Vencedores do Festival de Veneza 2020

Vencedores do Festival de Veneza 2020

 

Os vencedores da edição 2020 do Festival de Veneza foram anunciados hoje (12) em cerimônia na cidade.

Os grandes vencedores foram o diretor Kiyoshi Kurosawa que levou o prêmio de Melhor Diretor por Wife Of A Spy e ainda Nomadland, novo filme de Chloé Zhao, que levou o prêmio máximo do Festival, o Leão de Ouro.

  • Golden Lion –  Nomadland – Diretora: Chloé Zhao
  • Prêmio do Júri – New Order – Diretor:  Michel Franco
  • Prêmio Especial do Júri – Dorogie Tovarischi! (Dear Comrades!) – Diretor: Andrei Konchalovsky
  • Leão de Prata de Melhor Diretor – Wife of a Spy   – Diretor:  Kiyoshi Kurosawa
  • Volpi Cup Melhor Atriz – Vanessa Kirby – Pieces Of A Woman
  • Voli Cup Melhor Ator –  Pierfrancesco Favino – Padrenostro
  • Melhor Roteiro – Chaitanya Tamhane por The Disciple

Nomadland foi Inspirado no livro homônimo de não ficção de Jessica Bruder, o longa acompanha a trajetória de uma mulher que, afogada por sua situação econômica, vai morar num trailer. Interpreta-a, com sua habitual mistura de aspereza e dignidade, a atriz Frances McDormand, que se apaixonou pelo livro, comprou os direitos de adaptação e propôs a Chloé Zhao, jovem cineasta chinesa radicada nos EUA, que a dirigisse. Quando a crise de 2008 provoca o desmantelamento do povoado minerador onde ela trabalhava, essa protagonista se vê obrigada a sair pelo país fazendo bicos. Não demora a descobrir outros indivíduos marginalizados e transformados em mão de obra barata pelo ocaso da indústria e reciclados como empregados da Amazon, submetidos a contratos com duração de poucos dias ou semanas, apesar de já estarem perto da idade da aposentadoria.

 

Por Anna Barros

 

Festival de Veneza apresenta dois filmes de Guadagnino

Festival de Veneza apresenta dois filmes de Guadagnino

 

O diretor Lucas Guadagnino, de Me Chame Pelo Meu Nome, lançou duas novas obras fora de competição no Festival de Veneza no último domingo, dia 6.  Um é o curta Fiori, Fiori, Fiori que conta através de um tablet e de um smartphone o período de lockdown da covid-19 e o documentário Salvatore – Shoemaker of dreams, dedicado ao estilista e designer Salvatore Ferragamo.

Para o diretor italiano, o período de isolamento foi muito difícil pois teve dificuldade de ficar em casa. E um dos pontos mais emocionantes é o momento em que se reencontra com seus familiares.

Já o filme sobre Ferragamo, Guadagnino juntou uma enormidade de material com arquivos pessoais encontrados em Florença, na casa do estilista e em Hollywood, onde ele também é respeitado.

O festival costuma apontar tendências e fazer com que filmes premiados sejam cotados para o globo de Ouro e para o Oscar. O vencedor em 2019 foi Coringa, de Todd Philips que foi indicado a 11 Oscars ano passado e venceu na categoria para Melhor Ator com a performance de Joaquin Phoenix no papel-título.

 

Por Anna Barros

 

 

 

 

Festival de Veneza marca essa edição com filmes de temática feminista

Festival de Veneza marca essa edição com filmes de temática feminista

Em uma edição marcada pelo coronavírus, o feminismo dominou a semana no Festival de Veneza, com filmes que narram as combativas e difíceis vidas das mulheres.

Por anos criticado pela ausência de diretoras na mostra oficial, o festival italiano exibe em 2020 o seu lado mais feminista.

Com oito mulheres contra 10 homens na disputa pelo Leão de Ouro, a Mostra não apenas se aproxima da debatida paridade, mas também aposta em um cinema com olhar feminista e com argumentos muito femininos.

Este é o caso da trágica vida da filha de Karl Marx, narrada no filme “Miss Marx” da italiana Susanna Nicchiarelli, muito elogiado pela crítica.

A filha mais nova do pai do comunismo, Eleanor, foi uma das primeiras mulheres a associar a luta por igualdade das mulheres com a luta de classes do fim do século.  A história fala de uma mulher inteligente, atormentada e brilhante, que acreditava no poder libertador da cultura e da arte, mas que cometeu suicídio aos 43 anos por um relacionamento amoroso tortuoso, desgastada pela infidelidade do companheiro.

O filme sobre a filha mais nova de Marx, nascida em Londres em 1855, é um hino ao feminismo e combina linguagens diferentes, imagens do século XIX com música ultramoderna, misturando, como aconteceu na vida da protagonista, razão e sentimento.

Completamente diferente, mas com uma temática também muito feminina, é o filme “Pieces of a Woman”, do diretor húngaro Kornél Mundruczó. Dirigido por um homem, o longa-metragem narra a história de uma mulher que perde o bebê depois do parto.

A produção, com licenças poéticas algo banais, descreve a perda, a dor e aborda os sentimentos inexplicáveis que uma tragédia provoca até acabar com uma família.

Protagonizado pela atriz inglesa Vanessa Kirby, conhecida por er a princesa Margareth na primeiras temporadas da série de TV “The Crown”, a produção começa com uma cena impressionante de parto em casa, que dura quase 40 minutos e foi filmado em apenas uma tomada.

Dois filmes, também na mostra competitiva, abordam dores e tragédias coletivas a partir do ponto de vista de uma mulher.

Este é o caso de “Quo Vadis, Aida?”, produção bósnia da diretora Jasmila Zbanic sobre o massacre de Srebrenica.

A protagonista, Jasna Duricic, interpreta uma mãe que tenta salvar, sem sucesso, a família. A atriz já é considerada uma das favoritas ao prêmio Copa Volpi por sua atuação.

Mais que o feminismo, a transformação de uma mulher com ideais ferrenhos inspira o renomado e premiado diretor, roteirista e produtor russo Andrei Konchalovsky para seu filme “Dorogie tovarischi” (“Queridos camaradas”).

O cineasta de 83 anos, com uma extensa filmografia, é um dos favoritos ao Leão de Ouro com um longa-metragem que narra um massacre que realmente aconteceu na União Soviética em junho de 1962 e que permaneceu em sigilo por décadas.

Por Anna Barros

Fonte: G1

Tilda Swinton é homenageada e recebe Leão de Ouro no Festival de Veneza

Tilda Swinton é homenageada e recebe Leão de Ouro no Festival de Veneza

Dona de uma carreira de sucesso, sendo vencedora do prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza de 1990 e agraciada com o Oscar de atriz coadjuvante de 2008, por Michael Clayton, a atriz britânica Tilda Swinton foi homenageada na noite de quarta-feira (02) no 77º Festival de Veneza e recebeu um Leão de Ouro por sua trajetória no cinema. Ela celebrou a decisão do Festival de Berlim de não mais separar as categorias de premiação por gênero.

“”É um desperdício de vida. E você sabe, a vida é muito curta para isso. E estou muito feliz em ouvir isso sobre Berlim e acho que é praticamente inevitável que todos sigam. É óbvio para mim. Os humanos estão tão interessados em divisão, em categorizar todos nós. Estamos só começando a entender que este não é o caminho certo — não é bom dividir as pessoas e prescrever um caminho de vida para elas por causa dessa divisão, seja ela baseada em gênero, raça ou classe. […] Eu me sinto triste dizendo que sou definitivamente heterossexual, ou definitivamente homossexual, definitivamente mulher, ou definitivamente homem. Isso me dá sono”, destacou a atriz.

De quebra, Tilda Swinton fez um balanço de sua carreira, e fez questão de evitar a pronúncia da palavra.

“Eu não reconheço este conceito de ‘carreira’. Eu tenho uma vida. Nunca tive a intenção de começar com filmes experimentais e um dia passar disso para o mainstream. Os papéis em filmes de orçamento maior vieram até mim, eu nunca os busquei. A montanha veio a Maomé”, ponderou.

Na noite desta quinta(03), Swinton voltou a ser destaque no evento ao promover o filme “The Human Voice”, ao lado do diretor espanhol Pedro Almodóvar.

 

Fontes: G1/UOL

Crédito da foto: Medium.com

Por: Cesar Augusto Mota