Maratona Oscar: King Richard: Criando campeãs/Paula Hermógenes

Maratona Oscar: King Richard: Criando campeãs/Paula Hermógenes

Finalmente o Principe virou Rei

Richard William, para muitos amantes do tênis, é conhecido como o pai controverso das talentosas e premiadíssimas irmãs Venus e Serena Williams.  Aparentemente, quem esá afiado para levar um grand slam, desta vez, é o diretor Reinaldo Marcus Green.  É muito comum que filmes-biografias girem em torno do ente famoso, seja um esportista ou uma atriz ou personalidade da política.  Aqui, as famosas irmãs são coadjuvantes.  O filme retrata o início da carreira das irmãs Williams, mas está realmente centrado no “rei” ou, melhor dizendo, seu pai.  E “papai Williams” tem personalidade para animar qualquer roteiro.

Ao leitor, posso dizer que o melhor resumo que realmente me chamou atencão em King Richard foi exatamente que Will Smith finalmente se provou como ator talentoso.  Campeão de audiência desde que ficou conhecido como o Principe de Bel Air, passando por Homens de Preto e outros filmes que costumam mesclar ação e comédia, Will Smith está melhor em King Richard do que em tentativas anteriores na esfera dramática.  Pode-se dizer que sua atuação em King Richard, poderá levá-lo a novos caminhos e, finalmente, a um possível reconhecimento como ator nos Oscars. O papel de Richard é complexo já que ele alterna caracteristicas de pai zeloso mas também de manipulador, marido imperfeito, muita teimosia e alguma pitada de humor.

Richard vive em Compton, California, nos anos 90, casado com Oracene (Aunjanue Ellis), e as filhas Venus (Saniyya Sidney),  Serena (Demi Singleton), e três meninas do casamento anterior de Oracene (mais tarde no filme descobre-se que Williams tem outros filhos).  Certo do talento de suas meninas, ele escreve um plano de carreira de 78 páginas para levar as filhas ao topo do esporte.  

Ao longo do filme, o espectador fica em dúvida se ele o faz por amor às meninas, para lhes dar uma chance de reconhecimento ou, se para satisfazer seu proprio ego.  No filme acompanhamos mais o despontar de Venus, ligeiramente mais velha que Serena, que se tornou numero 1 no ranking da ATP (Associacão de Tênis profissional) ainda adolescente. Serena, se tornou uma das maiores esportistas do mundo e da história, tendo vencido 23 títulos do grand slam.   

Apesar de acompanharmos o sucesso do plano até a glória de Venus, em muitos momentos nos vemos diante de um Richard arrogante, egoísta confrontado de tempos em tempos pela mulher Oracene ou pelo técnico das meninas.  Richard não é um santo mas, talvez seja um gênio. Afinal, ão se pode negar que o famoso plano, de fato, deu certo!

Alem de um bom “biopic” ou filme biografia, King Richard é também um bom filme de esporte e, educa os fãs de tênis e das irmãs Williams sobre o início de suas carreiras.  E, por exemplo, demonstra como por muitos anos Serena passou sob a sombra da irmã mais velha. 

Curiosamente, tanto Venus quanto Serena são produtoras executivas do filme e, ajudaram a divulgar o filme.  Dado seu envolvimento, é possivel que o lado obscuro de Richard tenha sido pintado com cores mais suaves.  Fica claro que Richard falha em seguir o conselho que mais frequentemente recebeu: ser humilde.  Ao leitor digo:  se Richard Williams tivesse sindo humilde talvez, nós fãs de tênis não tivéssemos visto centenas das melhores partidas e, nem a evolução do tênis feminino para um esporte de força.  E como as William eram (ainda são) fortes!

Recomendo que o leitor veja o filme.  É muito bom.  Preste atenção em Will Smith.  Acho que a teimosia de Williams levou as meninas a podiuns e pode levar Will ao Oscar!

Nota da editora: o filme está disponível na HBO Max.