Poltrona Cabine: Sexy por Acidente/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Sexy por Acidente/ Cesar Augusto Mota

Uma comédia romântica traz em boa parte das vezes para o público uma história com premissas interessantes, um elenco qualificado e piadas bem sutis, certo? Você sem dúvida vai se divertir após acompanhar ‘Sexy por Acidente’ (I feel Pretty), dirigido por Abby Kohn e Marc Silverstein (“Para Sempre” e “Ele Não Está Tão a Fim de Você) e estrelado pela engraçadíssima e carismática Amy Schumer (Descompensada). Um filme que não só distrai como também faz uma importante crítica social.

Na trama, Amy é Renee Benett, uma jovem que trabalha em um pequeno escritório de uma grande empresa de cosméticos, a LeClair, mas ela é muito insegura e de baixa autoestima. Renee não consegue enxergar beleza em si mesma e se vê ofuscada com a obsessão de várias mulheres com a busca de um padrão de beleza imposto pela sociedade, de corpos esbeltos e cheios de curvas. Disposta a mudar sua vida profissional e pessoal, ela resolve se matricular em uma academia e fazer aula de spinning. Mas ela acaba sofrendo um acidente após cair da bicicleta e bater sua cabeça com muita força. Ao acordar, Amy se sente diferente, como a mais bela das mulheres e com a confiança nas alturas. A partir daí, grandes acontecimentos passam a surgir na vida de Amy, como um novo emprego e um namorado. Apesar de achar que tudo mudo u da água para o vinho, Amy se envolve em grandes confusões, alterando tudo ao seu redor.

O roteiro nos brinda com uma história interessante e importantes subtramas, como o início de relacionamento com Ethan (Rory Scovel), além da relação profissional com Avery Leclair (Michelle Willians), CEO da LeClair, e Lily LeClair (Lauren Hutton), sócia majoritária da empresa, mas tudo ocorre inicialmente num ritmo lento. Da apresentação da protagonista e seu arco dramático, temos quase um terço de filme transcorrido, mas tudo foi feito de maneira sistemática e com alguns recursos comuns em outros filmes cômicos, como quedas constantes da personagem central, piadas prontas com seu peso, mas o cenário é bem preparado para o espectador para o que está por vir.

O segredo do filme não está em se apoiar somente em Amy Schumer, mas também em dar espaço para os atores secundários, bem como transmitir um importante recado no que concerne ao mundo da moda, que precisa romper com certos padrões de beleza impostos pela sociedade e que cada pessoa precisa se aceitar como é e amar a si mesmo. O carisma e a autoconfiança da personagem de Schumer são contagiantes, ganham a plateia, e o humor de todo o elenco elevou a qualidade da obra.  As situações cômicas acontecem naturalmente, não há forçação de barra, e todos os personagens dão o seu melhor e passam por grandes transformações, como Renee, seus colegas de trabalho e amigos. Uma hi stória divertida e com mensagens altamente positivas, com direito a uma surpresa de grande impacto em seu desfecho.

Um filme para toda a família, de empoderamento feminino e de discurso poderoso. ‘Sexy por Acidente’ vai agradar diversos públicos e vem não só para divertir, mas para causar também. Não perca!

Cotação: 4/5 poltronas.

Maratona Oscar: Todo o Dinheiro do Mundo/ Cesar Augusto Mota

Maratona Oscar: Todo o Dinheiro do Mundo/ Cesar Augusto Mota

Na maior parte das vezes em que um filme é baseado em histórias reais, o público se sente instigado e ainda mais motivado para acompanhar a obra, seja para se inteirar sobre o ocorrido ou então para constatar se houve congruência e fidelidade ao fato que inspirou a produção. O renomado diretor Ridley Scott (Prometheus) traz para o público um longa com essa premissa e dotado de drama, brutalidade e carregado de polêmicas.

Christopher Plummer (Toda Forma de Amor) é J.P. Getty, um magnata do petróleo e um dos homens mais ricos da década de 1970 que acaba por ter seu neto J.P. Getty III, interpretado por Charlie Plummer (O Jantar), sequestrado. Como valor de resgate, os sequestradores estipulam a quantia de US$ 17 milhões, mas o avô rejeita pagar, e isso gera gravíssimas consequências para a família e um drama que irá se prolongar por meses. E não para por aí, J.P Getty, em meio à sua avareza e desconexão com o mundo externo, fará de tudo para mostrar que é imbatível em todas as mesas de negociação e que sua vontade deve sempre prevalecer, mas para isso terá de enfrentar as fortes investidas da nora Gail e do negociador Fletcher Chase, vividos por Michelle Willians (Manchester à Beira-Mar) e Mark Wahlberg (O Dia do Atentado), dispostos a resgatar o jovem Paul a todo custo.

A narrativa é inicialmente construída com uma cena no tempo presente (1973), com a chegada de Gail em um aeroporto, que rapidamente nos conduz a uma viagem no tempo, primeiramente nove anos antes, em Roma, com a formação da família Getty e do império de John Paul. Em seguida, constatamos os entreveros vividos pelo chefe da família, John Paul Getty II, que se esbalda em drogas, sexo e todo tipo de luxúria e a situação difícil vivenciada por Gail, que tenta de todo o jeito tirar sua família desse ambiente conturbado e tocar a vida adiante, mas encontra dificuldades por conta da herança, que não é dela, e de ter que se submeter à tudo o que o sogro deseja, até voltarmos para a situação dramática vivida pela Família Getty, em meio à telefonemas, cartas de Paul e a cobertura incessante e sufocante da mídia em torno do caso. Tudo é articulado de forma cuidadosa e com coerência, além das cenas serem retratadas em ambientes impecáveis e em belíssimas locações na capital italiana, sem esquecer do figurino e da fotografia escura e azulada para os momentos mais dramáticos.

O espectador consegue ficar curioso e ao mesmo tempo aflito com o enredo, que guarda momentos tensos e brutais na medida em que se desenrola até seu desfecho. O roteiro possui méritos em conseguir transmitir uma história interessante e prender a atenção do público, seja por usar os recursos certos, por não se utilizar da previsibilidade e por contar com um elenco que passa confiança, sinceridade e a capacidade de delinear personagens fortes, com presenças importantes para a trama.

Em termos de atuação, Plummer entrega um personagem capaz de despertar amor e ódio nos espectadores, muito por sua personalidade controversa já explicada, como também pela reviravolta que possui durante a história, numa importante transformação. Wahlberg, mesmo com um agente que apresente falhas, ganha bastante profundidade na história e é um importante elo entre Gail e J.P Getty na resolução do conflito, recebendo posteriormente um desfecho digno, e Michelle Willians conquista o público não pelo estilo melodramático de sua personagem, mas pela força e personalidade forte que demonstra e pelos valores que acredita, que nem tudo pode ser comprado, mesmo que alguém possua todo o dinheiro do mundo. Por fim , Charlie Plummer se destaca mais pelas expressões faciais e corporais do que por suas falas e Andrew Buchan (Prisioneiro da Morte) tem uma participação apática na trama, poderia ter sido mais bem explorado, tendo em vista se tratar do chefe da família. Christopher Plummer refez todas as cenas do filme de Kevin Spacey, acusado de assédio sexual, e se saiu muitíssimo bem.

Apesar dos problemas, seja na produção ou pós-produção, “Todo o Dinheiro do Mundo’ traz ao público uma história interessante, com alta carga dramática e importante debate acerca do valor dado à vida e aos bens materiais. Até que ponto o dinheiro pode corromper o ser humano, e será que tudo se pode comprar e com todo o dinheiro do mundo? Um filme obrigatório e necessário para todo cinéfilo.

Avaliação: 4/5 poltronas.

 

 

Por: Cesar Augusto Mota

Musical protagonizado por Hugh Jackman ganha primeiro cartaz

Musical protagonizado por Hugh Jackman ganha primeiro cartaz

A Fox Films acaba de lançar o primeiro cartaz de ‘O Rei do Show’ (The Greatest Showman), protagonizado por Hugh Jackman. O ator australiano interpreta o artista P.T Barnum. Zendaya, Zac Efron e Michelle Willians também fazem parte do elenco. Veja abaixo.

‘O Rei do Show’ é um musical que celebra o show business e o sentimento de realização quando os sonhos acontecem. O filme conta a história de do visionário P.T Barnum, que criou o alucinante e hipnotizante espetáculo que virou sensação em todo o mundo.

O filme é dirigido por Michael Gracey, com músicas de Benj Pasek e Justin Paul (vencedores do Oscar por “La La Land”). Este será o segundo musical de Jackman, que já estrelou ‘Os Miseráveis’, em 2012, produção que lhe rendeu uma indicação ao Oscar.

A estreia está prevista para 24 de dezembro de 2017.

Por: Cesar Augusto Mota