Festival de Veneza apresenta dois filmes de Guadagnino

Festival de Veneza apresenta dois filmes de Guadagnino

 

O diretor Lucas Guadagnino, de Me Chame Pelo Meu Nome, lançou duas novas obras fora de competição no Festival de Veneza no último domingo, dia 6.  Um é o curta Fiori, Fiori, Fiori que conta através de um tablet e de um smartphone o período de lockdown da covid-19 e o documentário Salvatore – Shoemaker of dreams, dedicado ao estilista e designer Salvatore Ferragamo.

Para o diretor italiano, o período de isolamento foi muito difícil pois teve dificuldade de ficar em casa. E um dos pontos mais emocionantes é o momento em que se reencontra com seus familiares.

Já o filme sobre Ferragamo, Guadagnino juntou uma enormidade de material com arquivos pessoais encontrados em Florença, na casa do estilista e em Hollywood, onde ele também é respeitado.

O festival costuma apontar tendências e fazer com que filmes premiados sejam cotados para o globo de Ouro e para o Oscar. O vencedor em 2019 foi Coringa, de Todd Philips que foi indicado a 11 Oscars ano passado e venceu na categoria para Melhor Ator com a performance de Joaquin Phoenix no papel-título.

 

Por Anna Barros

 

 

 

 

Festival de Veneza marca essa edição com filmes de temática feminista

Festival de Veneza marca essa edição com filmes de temática feminista

Em uma edição marcada pelo coronavírus, o feminismo dominou a semana no Festival de Veneza, com filmes que narram as combativas e difíceis vidas das mulheres.

Por anos criticado pela ausência de diretoras na mostra oficial, o festival italiano exibe em 2020 o seu lado mais feminista.

Com oito mulheres contra 10 homens na disputa pelo Leão de Ouro, a Mostra não apenas se aproxima da debatida paridade, mas também aposta em um cinema com olhar feminista e com argumentos muito femininos.

Este é o caso da trágica vida da filha de Karl Marx, narrada no filme “Miss Marx” da italiana Susanna Nicchiarelli, muito elogiado pela crítica.

A filha mais nova do pai do comunismo, Eleanor, foi uma das primeiras mulheres a associar a luta por igualdade das mulheres com a luta de classes do fim do século.  A história fala de uma mulher inteligente, atormentada e brilhante, que acreditava no poder libertador da cultura e da arte, mas que cometeu suicídio aos 43 anos por um relacionamento amoroso tortuoso, desgastada pela infidelidade do companheiro.

O filme sobre a filha mais nova de Marx, nascida em Londres em 1855, é um hino ao feminismo e combina linguagens diferentes, imagens do século XIX com música ultramoderna, misturando, como aconteceu na vida da protagonista, razão e sentimento.

Completamente diferente, mas com uma temática também muito feminina, é o filme “Pieces of a Woman”, do diretor húngaro Kornél Mundruczó. Dirigido por um homem, o longa-metragem narra a história de uma mulher que perde o bebê depois do parto.

A produção, com licenças poéticas algo banais, descreve a perda, a dor e aborda os sentimentos inexplicáveis que uma tragédia provoca até acabar com uma família.

Protagonizado pela atriz inglesa Vanessa Kirby, conhecida por er a princesa Margareth na primeiras temporadas da série de TV “The Crown”, a produção começa com uma cena impressionante de parto em casa, que dura quase 40 minutos e foi filmado em apenas uma tomada.

Dois filmes, também na mostra competitiva, abordam dores e tragédias coletivas a partir do ponto de vista de uma mulher.

Este é o caso de “Quo Vadis, Aida?”, produção bósnia da diretora Jasmila Zbanic sobre o massacre de Srebrenica.

A protagonista, Jasna Duricic, interpreta uma mãe que tenta salvar, sem sucesso, a família. A atriz já é considerada uma das favoritas ao prêmio Copa Volpi por sua atuação.

Mais que o feminismo, a transformação de uma mulher com ideais ferrenhos inspira o renomado e premiado diretor, roteirista e produtor russo Andrei Konchalovsky para seu filme “Dorogie tovarischi” (“Queridos camaradas”).

O cineasta de 83 anos, com uma extensa filmografia, é um dos favoritos ao Leão de Ouro com um longa-metragem que narra um massacre que realmente aconteceu na União Soviética em junho de 1962 e que permaneceu em sigilo por décadas.

Por Anna Barros

Fonte: G1

Festival de Veneza 2020: Cate Blanchett crê em retorno de um cinema “mais forte”

Festival de Veneza 2020: Cate Blanchett crê em retorno de um cinema “mais forte”

 

Apesar das incertezas e do clima de apreensão que tomou conta de todos após o início da pandemia do Covid-19, o 77º Festival de Veneza teve início na noite de ontem(02), com a exibição do filme “Laços”, adaptação de romance homônimo, dirigido por Daniele Luchetti. A cerimônia conta com a presença de diretores de outros festivais, como de Cannes e Berlim, para prestar solidariedade à indústria cinematográfica, afetada pelas paralisações devido ao coronavírus.

No total, 18 filmes disputarão o Leão de Ouro, dentre eles “Le Sorelle Macaluso”, de Emma Dante; “Miss Marx”, de Susanna Nicchiarelli; “Padrenostro”, de Claudio Noce; e “Notturno”, de Gianfranco Rosi. O documentário brasileiro “Narciso em férias”, que conta sobre a prisão de Caetano Veloso durante o Regime Militar, será apresentado em uma sessão fora da competição pelo prêmio principal.

Presidente do júri na edição deste ano, a atriz australiana Cate Blanchett considerou o Festival de Veneza 2020 como especial e crê que o cinema retornará com mais força.

“É preciso arriscar, mesmo com o risco de fracassar. Estou convencida que o cinema ressurgirá mais forte do que antes. Esse festival é um exemplo de resiliência, de capacidade, de vontade de reabrir, mesmo que, obviamente, de maneira segura. Estou aqui hoje para prestar solidariedade aos cineastas, a quem quero aplaudir longamente”, destacou.

 

Fonte: UOL Entretenimento

Por: Cesar Augusto Mota

‘Coringa’, de Todd Philips, leva o Leão de Ouro no Festival de Veneza

‘Coringa’, de Todd Philips, leva o Leão de Ouro no Festival de Veneza

Festival de Veneza celebra o filme de Todd Philips, que transformou o vilão em obra de arte. J’accuse – ‘O oficial e o espião’, de Roman Polanski, recebe o Grande Prêmio do Júri

O Coringa (Joker), de Todd Philips, obteve o Leão de Ouro de melhor filme do festival de Veneza. O cineasta recebeu o prêmio junto a Joaquin Phoenix, que faz uma extraordinária interpretação do célebre vilão no filme. É a primeira vez que um longa sobre um personagem dos desenhos de super-heróis obtém o reconhecimento mais importante de um dos festivais mais prestigiados do mundo. Embora Coringa pouco tenha a ver com a maioria desses filmes: é o escuro retrato de como o anódino palhaço aspirante a cômico Arthur Fleck, educado pela sua mãe para “dar risos e alegrias ao mundo”, se transforma pouco a pouco em um impiedoso assassino. O júri presidido pela cineasta argentina Lucrecia Martel ergue assim um dos filmes mais celebrados pela crítica durante o festival, e o coloca em um trampolim notável pela corrida para os Oscar.

O segundo prêmio mais importante do festival foi para seu convidado mais criticado: Roman Polanski. J’accuse – O oficial e o espião se consagra com o Grande Prêmio do Júri, recebido pela atriz e esposa do diretor, Emmanuelle Seigner: o cineasta polonês não viajou à Mostra, já que evita qualquer país que possa lhe extraditar aos EUA, onde a justiça ainda o persegue pelo estupro de uma menor em 1977. Martel gerou uma enorme polêmica no início do festival, quando declarou que não assistiria à projeção de gala do filme, para não ter de aplaudir Polanski. A diretora esclareceu, ao mesmo tempo, que não tinha “preconceitos” para nenhum filme do concurso, confirmado depois pelo reconhecimento dado ao filme de Polanski.

Roy Andersson obteve o prêmio de melhor direção por About Endlessness. O ator italiano Luca Marinelli conquistou a Copa Volpi de melhor ator por Martin Eden enquanto o prêmio para a melhor interpretação feminina foi para Ariane Ascaride, por Glória Mundi. O cineasta de Hong Kong Yonfan obteve o prêmio ao melhor roteiro pelo filme animado Não. 7 Cherry Lane.

A brasileira Bárbara Paz ganhou o prêmio de Melhor Documentário na mostra Clássicos por Babenco, Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, que narra a trajetória de Hector Babenco, com quem Paz ficou casada até sua morte, em 2010.

Principais prêmios da Mostra

Leão de Ouro: Joker, de Todd Philips.

Grande Prêmio do Júri: J’accuse – O oficial e o espião, de Roman Polanski.

Leão de Prata de melhor direção: Roy Andersson, por About Endlessness.

Copa Volpi para melhor atriz: Ariane Ascaride, por Glória Mundi.

Copa Volpi para melhor ator: Luca Marinelli, por Martin Eden.

Melhor roteiro: Yonfan, por Não. 7 Cherry Lane.

Prêmio Marcello Mastroianni de melhor intérprete emergente: Toby Wallace, por Babyteeth.

Melhor filme da seção Horizontes: Atlantis, de Valentyn Vasyanovych.

Prêmio Ópera Prima: You Will Die At 20, de Amjad Abu Alala.

Fonte: El País
Crédito da foto: Marcel Plasse

RT Features tem duas produções no Festival de Veneza

RT Features tem duas produções no Festival de Veneza

WASP NETWORK” e “AD ASTRA”, duas produções que nasceram no escritório da RT Features, em São Paulo, começam a trilhar seu caminho pelo mundo, com a estreia mundial na mostra competitiva do Festival de Cinema de Veneza, que acontece de 28 de agosto a 7 de setembro na cidade italiana.

Para o produtor Rodrigo Teixeira, é uma honra ter essas duas produções com DNA brasileiro selecionadas para um dos mais importantes festivais de cinema do mundo. “Trabalhar com James Gray e Olivier Assayas, diretores reconhecidos e já premiados em Veneza, é um sonho realizado, além do elenco estelar que compõe ambos os filmes. Posso, sem dúvida, afirmar que essas produções foram das mais desafiadoras da história da RT”, comenta.

Uma produção Brasil, França e Espanha, desenvolvida e produzida por Rodrigo Teixeira, em co produção com os Estúdios Orange e de Adrian Guerra, rodado em Cuba e nas Ilhas Canárias, “WASP NETWORK” é um thriller de espionagem escrito e dirigido por Olivier Assayas e protagonizado por Penelope Cruz, Gael Garcia Bernal, Edgar Ramirez e Wagner Moura. O roteiro é baseado no livro de Fernando Morais, Os Últimos Soldados da Guerra Fria, publicado em 2011. O longa, que foi filmado em Cuba, tem coprodução dos estúdios Orange e de Adrian Guerra.

Do diretor James Gray, “AD ASTRA” traz no elenco Brad Pitt, Liv Tyler, Donald Sutherland e Tommy Lee Jones. O longa, que acompanha a viagem espacial de um astronauta em busca de seu pai, tem produção da RT Features, em parceria com a New Regency Pictures e a Twentieth Century Fox. A estreia nos cinemas brasileiros está prevista para 26 de setembro.
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SOBRE A RT FEATURES 

Fundada e dirigida por Rodrigo Teixeira, a RT Features é uma produtora nacional e internacional de conteúdo cultural e entretenimento para cinema e televisão, com base em São Paulo, Brasil, e escritório em Nova York, nos EUA. Dentre outras produções, seu currículo conta com os longas-metragens O Cheiro do Ralo (2006), O Abismo Prateado (2010), Tim Maia (2014), Alemão (2014), O Silêncio do Céu (2016) e a série O Hipnotizador (para a HBO Latin America em 2015).

No mercado internacional, a RT Features produziu os longas Frances Ha (2013), O amor é estranho (2014), Love (2015), Mistress America (2015), A Bruxa (2016), Patti Cake$ (2017) e o indicado ao Oscar Me Chame Pelo Seu Nome (2017). Em 2018, a RT Features produziu o novo filme de James Gray, Ad Astra, e, no Brasil, A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, ambos com previsão de estreia em 2019.

Dedicada a trabalhar com jovens e talentosos diretores desde a sua criação, a RT Features formou uma joint venture com a Sikelia Productions, de Martin Scorsese, com o objetivo de produzir filmes de cineastas emergentes em todo o mundo. O primeiro longa-metragem desta parceria, A Ciambra, estreou na última edição da Quinzena dos Realizadores e os próximos estão em fase de produção.