Spirit Awards 2018: ‘Corra!’, de Jordan Peele, leva estatueta de melhor filme. Confira todos os vencedores

Spirit Awards 2018: ‘Corra!’, de Jordan Peele, leva estatueta de melhor filme. Confira todos os vencedores

Realizada neste sábado (3), o Spirit Awards 2018, maior cerimônia de premiação do cinema independente norte-americano, trouxe uma grande surpresa, e na categoria de melhor filme. ‘Corra!’, de roteiro e direção de Jordan Peele, foi agraciado com a estatueta de melhor filme, e Peele foi apontado como melhor diretor.

‘Três Anúncios para um Crime’, de Martin McDonagh, levou dois prêmios, de melhor atriz para Frances McDormand e Sam Rockwell, como ator coadjuvante. O melhor ator foi Timothée Chalamet, de ‘Me Chame pelo seu Nome’, já Allison Janney foi premiada como melhor atriz coadjuvante, por ‘Eu, Tonya’.

Na categoria melhor filme estrangeiro, o grande vencedor foi ‘Uma Mulher Fantástica’, representante chileno, que também concorre no Oscar 2018 na mesma categoria.

Confira abaixo todos os premiados do Spirit Awards 2018.

Melhor Filme

• Me Chame Pelo Seu Nome
• Projeto Flórida
• Corra! (VENCEDOR)
• Lady Bird
• The Rider

Melhor Diretor

• Jordan Peele – Corra! (VENCEDOR)
• Sean Baker – Projeto Flórida
• Jonas Carpignano – Ciganos da Ciambra
• Luca Guadagnino – Me Chame Pelo Seu Nome
• Benny Safdie, Josh Safdie – Bom Comportamento
• Chloé Zhao – The Rider

Melhor Atriz

• Frances McDormand – Três Anúncios Para um Crime (VENCEDORA)
• Salma Hayek – Beatriz at Dinner
• Margot Robbie – Eu, Tonya
• Saoirse Ronan – Lady Bird
• Shinobu Terajima- Oh Lucy!
• Regina Williams – Life and Nothing More

Melhor Ator

• Timothée Chalamet – Me Chame Pelo Seu Nome (VENCEDOR)
• Harris Dickinson – Ratos de Praia
• James Franco – Artista do Desastre
• Daniel Kaluuya – Corra!
• Robert Pattinson – Bom Comportamento

Melhor Atriz Coadjuvante

• Allison Janney – Eu, Tonya (VENCEDORA)
• Holly Hunter – Doentes de Amor
• Laurie Metcalf – Lady Bird
• Lois Smith – Marjorie Prime
• Taliah Lennice Webster – Bom Comportamento

Melhor Ator Coadjuvante

• Sam Rockwell – Três Anúncios Para um Crime (VENCEDOR)
• Nnamdi Asomugha – Crown Heights
• Armie Hammer – Me Chame Pelo Seu Nome
• Barry Keoghan – O Sacrifício do Cervo Sagrado
• Benny Safdie – Bom Comportamento

Melhor Roteiro

• Greta Gerwig – Lady Bird (VENCEDORA)
• Azazel Jacobs – The Lovers
• Martin McDonagh – Três Anúncios Para um Crime
• Jordan Peele – Corra!
• Mike White – Beatriz at Dinner

Melhor Fotografia

• Sayombhu Mukdeeprom – Me Chame Pelo Seu Nome (VENCEDOR)
• Thimios Bakatakis – O Sacrifício do Cervo Sagrado
• Elisha Christian – Columbus
• Hélène Louvart – Ratos de Praia
• Joshua James Richards – The Rider

Melhor Documentário

• Visages villages (VENCEDOR)
• The Departure
• Últimos Homens em Aleppo
• Motherland
• Quest

Prêmio Piaget de Produtores

• Summer Shelton (VENCEDORA)
• Giulia Caruso & Ki Jin Kim
• Ben LeClair

Prêmio Truer than Fiction (Mais Verdadeiro que Ficção, em tradução livre)

• Jonathan Olshefski – Quest (VENCEDOR)
• Shevaun Mizrahi – Distant Constellation
• Jeff Unay – The Cage Fighter

Prêmio Robert Altman

• Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi

Melhor Roteiro de Estreia

• Emily V. Gordon, Kumail Nanjiani – Doentes de Amor (VENCEDOR)
• Kris Avedisian (história de Kyle Espeleta, Jesse Wakeman) – Donald Cried
• Ingrid Jungermann – Women Who Kill
• Kogonada – Columbus
• David Branson Smith, Matt Spicer – Ingrid Goes West

Melhor Edição

• Tatiana S. Riegel – Eu, Tonya (VENCEDORA)
• Ronald Bronstein, Benny Safdie – Bom Comportamento
• Walter Fasano – Me Chame Pelo Seu Nome
• Alex O’Flinn – The Rider
• Gregory Plotkin – Corra!

Prêmio Bonnie

• Chloé Zhao (VENCEDORA)
• So Yong Kim
• Lynn Shelton

Melhor Filme Internacional

• Uma Mulher Fantástica (Chile) (VENCEDOR)
• 120 Batimentos por Minuto (França)
• I Am Not a Witch (Zâmbia)
• Lady Macbeth (Reino Unido)
• Sem Amor (Rússia)

Prêmio John Cassavetes

• Life & Nothing More (VENCEDOR)
• Dayveon
• A Ghost Story
• Most Beautiful Island
• A Transfiguração

Prêmio de Quem Prestar Atenção

• Justin Chon, diretor de Gook (VENCEDOR)
• Amman Abbasi, diretor de Dayveon
• Kevin Phillips, diretor de Tempos Obscuros

Melhor Filme de Estreia

• Ingrid Goes West (VENCEDOR)
• Columbus
• Menashe
• Oh Lucy!
• Patti Cake$

Nas últimas seis edições, o Spirit Awards antecipou alguns favoritos ao Oscar, com cinco filmes ganhadores do Spirit também levando o prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de melhor filme. Será que vem zebra por aí? ‘Corra!’ tem alguma chance? Em qual filme você aposta para levar a estatueta do Oscar?

A TNT transmite o Oscar 2018 a partir das 20h30 com o tapete vermelho e a Rede Globo após o BBB18 com Maria Beltrão, Arthur Xexéo e Dira Paes.

Por: Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Me Chame Pelo Seu Nome/ Cesar Augusto Mota

Poltrona Cabine: Me Chame Pelo Seu Nome/ Cesar Augusto Mota

Sabe aquele filme que você acompanha e após a sessão o considera uma obra-prima, uma alegoria, um tributo à beleza e à vida? Assim defino ‘Me Chame pelo seu Nome’, filme de Luca Guadagnino, baseado no romance homônimo “Call Me By Your Name”, do egípcio André Aciman, obra que virá forte para a temporada de premiações e cotado para Oscar de melhor filme em 2018.

A história acompanha Elio Perlman, (Timothée Chalamet) único filho de uma família americana com ascendência italiana e francesa. O jovem músico vive mais um verão preguiçoso na casa dos pais em uma belíssima paisagem italiana, e tudo começa a mudar após a chegada de Oliver (Armie Hammer), estudante de Arqueologia, que vem para auxiliar na pesquisa do pai de Elio, que é professor e também especialista em arte greco-romana.  A beleza, espontaneidade e o alto grau de intelectualidade de Oliver começam a encantar a todos, principalmente a Elio.

O roteiro apresenta uma narrativa despretensiosa, mas cheia de elementos enriquecedores e fascinantes. A família é desprovida de tabus, vive em um ambiente repleto de culturas, com diálogos em inglês, francês e italiano, predomina o apoio incondicional de todos a Elio, com incentivo a ele para ser o que deseja e há estimulo à liberdade, inclusive a de identidade sexual. Temos um protagonista que não é podado e que está vivendo uma fase de transformações, não apenas físicas, mas de identidade.

A direção de arte é primorosa, com belas paisagens na Itália e perfeitas simulações dos anos 80, trazendo ar de nostalgia para os mais velhos e um certo romantismo, com um jovem descobrindo o amor e perdendo a inocência, lembrando um pouco o filme “Beleza Roubada”.

Os atores demonstram segurança e com atuações sensíveis e que se sobressaem. Chalamet apresenta um adolescente inicialmente despreocupado e sem pretensões, mas depois bastante receoso e com ânsia pelo desejo, pela necessidade de conquista e disposição de se desprender do caos e se estabelecer. Já Hammer suplanta a atuação de Chalamet, com um Oliver também em busca da afirmação, e que projeta no outro uma busca por maturidade, que incrivelmente ainda não havia atingido, mesmo nos altos de seus 24 anos.

O roteirista James Ivory construiu um roteiro que foi muito bem conduzido por Guadagnino, com equilíbrio entre sutileza e exagero, sem uso de atos explícitos e alguns momentos subentendidos, como o sentimento entre Elio e Oliver, atiçando ainda mais a curiosidade e a atenção do espectador. Não há margem para o previsível, tudo acontece de maneira harmônica, inesperada, com uma beleza estética sem precedentes, além de elementos muito bem articulados na construção da história, dos personagens e nas interações entre eles.

‘Me Chame pelo Seu Nome’ é um tributo ao amor, à arte, às pequenas coisas da vida e um culto à liberdade do ser e do pensamento. Uma obra que aborda com naturalidade os problemas do cotidiano, além de apresentar belíssimos contornos e cenários contagiantes. Não deixe de assistir!

Avaliação: 5/5 poltronas.

 

 

Por: Cesar Augusto Mota