Com elenco estelar, Karim Aïnouz inicia filmagens de Rosebush Pruning

Com elenco estelar, Karim Aïnouz inicia filmagens de Rosebush Pruning

Segundo longa do cineasta em inglês traz Elle Fanning, Callum Turner, Riley Keough, Jamie Bell, Lukas Gage, Tracy Letts, Elena Anaya e Pamela Anderson

Callum Turner: Getty

Riley Keough: Jeff Vespa

Jamie Bell: Michael Muller

Lukas Gage: Keith Oshiro

Tracy Letts: Sam Jones

Elena Anaya: Jose Morraja 

Pamela Anderson: Norman Wong

Elle Fanning: Gareth Gatrell

Poucas semanas depois de estrear nos cinemas “Motel Destino”, seu mais recente projeto produzido no Brasil, Karim Aïnouz já deu início às filmagens de “Rosebush Pruning”, seu segundo longa-metragem internacional depois de “Firebrand” (2023).  Rodado na Espanha, o filme conta com uma constelação de atores: Elle Fanning (“A Complete Unknown”, “The Great”), Callum Turner (“Masters of the Air”, “The Boys in the Boat”), Riley Keough (“Daisy Jones & The Six”, “Zola”), Jamie Bell (“All of Us Strangers”, “Rocketman”), Lukas Gage (“The White Lotus”, “Euphoria”), Tracy Letts (“Lady Bird”, “Ford vs Ferrari”), Elena Anaya (“A Pele Que Habito”, “MotherFatherSon”) e Pamela Anderson (“The Last Showgirl”, o futuro “The Naked Gun”). A produção é da MUBIThe Match Factory e The Apartment (uma empresa Fremantle).

“Estou muito animado para dar vida a este roteiro audacioso e instigante, que desafia nossas noções de família tradicional e de patriarcado, com este brilhante elenco de atores que admiro há muito tempo”, celebra o diretor.

Efthimis Filippou (“Kinds of Kindness”, “O Sacrifício do Cervo Sagrado”, “O Lagosta”) assina o roteiro, enquanto Viola Fügen e Michael Weber produzem para a The Match Factory, que também cuida das vendas internacionais do longa. Simone Gattoni, da Kavac Film, responsável pela aquisição dos direitos de adaptação, também responde pela produção ao lado de Annamaria Morelli, da The Apartment (uma empresa Fremantle). Andreas Wentz e Juan Cano “Nono”, da Surfilm, são co-produtores na Espanha, enquanto Rachel Dargavel, da Crybaby, coproduz no Reino Unido. O filme é financiado pela MUBI, junto com The Apartment (uma empresa Fremantle), MetafilmsAnna Films e In Bloom, com apoio financeiro da German Federal Film BoardFilm- und Medienstiftung NRWMedienboard e do BFI.

Após várias colaborações com AïnouzHélène Louvart (“A Vida Invisível”, “Firebrand” e “Motel Destino”) assina novamente a direção de fotografia. Outros membros da equipe criativa incluem a maquiadora Barbara Kreuzer (“Terra de Minas”, “I’m Your Man”), a figurinista indicada ao Oscar® Bina Daigeler (“Tár”, “Mother Mary”) e o diretor de arte Rodrigo Martirena (“A Vida Invisível”, “Veredicto”).

Nota aos editoresKristen Stewart e Josh O’Connor, previamente anunciados, foram substituídos por Riley Keough e Callum Turner, respectivamente.
Sobre Karim Aïnouz
KARIM AÏNOUZ
 é um premiado diretor e roteirista. Nascido de mãe brasileira e pai argelino, estreou como diretor de longas-metragens com Madame Satã. Entre seus trabalhos estão Nardjes A.Aeroporto Central THFO Abismo Prateado (Quinzena dos Realizadores de Cannes 2011) e O Céu de Suely (Horizontes de Veneza 2006). Em 2008, codirigiu a série de TV Alice para a HBO Latin America. Seu mais recente longa, Motel Destino, estreou na Competição de Cannes em maio de 2024, após os sucessos anteriores Firebrand (Competição de Cannes 2023) e A Vida Invisível, vencedor do prêmio principal da mostra Un Certain Regard em Cannes 2019 e de mais de 50 prêmios em todo o mundo.
Sobre The Match Factory
The Match Factory é uma empresa de produção e vendas internacionais dedicada a trazer o melhor do cinema de autor para o mercado global. Nossa paixão é trabalhar com filmes de assinatura e visão de diretores de várias partes do mundo. Desde 2022, a The Match Factory faz parte da MUBI.

Estamos orgulhosos de representar filmes de cineastas como Maren AdeKarim AïnouzFatih AkinAlice RohrwacherThomas ArslanRitesh BatraMarco BellocchioLaura BispuriLukas DhontSergey DvortsevoyAbel FerraraMichel FrancoMiguel GomesRyusuke HamaguchiTatiana HuezoJim JarmuschAki KaurismäkiAmat EscalanteSamuel MaozPietro MarcelloLucrecia MartelSebastian MeiseNanni MorettiKornél MundruczóChristian PetzoldKelly ReichardtCarlos ReygadasGianfranco RosiJulian RosefeldtFelix van GroeningenWang Xiaoshuai e Apichatpong Weerasethakul, entre outros.
Sobre MUBI
MUBI
 é um serviço de streaming global, produtora e distribuidora de filmes dedicada a elevar o grande cinema. A MUBI cria, curadoria, adquire e promove filmes visionários, levando-os a audiências ao redor do mundo. A MUBI é um espaço para descobrir filmes ambiciosos de diretores icônicos e novos talentos, cuidadosamente escolhidos pelos curadores da plataforma. Com o MUBI GO, membros em países selecionados podem ganhar ingressos gratuitos semanalmente para ver os melhores novos filmes nos cinemas. Além disso, o Notebook, em formato impresso e digital, explora diversos lados da cultura cinematográfica.

Lançamentos recentes e futuros da MUBI incluem: The Substance, de Coralie FargeatPriscilla, de Sofia CoppolaPassages, de Ira SachsStrange Way of Life, de Pedro AlmodóvarHow to Have Sex, de Molly Manning WalkerFallen Leaves, de Aki Kaurismäki, e High & Low — John Galliano, de Kevin Macdonald.

Entre as produções da MUBI estão Rosebush Pruning, de Karim AïnouzBring Them Down, de Christopher AndrewsWitches, de Elizabeth Sankey, e Gasoline Rainbow, de Bill Ross IV e Turner Ross.

Fundada em 2007 por Efe Cakarel, a MUBI se tornou a maior comunidade de amantes do cinema, disponível em 190 países e com mais de 16 milhões de membros ao redor do mundo. Em janeiro de 2022, adquiriu a empresa de vendas e produção The Match Factory e, em fevereiro de 2024, comprou uma participação majoritária na distribuidora de filmes Cinéart, do Benelux.
Sobre The Apartment
The Apartment
 é uma empresa fundada em 2020, parte do grupo Fremantle, que foca na criação e desenvolvimento de séries e longas-metragens em escala global, investindo na aquisição de propriedades intelectuais e em acordos exclusivos com talentos e roteiristas de renome internacional.

Entre as produções da The Apartment estão o filme indicado ao Oscar A Mão de Deus, de Paolo SorrentinoPriscilla, de Sofia CoppolaNoite Exterior, de Marco BellocchioBones and All, de Luca Guadagnino, e várias séries aclamadas.
‘Motel Destino’, de Karim Aïnouz, é ovacionado em première mundial de Cannes

‘Motel Destino’, de Karim Aïnouz, é ovacionado em première mundial de Cannes

Aplaudido durante doze minutos, exibição do thriller erótico marcou a segunda passagem consecutiva do cineasta cearense pela mostra principal do festival francês, onde teve a companhia dos protagonistas Nataly Rocha, Iago Xavier, Fabio Assunção e outros mais de 20 membros da equipe e do elenco

Em sua segunda participação consecutiva na competição oficial de Cannes – entre seis passagens pelo evento ao longo da carreira –, Karim Aïnouz comprovou mais uma vez o motivo de tanto prestígio no festival francês, onde realizou nesta quarta-feira (22) a première mundial de ‘Motel Destino’, seu novo longa-metragem. O filme foi ovacionado  por doze minutos ao fim da sessão de gala no icônico Theatre Debussy, na qual o cineasta cearense contou com a companhia de mais de 20 membros da equipe e do elenco, incluindo os protagonistas Nataly RochaIago Xavier e Fabio Assunção. Animados com a reação do público, o diretor e sua comitiva dançaram ao som da música que embala os créditos finais do longa, sob aplausos do público.

“Depois de quatro anos de terror, estou muito feliz de ter podido voltar a filmar no Brasil e fazer um filme que celebra a vida, a alegria e a paz”, discursou o cineasta ao término da exibição.  

Vencedor do prêmio Un Certain Regard, em 2019, com ‘A Vida Invisível’, o diretor havia exibido “Firebrand”, seu primeiro projeto em língua inglesa, na mostra principal do festival no ano passado. Elemento recorrente na filmografia de Karim Aïnouz, o erotismo é o pano de fundo de ‘Motel Destino’. Em seu oitavo longa de ficção, ele apontou as lentes para as cores fortes e vibrantes do litoral nordestino, que dão a tônica visual-narrativa da nova obra, o primeiro projeto do diretor rodado inteiramente no Ceará desde ‘O Céu de Suely’ (2006).  

O estabelecimento de beira de estrada que dá título ao novo filme é, segundo Karim, “o principal personagem do enredo e o local onde se entrecruzam questões crônicas da realidade brasileira”. O longa é um retrato íntimo de uma juventude que teve seu futuro roubado por uma elite tóxica e esmagadora, contra a qual a insubordinação e revolta são, não raramente, a saída possível.

“Me interessa muito falar de desejo e revolta, temas de absoluta relevância no Brasil contemporâneo. ‘Motel’ é uma saga do encontro de um rapaz em fuga, totalmente vulnerável, com uma mulher aprisionada pelas dinâmicas de um casamento abusivo. Unidos pelo destino, seus caminhos se cruzam e a história se desenrola”, resume Aïnouz.

Motel Destino” é uma produção da Cinema Inflamável e Gullane, coproduzido internacionalmente pela francesa Maneki Films e pela alemã The Match Factory, em associação com Brouhaha Entertainment e Written Rock Films (UK).  O filme também é coproduzido por Globo FilmesTelecine e Canal Brasil e conta com o patrocínio da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. No Brasil, o filme será distribuído pela Pandora Filmes, enquanto The Match Factory responde pelas vendas internacionais.

A narrativa nasceu da parceria de Karim com o Laboratório de Cinema da Porto Iracema das Artes, escola de formação em artes da Secretaria de Cultura do Ceará, gerida em parceria com o Instituto Dragão do Mar, com sede em Fortaleza. O diretor é um dos criadores do laboratório, o CENA 15, onde atuou como tutor durante nove anos e do qual hoje é mentor. Foi lá que ele  convidou o roteirista cearense Wislan Esmeraldo para desenvolver o roteiro do projeto. Mais tarde, Mauricio Zacharias se juntou ao processo, repetindo a parceria realizada com o cineasta em “Madame Satã” e “O Céu de Suely”.

“Eu me inspirei bastante na pornochanchada e no cinema noir. Posso resumir ‘Motel Destino’ como um thriller erótico, mas ele é, antes de tudo, uma história de amor. O amor entre um jovem periférico que vive à revelia de um sistema que o quer morto e uma mulher que resiste aos atentados do patriarcado contra a sua própria vida”, adianta Aïnouz.

Por trás das câmeras, a diretora de fotografia Hélène Louvart, renomada por seus trabalhos em “A Vida Invisível” e “Never Rarely Sometimes Always”, captura com sutileza as nuances visuais do filme. A montadora Nelly Quettier, reconhecida por “Beau Travail” e “Lazzaro Felice”, imprime uma precisão rítmica à narrativa, enquanto o diretor de arte Marcos Pedroso, de “Madame Satã” e “Praia do Futuro”, agrega uma rica expressão artística à obra ao explorar as fortes cores do nordeste. A produção foi liderada por Janaina Bernardes (Cinema Inflamável) e Fabiano Gullane e Caio Gullane (Gullane). Além dos três protagonistas já mencionados, Renan CapivaraYuri YamamotoFabíola LíperIsabela Catão e Jupyra Carvalho completam o elenco. 

No segundo semestre de 2024, o diretor inicia as filmagens de “Rosebushpruning, o seu segundo longa em inglês, estrelado por Kristen Stewart (“Spencer”), Josh O’Connor (“The Crown”), Elle Fanning (“The Great”), Jamie Bell (“Rocketman”), Tracy Letts (“Lady Bird”) e Lukas Gage (“Euforia”). Antes, rodou “Firebrand” – com Alicia Vikander e Jude Law – no Reino Unido, “Marinheiro das Montanhas” e “Nardjes A.” na Argélia, “A Vida Invisível” (2019) no Rio e “Aeroporto Central” (2018) em Berlim. Com filmagens divididas entre Brasil e Alemanha, “Praia do Futuro” (2014) foi o último projeto realizado por Karim em solo cearense, embora a maior parte da trama tenha sido ambientada na cidade europeia.
Sinopse

Sob o céu em chamas numa beira de estrada do litoral cearense, o Motel Destino é palco de jogos perigosos de desejo, poder e violência. Uma noite, a chegada do jovem Heraldo transforma em definitivo o cotidiano do local.

Sobre a Cinema Inflamável

A Cinema Inflamável é uma empresa independente de produção sediada em Fortaleza, focada na criação de conteúdo original para cinema e televisão. Seu principal objetivo é fomentar projetos ousados e singulares do Nordeste do Brasil, desenvolvendo uma filmografia local para uma audiência global. Fundada pelo diretor Karim Aïnouz e a produtora Janaina Bernardes, a empresa recebeu o apoio da ANCINE (Agência Brasileira de Cinema) em 2017 para o desenvolvimento de 5 longas e 2 séries com realizadores cearenses. Em plena expansão e crescimento, a empresa está produzindo um novo grupo de jovens diretores e roteiristas para prosseguir com sua missão de criar uma filmografia vital e vibrante.

Sobre a Gullane

A Gullane é uma das maiores produtoras e incentivadoras do mercado audiovisual brasileiro, além de uma das principais exportadoras de obras independentes. Fundada em 1996 pelos irmãos Caio Gullane e Fabiano Gullane, já soma em seu catálogo mais de 50 filmes lançados com destaque no cinema nacional e no exterior e 30 séries para televisão e plataformas digitais. Entre os filmes e séries de destaque estão “Carandiru”, “Bicho de Sete Cabeças”, “A Última Floresta”, “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”; a franquia “Até que a Sorte nos Separe”; “Que Horas ela Volta?”, “Como Nossos Pais”, “Bingo – o Rei das Manhãs”; as séries “Alice” e “Hard” (HBO), “Unidade Básica – 1a e 2a temporada” (Universal Canal), “Carcereiros” (Globoplay), “Irmãos Freitas” (Space e Amazon Prime), “Ninguém Tá Olhando” e “Boca a Boca” (Netflix), “O Rei da TV” (Star+). Já coleciona mais de 500 prêmios e seleções em importantes festivais de cinema e televisão do Brasil e do mundo como Mostra de Cinema, Festival do Rio, Cannes, Veneza, Berlim, Sundance, Toronto, MIPTV e Emmy. 

Sobre a Globo Filmes

Construir parcerias que viabilizam e impulsionam o audiovisual nacional para entreter, encantar e inspirar com grandes histórias brasileiras. É assim que a Globo Filmes atua desde 1998 como a maior coprodutora e uma das maiores investidoras do cinema brasileiro. Em 2023, completou 25 anos e chegou à marca de mais de 500 filmes no portfólio e mais de 260 milhões de público acumulado. Como produtora e coprodutora, seu foco é na qualidade artística e na diversidade de conteúdo, levando ao público o que há de melhor no cinema brasileiro: comédias, romances, infantojuvenis, dramas, aventuras e documentários. A filmografia vai de recordistas de público, como ‘Minha Irmã e Eu’, maior bilheteria nacional pós-pandemia, ‘Tropa de Elite 2’ e ‘Minha Mãe é uma Peça 3’ – ambos com mais de 11 milhões de espectadores – a sucessos de crítica e público como ‘2 Filhos de Francisco’, ‘Marighella’, ‘Que Horas Ela Volta?’, ‘Pedágio’ e ‘Carandiru’, passando por longas premiados no Brasil e no exterior, como ‘Cidade de Deus’ – com quatro indicações ao Oscar – e ‘Bacurau’, que recebeu o prêmio do Júri no Festival de Cannes.

Sobre o Telecine 
Com 30 anos de programação dedicada ao cinema, o Telecine possui o maior catálogo de filmes do país, construído a partir de curadoria altamente especializada. O acervo contempla a pluralidade da indústria e reúne clássicos de grandes estúdios, do mercado independente e nacional; além de franquias de sucesso e lançamentos exclusivos. Ao longo dos anos, o Telecine ampliou a sua capilaridade de distribuição, permitindo que o assinante consuma em um só local o catálogo completo de filmes e acompanhe, em simulcasting, os seis canais lineares: Premium, Touch, Action, Pipoca, Cult e Fun. É assim que a marca especialista em cinema promove experiências para o público ter o ‘Seu Momento Cinema’ como, quando e onde quiser.  

Sobre o Canal Brasil

O Canal Brasil é, hoje, o canal responsável pela maior parte das parcerias entre TV e cinema do país e um dos maiores do mundo, com 365 longas-metragens coproduzidos. No ar há mais de duas décadas, apresenta uma programação composta por muitos discursos, que se traduzem em filmes dos mais importantes cineastas brasileiros, e de várias fases do nosso cinema, além de programas de entrevista e séries de ficção e documentais. O que pauta o canal é a diversidade e a palavra de ordem é liberdade – desde as chamadas e vinhetas até cada atração que vai ao ar.

Sobre a Pandora Filmes

A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “A Felicidade das Pequenas Coisas”, de Pawo Choyning Dorji, indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional; e os vencedores da Palma de Ouro de Cannes: “The Square – A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho. Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Beto Brant, Fernando Meirelles, Gustavo Galvão, Armando Praça, Helena Ignez, Tata Amaral, Anna Muylaert, Petra Costa, Aly Muritiba e Carolina Markowicz.
 
KARIM AÏNOUZ ENTRA NA COMPETIÇÃO OFICIAL DE CANNES COM ‘MOTEL DESTINO’

KARIM AÏNOUZ ENTRA NA COMPETIÇÃO OFICIAL DE CANNES COM ‘MOTEL DESTINO’

Seleção do thriller erótico, filmado inteiramente no Ceará, marca  um recorde no cinema nacional: é a sexta vez que o diretor  exibe um longa-metragem no prestigioso festival francês

O cineasta Karim Aïnouz vai retornar pelo segundo ano consecutivo à competição oficial do Festival de Cannes (14 a 25 de maio). Desta vez o diretor desembarcará na cidade francesa com “Motel Destino”, longa-metragem filmado inteiramente no Ceará, seu estado natal; em 2023, concorreu com “Firebrand”, seu primeiro projeto em língua inglesa. O thriller erótico que marca a sexta passagem de Aïnouz pelo evento, um recorde no cinema nacional, traz como protagonistas Iago XavierNataly Rocha – selecionados por teste entre mais de 500 atores – e Fabio Assunção.

“É sempre muito emocionante ter um filme selecionado para o Festival de Cannes. Embora seja a minha sexta vez aqui, parece a primeira. Foi lá que estreei com ‘Madame Satã’, há mais de 20 anos, exibi na Quinzena dos Realizadores ‘Abismo Prateado’ e fui premiado com ‘A Vida Invisível’ na mostra Un Certain Regard. Foi no festival que dividi com o grande público ‘Marinheiro das Montanhas’, um filme tão pessoal sobre a história dos meus pais, e também ‘Firebrand’”, celebra o diretor. 

Elemento recorrente na filmografia de Karim Aïnouz, o erotismo é o pano de fundo deste oitavo longa de ficção do diretor.  Ele apontou suas lentes para as cores fortes e vibrantes do litoral nordestino, que dão a tônica visual-narrativa da nova obra.

“Hoje meu coração está em festa. Retornar ao festival com um filme que marca a minha volta ao Brasil, depois de tanto tempo longe e de quatro anos de um governo fascista, é uma comemoração dupla, uma volta dobrada para casa. ‘Motel Destino’ é um filme insaciável, sedento e sensual. Nesse retorno, me dei o prazer de explorar novas possibilidades estéticas e dramatúrgicas. Sob o sol implacável do Ceará, ousei sonhar um filme novo, com muito suor, tesão, alegria e a vitalidade própria de quem tem fome de existir”, diz o diretor.

O estabelecimento de beira de estrada que dá título ao novo filme é, segundo Karim, “o principal personagem do enredo e o local onde se entrecruzam questões crônicas da realidade brasileira”. O longa é um retrato íntimo de uma juventude que teve seu futuro roubado por uma elite tóxica e esmagadora, contra a qual a insubordinação e revolta são, não raramente, a saída possível.

“Me interessa muito falar de desejo e revolta, temas de absoluta relevância no Brasil contemporâneo. ‘Motel’ é uma saga do encontro de um rapaz em fuga, totalmente vulnerável, com uma mulher aprisionada pelas dinâmicas de um casamento abusivo. Unidos pelo destino, seus caminhos se cruzam e a história se desenrola”, resume Aïnouz.

Motel Destino” é uma produção da Cinema Inflamável e Gullane, coproduzido internacionalmente pela francesa Maneki Films e pela alemã The Match Factory, em associação com Brouhaha Entertainment e Written Rock Films (UK). O filme também é coproduzido por Globo FilmesTelecine e Canal Brasil e conta com o patrocínio da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. No Brasil, o filme será distribuído pela Pandora Filmes e pela Gullane + enquanto The Match Factory responde pelas vendas internacionais.

A narrativa nasceu da parceria de Karim com o Laboratório de Cinema da Porto Iracema das Artes, escola de formação em artes da Secretaria de Cultura do Ceará, gerida em parceria com o Instituto Dragão do Mar, com sede em Fortaleza. O diretor é um dos criadores do laboratório, o CENA 15, onde atuou como tutor durante nove anos e do qual hoje é mentor. Foi lá que ele  convidou o roteirista cearense Wislan Esmeraldo para desenvolver o roteiro do projeto. Mais tarde, Mauricio Zacharias se juntou ao processo, repetindo a parceria realizada com o cineasta em “Madame Satã” e “O Céu de Suely”.

“Eu me inspirei bastante na pornochanchada e no cinema noir. Posso resumir ‘Motel Destino’ como um thriller erótico, mas ele é, antes de tudo, uma história de amor. O amor entre um jovem periférico que vive à revelia de um sistema que o quer morto e uma mulher que resiste aos atentados do patriarcado contra a sua própria vida”, adianta Aïnouz.

Por trás das câmeras, a diretora de fotografia Hélène Louvart, renomada por seus trabalhos em “A Vida Invisível” e “Never Rarely Sometimes Always”, captura com sutileza as nuances visuais do filme. A montadora Nelly Quettier, reconhecida por “Beau Travail” e “Lazzaro Felice”, imprime uma precisão rítmica à narrativa. O diretor de arte Marcos Pedroso, de “Madame Satã” e “Praia do Futuro”, agrega uma rica expressão artística à obra. A produção foi liderada por Janaina Bernardes (Cinema Inflamável) e Fabiano Gullane e Caio Gullane (Gullane). Além dos três protagonistas já mencionados, Renan CapivaraYuri YamamotoFabíola LíperIsabela Catão e Jupyra Carvalho completam o elenco. 

Antes de “Motel Destino”, Karim rodou mais recentemente “Firebrand” – com Alicia Vikander e Jude Law – no Reino Unido, “Marinheiro das Montanhas” e “Nardjes A.” na Argélia, “A Vida Invisível” (2019) no Rio e “Aeroporto Central” (2018) em Berlim. Com filmagens divididas entre Brasil e Alemanha, “Praia do Futuro” (2014) foi o último projeto realizado por Karim em solo cearense, embora a maior parte da trama tenha sido ambientada na cidade europeia. 

Sinopse

Sob o céu em chamas numa beira de estrada do litoral cearense, o Motel Destino é palco de jogos perigosos de desejo, poder e violência. Uma noite, a chegada do jovem Heraldo transforma em definitivo o cotidiano do local.
Sobre a Cinema Inflamável

A Cinema Inflamável é uma empresa independente de produção sediada em Fortaleza, focada na criação de conteúdo original para cinema e televisão. Seu principal objetivo é fomentar projetos ousados e singulares do Nordeste do Brasil, desenvolvendo uma filmografia local para uma audiência global. Fundada pelo diretor Karim Aïnouz e a produtora Janaina Bernardes, a empresa recebeu o apoio da ANCINE (Agência Brasileira de Cinema) em 2017 para o desenvolvimento de 5 longas e 2 séries com realizadores cearenses. Em plena expansão e crescimento, a empresa está produzindo um novo grupo de jovens diretores e roteiristas para prosseguir com sua missão de criar uma filmografia vital e vibrante.

Sobre a Gullane

A Gullane é uma das maiores produtoras e incentivadoras do mercado audiovisual brasileiro, além de uma das principais exportadoras de obras independentes. Fundada em 1996 pelos irmãos Caio Gullane e Fabiano Gullane, já soma em seu catálogo mais de 50 filmes lançados com destaque no cinema nacional e no exterior e 30 séries para televisão e plataformas digitais. Entre os filmes e séries de destaque estão “Carandiru”, “Bicho de Sete Cabeças”, “A Última Floresta”, “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”; a franquia “Até que a Sorte nos Separe”; “Que Horas ela Volta?”, “Como Nossos Pais”, “Bingo – o Rei das Manhãs”; as séries “Alice” e “Hard” (HBO), “Unidade Básica – 1a e 2a temporada” (Universal Canal), “Carcereiros” (Globoplay), “Irmãos Freitas” (Space e Amazon Prime), “Ninguém Tá Olhando” e “Boca a Boca” (Netflix), “O Rei da TV” (Star+). Já coleciona mais de 500 prêmios e seleções em importantes festivais de cinema e televisão do Brasil e do mundo como Mostra de Cinema, Festival do Rio, Cannes, Veneza, Berlim, Sundance, Toronto, MIPTV e Emmy. 

Sobre a Globo Filmes

Construir parcerias que viabilizam e impulsionam o audiovisual nacional para entreter, encantar e inspirar com grandes histórias brasileiras. É assim que a Globo Filmes atua desde 1998 como a maior coprodutora e uma das maiores investidoras do cinema brasileiro. Em 2023, completou 25 anos e chegou à marca de mais de 500 filmes no portfólio e mais de 260 milhões de público acumulado. Como produtora e coprodutora, seu foco é na qualidade artística e na diversidade de conteúdo, levando ao público o que há de melhor no cinema brasileiro: comédias, romances, infantojuvenis, dramas, aventuras e documentários. A filmografia vai de recordistas de público, como ‘Minha Irmã e Eu’, maior bilheteria nacional pós-pandemia, ‘Tropa de Elite 2’ e ‘Minha Mãe é uma Peça 3’ – ambos com mais de 11 milhões de espectadores – a sucessos de crítica e público como ‘2 Filhos de Francisco’, ‘Marighella’, ‘Que Horas Ela Volta?’, ‘Pedágio’ e ‘Carandiru’, passando por longas premiados no Brasil e no exterior, como ‘Cidade de Deus’ – com quatro indicações ao Oscar – e ‘Bacurau’, que recebeu o prêmio do Júri no Festival de Cannes.

Sobre o Telecine 

Com 30 anos de programação dedicada ao cinema, o Telecine possui o maior catálogo de filmes do país, construído a partir de curadoria altamente especializada. O acervo contempla a pluralidade da indústria e reúne clássicos de grandes estúdios, do mercado independente e nacional; além de franquias de sucesso e lançamentos exclusivos. Ao longo dos anos, o Telecine ampliou a sua capilaridade de distribuição, permitindo que o assinante consuma em um só local o catálogo completo de filmes e acompanhe, em simulcasting, os seis canais lineares: Premium, Touch, Action, Pipoca, Cult e Fun. É assim que a marca especialista em cinema promove experiências para o público ter o ‘Seu Momento Cinema’ como, quando e onde quiser.  

Sobre o Canal Brasil

O Canal Brasil é, hoje, o canal responsável pela maior parte das parcerias entre TV e cinema do país e um dos maiores do mundo, com 365 longas-metragens coproduzidos. No ar há mais de duas décadas, apresenta uma programação composta por muitos discursos, que se traduzem em filmes dos mais importantes cineastas brasileiros, e de várias fases do nosso cinema, além de programas de entrevista e séries de ficção e documentais. O que pauta o canal é a diversidade e a palavra de ordem é liberdade – desde as chamadas e vinhetas até cada atração que vai ao ar.

Sobre a Pandora Filmes

A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “A Felicidade das Pequenas Coisas”, de Pawo Choyning Dorji, indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional; e os vencedores da Palma de Ouro de Cannes: “The Square – A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho. Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Beto Brant, Fernando Meirelles, Gustavo Galvão, Armando Praça, Helena Ignez, Tata Amaral, Anna Muylaert, Petra Costa, Aly Muritiba e Carolina Markowicz.

‘A Vida Invisível’, de Karim Aïnouz, tem data de estreia alterada

‘A Vida Invisível’, de Karim Aïnouz, tem data de estreia alterada

Após ser consagrado em festivais internacionais, filme brasileiro escolhido para concorrer a uma vaga nos indicados de melhor filme internacional no Oscar estreia no circuito nacional em 21 de Novembro

A Vida Invisível” teve seu lançamento em circuito nacional transferido para o dia 21 de novembro.

Com distribuição conjunta da Sony Pictures e Vitrine Filmes, o sétimo longa-metragem da carreira Karim Aïnouz vem conquistando prêmios importantes nos principais festivais do mundo, como o Grand Prix da mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes – inédito na história do cinema brasileiro –, além de prêmios do público de Melhor Filme e do júri de Melhor Fotografia, no Festival de Cinema de Lima; e o CineCoPro Award, no Festival de Munique.

Exibido no Toronto International Film Festival para uma plateia com importantes nomes do cinema mundial, como a atriz francesa Isabelle Huppert, o filme teve longos minutos de aplausos ao final da projeção.

A Vida Invisível’, que ganhou sua primeira exibição nacional na abertura do último Cine Ceará, foi o escolhido para representar o Brasil na disputa por uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional.  Em outubro, o filme ainda será exibido nos festivais Mill Valley, em São Francisco, e o Aspen Film Festival, no Colorado, e no BFI London Film Festival. Esses festivais concentram grande número de votantes do Oscar e dá início à campanha para a premiação em Los Angeles.

A Vida Invisível’ terá distribuição nos EUA pela Amazon Studios e já foi vendido para mais de 30 países, incluindo Grécia; França; Polônia; China; Hungria; Eslovênia; Croácia; Luxemburgo; Bélgica; Holanda; Sérvia; Argélia; Egito; Irã; Israel; Jordânia; Líbia; Marrocos; Emirados Árabes; Reino Unido; Portugal; Itália; Coréia do Sul; Rússia; Cazaquistão; Ucrânia; Taiwan; Suíça; Espanha e Turquia.

O longa já recebeu elogios de algumas das mais prestigiosas publicações do segmento de cinema no mundo. Segundo David Rooney, do The Hollywood Reporter – que relacionou o filme entre os 10 melhores do Festival de Cannes –, “‘A Vida Invisível’ é um drama assombroso que celebra a resiliência das mulheres, mesmo quando elas toleram existências combalidas”. O crítico ainda chamou a atenção para as texturas brilhantes, as cores ousadas e os sons exuberantes que servem para “intensificar a intimidade do deslumbrante melodrama de Karim Aïnouz sobre mulheres cujas mentalidades independentes permanecem inalteradas, mesmo quando seus sonhos são destruídos por uma sociedade patriarcal sufocante”.

Já para Lee Marshall, do Screen Daily, que também elegeu ‘A Vida Invisível’ como um dos filmes imperdíveis do festival, Karim prova que o “eletrizante e emocionante” filme de época pode ser apresentado de forma verdadeira e ao mesmo tempo ser um deleite. “Com a forte reação crítica e o boca-a-boca que essa contundente e bem-acabada saga familiar parece suscitar, é quase certo que o filme viaje para além do Brasil e dos territórios de língua portuguesa”, prevê o crítico, que adverte: “É melhor você deixar um lenço separado para as cenas finais”.

O jornalista Guy Lodge, da Variety, por sua vez, afirma que o longa-metragem pode ser considerado “um forte concorrente do Brasil na corrida ao Oscar de Melhor Filme Internacional”.

Livre adaptação do romance de Martha Batalha, ‘A Vida Invisível’ é uma produção da RT Features, de Rodrigo Teixeira, em coprodução com a alemã Pola Pandora, braço de produção da The Match Factory, de Michael Weber e Viola Fügen, além da Sony Pictures, Canal Brasil e Naymar (infraestrutura audiovisual), e conta com o financiamento do fundo alemão Medienboard Berlin Brandenburg e do Fundo Setorial do Audiovisual/Ancine.

SOBRE O FILME 

Definido pelo cineasta como um melodrama tropical, a obra apresenta nos papeis principais duas jovens estreantes no cinema. Tanto Carol Duarte, reconhecida por seu trabalho na TV aberta, como Julia Stockler, experiente atriz de teatro, foram escolhidas após participarem de um concorrido teste com mais de 300 candidatas. O elenco traz ainda Fernanda Montenegro, como atriz convidada, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flavio Bauraqui e Maria Manoella.

“Eu trabalhei com um maravilhoso grupo de atrizes e atores. Eles são todos muito diferentes, de diferentes gerações, diferentes registros de atuação – e o desafio foi alcançar o mesmo tom, a mesma vibração”, conta o diretor.

“Eu fiquei profundamente tocado quando eu li o livro. Disparou memórias intensas da minha vida. Eu fui criado no nordeste dos anos 60, numa sociedade machista e conservadora, dentro de uma família matriarcal. Os homens ou haviam ido embora ou eram ausentes. Numa cultura patriarcal, eu tive a oportunidade de crescer numa família onde as mulheres comandavam o espetáculo – elas eram as protagonistas”, recorda Aïnouz. “O que me levou a adaptar ‘A Vida Invisível’ foi o desejo de dar visibilidade a tantas vidas invisíveis, como as de mulheres da geração da minha mãe, minha avó, das minhas tias e de tantas outras mulheres dessa época. As histórias dessas personagens não foram contadas o suficiente, seja em romances, livros de história ou no cinema”, completa.

Segundo o diretor, trata-se de um melodrama tropical porque a abordagem mistura preceitos clássicos do gênero, mas com um olhar que busca se adaptar a uma contemporaneidade brasileira.

“Eu sempre quis fazer um melodrama que pudesse ser relevante para os nossos tempos. Como eu poderia me engajar com o gênero e ainda torná-lo contemporâneo e brasileiro?  Como eu poderia criar um filme que fosse emocionante como uma grande ópera, em cores florescentes e saturadas, maior que a vida? Eu me lembrava de Janete Clair e das novelas lá do início. Eu queria fazer um melodrama tropical filmado no Rio de Janeiro, uma cidade entre a urbis e a floresta”, pondera.

A colaboração de Rodrigo Teixeira com Karim começou nas origens do projeto. Ao receber o manuscrito de Martha Batalha, o produtor pensou imediatamente no diretor, não apenas pelo estilo de sua filmografia, mas também pela interseção entre o livro e a história familiar do diretor, onde observou a invisibilidade das mulheres conduzidas por uma geração machista.

“Quando eu li o livro eu pensei muito no Karim, tanto pela narrativa ter relação com a história pessoal de vida dele, especificamente com o momento que ele estava vivendo naquela época, e também porque o universo me remetia muito a dois filmes dele: ‘O Céu de Suely’ e ‘Seams’, o primeiro de sua carreira, ambos projetos que falam de mulheres fortes, que lutam para sobreviver na nossa sociedade”, explica Teixeira. “Além disso, há tempos Karim me dizia que gostaria de filmar um melodrama, que queria realizar um longa que se aproximasse de Fassbinder, de Sirk. E vi nessa história da Martha Batalha um potencial melodrama a ser adaptado. Eu e Karim colaboramos há mais de 15 anos e fazia tempo que estávamos buscando uma grande história para voltarmos a fazer outro filme juntos”, continua o produtor.

As irmãs Guida e Eurídice são como duas faces da mesma moeda – irmãs apaixonadas, cúmplices, inseparáveis. Eurídice, a mais nova, é uma pianista prodígio, enquanto Guida, romântica e cheia de vida, sonha em se casar com um príncipe encantado e ter uma família. Um dia, com 18 anos, Guida foge de casa com o namorado. Ao retornar grávida, seis meses depois e sozinha, o pai, um português conservador, a expulsa de casa de maneira cruel. Guida e Eurídice são separadas e passam suas vidas tentando se reencontrar, como se somente juntas fossem capazes de seguir em frente.

Com roteiro assinado por Murilo Hauser, em colaboração com a uruguaia Inés Bortagaray e o próprio diretor, o longa – ambientado majoritariamente na década de 50 – foi rodado no Rio de Janeiro, nos bairros da Tijuca, Santa Teresa, Estácio e São Cristóvão.

A direção de fotografia é da francesa Hélène Louvart, que assina seu primeiro longa brasileiro e acumula trabalhos importantes na carreira, como os filmes ‘Pina’, de Wim Wenders; ‘The Smell of Us’, de Larry Clark; ‘As Praias de Agnes’, de Agnès Varda; e ‘Lázaro Feliz’, de Alice Rohwacher, entre outros.  A alemã Heike Parplies, responsável pela edição do longa-metragem ‘Toni Erdmann’, da diretora Maren Ade, indicada ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, assina a montagem.

SINOPSE 

Rio de Janeiro, 1950. Eurídice, 18, e Guida, 20, são duas irmãs inseparáveis que moram com os pais em um lar conservador. Ambas têm um sonho: Eurídice o de se tornar uma pianista profissional e Guida de viver uma grande história de amor. Mas elas acabam sendo separadas pelo pai e forçadas a viver distantes uma da outra. Sozinhas, elas irão lutar para tomar as rédeas dos seus destinos, enquanto nunca desistem de se reencontrar.

FICHA TÉCNICA  

Direção: Karim Aïnouz
Roteiro: Murilo Hauser
Co-roteiro: Inés Bortagaray e Karim Aïnouz
Baseado na obra de Martha Batalha
Elenco: Carol Duarte, Julia Stockler, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flávia Gusmão, Antônio Fonseca, Flavio Bauraqui, Maria Manoella e participação especial de Fernanda Montenegro.
Produtor: Rodrigo Teixeira
Co-produtores: Michael Weber e Viola Fügen.
Empresas produtoras: RT Features, Pola Pandora, Sony Pictures, Canal Brasil e Naymar.
Produtores Executivos:  Camilo Cavalcanti, Mariana Coelho, Viviane Mendoça, Cécile Tollu-Polonowski, André Novis  Produtor Associado: Michel Merkt
Diretora Assistente: Nina Kopko
Direção de Fotografia: Hélène Louvart (AFC)
Direção de Arte: Rodrigo Martirena
Figurino: Marina Franco
Maquiagem:  Rosemary Paiva
Diretora de Produção: Silvia Sobral
Montagem: Heike Parplies (BFS)
Montagem de som: Waldir Xavier
Som direto: Laura Zimmerman
Música Original: Benedikt Schiefer
Mixagem: Björn Wiese
Idioma: Português
Gênero: Melodrama
Ano: 2019
País: Brasil

SOBRE O DIRETOR  

Formado em Arquitetura pela Universidade de Brasília, Aïnouz fez mestrado em Teoria e História do Cinema pela Universidade de Nova York e participou do Whitney Independent Study Program. Cineasta premiado e celebrado mundialmente, roteirista e artista visual, realizou diversos curtas-metragens, documentários e instalações. Dirigiu os longas-metragens ‘Madame Satã’ (2002), ‘O Céu de Suely’ (2006), ‘Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo’ (2009, codirigido com Marcelo Gomes), ‘O Abismo Prateado’ (2011, produzido pela RT Features), ‘Praia do Futuro’ (2014), além do documentário ‘Aeroporto Central’ (2018). O próximo longa-metragem, ‘A Vida Invisível’, tem previsão de lançamento no dia 21 de novmebro de 2019. Para a televisão, codirigiu com Sergio Machado a minissérie ‘Alice’, filmada no Brasil e transmitida pelo canal HBO em 2008. Aïnouz é um dos tutores do laboratório de roteiros do Porto Iracema das Artes emFortaleza e membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

SOBRE A RT FEATURES 

Fundada e dirigida por Rodrigo Teixeira, a RT Features é uma produtora nacional e internacional de conteúdo cultural e entretenimento para cinema e televisão, com base em São Paulo, Brasil, e escritório em Nova York, nos EUA. Dentre outras produções, seu currículo conta com os longas-metragens ‘O Cheiro do Ralo’ (2006), ‘O Abismo Prateado’ (2010), ‘Tim Maia’ (2014), ‘Alemão’ (2014), ‘O Silêncio do Céu’ (2016) e a série ‘O Hipnotizador’ (para a HBO Latin America em 2015).

No mercado internacional, produziu os longas Frances Ha (2013), O amor é estranho (2014), Love (2015), Mistress America (2015), A Bruxa (2016), Patti Cake$ (2017) e Me chame pelo seu nome (2017), indicado ao Oscar em quatro categorias tendo sido vencedor por Melhor Roteiro Adaptado. Em 2018, entre outros filmes, produziu o novo filme de James Gray, Ad Astra, protagonizado por Brad Pitt, com previsão de estreia em setembro.

Dedicada a trabalhar com jovens e talentosos diretores desde a criação de sua empresa, a RT Features formou uma joint venture com a Sikelia Productions, de Martin Scorsese, com o objetivo de produzir filmes de cineastas emergentes em todo o mundo. O primeiro longa-metragem desta parceria, A Ciambra, estreou na Quinzena dos Realizadores em 2017, e o segundo filme, Port Authority, foi selecionado para o Festival de Cannes e exibido na mostra oficial Un Certain Regard.

A RT Features também teve um terceiro filme exibido em Cannes, The Lighthouse de Robert Eggers, com Willem Dafoe e Robert Pattinson, esteve na Quinzena dos Realizadores, e levou o FIPRESCI – prêmio da crítica internacional, de Melhor Filme.

SOBRE A VITRINE FILMES  

Em nove anos, a Vitrine Filmes distribuiu mais de 140 filmes. Entre seus maiores sucessos estão “Aquarius” e “O Som ao Redor”, de Kleber Mendonça Filho, “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, de Daniel Ribeiro, e “O Filmes da Minha Vida”, de Selton Mello.

Mais recentemente a distribuidora lançou “Divinas Divas”, dirigido por Leandra Leal, o documentário mais visto de 2017 e “O Processo”, de Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional.

Entre os lançamentos de 2019 estão “Divino Amor”, dirigido por Gabriel Mascaro, “Bacurau”, novo filme do diretor Kleber Mendonça Filho em parceria com Juliano Dornelles, e “A Vida Invisível”, Karim Aïnouz. Além disso a Vitrine Filmes segue pelo terceiro ano consecutivo com o projeto de distribuição coletiva de filmes Sessão Vitrine, que durante o ano todo irá lançar longas nacionais em diversas cidades do Brasil.

SOBRE A SONY PICTURES 

A Sony Pictures Entertainment (SPE) é uma subsidiária da Sony Corporation of America, uma subsidiária da japonesa Sony Corporation. As operações globais da SPE abrangem produção, aquisição e distribuição de filmes em cinema, home entertainment, televisão e mídias digitais; uma rede global de canais; operação de estúdio, desenvolvimento de novos produtos audiovisuais, serviços e tecnologias. Tudo isto representa a distribuição de entretenimento em mais de 140 países.

Com presença marcante no mercado nacional, a Sony Pictures distribuiu  e/ou co-produziu no Brasil, 22 dos 25 filmes nacionais lançados na década de 90, momento da retomada. Em 2018, através do investimento em inúmeras produções, apostando em novos talentos e diferentes gêneros ao longo dos últimos anos, a Sony chega à marca de mais de 60 filmes nacionais distribuídos e/ou co-produzidos, entre eles: Deus é Brasileiro, O Auto da Compadecida, Carandiru, Cazuza, 2 Filhos de Francisco, Meu Nome Não é Johnny, Chico Xavier, Xingu, Tainá, Confissões de Adolescente, Um Tio Quase Perfeito e Entre Irmãs.

SOBRE O CANAL BRASIL 

O Canal Brasil é, hoje, o canal responsável pela maior parte das parcerias entre TV e cinema do país e um dos maiores do mundo, com mais de 300 longas-metragens coproduzidos só nos últimos 10 anos. No ar há duas décadas, apresenta uma programação composta por muitos discursos, que se traduzem em filmes dos mais importantes cineastas brasileiros, e de várias fases do nosso cinema, além de programas de entrevista e séries de ficção e documentais. O que pauta o canal é a diversidade e a palavra de ordem é liberdade – desde as chamadas e vinhetas até cada atração que vai ao ar.

‘A Vida Invisível’, de Karim Aïnouz, é escolhido para representar o Brasil no Oscar 2020

‘A Vida Invisível’, de Karim Aïnouz, é escolhido para representar o Brasil no Oscar 2020

Sétimo longa-metragem do diretor cearense concorrerá a uma vaga entre os indicados finais da categoria de melhor filme internacional, cujo resultado será divulgado pela academia americana no dia 13 de janeiro 

O longa-metragem ‘A Vida Invisível’, de Karim Aïnouz, foi eleito nesta terça-feira pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria de melhor filme internacional no Oscar de 2020. A lista final de indicados será revelada pela academia americana no dia 13 de janeiro.

A produção, que traz no elenco Carol Duarte, Julia Stockler, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flavia Gusmão e Fernanda Montenegro – como atriz convidada –, será lançada antecipadamente nas telas do Nordeste no dia 19 de setembro, enquanto estreia nas outras regiões do país no dia 31 de outubro.

O diretor dedica a indicação a todas as mulheres e às trabalhadoras e trabalhadores do audiovisual brasileiro.

“É uma alegria incomensurável. É uma realização não só para o filme em si, mas para todas as mulheres do mundo, para os trabalhadores e trabalhadoras do audiovisual e para o país como um todo. É uma honra estar junto com outros filmes tão importantes que celebram esse momento singular do cinema brasileiro. Espero que possamos fazer jus a essa indicação e representar o Brasil na lista final da premiação”, comemora Aïnouz.

“Isso demonstra que a cultura cinematográfica brasileira, num momento como esse, nos credencia como artistas e cidadãos. Karim merece”, exalta Fernanda Montenegro.

O produtor Rodrigo Teixeira, por sua vez, enaltece a força do filme, cuja primeira exibição em território brasileiro acontece nesta sexta-feira, 30 de agosto, na abertura do Cine Ceará 2019.

“É uma das maiores emoções da minha vida. Estar nessa corrida junto com um filme tão especial como Bacurau, que também vem tendo grande reconhecimento por onde passa, só engrandece o valor dessa indicação”, celebra o produtor.

Com distribuição conjunta da Sony Pictures e Vitrine Filmes, o sétimo longa-metragem da carreira do diretor cearense vem conquistando prêmios importantes nos principais festivais do mundo, como o Grand Prix da mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes – inédito na história do cinema brasileiro –, além de prêmios do público de Melhor Filme e do júri de Melhor Fotografia, no Festival de Cinema de Lima; e o CineCoPro Award, no Festival de Munique.

A Vida Invisível’ terá distribuição nos EUA pela Amazon Studios e já foi vendido para mais de 30 países, incluindo Grécia; França; Polônia; China; Hungria; Eslovênia; Croácia; Luxemburgo; Bélgica; Holanda; Sérvia; Argélia; Egito; Irã; Israel; Jordânia; Líbia; Marrocos; Emirados Árabes; Reino Unido; Portugal; Itália; Coréia do Sul; Rússia; Cazaquistão; Ucrânia; Taiwan; Suíça; Espanha e Turquia.

O longa já recebeu elogios de algumas das mais prestigiosas publicações do segmento de cinema no mundo. Segundo David Rooney, do The Hollywood Reporter – que relacionou o filme entre os 10 melhores do Festival de Cannes –, “‘A Vida Invisível’ é um drama assombroso que celebra a resiliência das mulheres, mesmo quando elas toleram existências combalidas”. O crítico ainda chamou a atenção para as texturas brilhantes, as cores ousadas e os sons exuberantes que servem para “intensificar a intimidade do deslumbrante melodrama de Karim Aïnouz sobre mulheres cujas mentalidades independentes permanecem inalteradas, mesmo quando seus sonhos são destruídos por uma sociedade patriarcal sufocante”.

Já para Lee Marshall, do Screen Daily, que também elegeu ‘A Vida Invisível’ como um dos filmes imperdíveis do festival, Karim prova que o “eletrizante e emocionante” filme de época pode ser apresentado de forma verdadeira e ao mesmo tempo ser um deleite. “Com a forte reação crítica e o boca-a-boca que essa contundente e bem-acabada saga familiar parece suscitar, é quase certo que o filme viaje para além do Brasil e dos territórios de língua portuguesa”, prevê o crítico, que adverte: “É melhor você deixar um lenço separado para as cenas finais”.

O jornalista Guy Lodge, da Variety, por sua vez, afirma que o longa-metragem pode ser considerado “um forte concorrente do Brasil na corrida ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro”.

Livre adaptação do romance de Martha Batalha, ‘A Vida Invisível’ é uma produção da RT Features, de Rodrigo Teixeira, em coprodução com a alemã Pola Pandora, braço de produção da The Match Factory, de Michael Weber e Viola Fügen, além da Sony Pictures, Canal Brasil e Naymar (infraestrutura audiovisual), e conta com o financiamento do fundo alemão Medienboard Berlin Brandenburg e do Fundo Setorial do Audiovisual/Ancine.

SOBRE O FILME

Definido pelo cineasta como um melodrama tropical, a obra apresenta nos papeis principais duas jovens estreantes no cinema. Tanto Carol Duarte, reconhecida por seu trabalho na TV aberta, como Julia Stockler, experiente atriz de teatro, foram escolhidas após participarem de um concorrido teste com mais de 300 candidatas. O elenco traz ainda Fernanda Montenegro, como atriz convidada, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flavio Bauraqui e Maria Manoella.

“Eu trabalhei com um maravilhoso grupo de atrizes e atores. Eles são todos muito diferentes, de diferentes gerações, diferentes registros de atuação – e o desafio foi alcançar o mesmo tom, a mesma vibração”, conta o diretor.

“Eu fiquei profundamente tocado quando eu li o livro. Disparou memórias intensas da minha vida. Eu fui criado no nordeste dos anos 60, numa sociedade machista e conservadora, dentro de uma família matriarcal. Os homens ou haviam ido embora ou eram ausentes. Numa cultura patriarcal, eu tive a oportunidade de crescer numa família onde as mulheres comandavam o espetáculo – elas eram as protagonistas”, recorda Aïnouz. “O que me levou a adaptar ‘A Vida Invisível’ foi o desejo de dar visibilidade a tantas vidas invisíveis, como as de mulheres da geração da minha mãe, minha avó, das minhas tias e de tantas outras mulheres dessa época. As histórias dessas personagens não foram contadas o suficiente, seja em romances, livros de história ou no cinema”, completa.

Segundo o diretor, trata-se de um melodrama tropical porque a abordagem mistura preceitos clássicos do gênero, mas com um olhar que busca se adaptar a uma contemporaneidade brasileira.

“Eu sempre quis fazer um melodrama que pudesse ser relevante para os nossos tempos. Como eu poderia me engajar com o gênero e ainda torná-lo contemporâneo e brasileiro?  Como eu poderia criar um filme que fosse emocionante como uma grande ópera, em cores florescentes e saturadas, maior que a vida? Eu me lembrava de Janete Clair e das novelas lá do início. Eu queria fazer um melodrama tropical filmado no Rio de Janeiro, uma cidade entre a urbis e a floresta”, pondera.

A colaboração de Rodrigo Teixeira com Karim começou nas origens do projeto. Ao receber o manuscrito de Martha Batalha, o produtor pensou imediatamente no diretor, não apenas pelo estilo de sua filmografia, mas também pela interseção entre o livro e a história familiar do diretor, onde observou a invisibilidade das mulheres conduzidas por uma geração machista.

“Quando eu li o livro eu pensei muito no Karim, tanto pela narrativa ter relação com a história pessoal de vida dele, especificamente com o momento que ele estava vivendo naquela época, e também porque o universo me remetia muito a dois filmes dele: ‘O Céu de Suely’ e ‘Seams’, o primeiro de sua carreira, ambos projetos que falam de mulheres fortes, que lutam para sobreviver na nossa sociedade”, explica Teixeira. “Além disso, há tempos Karim me dizia que gostaria de filmar um melodrama, que queria realizar um longa que se aproximasse de Fassbinder, de Sirk. E vi nessa história da Martha Batalha um potencial melodrama a ser adaptado. Eu e Karim colaboramos há mais de 15 anos e fazia tempo que estávamos buscando uma grande história para voltarmos a fazer outro filme juntos”, continua o produtor.

As irmãs Guida e Eurídice são como duas faces da mesma moeda – irmãs apaixonadas, cúmplices, inseparáveis. Eurídice, a mais nova, é uma pianista prodígio, enquanto Guida, romântica e cheia de vida, sonha em se casar com um príncipe encantado e ter uma família. Um dia, com 18 anos, Guida foge de casa com o namorado. Ao retornar grávida, seis meses depois e sozinha, o pai, um português conservador, a expulsa de casa de maneira cruel. Guida e Eurídice são separadas e passam suas vidas tentando se reencontrar, como se somente juntas fossem capazes de seguir em frente.

Com roteiro assinado por Murilo Hauser, em colaboração com a uruguaia Inés Bortagaray e o próprio diretor, o longa – ambientado majoritariamente na década de 50 – foi rodado no Rio de Janeiro, nos bairros da Tijuca, Santa Teresa, Estácio e São Cristóvão.

A direção de fotografia é da francesa Hélène Louvart, que assina seu primeiro longa brasileiro e acumula trabalhos importantes na carreira, como os filmes ‘Pina’, de Wim Wenders; ‘The Smell of Us’, de Larry Clark; ‘As Praias de Agnes’, de Agnès Varda; e ‘Lázaro Feliz’, de Alice Rohwacher, entre outros.  A alemã Heike Parplies, responsável pela edição do longa-metragem ‘Toni Erdmann’, da diretora Maren Ade, indicada ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, assina a montagem.

SINOPSE 

Rio de Janeiro, 1950. Eurídice, 18, e Guida, 20, são duas irmãs inseparáveis que moram com os pais em um lar conservador. Ambas têm um sonho: Eurídice o de se tornar uma pianista profissional e Guida de viver uma grande história de amor. Mas elas acabam sendo separadas pelo pai e forçadas a viver distantes uma da outra. Sozinhas, elas irão lutar para tomar as rédeas dos seus destinos, enquanto nunca desistem de se reencontrar.

FICHA TÉCNICA  

Direção: Karim Aïnouz
Roteiro: Murilo Hauser
Co-roteiro: Inés Bortagaray e Karim Aïnouz
Baseado na obra de Martha Batalha
Elenco: Carol Duarte, Julia Stockler, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flávia Gusmão, Antônio Fonseca, Flavio Bauraqui, Maria Manoella e participação especial de Fernanda Montenegro.
Produtor: Rodrigo Teixeira
Co-produtores: Michael Weber e Viola Fügen.
Empresas produtoras: RT Features, Pola Pandora, Sony Pictures, Canal Brasil e Naymar.
Produtores Executivos:  Camilo Cavalcanti, Mariana Coelho, Viviane Mendoça, Cécile Tollu-Polonowski, André Novis  Produtor Associado: Michel Merkt
Diretora Assistente: Nina Kopko
Direção de Fotografia: Hélène Louvart (AFC)
Direção de Arte: Rodrigo Martirena
Figurino: Marina Franco
Maquiagem:  Rosemary Paiva
Diretora de Produção: Silvia Sobral
Montagem: Heike Parplies (BFS)
Montagem de som: Waldir Xavier
Som direto: Laura Zimmerman
Música Original: Benedikt Schiefer
Mixagem: Björn Wiese
Idioma: Português
Gênero: Melodrama
Ano: 2019
País: Brasil

TEASER

SOBRE O DIRETOR  

Formado em Arquitetura pela Universidade de Brasília, Aïnouz fez mestrado em Teoria e História do Cinema pela Universidade de Nova York e participou do Whitney Independent Study Program. Cineasta premiado e celebrado mundialmente, roteirista e artista visual, realizou diversos curtas-metragens, documentários e instalações. Dirigiu os longas-metragens ‘Madame Satã’ (2002), ‘O Céu de Suely’ (2006), ‘Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo’ (2009, codirigido com Marcelo Gomes), ‘O Abismo Prateado’ (2011, produzido pela RT Features), ‘Praia do Futuro’ (2014), além do documentário ‘Aeroporto Central’ (2018). O próximo longa-metragem, ‘A Vida Invisível’, tem previsão de lançamento no dia 31 de outubro de 2019. Para a televisão, codirigiu com Sergio Machado a minissérie ‘Alice’, filmada no Brasil e transmitida pelo canal HBO em 2008. Aïnouz é um dos tutores do laboratório de roteiros do Porto Iracema das Artes em Fortaleza e membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

SOBRE A RT FEATURES

Fundada e dirigida por Rodrigo Teixeira, a RT Features é uma produtora nacional e internacional de conteúdo cultural e entretenimento para cinema e televisão, com base em São Paulo, Brasil, e escritório em Nova York, nos EUA. Dentre outras produções, seu currículo conta com os longas-metragens ‘O Cheiro do Ralo’ (2006), ‘O Abismo Prateado’ (2010), ‘Tim Maia’ (2014), ‘Alemão’ (2014), ‘O Silêncio do Céu’ (2016) e a série ‘O Hipnotizador’ (para a HBO Latin America em 2015).

No mercado internacional, produziu os longas Frances Ha (2013), O amor é estranho (2014), Love (2015), Mistress America (2015), A Bruxa (2016), Patti Cake$ (2017) e Me chame pelo seu nome (2017), indicado ao Oscar em quatro categorias tendo sido vencedor por Melhor Roteiro Adaptado. Em 2018, entre outros filmes, produziu o novo filme de James Gray, Ad Astra, protagonizado por Brad Pitt, com previsão de estreia em setembro.

Dedicada a trabalhar com jovens e talentosos diretores desde a criação de sua empresa, a RT Features formou uma joint venture com a Sikelia Productions, de Martin Scorsese, com o objetivo de produzir filmes de cineastas emergentes em todo o mundo. O primeiro longa-metragem desta parceria, A Ciambra, estreou na Quinzena dos Realizadores em 2017, e o segundo filme, Port Authority, foi selecionado para o Festival de Cannes e exibido na mostra oficial Un Certain Regard.

A RT Features também teve um terceiro filme exibido em Cannes, The Lighthouse de Robert Eggers, com Willem Dafoe e Robert Pattinson, esteve na Quinzena dos Realizadores, e levou o FIPRESCI – prêmio da crítica internacional, de Melhor Filme.

SOBRE A VITRINE FILMES

Em nove anos, a Vitrine Filmes distribuiu mais de 140 filmes. Entre seus maiores sucessos estão “Aquarius” e “O Som ao Redor”, de Kleber Mendonça Filho, “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, de Daniel Ribeiro, e “O Filmes da Minha Vida”, de Selton Mello.

Mais recentemente a distribuidora lançou “Divinas Divas”, dirigido por Leandra Leal, o documentário mais visto de 2017 e “O Processo”, de Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional.

Entre os lançamentos de 2019 estão “Divino Amor”, dirigido por Gabriel Mascaro, “Bacurau”, novo filme do diretor Kleber Mendonça Filho em parceria com Juliano Dornelles, e “A Vida Invisível”, Karim Aïnouz. Além disso a Vitrine Filmes segue pelo terceiro ano consecutivo com o projeto de distribuição coletiva de filmes Sessão Vitrine, que durante o ano todo irá lançar longas nacionais em diversas cidades do Brasil.

SOBRE A SONY PICTURES

A Sony Pictures Entertainment (SPE) é uma subsidiária da Sony Corporation of America, uma subsidiária da japonesa Sony Corporation. As operações globais da SPE abrangem produção, aquisição e distribuição de filmes em cinema, home entertainment, televisão e mídias digitais; uma rede global de canais; operação de estúdio, desenvolvimento de novos produtos audiovisuais, serviços e tecnologias. Tudo isto representa a distribuição de entretenimento em mais de 140 países.

Com presença marcante no mercado nacional, a Sony Pictures distribuiu  e/ou co-produziu no Brasil, 22 dos 25 filmes nacionais lançados na década de 90, momento da retomada. Em 2018, através do investimento em inúmeras produções, apostando em novos talentos e diferentes gêneros ao longo dos últimos anos, a Sony chega à marca de mais de 60 filmes nacionais distribuídos e/ou co-produzidos, entre eles: Deus é Brasileiro, O Auto da Compadecida, Carandiru, Cazuza, 2 Filhos de Francisco, Meu Nome Não é Johnny, Chico Xavier, Xingu, Tainá, Confissões de Adolescente, Um Tio Quase Perfeito e Entre Irmãs.

SOBRE O CANAL BRASIL 

O Canal Brasil é, hoje, o canal responsável pela maior parte das parcerias entre TV e cinema do país e um dos maiores do mundo, com mais de 300 longas-metragens coproduzidos só nos últimos 10 anos. No ar há duas décadas, apresenta uma programação composta por muitos discursos, que se traduzem em filmes dos mais importantes cineastas brasileiros, e de várias fases do nosso cinema, além de programas de entrevista e séries de ficção e documentais. O que pauta o canal é a diversidade e a palavra de ordem é liberdade – desde as chamadas e vinhetas até cada atração que vai ao ar.