A vida invisível de Eurídice triunfa no Festival de Cannes

A vida invisível de Eurídice triunfa no Festival de Cannes

Sétimo filme de Karim Aïnouz, ‘A VIDA INVISÍVEL DE EURÍDICE GUSMÃO’ fez a sua estreia mundial na última segunda-feira, dia 20, no Festival de Cannes, dentro da mostra Un Certain Regard, mesma divisão na qual o diretor lançou, em 2002, ‘Madame Satã’, primeiro longa de sua carreira. A sessão teve reação entusiasmada da plateia, que aplaudiu o filme por mais de 15 minutos. Após a exibição, o diretor dedicou o trabalho às mães solo e às mulheres que resistem:

‘O Brasil é um dos países que mais mata mulheres no mundo e também um dos países com o maior numero de mães solo. Eu dedico este filme as estas e a todas as mulheres. Eu gostaria de homenagear não a sobrevivência, mas a resistência. É importante também falarmos sobre a intolerância, esse sentimento devastador que ameaça e divide não só o Brasil, mas o mundo inteiro e contra o qual o amor é uma das formas mais poderosas de resistência’, disse Karim, que também fez questão de agradecer a generosidade de Fernanda Montenegro, atriz convidada do longa.

O diretor ainda dedicou a sessão a todos os que estiveram na rua durante o 15M, lutando pela continuidade da educação no Brasil e pelo futuro. ‘Somos sempre mais fortes juntos do que separados’, disse Karim.

Em pouco tempo, o filme já recebeu elogios de algumas das mais prestigiosas publicações do segmento de cinema no mundo. Segundo David Rooney, do The Hollywood Reporter, “‘A Vida Invisível de Eurídice Gusmão’ é um drama assombroso que celebra a resiliência das mulheres, mesmo quando elas suportam existências combalidas”, diz Rooney, que ainda chama a atenção para as texturas brilhantes, as cores ousadas e os sons exuberantes que servem para ”intensificar a intimidade do deslumbrante melodrama de Karim Aïnouz sobre mulheres cujas independências mentais permanecem inalteradas, mesmo quando seus sonhos são destruídos por uma sociedade patriarcal sufocante”.

Já para Lee Marshall, do Screen Daily, Karim prova que o “eletrizante e emocionante” filme de época pode ser apresentado de forma verdadeira e ao mesmo tempo ser um deleite. “Com a forte reação crítica e o boca-a-boca que essa contundente e bem-acabada saga familiar parece suscitar, é quase certo que o filme viaje para além do Brasil e dos territórios de língua portuguesa”, prevê o crítico, que adverte: “É melhor você deixar um lenço separado para as cenas finais”.

Livre adaptação do romance homônimo de Martha Batalha, ‘A VIDA INVISÍVEL DE EURÍDICE GUSMÃO’, que tem previsão de lançamento no circuito comercial em novembro deste ano, é uma produção da RT Features, de Rodrigo Teixeira, em coprodução com a alemã The Match Factory e os brasileiros Sony Pictures Brasil, Canal Brasil e Naymar (infraestrutura audiovisual).

Sobre o filme: 

Definido pelo cineasta como um melodrama tropical, a obra traz nos papeis principais duas jovens estreantes no cinema. Tanto Carol Duarte, reconhecida por seu trabalho na TV aberta, como Julia Stockler, experiente atriz de teatro, foram escolhidas após participarem de um concorrido teste com mais de 300 candidatas. O elenco traz ainda Fernanda Montenegro, como atriz convidada, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flavio Bauraqui e Maria Manoella.

“Eu trabalhei com um maravilhoso grupo de atrizes e atores. Eles são todos muito diferentes, de diferentes gerações, diferentes registros de atuação – e o desafio foi alcançar o mesmo tom, a mesma vibração”, conta o diretor.

“Eu fiquei profundamente tocado quando eu li o livro. Disparou memórias intensas da minha vida. Eu fui criado no nordeste dos anos 60, numa sociedade machista e conservadora, dentro de uma família matriarcal. Os homens ou haviam indo embora ou eram ausentes. Numa cultura patriarcal, eu tive a oportunidade de crescer numa família onde as mulheres comandavam o espetáculo – elas eram as protagonistas”, recorda Aïnouz. “O que me levou a adaptar ‘A Vida Invisível de Eurídice Gusmão’ foi o desejo de dar visibilidade a tantas vidas invisíveis, como as da minha mãe, minha avó, das minhas tias e de tantas outras mulheres dessa época. As histórias dessas personagens não foram contadas o suficiente, seja em romances, livros de história ou no cinema”, completa.

Segundo o diretor, trata-se de um melodrama tropical porque a abordagem mistura preceitos clássicos do gênero, mas com um olhar que busca se adaptar a uma contemporaneidade brasileira.

“Eu sempre quis fazer um melodrama que pudesse ser relevante para os nossos tempos. Como eu poderia me engajar com o gênero e ainda torná-lo contemporâneo?  Como eu poderia criar um filme que fosse emocionante como uma grande ópera, em cores florescentes e saturadas, maior que a vida? Eu me lembrava de Janete Clair e das novelas lá do início. Eu queria fazer um melodrama tropical filmado no Rio de Janeiro, uma cidade entre a urbis e a floresta”, pondera.

Rodrigo Teixeira foi o responsável por amarrar o projeto com o diretor. Ao receber o manuscrito de Martha Batalha, o produtor acreditou que Aïnouz seria a melhor pessoa a contar a história, não apenas pelo estilo de sua filmografia, mas também pela interseção entre o livro e a história familiar do diretor, onde observou a invisibilidade das mulheres conduzidas por uma geração machista.

“Quando eu li o livro eu pensei muito no Karim, tanto pela narrativa ter relação com a história pessoal de vida dele, especificamente com o momento que ele estava vivendo naquela época, e também porque o universo me remetia muito a dois filmes dele: ‘O Céu de Suely’ e ‘Seams’, o primeiro de sua carreira, ambos projetos que falam de mulheres fortes, que lutam para sobreviver na nossa sociedade”, explica Teixeira. “Além disso, há tempos Karim me dizia que gostaria de filmar um melodrama, que queria realizar um longa que se aproximasse de Fassbinder, de Sirk. E vi nessa história da Martha Batalha um potente melodrama a ser adaptado. Por tudo isso, tive a certeza que era um filme para ele dirigir. Fazia tempo que estávamos buscando uma grande história para voltarmos a trabalhar juntos, então enviei para ele o manuscrito e ele topou na hora”, continua o produtor.

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As irmãs Guida e Eurídice são como duas faces da mesma moeda – irmãs apaixonadas, cúmplices, inseparáveis. Eurídice, a mais nova, é uma pianista prodígio, enquanto Guida, romântica e cheia de vida, sonha em se casar e ter uma família. Um dia, com 18 anos, Guida foge de casa com o namorado. Ao retornar grávida, seis meses depois e sozinha, o pai, um português conservador, a expulsa de casa de maneira cruel. Guida e Eurídice são separadas para sempre e passam suas vidas tentando se reencontrar, como se somente juntas fossem capazes de seguir em frente.

Com roteiro assinado por Murilo Hauser, em colaboração com a uruguaia Inés Bortagaray e o próprio diretor, o longa – ambientado majoritariamente na década de 50 – foi rodado no Rio de Janeiro, nos bairros da Tijuca, Santa Teresa, Estácio e São Cristóvão.

A direção de fotografia é da francesa Hélène Louvart, que assina seu primeiro longa brasileiro e acumula trabalhos importantes na carreira, como os filmes ‘Pina’, de Wim Wenders; ‘The Smell of Us’, de Larry Clark; ‘As Praias de Agnes’, de Agnès Varda; e ‘Lázaro Feliz’, de Alice Rohwacher, entre outros.  A alemã Heike Parplies, responsável pela edição do longa-metragem ‘Toni Erdmann’, do diretor Maren Ade, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, assina a montagem.

‘A VIDA INVÍSIVEL DE EURÍDICE GUSMÃO’ é uma coprodução entre Brasil (Sony Pictures e Canal Brasil) e Alemanha (Pola Pandora), na qual a empresa alemã The Match Factory é responsável pelas vendas internacionais.

SINOPSE 

Rio de Janeiro, 1950. Eurídice, 18, e Guida, 20, são duas irmãs inseparáveis que moram com os pais em um lar conservador. Ambas têm um sonho: Eurídice o de se tornar uma pianista profissional e Guida de viver uma grande história de amor. Mas elas acabam sendo separadas pelo pai e forçadas a viver distantes uma da outra. Sozinhas, elas irão lutar para tomar as rédeas dos seus destinos, enquanto nunca desistem de se reencontrar.

FICHA TÉCNICA  

Direção: Karim Aïnouz
Roteiro: Murilo Hauser
Co-roteiro: Inés Bortagaray e Karim Aïnouz
Baseado na obra homônima de Martha Batalha
Elenco: Carol Duarte, Julia Stockler, Gregorio Duvivier, Bárbara Santos, Flávia Gusmão, Antônio Fonseca, Flavio Bauraqui, Maria Manoella e participação especial de Fernanda Montenegro.
Produtor: Rodrigo Teixeira
Co-produtores: Michael Weber e Viola Fugen.
Empresas produtoras: RT Features, Pola Pandora, Sony Pictures, Canal Brasil e Naymar.
Produtores Executivos:  Camilo Cavalcanti, Mariana Coelho, Viviane Mendoça, Cécile Tollu-
Polonowski, André Novis
Produtor Associado: Michel Merkt
Diretora Assistente: Nina Kopko
Direção de Fotografia: Hélène Louvart (AFC)
Direção de Arte: Rodrigo Martirena
Figurino: Marina Franco
Maquiagem:  Rosemary Paiva
Diretora de Produção: Silvia Sobral
Montagem: Heike Parplies (BFS)
Montagem de som: Waldir Xavier
Som direto: Laura Zimmerman
Música Original: Benedikt Schiefer
Mixagem: Björn Wiese
Idioma: Português
Gênero: Melodrama
Ano: 2019
País: Brasil

SOBRE O DIRETOR  

Formado em Arquitetura pela Universidade de Brasília, Karim fez mestrado em Teoria do Cinema pela Universidade de Nova York e participou do Whitney Independent Study Program. Cineasta premiado mundialmente, roteirista e artista visual, realizou diversos curtas-metragens, documentários e instalações. Dirigiu os longas-metragens ‘Madame Satã’ (2002), ‘O Céu de Suely’ (2006), ‘Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo’ (2009, codirigido com Marcelo Gomes), ‘O Abismo Prateado’ (2011, produzido pela RT Features), ‘Praia do Futuro’ (2014), além do documentário ‘Aeroporto Central’ (2018). O próximo longa-metragem, ‘A Vida Invisível de Eurídice Gusmão’, tem previsão de lançamento em novembro de 2019. Para a televisão, dirigiu a minissérie ‘Alice’, filmada no Brasil e transmitida pelo canal HBO em 2008. Aïnouz é um dos tutores do laboratório de roteiros do Porto Iracema das Artes em Fortaleza e membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

 

Por Anna Barros

Elle Fanning desmaia durante premiação

Elle Fanning desmaia durante premiação

Membro do júri do Festival de Cannes de 2019, Elle Fanning desmaiou durante o jantar Chopard Trophee. No meio do evento, um prêmio para encorajar jovens atores, a estrela desfaleceu quando o diretor do festival, Thierry Fremaux, chamou o ator Francois Civil ao palco.

A estrela de Malévola e Super 8 estava sentada ao lado de sua irmã, Dakota Fanning, que a ajudou a se levantar quando os seguranças chegaram para retirá-la do salão. Colin Firth também se prontificou a ajudar a jovem atriz, já que estava sentado em uma mesa próxima. De acordo com testemunhas, a cerimônia teve uma pequena pausa antes de seguir adiante.

Horas mais tarde, Fanning postou em seu Instagram uma foto, garantindo a todos que tudo está bem. “Opa, tive um pequeno desmaio hoje no meu vestido Prada de 1950, mas está tudo em ordem.” As hashtags afirmam que sua roupa estava muito apertada.

 

 

Quentin Tarantino pede que não dêem spoiler de seu novo filme

Quentin Tarantino pede que não dêem spoiler de seu novo filme

A passagem de Quentin Tarantino e seu novo filme, “Era Uma Vez em Hollywood”, pelo Festival de Cannes deste ano tem sido tudo menos discreta. Depois de todo um clima de vai-não-vai sobre a participação da produção na seleção oficial do evento, o épico hollywoodiano do cineasta agora está prestes a fazer sua premiere no exato dia do aniversário de 25 anos da estreia de “Pulp Fiction” no mesmo festival.

Nem tudo é celebração para o diretor, porém. Na manhã da última segunda-feira, 21 de maio, a Sony Pictures lançou em suas redes sociais uma carta datilografada e assinada por Tarantino que pede ao público de Cannes que não compartilhe quaisquer detalhes sobre a trama do filme, que será exibido amanhã na Croisette. “Eu amo cinema, Vocês amam o cinema. É a jornada de descobrir a história pela primeira vez.” escreve o cineasta, que ainda pede que “todo mundo evite revelar qualquer coisa que previna outros de experimentar o filme da mesma forma”. Confira abaixo o documento na íntegra:

 

Festival de Cannes 2019: Alain Delon recebe Palma de Ouro Honorária em meio a protestos feministas

Festival de Cannes 2019: Alain Delon recebe Palma de Ouro Honorária em meio a protestos feministas

Com olhos marejados, o lendário ator francês Alain Delon, sete vezes em disputa em Cannes, mas sem ter levado o principal prêmio, recebeu neste domingo (19) uma Palma de Ouro Honorária em meio a protestos de associações feministas que o acusam de violência de gênero.

“Fazia tempo que não chorava tanto”, afirmou o ator, ovacionado, ao receber a estatueta pelo conjunto de sua carreira das mãos de sua filha Anouchka.

A sala estava lotada, com a presença do presidente do festival, Pierre Lescure, e de seu delegado-geral, Thierry Frémaux.

“Esta noite é um pouco uma homenagem póstuma, mas estando vivo. Vou embora, mas não irei sem dizer obrigado”.

“Se sou uma estrela – e é por isso que quero lhes agradecer -, devo isso ao público e a mais ninguém”, completou, acrescentando, porém, que pensava nas duas mulheres de sua vida – as atrizes Mireille Darc e Romy Schneider.

O prêmio provocou polêmica antes mesmo do início do festival. Um grupo de feministas acusou o ator de ser “racista, homofóbico e misógino”, de acordo com os termos da associação americana Women and Hollywood, baseando-se em declarações que ele fez no passado.

Uma petição com mais de 25.000 assinaturas pedia aos organizadores do concurso que “não prestassem uma homenagem”.

“Não deve haver homenagem aos agressores”, reagiu o coletivo francês Osez le Féminisme.

“#MeToo não nos ensinou nada? Exigimos que o Festival de Cinema de Cannes se recuse a homenagear um agressor misógino”, enfatizou.

“Ninguém é obrigado a concordar comigo, mas de uma coisa no mundo eu tenho certeza, da qual estou orgulho, realmente, uma só: minha carreira”, disse o ator na premiação. “Esta Palma de Ouro é pela minha carreira, e por mais nada”, insistiu.

No jornal francês JDD, o ator acusou seus detratores de “inventarem declarações”.

“Eu não sou contra o casamento gay, eu não me importo: as pessoas fazem o que querem. Mas eu sou contra a adoção por duas pessoas do mesmo sexo (…) Eu disse que tinha batido em uma mulher? Sim. E eu teria que acrescentar que recebi mais golpes do que dei. Nunca assediei uma mulher em minha vida”, afirmou.

“Querem me colocar o rótulo de extrema direita, porque eu expliquei que era amigo de (Jean-Marie) Le Pen desde o Exército. Não, eu sou de direita, ponto final”, continuou.

Denunciando uma “patrulha política”, o diretor-geral do festival, Thierry Frémaux, defendeu o ator.

“Alain Delon tem o direito de pensar o que pensa”, declarou, estimando que “é difícil julgar com a perspectiva de hoje coisas feitas, ou ditas” no passado. “Nós não estamos lhe dando o Prêmio Nobel da Paz”, completou.

Embora tenha aceitado receber esta Palma de Ouro Honorária, o ator, de 83 anos, manteve uma relação de altos e baixos com o Festival de Cannes.

– “Nunca mais” –

Ele esteve em La Croisette pela última vez em 2013, para a exibição de uma cópia restaurada de “O Sol por Testemunha” de René Clément, “seu mestre absoluto”, depois de ter apresentado em 2010 uma versão restaurada de “O Leopardo”.

Antes, porém, recusou-se por dez anos a colocar os pés no festival, indignado por não ter sido convidado, como Jean-Paul Belmondo, para as comemorações do 50º aniversário da mostra, em 1997.

Em 1961, pisou no tapete vermelho pela primeira vez com “Que alegria de viver!”, de René Clément, em competição, retornando em 1962 com “O Eclipse” de Michelangelo Antonioni, Prêmio do Júri. Em 1963, esteve de volta com “O Leopardo”, de Luchino Visconti, vencedor da Palma de Ouro.

Mas, em 1976, quando apresentou “Cidadão Klein” de Joseph Losey, o filme não foi bem recebido, o que irritou o ator.

Em 1990, esteve em competição com “Nouvelle vague”, de Jean-Luc Godard, quando se reconciliou com La Croisette.

Depois, seguiram-se anos de tensão, que até o levaram a dizer, em 2006, que “nunca mais” subiria a escadaria do Festival.

Um ano após esta declaração, voltou a Cannes, convidado para a 60ª edição do Festival. “Somente os imbecis não mudam de opinião!”, declarou na ocasião.

Fonte: AFP (com adaptações)

Crédito da Foto: Daily News

 

Festival de Cannes 2019: Favorito, espanhol Pedro Almodóvar tenta levar Palma de Ouro pela 1ª vez

Festival de Cannes 2019: Favorito, espanhol Pedro Almodóvar tenta levar Palma de Ouro pela 1ª vez

A relação é antiga e quase que indissociável. Quem fala do Festival de Cannes não se esquece de vinculá-lo ao premiado cineasta espanhol Pedro Almodóvar, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com Tudo sobre Minha Mãe (2000) e Fale com Ela (2002).

A primeira participação de Almodóvar em Cannes foi em 1983, quando produziu juntamente de Javier Garcillán o filme ‘Labirinto das paixões’, que não teve grande público. Mais tarde, em 2000, o cineasta faturou o Prêmio de Melhor Direto por ‘Tudo sobre Minha Mãe’. Em 2006, levou o troféu de Melhor Roteiro por ‘Volver’ e em 2011 foi agraciado com o Prêmio da Juventude pelo filme ‘A Pele que Habito’.

Almodóvar também já integrou o júri do Festival de Cannes, em 1992 e em 2017, ano em que foi presidente.Porém, falta um prêmio em sua vasta galeria, a Palma de Ouro, que já disputou por cinco vezes. Sua sexta tentativa será com o filme ‘Dor e Glória’, que traz Penélope Cruz e Antonio Banderas como protagonistas, exibido ontem (17) e bastante aplaudido pelo público no Palácio dos Festivais.

Em ‘Dor e Glória’, Banderas é um melancólico cineasta em declínio que se vê obrigado a pensar sobre as escolhas que fez na vida quando seu passado retorna. Entre lembranças e reencontros, ele reflete sobre sua infância na década de 1960, seu processo de imigração para a Espanha, seu primeiro amor maduro e sua relação com a escrita e com o cinema. Cruz interpreta a mãe do diretor.

Apesar da ovação do público e da afirmação de ter vivido “uma experiência excepcional” na noite de ontem, o espanhol é cauteloso. “Isso não significa que vou ganhar, conheço as regras do jogo muito bem”, afirmou.

O júri da 72ª edição do Festival de Cannes é presidido pelo cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu, e o vencedor da Palma de Ouro será conhecido no dia 25 de maio.

Crédito da foto: RFI

Por: Cesar Augusto Mota