Versos”, de 2011, foi selecionado para o Festival do Rio de Janeiro, a Mostra de São Paulo e a Mostra de Tiradentes, dentre outros. “Tudo vai ficar da cor que você quiser” recebeu Menção Honrosa no Noida Festival (Índia) e foi escolhido Melhor Documentário no Cinélatino Toulouse 2015 (França).
Seu terceiro longa-metragem “O Chalé é uma Ilha Batida de Vento e Chuva”, estreou na competição do 30º Cinélatino Toulouse, onde o documentário foi o único representante brasileiro. No Brasil, o filme esteve na mostra Outros Olhares, do 7º Olhar de Cinema, onde recebeu os prêmios de Olhares Brasil de melhor Longa-Metragem e Looke de distribuição. Na Semana de Cinema 2018, “O Chalé é uma Ilha Batida de Vento e Chuva” foi escolhido Melhor Filme pela Crítica e Melhor Filme pelo Júri.
SOBRE A CARNAVAL FILMES
A CARNAVAL FILMES é uma produtora brasileira de desenvolvimento de projetos artísticos em diversas linguagens, com foco em cinema autoral, principalmente filmes de longa-metragem e conteúdos originais para televisão e plataformas online, direcionados para os públicos adulto e Infanto-juvenil. A CARNAVAL FILMES foi criada em 2017, pelos experientes produtores João Vieira Jr. e Nara Aragão, parceiros há 18 anos em diversos projetos de destaque do cinema brasileiro. A empresa está sediada no centro do Recife, capital pernambucana marcada pela criatividade e diversidade cultural, onde o Carnaval é imenso e íntimo, caos e trabalho, prazer e suor.
Com muita dedicação e amando o que fazem, João Vieira Jr. e Nara Aragão acabam de lançar os filmes “Casa”, de Letícia Simões; “Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar”, de Marcelo Gomes; “Greta”, de Armando Praça; e a série de animação “Bia Desenha”, de Neco
Tabosa e Karol Pacheco. Atualmente, a CARNAVAL FILMES trabalha nos filmes ‘’Vestido branco, véu e grinalda”, de Marcelo Gomes; “Fim de Festa”, de Hilton Lacerda; e “Fortaleza Hotel”, de Armando Praça, seus próximos lançamentos.
SOBRE A PANDORA FILMES
A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “The Square – A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, e “O Apartamento”, de Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como Gustavo Steinberg, Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Roberto Moreira, Beto Brant, Fernando Meirelles, Helena Ignez, Tata Amaral, Anna Muylaert, Petra Costa e Gabriela Amaral Almeida. Entre os próximos lançamentos, destacam-se “Greta”, de Armando Praça; “O Traidor”, de Marco Bellocchio, coprodução nacional, que concorre a Palma de Ouro em Cannes; e “O Caso Morel” de Suzana Amaral.
Em 2019, a distribuidora criou o projeto Caixa de Pandora que visa programar filmes premiados, escolhidos através de uma cuidadosa curadoria para serem exibidos em salas comerciais da rede Cinépolis, em 25 cidades do Brasil.
