MARTE UM, de Gabriel Martins, ganha Poster

MARTE UM, de Gabriel Martins, ganha Poster

Exibido no Festival de Sundance, o filme estreia nos cinemas de todo o Brasil dia 25 de agosto

Depois de sua estreia internacional muito bem-sucedida no Festival de Sundance, em janeiro, MARTE UM, de Gabriel Martins, estreia no Brasil no Festival de Gramado e estreia nas salas de cinema de todo o Brasil no dia 25 de agosto. A produção é assinada pela Filmes de Plástico, e é coproduzido pelo Canal Brasil, com distribuição da Embaúba Filmes.

MARTE UM é o segundo longa do cineasta (o primeiro solo, sem a parceria de Maurilio Martins, com quem fez “No coração do mundo”), e tem, como um de seus temas centrais, a realização de um sonho infantil. 

O filme traz o cotidiano de uma família periférica, nos últimos meses de 2018, pouco depois das eleições presidenciais. O garoto Deivid (Cícero Lucas), o caçula da família Martins, sonha em ser astrofísico, e participar de uma missão que em 2030 irá colonizar o planeta vermelho. Morando na periferia de um grande centro urbano, não há muitas chances para isso, mas mesmo assim, ele não desiste. Passa horas assistindo vídeos e palestras sobre astronomia na internet. 

O pai, Wellington (Carlos Francisco, de “Bacurau”, e da Companhia do Latão de teatro), é porteiro em um prédio de elite, e há um bom tempo está sem beber, uma informação que compartilha com orgulho em sessões do AA. Tércia (Rejane Faria, da série “Segunda Chamada”) é a matriarca que, depois um incidente envolvendo uma pegadinha de televisão, acredita que está sofrendo de uma maldição. Por fim, a filha mais velha é Eunice (Camilla Damião), que pretende se mudar para um apartamento com sua namorada (Ana Hilário), mas não tem coragem de contar aos pais. 

“O filme foi desenvolvido entre 2015 e 2018, um período de muitas mudanças abruptas nos campos social e político do país. Vários movimentos nos fizeram confrontar com o que pensávamos sobe raça, gênero, economia e muitos aspectos da sociedade. Produzimos o filme graças a um fundo para diretores negros, e isso sempre me trouxe um senso de responsabilidade muito grande, com honestidade e compreensão de que esse filme pode ser uma forte representação de uma cultura da qual faço parte.”

Produtor do filme, Thiago Macêdo Correia, da Filmes de Plástico, lembra que Gabriel o procurou com a ideia para MARTE UM quando o país ainda sob o comando de Dilma Rousseff, um período de prosperidade, e incentivo e investimentos na cultura. “O filme foi produzido graças a um fundo público de 2016 voltado para diretores negros e narrativas de temática negra com o intuito de levar às telas cineastas de grupos minoritários. Obviamente, esse fundo não existe mais. Rodamos o longa em outubro de 2018, durante as eleições, o que acabou influenciando também a narrativa. Não tínhamos ideia do que viria depois.

“Rodamos MARTE UM pouco depois da eleição de 2018, que mudou tudo no Brasil. Embora se passe num contexto político turbulento – sendo a eleição de Bolsonaro um ponto baixo para nós –, esse não é um filme que tenta chega a um veredito sobre o estado político do país. Por outro lado, é inevitável que o público o interprete como um chamado para não nos deixarmos abater pelas agitações sociais que estamos enfrentando.”

Em sua estreia no Festival de Sundance, MARTE UM recebeu diversas críticas elogiosas. “É um filme sincero, e profundamente afetivo com seus personagens, […] que procuram encontram um chão em comum, e compartilhar a esperança”, escreve Jessica Kiang, na Variety. “É um filme vívido, com atuações brilhantes […] aumentando o escopo de representação da cultura preta brasileira”, comenta Jonathan Romney, na ScreenDaily.

MARTE UM é assinado pela produtora mineira Filmes de Plástico, fundada por Gabriel, Thiago, André Novais Oliveira e Maurilio Martins, em 2009, e que tem em sua filmografia longas premiados como “Temporada”, “Ela volta na quinta”, “No coração do mundo” e “Contagem”. Suas produções também foram destaque em festivais com Cannes, Roterdã, Brasília e Tiradentes. 

Sinopse

Os Martins são sonhadores e otimistas, e levam tranquilamente às margens de uma grande cidade brasileira depois da decepção da eleição de um presidente de extrema-direita. Uma família negra de classe média baixa, eles sentem a tensão da nova realidade enquanto baixa a poeira política. Tércia, a mãe, reinterpreta seu mundo depois de um encontro inesperado que a deixa em dúvida se foi amaldiçoada. Seu marido, Wellingon, coloca todas suas esperanças na carreira como jogador de futebol do filho caçula, Deivinho, que acompanha a ambição do pai com relutância, pois sonha em estudar astrofísica e colonizar Marte. Enquanto isso, a filha mais velha, Eunice, se apaixona por uma jovem de espírito livre, e se questiona se não está na hora de sair de casa.

Ficha Técnica

Direção: Gabriel Martins 

Roteiro: Gabriel Martins 

Produção: André Novais Oliveira, Gabriel Martins, Maurilio Martins e Thiago Macêdo Correia

Elenco: Rejane Faria, Carlos Francisco, Camilla Damião, Cícero Lucas, Ana Hilário, Russo APR, Dircinha Macedo, Tokinho e Juan Pablo Sorrin

Direção de Fotografia: Leonardo Feliciano

Desenho de Produção: Rimenna Procópio

Figurino: Marina Sandim

Som: Tiago Bello e Marcos Lopes

Montagem: Gabriel Martins e Thiago Ricarte

Música: Daniel Simitan

Gênero: drama

País: Brasil

Ano: 2022

Duração: 114 min.

Bio Gabriel Martins

Gabriel Martins (22/12/1987) é cineasta, roteirista, montador e diretor de fotografia conhecido por seu trabalho na Filmes de Plástico, empresa que fundou em 2009 ao lado de André Novais Oliveira, Maurilio Martins e Thiago Macêdo Correia.

Seu primeiro filme, NO CORAÇÃO DO MUNDO, codirigido por Maurilio Martins, estreou na Tiger Competition do Festival de Roterdã em 2019, e depois foi exibido em diversos festivais, e lançado comercialmente em vários países, como a França, onde foi aclamado pela crítica.

Entre seu curtas estão NADA, exibido na Quinzena dos Realizadores de Cannes, em 2017, e DONA SÔNIA PEDIU UMA ARMA PARA SEU VIZINHO ALCIDES, exibido no Festival de Clermont-Ferrand. Ele também participou do programa especial de Roterdã “Soul in the Eye”, no qual ministrou uma masterclass.

Gabriel escreveu diversos filmes, como o sucesso ALEMÃO. MARTE UM é seu segundo longa, e primeira direção solo. 

Sobre a Filmes de Plástico

Criada em 2009, a Filmes de Plástico é uma produtora mineira de Contagem, hoje sediada em Belo Horizonte, formada pelos diretores André Novais Oliveira, Gabriel Martins, Maurílio Martins e pelo produtor Thiago Macêdo Correia.

Juntos seus filmes já foram selecionados em mais de 200 festivais no Brasil e no mundo como a Quinzena dos Realizadores em Cannes, Festival de Cinema de Locarno, Festival de Rotterdam, FID Marseille, Indie Lisboa, BAFICI, Festival de Cartagena, Los Angeles Brazilian Film Festival, Festival de Cinema de Brasília e Mostra de Cinema de Tiradentes, ganhando mais de 50 prêmios.

Entre os próximos projetos da produtora estão além de Marte Um, O Último Episódio, dirigido por Maurilio Martins e E os meus Olhos ficam Sorrindo, dirigido por André Novais Oliveira.

Sobre o Canal Brasil 

O Canal Brasil é, hoje, o canal responsável pela maior parte das parcerias entre TV e cinema do país e um dos maiores do mundo, com 365 longas-metragens coproduzidos. No ar há mais de duas décadas, apresenta uma programação composta por muitos discursos, que se traduzem em filmes dos mais importantes cineastas brasileiros, e de várias fases do nosso cinema, além de programas de entrevista e séries de ficção e documentais. O que pauta o canal é a diversidade e a palavra de ordem é liberdade – desde as chamadas e vinhetas até cada atração que vai ao ar.

MARTE UM, de Gabriel Martins, divulga teaser pôster

MARTE UM, de Gabriel Martins, divulga teaser pôster

O longa, que teve estreia mundial no Festival de Sundance será exibido no Festival de Gramado e estreia nos cinemas dia 25 de agosto

MARTE UM, novo filme de Gabriel Martins, divulga seu pôster teaser. O mais novo filme da produtora mineira Filmes de Plástico, teve estreia mundial no aclamado Festival de Sundance desse ano, e já rodou o mundo, onde foi exibido em mais de 25 Festivais. No Brasil o filme será exibido no Festival de Gramado, e estreia nos cinemas do país dia 25 de agosto.

A imprensa internacional classificou MARTE UM como: “Um filme sincero, e profundamente afetivo com seus personagens, […] que procuram encontram um chão em comum, e compartilhar a esperança”, escreve Jessica Kiang, na Variety. E “É um filme vívido, com atuações brilhantes […] aumentando o escopo de representação da cultura preta brasileira”, comenta Jonathan Romney, na ScreenDaily.

SOBRE O FILME

MARTE UM é o segundo longa do cineasta (o primeiro solo, sem a parceria de Maurilio Martins, com quem fez “No coração do mundo”), e tem, como um de seus temas centrais, a realização de um sonho infantil.

O filme traz o cotidiano de uma família periférica, nos últimos meses de 2018, pouco depois das eleições presidenciais. O garoto Deivid (Cícero Lucas), o caçula da família Martins, sonha em ser astrofísico, e participar de uma missão que em 2030 irá colonizar o planeta vermelho. Morando na periferia de um grande centro urbano, não há muitas chances para isso, mas mesmo assim, ele não desiste. Passa horas assistindo vídeos e palestras sobre astronomia na internet.

O pai, Wellington (Carlos Francisco, de “Bacurau”, e da Companhia do Latão de teatro), é porteiro em um prédio de elite, e há um bom tempo está sem beber, uma informação que compartilha com orgulho em sessões do AA. Tércia (Rejane Faria, da série “Segunda Chamada”) é a matriarca que, depois um incidente envolvendo uma pegadinha de televisão, acredita que está sofrendo de uma maldição. Por fim, a filha mais velha é Eunice (Camilla Damião), que pretende se mudar para um apartamento com sua namorada (Ana Hilário), mas não tem coragem de contar aos pais.

“O filme foi desenvolvido entre 2015 e 2018, um período de muitas mudanças abruptas nos campos social e político do país. Vários movimentos nos fizeram confrontar com o que pensávamos sobe raça, gênero, economia e muitos aspectos da sociedade. Produzimos o filme graças a um fundo para diretores negros, e isso sempre me trouxe um senso de responsabilidade muito grande, com honestidade e compreensão de que esse filme pode ser uma forte representação de uma cultura da qual faço parte.”

Produtor do filme, Thiago Macêdo Correia, da Filmes de Plástico, lembra que Gabriel o procurou com a ideia para MARTE UM quando o país ainda sob o comando de Dilma Rousseff, um período de prosperidade, e incentivo e investimentos na cultura. “O filme foi produzido graças a um fundo público de 2016 voltado para diretores negros e narrativas de temática negra com o intuito de levar às telas cineastas de grupos minoritários. Obviamente, esse fundo não existe mais. Rodamos o longa em outubro de 2018, durante as eleições, o que acabou influenciando também a narrativa. Não tínhamos ideia do que viria depois.

“Rodamos MARTE UM pouco depois da eleição de 2018, que mudou tudo no Brasil. Embora se passe num contexto político turbulento – sendo a eleição de Bolsonaro um ponto baixo para nós –, esse não é um filme que tenta chega a um veredito sobre o estado político do país. Por outro lado, é inevitável que o público o interprete como um chamado para não nos deixarmos abater pelas agitações sociais que estamos enfrentando.”

MARTE UM é assinado pela produtora mineira Filmes de Plástico, fundada por Gabriel, Thiago, André Novais Oliveira e Maurilio Martins, em 2009, e que tem em sua filmografia longas premiados como “Temporada”, “Ela volta na quinta”, “No coração do mundo” e “Contagem”. Suas produções também foram destaque em festivais com Cannes, Roterdã, Brasília e Tiradentes.

Sinopse

Os Martins são sonhadores e otimistas, e levam tranquilamente às margens de uma grande cidade brasileira depois da decepção da eleição de um presidente de extrema-direita. Uma família negra de classe média baixa, eles sentem a tensão da nova realidade enquanto baixa a poeira política. Tércia, a mãe, reinterpreta seu mundo depois de um encontro inesperado que a deixa em dúvida se foi amaldiçoada. Seu marido, Wellingon, coloca todas suas esperanças na carreira como jogador de futebol do filho caçula, Deivinho, que acompanha a ambição do pai com relutância, pois sonha em estudar astrofísica e colonizar Marte. Enquanto isso, a filha mais velha, Eunice, se apaixona por uma jovem de espírito livre, e se questiona se não está na hora de sair de casa.

Ficha Técnica

Direção: Gabriel Martins

Roteiro: Gabriel Martins

Produção: André Novais Oliveira, Gabriel Martins, Maurilio Martins e Thiago Macêdo Correia

Elenco: Rejane Faria, Carlos Francisco, Camilla Damião, Cícero Lucas, Ana Hilário, Russo APR, Dircinha Macedo, Tokinho e Juan Pablo Sorrin

Direção de Fotografia: Leonardo Feliciano

Desenho de Produção: Rimenna Procópio

Figurino: Marina Sandim

Som: Tiago Bello e Marcos Lopes

Montagem: Gabriel Martins e Thiago Ricarte

Música: Daniel Simitan

Gênero: drama

País: Brasil

Ano: 2022

Duração: 114 min.

Bio Gabriel Martins

Gabriel Martins (22/12/1987) é cineasta, roteirista, montador e diretor de fotografia conhecido por seu trabalho na Filmes de Plástico, empresa que fundou em 2009 ao lado de André Novais Oliveira, Maurilio Martins e Thiago Macêdo Correia.

Seu primeiro filme, NO CORAÇÃO DO MUNDO, codirigido por Maurilio Martins, estreou na Tiger Competition do Festival de Roterdã em 2019, e depois foi exibido em diversos festivais, e lançado comercialmente em vários países, como a França, onde foi aclamado pela crítica.

Entre seu curtas estão NADA, exibido na Quinzena dos Realizadores de Cannes, em 2017, e DONA SÔNIA PEDIU UMA ARMA PARA SEU VIZINHO ALCIDES, exibido no Festival de Clermont-Ferrand. Ele também participou do programa especial de Roterdã “Soul in the Eye”, no qual ministrou uma masterclass.

Gabrielescreveu diversos filmes, como o sucesso ALEMÃO. MARTE UM é seu segundo longa, e primeira direção solo.

Sobre a Filmes de Plástico

Criada em 2009, a Filmes de Plástico é uma produtora mineira de Contagem, hoje sediada em Belo Horizonte, formada pelos diretores André Novais Oliveira, Gabriel Martins, Maurílio Martins e pelo produtor Thiago Macêdo Correia.

Juntos seus filmes já foram selecionados em mais de 200 festivais no Brasil e no mundo como a Quinzena dos Realizadores em Cannes, Festival de Cinema de Locarno, Festival de Rotterdam, FID Marseille, Indie Lisboa, BAFICI, Festival de Cartagena, Los Angeles Brazilian Film Festival, Festival de Cinema de Brasília e Mostra de Cinema de Tiradentes, ganhando mais de 50 prêmios.

Entre os próximos projetos da produtora estão além de Marte Um, O Último Episódio, dirigido por Maurilio Martins e E os meus Olhos ficam Sorrindo, dirigido por André Novais Oliveira.

Sobre o Canal Brasil

O Canal Brasil é, hoje, o canal responsável pela maior parte das parcerias entre TV e cinema do país e um dos maiores do mundo, com 365 longas-metragens coproduzidos. No ar há mais de duas décadas, apresenta uma programação composta por muitos discursos, que se traduzem em filmes dos mais importantes cineastas brasileiros, e de várias fases do nosso cinema, além de programas de entrevista e séries de ficção e documentais. O que pauta o canal é a diversidade e a palavra de ordem é liberdade – desde as chamadas e vinhetas até cada atração que vai ao ar.

Sobre a Embaúba Filmes

A Embaúba Filmes é uma distribuidora especializada em cinema brasileiro, criada em 2018 e sediada em Belo Horizonte. Seu objetivo é contribuir para a maior circulação de obras autorais brasileiras. Ela busca se diferenciar pela qualidade de seu catálogo, que já conta com mais de 30 títulos, em pouco mais de 4 anos de atuação, apostando em filmes de grande relevância cultural e política. A empresa atua também com a exibição de filmes pela internet, por meio da plataforma Embaúba Play, que exibe não apenas seus próprios lançamentos, como também obras de outras distribuidoras e contratadas diretamente com produtores, contando hoje com mais de 500 títulos em seu acervo, dentre curtas, médias e longas-metragens do cinema brasileiro contemporâneo.

‘Baronesa’ traz à tona a luta diária de mulheres da periferia esquecidas pela sociedade

‘Baronesa’ traz à tona a luta diária de mulheres da periferia esquecidas pela sociedade

Dirigido pela estreante Juliana Antunes, com distribuição da Sessão Vitrine Petrobras, filme híbrido foi premiado em mais de 10 festivais mundo afora

Após se mudar para Belo Horizonte, MG, em 2008, a diretora Juliana Antunes logo percebeu que a capital mineira tinha vários bairros com nome de mulher e a maioria deles levava para a periferia. Este foi o ponto de partida para a construção da história do filme “BARONESA”, que Juliana dirige, com estreia no dia 14 de junho.

O longa mostra o dia a dia de duas vizinhas e amigas que moram na periferia de BH. De um lado, Andreia começa a construir sua casa para se mudar. Do outro, Leid e os filhos estão à espera do marido, que está preso. Em comum, a necessidade de se desviar dos perigos da guerra do tráfico e a estratégia para evitar as tragédias trazidas como consequência.

– Quando me mudei para Belo Horizonte, recebi a seguinte recomendação: eu poderia pegar quase todos os ônibus azuis, mas não deveria pegar a linha vermelha. Comecei a pesquisar mais sobre os bairros, a história deles e, por fim, entrar nos ônibus a fim de conhecer um por um. Os anos foram se passando e o interesse de tornar tal experiência em filme se consolidou na matéria de documentário na universidade. Voltei aos bairros procurando por mulheres que estivessem interessadas em participar de um filme usando um método de abordagem clássico: saí, junto com mais duas amigas (Marcela Santos e Giselle Ferreira) pregando cartazes nas ruas com os dizeres: procuram-se mulheres interessadas em fazer um filme – relata Juliana.

A abordagem inicial, no entanto, não funcionou, e a diretora precisou adotar uma nova tática: colar um cartaz estrategicamente ao lado de um salão de beleza. “Dois anos se passaram até encontramos um salão no bairro Juliana que era interessante e as donas estavam superabertas à ideia do filme. O ‘salão da Pâmela’ se tornou o meu ponto de partida para o roteiro que se baseava no cotidiano do salão e nos bairros vizinhos, Juliana e Jaqueline”, conta a diretora.

Andreia, uma das protagonistas do filme, no início se mostrou reticente com a ideia de participar do longa. Juliana, então, decidiu filmar o dia a dia de Pâmela e sua família e, para isso, mudou-se para casa da dona do salão junto com uma equipe de quatro mulheres. “Neste mês, Andreia resolveu nos dar uma cena na qual fazia as unhas da Pâmela. Depois disso, mostrei os brutos para ela, que topou fazer o filme com a seguinte condição: a de que eu me mudasse para a favela, pois ela não poderia me dar todo o seu tempo e nem saber com antecedência quando poderia gravar. Aluguei um barracão de 30m² para eu morar sozinha e lá fiquei por seis meses, com visitas semanais da equipe”.

Segundo Juliana Antunes, que também assina o roteiro do filme híbrido, a história era escrita diariamente, muito em função dos acontecimentos imprevisíveis da vida na periferia. “No exato dia da minha mudança, por exemplo, uma guerra entre traficantes locais se anunciou (a guerra segue até hoje) e mudou completamente os rumos do projeto”, revela.

Mas, ainda assim, a diretora conta que as maiores dificuldades não estavam nas locações em si, e sim, na necessidade de “autorização masculina”. “Maridos, irmãos, namorados tinham que concordar com filme para que as mulheres pudessem gravar. Perdemos a oportunidade de gravar várias outras mulheres pela misoginia. Infelizmente, o material bruto é repleto de ‘takes únicos’ de mulheres brilhantes que tiveram o processo interrompido por eles”. A guerra entre facções rivais também foi uma adversidade, prologando a conclusão do projeto por seis anos, com seis meses de filmagens espaçadas.

Por fim, Juliana acredita que “BARONESA” endossa o coro de movimentos que dão vozes às mulheres e lutam contra as desigualdades de cunho racial, social, regional e salarial. “O filme surgiu da união de várias mulheres em todas as suas etapas, desde amigas, como Marcela Santos e Giselle Ferreira, que fizeram a pesquisa, assistência de direção e som até as sócias Marcella Jacques e Laura Godoy, que são duas mulheres incríveis e talentosas. E o filme só foi possível por isso: pela nossa união, por acreditar em um projeto para lá de ousado e que sim, se pode fazer um filme, um livro, uma cidade, um país e uma lógica de mundo diferente. Basta colocar as nossas energias nisso e nos fortalecer”.

SINOPSE

Andreia quer se mudar. Leid espera pelo marido preso. Vizinhas em um bairro na periferia de Belo Horizonte, elas tentam se desviar dos perigos de uma guerra do tráfico e evitar as tragédias trazidas junto com a chuva.

LISTA DE FESTIVAIS E PRÊMIOS

20a. MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES – MG (Jan. 2017) – Melhor Filme Mostra Aurora e Prêmio Helena Ignez Destaque Feminino (Direção de Fotografia – Fernanda de Sena)

IV FRONTEIRA – Festival Internacional do Filme Documentário e Experimental – GO (Mar. 2017)

6.º OLHAR DE CINEMA – Filme de Encerramento – PR (Jun. 2017)

40.º FESTIVAL GUARNICÊ DE CINEMA – MA (Jun. 2017)

MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO LUIS – MA (Jul. 2017) – Prêmios de Melhor Atriz (Andreia Pereira de Sousa) e Melhor Montagem

III PIRENÓPOLIS DOC – GO (Ago. 2017) – Melhor Filme pelos Júris da Crítica e Jovem

VIII CACHOEIRADOC – BA (Set. 2017)

50.º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO – DF (Set. 2017)

24.º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA – ES (Set. 2017) – Prêmios de Melhor Contribuição Artística, Melhor Roteiro e Melhor Filme (Júri Técnico).

XIII PANORAMA INTERNACIONAL COISA DE CINEMA – BA (Nov. 2017) – Prêmio IndieLisboa

X Janela Internacional de Cinema do Recife – PE (Nov.2017) – Menção Especial na Mostra Competitiva de Longas

9.ª SEMANA – Festival de Cinema (Nov. 2017) – Melhor Montagem

4.ª MOSTRA DE CINEMA DE GOSTOSO – RN (Nov. 20178)

FORUM.DOC.BH 2017 – 21.º Festival do Filme Etnográfico e Documentário – MG (Dez. 2017)

12.º  FEMINA – Festival Internacional de Cinema Feminino (Dez. 2017) – Melhor Destaque Feminino na Competição Internacional; Melhor Longa-Metragem pelo Juri Elviras e Prêmio Especial do Júri da Competição Nacional.

28.º   FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE MARSEILE – FID MARSEILLE – 3 prêmios de público: melhor Filme pelo Júri Popular, o Prix Marseille Espérance e o Prix Renaud Victor – em júri composto pelos detentos do Centro Penitenciário de Baumettes. (França, Jun. 2017)

24.º  FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE VALDÍVIA . FIC VALDÍVIA – Melhor Longa-Metragem pelo Júri da Crítica. (Chile, Out. 2017)

23º FESTIVAL DE CINEMA DE HAMBURGO (Alemanha, Out. 2017)

22.º   FESTIVAL INTERNACIONAL DE OURENSE – Melhor Ópera Prima e Melhor Filme pelos Cineclubistas (Espanha, Out. 2017)

VIENALLE – Vienna International Film Festival – (Áustria, Nov. 2017)

REENCONTRES INTERNATIONALES DU DOCUMENTAIRE DE MONTRÉAL – (Canadá, Nov. 2017)

32.º  FESTIVAL INTERNACIONAL DE  MAR DEL PLATA – Melhor Longa-Metragem pelo Júri da Crítica na Competição Latinoamericana. (Argentina, Nov. 2017)

7a MUESTRA DE CINE DE LANZAROTE (Ilhas Canárias – Nov. 2017)

39.º FESTIVAL INTERNACIONAL DEL NUEVO CINE LATINOAMERICANO – Melhor Documentário (Cuba, Dez. 2017)

8.º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINE UNAM – FICUNAM (México, Fev. 2018)

AMBULANTE DOCUMENTARY FILM FESTIVAL (México, Mar. 2018)

GRABA MENDONZA – Festival Audiovisual Latinoamericano – (Argentina, Mar. 2018)

PUNTO DE VISTA INTERNATIONAL DOCUMENTARY FILM FESTIVAL – (Pamplona, ESP – Mar. 2018)

IBAFF – Festival Internacional de Cine de Murcia (Espanha, Mar. 2018)

8.º FEMCINE – Festival de Cine de Mujeres (Chile, Mar.2018)

ART OF THE REAL , Film Society – Lincoln Center (NYC, Abr. 2018)

19.º JEONJU INTERNATIONAL FILM FESTIVAL (Korea, Mai. 2018)

14.º INDIE LISBOA (Portugal, Mai. 2018)

FICHA TÉCNICA:

Direção e Roteiro – Juliana Antunes
Produção – Juliana Antunes, Marcella Jacques, Laura Godoy
Coprodução – Thiago Macêdo Correia, André Novais Oliveira, Gabriel Martins, Maurilio Martins
Produção Executiva – Juliana Antunes, Fernanda Brescia, Camila Bahia Braga
Direção de Fotografia – Fernanda de Sena
Som Direto – Marcela Santos
Edição de Som e Mixagem – Pedro Durães
Montagem – Affonso Uchôa, Rita M. Pestana
Arte do Cartaz – Ana C. Bahia
Empresas Produtoras – VENTURA, Filmes de Plástico
Produtora Associada – Katásia Filmes, Pepeka Pictures

SOBRE A DIRETORA

Nascida em 1989, formada em Cinema na UNA, de Belo Horizonte, é sócia-fundadora da empresa produtora VENTURA, junto de Marcella Jacques e Laura Godoy. Juliana estreou na direção com o longa-metragem, Baronesa, vencedor da Mostra Aurora no Festival de Tiradentes 2017, que teve sua estreia internacional na Competição de Longas do 28º FIDMarseille, na França, onde recebeu três prêmios, incluindo o de Melhor Filme, pelo Júri Popular. Atualmente finaliza os curtas-metragens Industrial e Plano Controle e desenvolve o projeto de seu segundo longa, Bate e Volta Copacabana.

SOBRE AS PRODUTORAS

VENTURA é uma produtora audiovisual sediada em Belo Horizonte, formada por Juliana Antunes, Laura Godoy e Marcella Jacques. A empresa tem como foco projetos de realizadoras e busca em seus trabalhos trazer notoriedade para o protagonismo feminino em diversas esferas. “Baronesa”, de Juliana Antunes, é o primeiro longa assinado pela produtora.

A FILMES DE PLÁSTICO é uma produtora sediada em Belo Horizonte, criada em 2009 e voltada para a produção de filmes independentes, com especial atenção para estudos de personagens complexos e usualmente marginalizados na sociedade, buscando nas obras uma visão humana e possível da periferia. Teve seus filmes selecionados e premiados em diversos festivais importantes, como Cannes (três seleções para a Quinzena dos Realizadores), Rotterdam, FID Marseille, BAFICI, Durban, Melbourne, IndieLisboa e Clermont-Ferrand.

Sobre a SESSÃO VITRINE PETROBRAS

Cada filme da SESSÃO VITRINE PETROBRAS terá pelo menos uma sessão diária com horário fixo, nos mesmos cinemas de mais de 20 cidades. Os filmes ficarão em cartaz por no mínimo duas semanas em cada cidade. A intenção é que uma programação mensal e um horário fixo tornem-se um referencial e criem um público cativo.

Em 2018, a SESSÃO VITRINE PETROBRAS estará nas seguintes cidades: Rio Branco (Cine Teatro Recreio), Maceió (Cine Arte Pajuçara), Fortaleza (Cinema do Dragão), Brasília (Cine Brasília e Espaço Itaú de Cinema Brasília), Vitória (Sesc Gloria), Goiânia (Cine Cultura Goiânia e Lumiere Bouganville 5), São Luís (Cine Lume), João Pessoa (Cine Bangue), Recife (Cine São Luíz, FUNDAJ Cinema do Museu), Teresina (Cine Teresina), Curitiba (Cineplex Batel e Cinemateca de Curitiba), Niterói (Cine Arte UFF), Rio de Janeiro (Espaço Itaú de Cinema Botafogo e Estação Net Rio), Manaus (Casarão de Ideias), Aracaju (Cine Vitória), São Paulo (Espaço Itaú de Cinema Augusta, Cinesystem Morumbi Town e CineArte), Palmas (Cine Cultura Palmas), Porto Alegre (Cine Bancários), Salvador (Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha), Belo Horizonte (Cine Belas Artes, Cine 104), Santos (Cinespaço Miramar), Belém (Cine Líbero Luxardo) entre outras.

Serviço:

Os ingressos são vendidos a preço reduzido, através da bilheteria ou “Cartão Fidelidade SESSÃO VITRINE PETROBRAS”, que poderá ser adquirido no site do projeto. Valor máximo do ingresso: R$ 12 (inteira) / R$ 6 (meia) – variando de acordo com a cidade.